Como ensinar seu cachorro a expressar desejos

Photo credit: Canfield3 / Foter / CC BY-ND
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Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. 

Há milhares de anos, homem e cão vivem uma relação estreita. Os cães mais eficientes nas atividades em parceria, como caça, companhia e guarda, eram os que se comunicavam melhor e foram os selecionados para procriar. Isso pode ter aumentado a inteligência da espécie e desenvolvido a sua comunicação com os seres humanos.

Como o cão se comunica com o homem
São muitas as possibilidades de os cães se comunicarem com os humanos. Desde por sinais típicos da espécie, como latir, chorar, rosnar, mostrar os dentes e abanar a cauda, até por sinais aprendidos durante a relação com o proprietário. É o que podemos notar no seguinte depoimento, dado por um dono cão: “Se ele quiser ossinhos que ficam num armário da cozinha e eu estiver na sala, me cutuca com a pata e tenta me levar para a cozinha. Quando chego lá, ele bate com a pata no armário para deixar claro o que quer. Quando mostro que entendi, fica todo feliz e, em geral, senta para esperar que eu dê o que pediu”.

Para entender melhor como acontece a comunicação entre cão e pessoas da casa, colhemos mais de quatro mil relatos relacionados ao assunto. Embora possam não exprimir exatamente a realidade, mostram pontos importantes sobre o comportamento canino e sobre como o ser humano o interpreta.

Como evolui a comunicação
A maioria dos proprietários acaba criando sem querer, um sistema de sinais que permite ao cão expressar desejos e pedir objetos e atividades. Mas como isso ocorre? Quando um proprietário vê o cão lambendo as últimas gotas de água do bebedouro, coloca mais água no pote. Com o tempo, o cachorro percebe que pode pedir água simplesmente lambendo o porte. Não é difícil imaginar que, por meio do mesmo processo, o cão aprenda a pedir comida, brinquedo, etc.

Dicas para ensinar o cão a pedir o que deseja
Ao compreender o processo que permite ao cão se comunicar, podemos criar situações propícias para que a comunicação se desenvolva. Primeiro, procure evitar que os sinais produzidos pelo cão sejam muito parecidos, dificultando a interpretação. Para saber se ele sta com sede ou fome ao encostar o focinho no pote vazio, use potes diferentes para dar água e comida. Pelo mesmo motivo, deixe a guia para passear em local diferente do dos biscoitos, já que o cão se aproximará da guia para pedir passeio e dos petiscos quando estiver interessado neles.

Crie situações em que o cão possa “pedir” o que deseja. Por exemplo, coloque menos comida no prato dele. E quando ele estiver lambendo os farelinhos das sobras, ponha mais. Aos poucos, o cão lamberá o prato para fazer um pedido. Outro treino é perguntar ao cão que chega perto da guia se quer passear e, em seguida, levá-lo para dar uma volta. Assim, ele perceberá que pode influenciar com atitudes o comportamento do dono

Cuidado para não ser totalmente manipulado pelo cão
Ensinar um cão a se comunicar não significa se tornar escravo dele. Ou seja, não é porque o cão pediu determinada coisa que você precisa servi-lo. Com o tempo, ele percebe o que pode pedir e quando. Minha cadela Sofia, por exemplo, sabe que existe chance de sairmos para passear quando estou me vestindo.

Sempre que começo a me calçar, Sofia corre para o painel eletrônico e aperta um dos oito compartimentos do painel (veja foto), aquele que corresponde a “PASSEAR” (nesse momento, uma gravação diz a palavra “Passear”). Mas na maioria das vezes eu não posso levá-lo comigo e tenho de dizer “Passear, não!”. Há ocasiões em que ela insiste, mas em geral desiste e vai deitar-se no sofá predileto.

A comunicação mais eficiente com nosso animal é muito gostosa. Por isso, recomendo a todos os proprietários de cães que ponham em prática um programa nesse sentido.

Resumo

– O cão tem predisposição genética para se comunicar com o ser humano.
– Você pode criar sinais para permitir ao seu cão que peça objetos e atividades a você.
– Durante o treino, quando o cão se aproximar do prato de comida, coloque mais alguns grãos de ração. Quando ele lamber as últimas gotas de água do pote, ponha mais água. Quando ele manifestar interesse em pegar a coleira, leve-o para passear.
– Se você não quiser fazer a atividade relacionada ao sinal produzido pelo cão, diga simplesmente “não”.

Disputas pelo amor do cachorro

Photo credit: nathanmac87 / Foter / CC BY
Photo credit: nathanmac87 / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. 

É de mim que ele mais gosta! Querer ser especial e amado faz parte da natureza humana.  Você já desejou que o seu cão gostasse mais de você do que de alguma outra pessoa?  Se sim, não se acanhe. Disputas pelo amor do bicho de estimação  são comuns, principalmente no caso de cães, por suas demonstrações explícitas de carinho e apego. O ser humano também tem as necessidades dele, e uma é se sentir especial e querido.

Dar comida ao cão sob a mesa; permitir que ele suba na cama enquanto quem não gosta disso está ausente; evitar dar broncas no cão para não magoá-lo – essas são algumas das formas que assumem as disputas não declaradas na guerra pelo amor do animal. Neste artigo, você entenderá os motivos que levam o cão a gostar mais ou gostar menos de uma pessoa e saberá como ganhar o amor dele, sem prejudicá-lo.

Seja amado sem ser egoísta
O animal de estimação depende enormemente de nós. Por isso, temos a responsabilidade de proporcionar a ele uma vida agradável e um tratamento adequado às suas necessidades. Deixar o cão preso num canil durante o dia , em vez de solto com a empregada, para não se apegar a ela, é um gesto de egoísmo praticado por algumas pessoas. Cuidado para não prejudicar seu bicho por ciúmes. Não faça nada que reduza o bem-estar do cão para ele gostar mais de você. Não é justo nos preocuparmos somente conosco!

Predisposição ao apego
Por que os cães se apegam? Essa predisposição é herdada. Para os ancestrais dos cães – os lobos – pertencer a um grupo é essencial para caçar e sobreviver. Apegar-se é a estratégia que mantém juntos os membros de uma alcatéia.

O apego mais vantajoso é aquele que liga o lobo ao exemplar mais dominante do grupo. Afinal, é o líder quem dita as regras, defende os “protegidos” e até permite que se alimentem junto com ele. Não é à toa que os lobos fazem festa para o exemplar dominante, lambendo-o e querendo estar junto dele, mesmo quando tais comportamentos parecem ser ignorados ou desprezados. Exigir que os cães tenham determinados comportamentos e se sujeitem a limites não vai diminuir a predisposição natural deles de gostar de quem lhes dá ordens. Pelo contrário, se o humano tiver características de líder, a atração dos cães por ele pode ser maior. Portanto, a maneira como agirmos com relação aos demais membros da casa e o modo como damos ordens ao cão podem influir no quanto ele gosta de nós.

Cuidado com contra-ordens
Se alguém ordenar ao cão para descer do sofá e se outra pessoa, ao contrário, disser para continuar onde está, ele tenderá a permanecer no sofá e perceberá aquilo como um conflito hierárquico. Se as contra-ordens forem freqüentes, o cão poderá agredir a pessoa cujas atitudes o contrariem, tomando partido de quem defende os interesses dele. É fundamental que o cão tenha a situação hierárquica bem definida, para que se sinta tranqüilo.

Como aumentar o apego do seu bicho por você
O cão relaciona pessoas a acontecimentos causados por elas. O seu cão pode ter você em ótimo conceito se o associar a petiscos deliciosos, a brinquedos novos, a passeios ou a carinhos. Uma única dessas associações já pode fazer efeito estrondoso. Basta ver como há cães que adoram quando o passeador chega para irem passear, mesmo que o profissional não interaja com eles, não brinque e nem demonstre afetividade.

Construa com amor
Para tornar a vida do seu cão mais agradável e deixá-lo psicologicamente mais saudável, faça-o sentir que o líder é você. Essa situação vem da imposição de limites e da exigência de comportamentos específicos. O adestramento por meio de reforços positivos e os esportes, como o agility, são excelentes meios de atingir esse fim. E, se você participar pessoalmente dos treinos, terá a vantagem de a sua presença ser associada pelo cão ao acontecimento agradável de ganhar uma recompensa a cada comportamento correto.

Resumo
– Não prejudique o bem-estar do cão só para ele se apegar mais a você
– Alguns cães se apegam mais facilmente a pessoas que demonstram liderança em suas atitudes
– Evite que pessoas desautorizem você; o grupo deve ser unido
– Petiscos, carinhos e passeios podem aumentar o apego do seu cão por você
– Adestramento por reforços positivos e esportes são maneiras ótimas e saudáveis para ganhar o carinho do cão

Entenda atitudes do cachorro que aparentemente não fazem sentido

Photo credit: Son of Groucho / Foter / CC BY
Photo credit: Son of Groucho / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

O que dizer do cão que insiste em enterrar ossos entre almofadas, mesmo estando num lugar onde jamais seria roubado? Na verdade, ele age assim porque ancestrais que escondiam comida lhe passaram esse instinto, geração após geração. Enquanto outros exemplares menos precavidos eram mais atingidos pela fome, os mais bem nutridos puderam se defender e se reproduzir melhor. Com isso, deixaram mais descendentes e propagaram mais as próprias características genéticas.

Foi a partir desse processo que o naturalista Charles Darwin formulou a teoria da evolução das espécies. Um exemplo clássico é o das girafas, com seu longo pescoço que evoluiu para alcançar as folhas do topo das árvores, alimento não disponível para a maioria das espécies. O lobo macho que briga para cruzar transmite melhor os seus genes. Se o dócil por um lado evita confrontos, por outro deixa de se acasalar. Isso explica por que cães machos costumam brigar entre si – eles são herdeiros dos genes de ancestrais briguentos.

Por que a cadela tem gravidez psicológica?
Algumas cadelas, geralmente após o cio, produzem leite sem ter tido filhotes. É a chamada falsa gravidez. Na vida em alcatéia, somente as lobas dominantes se reproduzem. Para cuidar dos filhotes, elas contam com a ajuda das demais fêmeas. Produzir leite mesmo sem ter engravidado permite à loba não dominante amamentar a ninhada e liberar a dominante para exercer outros papéis, como o de ajudar a defender o grupo e o de trazer alimentos, aumentando a capacidade de sobrevivência de toda a alcatéia.

O que faz o cão rosnar quando chegamos perto da comida dele?
Ao afastar o espertinho pronto a abocanhar um naco adicional de comida, defendendo com agressividade um pedaço de carne da caça recém-abatida, o lobo garante o direito de consumir o alimento em seu poder. Quando alguém se aproxima do prato do cão, ele age por instinto e segue o princípio de seus antepassados – não dar moleza é a melhor estratégia!

Alguns cães não permitem que outros do mesmo grupo brinquem. Por quê?
Uma das habilidades do lobo dominante é impedir que lobos do grupo se unam. Isso evita a possibilidade de ser derrubado do poder por alguns indivíduos que se juntam. Ir até uma dupla que interage mais que o necessário e tentar obrigá-la a parar de brincar, de trocar carinhos ou de lutar, é uma forma de dividir para governar e, assim, garantir a prioridade nos acasalamentos e transmitir os genes responsáveis por esse comportamento.

Por que, quando o dono intervém para separar o cão de uma briga, ele pode atacar ainda mais? 
Ao brigar, o lobo avalia se outros indivíduos no grupo estão a seu lado. Caso se sinta “garantido” por um ou mais companheiros, fica mais corajoso, valente e agressivo. Quando um cão briga, ocorre o mesmo. Ao ver o dono berrar e correr na direção dele, imagina que conseguiu um aliado e passa a atacar o adversário com maior empenho.

Por que o cão precisa tanto de companhia?
O que leva o cão a ser tão dependente de companhia? Os lobos precisam um dos outros para sobreviver. O exemplar solitário não consegue caçar animais muito grandes e enfrenta maiores dificuldades para se proteger do que o enturmado. Portanto, estar sozinho pode significar a morte. Por isso, predominam na reprodução os exemplares mais dependentes de companhia.

Os comportamentos herdados são fixos?
Alguns comportamentos são difíceis de alterar, outros são facílimos. Quando o comportamento instintivo causa problemas, é importante procurar mudar a maneira pré-programada de o cão entender as coisas. E, se ele tiver alguma atitude extremamente perigosa, torna-se fundamental inibi-la, aplicando técnicas comportamentais. Como exemplo podemos citar o ataque canino a uma criança que é confundida com uma presa de caçada. Nesse caso, não devemos ficar nos justificando. É preciso pedir auxilio a um profissional capacitado.

Petiscos e guloseimas: dar ou não dar?

Photo credit: shouldbecleaning / Foter / CC BY
Photo credit: shouldbecleaning / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

É muito gostoso ver o nosso animal de estimação saborear um petisco com satisfação. Mas será que as guloseimas vão deixá-lo mal nutrido ou obeso?

Mais interação, educação, obediência
É surpreendente como a inclusão de recompensas na rotina diária do nosso animal de estimação pode melhorar o convívio com ele. Por exemplo, em vez de se perder um tempão tentando colocar a guia no cão agitado, ansioso por passear, podemos resolver o assunto em alguns segundos. Basta ter uma guloseima numa das mãos para recompensá-lo depois que a guia for posta.

Recurso poderoso, o petisco dado logo após o pet ter se comportado de acordo com o desejado, ajuda a ensinar pequenas rotinas, como vir quando chamado (dá-se o prêmio assim que o animal chegar) e a corrigir maus hábitos, como a excitação exagerada ao receber carinho (o petisco é dado assim que o pet ficar tranqüilo ao ser acariciado).

Em vez de simplesmente oferecer guloseimas ao pet para agradá-lo, faça-o conquistá-las, aproveitando para estimular o bom relacionamento com ele e para deixá-lo motivado. Dar o petisco depois de uma troca de carinhos ou de brincar um pouco com o animal aumenta a interação. Se for um cão ou gato, pode-se aproveitar para treinar e reforçar comandos de obediência. Por exemplo, diga “dá a pata”, mostre onde quer que ele a coloque e dê o petisco quando você for obedecido. De maneira semelhente, praticam-se outros comandos como o “deita” e o “senta”.

Menos tédio e compulsão
Uma possibilidade oferecida pelas guloseimas é a de proporcionar exercício ao cão ou gato, estimulando também o faro e a visão. Escondem-se alguns petiscos em diferentes lugares e o animal sai à procura. É uma simulação da caça, atividade que ocupava grande parte do dia dos ancestrais dos nossos pets, na qual todos os sentidos precisavam ser usados. Com o fim das caçadas, depois que os animais de estimação passaram a receber as refeições servidas por humanos, a falta do que fazer tornou-se uma grande causa de tédio e sedentarismo e das suas conseqüências, como a compulsão e a depressão. Proporcionar atividades ajuda a combater esses males, responsáveis por objetos destruídos dentro de casa, por salas desarrumadas e por buracos no jardim, entre outros problemas.

Petiscos à mão na hora certa
Para não perder oportunidades de recompensar o pet no momento certo, mantenha petiscos em pequenos recipientes, em locais estratégicos e fora do alcance dos animais e das crianças. Se o cão estiver sendo treinado a não pular nas visitas, por exemplo, ponha um desses recipientes perto da porta de entrada. Mas fique esperto. Não satisfaça a vontade do cão que late ou do gato que mia chamando a atenção para o recipiente, se você não quiser que sempre que seu amigo de quatro patas desejar um petisco repita aquele comportamento. Em casos assim, repreenda o animal.

De olho na obesidade
O petisco com formulação balanceada e fabricado especialemtne para o pet pode até substituir em parte a ração. Converse com o veterinário sobre isso. Se o animal estiver obeso, é importante rever a alimentação dele como um todo, inclusive o tipo de petisco dado e a quantidade. Para o consumo ser controlado com precisão, reabasteça os recipientes espalhados pela casa uma vez por semana e mantenha o estoque restante em outro local.

Resumo
1. Petiscos e guloseimas podem ajudar na educação do cão e proporcionar etímulos físicos e psicológicos, se utilizados corretamente
2. Recompense o cão somente quando ele fizer algo que você queira.
3. Distribua pela casa os petiscos em recipientes colocados em locais estratégicos.
4. Crie dificuldades para o cão sentir que conquistou as recompensas
5. Esconda alguns petiscos pela casa e estimule seu cão a encontrá-los.
6. Cuidado para não prejudicar a nutrição do animal. Petiscos devem ser balanceados e a quantidade oferecida precisa ser controlada.

Cão estressado? Saiba como lidar com esse problema!

Você sabia que o estresse não é um comportamento exclusivo dos humanos? Sim, isso mesmo. O problema também pode acometer os pets.

O coração fica acelerado, a frequência respiratória aumenta e há a liberação de hormônios na corrente sanguínea, promovendo alterações fisiológicas e comportamentais. Caso isso aconteça, o cão poderá apresentar sintomas como não se alimentar corretamente, ter comportamentos repetitivos e sintomas de compulsão.

Testando com petisco

Você pode observar a mudança de comportamento do pet através de petiscos, por exemplo. Se ele aceitar a guloseima em determinada situação, é porque não está estressado. Se a recusar, é provável que esteja.

Como tratar?

Por meio de terapia comportamental, o cão pode aprender a tolerar com naturalidade situações muito estressantes para ele, como ficar em casa sozinho, ouvir barulhos de fogos, ir passear no parque com outras pessoas e animais, etc. Cães mais sensíveis devem ter um tratamento mais cuidadoso do que os mais corajosos, diante das mesmas situações.

Usando o laser na comunicação com o cachorro

Photo credit: elisa416 / Foter / CC BY-ND
Photo credit: elisa416 / Foter / CC BY-ND

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Desde pequeno, Oliver, um cãozinho da raça Teckel, não atendia a chamados e nem parecia ligar para qualquer tipo de bronca. Seus donos experimentaram de tudo para educá-lo. Na tentativa de reprimi-lo, foram instruídos a mudar o tom de voz, a bater um jornal no chão, a gritar, mas nada adiantava. Oliver simplesmente abanava o rabo enquanto os familiares berravam com ele por ter feito coisa errada.

Cansada de ser ignorada por Oliver, Marina, a proprietária, resolveu tentar descobrir o que estava acontecendo. Levou-o a uma consulta com o veterinário e tudo ficou claro: o cão era completamente surdo.

Depois do susto causado pela notícia – ninguém na família imaginava que o problema estivesse relacionado à audição de Oliver – veio a pergunta: como educá-lo, já que não ouvia?

Havia a possibilidade de adotar a comunicação por gestos, mas isso só funcionaria quando Oliver estivesse olhando para quem pretendesse lhe dar comando, recurso insuficiente para educar um cão. Era exatamente quando estivesse entretido com uma peraltice ou se distraindo depois de fazer arte que Oliver deveria perceber a intervenção humana por meio de uma bronca, para deixar de repetir a má-criação no futuro.

Criando um novo sistema de sinais

Para obter comunicação eficiente com o cão sem o uso de mensagens sonoras, imaginamos adotar dois sinais luminosos. Um era a bolinha vermelha produzida pelas canetinhas a laser, para chamar a atenção do cão bem como direcioná-lo para lugares específicos. O outro consistia em piscar a luz branca de lanterna comum e associar o sinal ao significado repreensivo do “não”.

Para alegria geral, Oliver aprendeu em apenas cerca de 20 minutos a reagir às luzes. Púnhamos um petisco no chão, sem que ele visse, e movimentávamos a bolinha luminosa para conduzi-lo ao lugar onde estava o alimento, o qual funcionava como prêmio para estimular o cumprimento da missão. O “vem” foi treinado facilmente. Bastava apontar o laser para um local visível por Oliver e trazer o cão até nós pela bolinha luminosa. Assim que ele se aproximava, era recompensado com petisco.

Para relacionar a piscada de luz branca com o “não”, colocamos um prato em local acessível para Oliver e, quando ele vinha “roubar” a comida, o impedíamos e piscávamos a lanterna, ao mesmo tempo em que borrifávamos água na cara dele. A frustração de Oliver por não conseguir pegar a comida e o desconforto físico causado pela água provocaram o resultado desejado e a associação deu certo. Para Oliver desistir da idéia de “roubar”, passou a ser suficiente piscar a luz da lanterna quando ele se aproximava da comida.

Com a ajuda dos sinais luminosos, Oliver e seus donos vão aprender a se comunicar cada vez melhor e, quem sabe, inspirar outros donos de cães a fazer o mesmo.

Possibilidades do laser

As dicas aqui apresentadas podem ser aproveitadas com cães em geral, com ou sem problemas auditivos, e são adequadas para adoção por pessoas mudas. O laser permite também criar possibilidades como apontar com precisão objetos para ensinar o cão a buscá-los e treinar cães de guarda a vistoriar lugares indicados pela bolinha de luz.

Alguns cuidados com o laser

Vale lembrar que a bolinha vermelha produzida pelo laser pode deixar o cão “maluco”, tentando caçá-la. Quando isso acontecer, evite mover a luz rápido demais para estimular ainda mais a tentativa de caça, o que pode deixar o cão excitado demais e faze-lo perder a concentração, atrapalhando o aprendizado de comandos como o “busca” e o “vem”. Outro cuidado é não direcionar o laser para os olhos do cão, para não haver risco de prejudicar a visão dele.

Resumo das dicas

  1. O uso de sinais luminosos permite melhorar a comunicação com o cão. Canetinhas a laser são ótimas para apontar locais e objetos.
  2. A má-criação do seu cão pode estar associada a deficiências auditivas.
  3. Para ensinar o cão a seguir a luz do laser, esconda petiscos e aponte-os com a bolinha luminosa.
  4. Nunca direcione o laser para o olho do cão.
  5. Evite movimentos bruscos com o laser se o cão estiver tentando caçar a bolinha de luz.

Como fazer seu cachorro gostar de ir ao veterinário

Photo credit: LeahLikesLemon / Foter / CC BY
Photo credit: LeahLikesLemon / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Muitos cães morrem de medo de ir ao veterinário. Ao verem o profissional se aproximar ou ao entrarem na sala dele, colocam a cauda entre as pernas, tremem ou mostram agressividade. Resultado: todos se estressam – o cão, o proprietário e o veterinário. A qualidade do exame é comprometida diante da dificuldade de avaliar o cão aflito e, ao mesmo tempo, tentar controlá-lo. De tão traumática a experiência, o cão pode mudar de comportamento para sempre. A boa notícia é que existem diversas técnicas capazes de tornar as consultas mais agradáveis ou, no mínimo, menos traumáticas. Também dá para amenizar a sensação de dor durante os tratamentos, o que é especialmente importante para os filhotes, já que um trauma pode torná-los desconfiados e agressivos quando adultos.

Basta uma experiência para traumatizar

Muitas pessoas acreditam que os cães só aprendem por meio de repetições e que, portanto, a experiência dolorosa será esquecida se não ocorrer várias vezes. É verdade que grande parte dos aprendizados caninos necessita de um bom número de repetições para acontecer, mas nem sempre. Há experiências que depois de vivenciadas uma única vez já ficam registradas. Portanto, não subestime a importância de evitar traumas no cão que vai ao veterinário.

O medo pode aumentar a dor

Acalmar o cão nas consultas é uma estratégia importante. Quanto mais aflito e tenso estiver, maior será a chance de se assustar e ficar traumatizado. Um cão que se apavora sente muito mais dor. Até um procedimento simples, como o da vacinação, pode se tornar um evento terrível para eles.

Acostume o cão aos procedimentos

A melhor maneira de manter o cão tranqüilo durante o tratamento é acostumá-lo ao veterinário e a ser manejado durante as consultas.

Na primeira visita dele à clínica, habitue-o ao novo ambiente e ao veterinário. Para que permaneça calmo, deixe-o com os brinquedos preferidos e proporcione momentos agradáveis, oferecendo carinhos e petiscos. Peça ao veterinário para participar, brincando com o cão e dando também petiscos a ele.

Quanto aos procedimentos médicos, o melhor é simulá-los antecipadamente, de maneira gradativa. O treino pode ser feito no início da própria consulta – não costuma levar mais de 10 minutos. A simulação deve ser a mais parecida possível ao que acontece na realidade. Se o objetivo for vacinar o cão, por exemplo, contenha-o firmemente e simule uma picadinha de agulha com uma chave ou tampinha de caneta.

A cada simulação, procure recompensar o cão com algo agradável, como petiscos e elogios. Alguns cães treinados dessa maneira chegam a lamber os beiços quando vêem uma seringa. Só se passa para a próxima etapa do treino depois de o cão aceitar com tranqüilidade aquela na qual está sendo exercitado.

Outra prática útil para ajudar o cão a se adaptar às consultas é acostumá-lo, no dia-a-dia, a determinadas situações. Ter o hábito de ser massageado evita sustos ao ser apalpado pelo veterinário. Brincar em casa sobre superfícies lisas ajuda a não estranhar a mesa metálica da clínica.

No desconforto, redirecione a atenção

Quando um procedimento incômodo estiver em andamento, procure distrair o cão. Quanto menos atenção ele prestar ao desconforto, menos será a sensação de dor. Uma maneira de conseguir isso é brincar com um petisco, deixando o cão abocanhá-lo de vez em quando.

Não reforce a agressividade

Um erro comum é subestimar a reação do cão aos exames. O certo é contê-lo com firmeza nesses momentos. Até um exemplar dócil pode morder se ficar assustado ou com dor. E, se ele tiver sucesso ao tentar se desvencilhar ou assustar e ameaçar a pessoa que se aproximou, aprenderá a repetir tais comportamentos. Não permita, portanto, que ele tenha êxito nessas tentativas.

Resumo das dicas

  1. Associe coisas agradáveis (petiscos, brincadeira, carinho) a todo procedimento que possa ser desagradável ou assustador ao cão.
  2. Procure dessensibilizá-lo aos procedimentos veterinários.
  3. Acostume-o a ser contido firmemente.
  4. Tome as precauções necessárias para evitar que o cão controle a situação.

O bebê vem aí… Saiba como preparar o cachorro

Photo credit: donnierayjones / Foter / CC BY
Photo credit: donnierayjones / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. 

O cachorro pode sofrer com a vinda de um bebê

É normal um bebê atrair boa parte das atenções que antes eram destinadas ao cão. Os cães frequentemente fazem a associação da perda de atenção e carinho com a chegada do recém-nascido e isso pode ser motivo de não gostarem da criança. Mesmo que não ocorra a associação, se o cão sentir que o interesse por ele diminuiu bruscamente, poderá ficar inseguro e ansioso e desenvolver algum problema de comportamento. Veja como agir diante de uma situação como essa, para tudo correr bem.

O ideal é começar a preparar o cão antes de o neném chegar

Procure prever as mudanças que ocorrerão com a chegada da criança e tente adaptar o cão a elas, gradativamente. Alterações radicais costumam ser as mais estressantes. Um animal social como o cão pode temer ser expulso por causa da chegada de um novo indivíduo no grupo, pois depende dos companheiros para sobreviver. Por isso, o cachorro costuma se manter muito atento, observando como os outros agem e como fica a situação dele à medida que novos fatos acontecem. Reduzir gradualmente a atenção, o carinho e o espaço físico é a melhor maneira de o cão se adaptar bem, porque lhe permite perceber que continua a ser amado por quem sempre cuidou dele e, portanto, a sua posição de membro do grupo continua garantida.

Espaço físico e atenção

Se o cão não vai poder entrar num quarto depois de o local ser ocupado pelo neném, é preferível pôr em prática a proibição algumas semanas antes. Evita-se assim a associação da presença do novo membro da família com a perda do espaço.

É quase impossível que, com a vinda do recém-nascido, o casal continue a dar ao cão a mesma atenção de antes. Para que essa aparente redução de interesse não seja associada ao bebê, acostume o cão a nem sempre receber atenção – procure ignorar algumas das tentativas dele para conseguir carinho. Assim, ele aprenderá a lidar com a frustração e ficará menos ansioso quando não conseguir obter carinho de alguém entretido com o neném.

Associe o bebê a coisas boas

Além de evitar as associações negativas, é possível estimular o cão a gostar do bebê mostrando como pode ser prazeroso e interessante ter um neném nas redondezas.

O cão terá todos os motivos para não apreciar a criança se perceber que, quando ela está por perto, o casal o ignora por completo e se somente receber atenção na ausência do bebê – cenas, aliás, bastante comuns. Pior é quando as pessoas que estão com a criança gritam com o cão para ele não chegar perto.

A idéia é fazer exatamente o oposto. Na presença da criança, sempre procure dar petiscos, carinho e atenção ao cão. Em pouco tempo, ele perceberá que essa proximidade significa coisas legais. Em vez de ficar enciumado, se entreterá com guloseimas ou com o que de bom acontecer e passará a gostar de ter o bebê por perto. Os agrados ao cão e os petiscos podem ser dados por uma pessoa, enquanto outra segura o bebê, sem problemas. O importante é algo agradável ocorrer sempre que o bebê estiver por perto.

Associar o cheiro da criança com coisas boas aumenta as chances de o cão, ao se encontrar com ela, considerá-la parte da “matilha” em vez de um estranho, negativo ou perigoso. Esfregue alguns panos no bebê e coloque-os em locais estratégicos, agradáveis para o cão, como embaixo do prato de comida dele e nos locais onde ele gosta de cochilar. Assim, enquanto come e dorme, o cão sente cheiro do neném.

Resumo das dicas

  1. Evite mudanças bruscas na vida de seu cão. Antecipe as mudanças e torne-os gradativas.
  2. Associe o neném com coisas interessantes para o cão. Dê-lhe petiscos e atenção quando estiver com o bebê no colo ou por perto.
  3. Coloque panos com o cheiro do neném embaixo do prato de comida de seu cão e nos locais onde ele gosta de dormir e relaxar.

Ataques de cachorros e a lei

Photo credit: warriorwoman531 / Foter / CC BY-ND
Photo credit: warriorwoman531 / Foter / CC BY-ND

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Grande parte da população fica chocada ao tomar conhecimento dos ataques de cães divulgados pela mídia e passa a exigir medidas dos governantes para prevenir tais atrocidades e punir os responsáveis. Muitos desses casos resultam em ferimentos graves ou na morte de pessoas que simplesmente andavam pela rua.

Mas afinal, quem são os responsáveis? É gente que maltrata seus cães, os quais passam a atacar? São raças agressivas que não deveriam existir? Ou são criadores que vendem um cão de guarda para quem não tem habilidade para educá-lo corretamente? Vários “culpados” já foram nomeados. Até os adestradores não escaparam.

Se um projeto de lei é feito após a divulgação de alguns acidentes envolvendo determinada raça de cão, esta, quase que com certeza, estará na lista das raças que deverão ser exterminadas.

A busca por um culpado, sem antes fazer uma análise detalhada do problema e dos dados, acaba gerando soluções preconceituosas. Acalma-se a população, mas o problema não é resolvido de forma eficiente e correta. Soluções preconceituosas costumam ser resultado de simplificação por falta de conhecimento.

Nos casos dos acidentes com cães, a questão é grave e complexa. A maioria dos projetos de lei apresentados possui diversas falhas já comprovadas em outros países e assinaladas pela maioria dos especialistas em comportamento. Os erros seriam facilmente detectados e corrigidos se houvesse o envolvimento de um especialista no assunto. Para exemplificar, analiso no quadro a problemática relativa à exterminação de algumas raças consideradas perigosas, apontada por muitos como solução para o problema.

Estamos repetindo o erro de outros

Embora as dificuldades citadas no quadro existam e já tenham sido constatadas por especialistas do mundo todo e comprovadas por muitas pessoas, grande parte dos projetos de lei continua focando o extermínio de raças como solução simples para os ataques de cães.

Os proprietários precisam ser responsabilizados e educados

As condutas mais eficientes são aquelas que visam a educar e responsabilizar os proprietários de cães, civilmente e criminalmente. Em determinados aspectos, poderíamos considerar a posse de um cão de porte médio ou grande como equivalente à de um automóvel. Para dirigir o veículo é necessário ter condições físicas, psíquicas e conhecimentos sobre leis. Por isso, para obter carteira de motorista é preciso estudar os automóveis e adquirir conhecimentos sobre eles.

Por que nenhum conhecimento é exigido do futuro proprietário de cão com potencial para matar pessoas? Muita gente, ao adquirir um cão, acha que basta tratá-lo com amor e carinho para ele não se tornar agressivo. E fica surpresa quando ocorre o primeiro acidente! Se um motorista dirige de maneira imprudente, pode ser multado ou até perder o direito de dirigir. É dessa maneira que acidentes futuros são evitados.

Grande parte dos casos envolvendo cães ocorre após numerosas imprudências de seus proprietários. Um dos exemplos mais comuns é o do cão que sai para a rua quando o portão é aberto para o carro passar. Mais cedo ou mais tarde, um pedestre poderá ser atacado. Imagine, também, o perigo de deixar uma criança passear com um Dogue Alemão agressivo! Instituir uma carteira para o dono de cão potencialmente perigoso seria uma maneira de educá-lo sobre suas responsabilidades. Para obtê-la, a pessoa deveria comprovar que sabe agir prudentemente, de modo a evitar que seu cão se envolva em casos de agressão.

Problemática dos projetos de extermínio de raças caninas           

Nenhuma raça canina está livre de ter entre seus elementos alguns agressivos

A variabilidade de comportamento é muito grande em cada raça de cão, sendo que existem indivíduos extremamente mansos em raças consideradas agressivas e indivíduos extremamente agressivos em raças consideradas mansas. Se formos eliminando as raças a partir de alguns acidentes, com o tempo todas as raças serão exterminadas.

Em qualquer raça podem surgir, em alguns anos, linhagens agressivas

No prazo de poucas gerações dá para tornar uma raça mais agressiva. Basta selecionar indivíduos um pouco mais agressivos e acasalá-los. Se existir demanda por cães agressivos, de nada adiantará proibir raças caninas apenas com base na aparência.

Policiais terão dificuldade em punir os infratores

Há variações sutis entre algumas raças. Diante do policial, o proprietário pode sempre alegar que o cão dele é de outra raça. Quantas pessoas saberiam diferenciar um Pit Bull de um Staffordshire? Os policiais precisarão se tornar especialista em raças caninas.

Surgirão novas raças formadas pelo cruzamento entre raças

A mistura entre cães ditos perigosos não se enquadra numa lei que especifica raças, embora a periculosidade possa ser a mesma.

Malcriação com visitas

Photo credit: hello yoshi / Foter / CC BY-ND
Photo credit: hello yoshi / Foter / CC BY-ND

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Quando chega visita em casa, seu cachorro salta para cima da pessoa, com as patas sujas de barro? Não dá sossego, pula no colo, morde a mão que tenta lhe fazer um carinho, late sem parar ou, pior, usa a perna das pessoas para esboçar atos sexuais? Ou tem o hábito de regar o tapete da sala com uma bela esguichada de xixi?

Essas atitudes fazem parte do repertório comportamental de cães nada bem-educados quando na presença de estranhos. São cachorros que associam a visita com entretenimento, oportunidade de aprontar, ou simplesmente querem chamar a atenção, por se sentirem enciumados ou ignorados.

Muitos donos não entendem por que o cão, muitas vezes comportado, se transforma no diabo-da-tasmânia quando chega estranho em casa. É importante observar que ele entende o contexto do que acontece. No dia-a-dia, quando seu cão apronta, você constata o flagrante e já lhe dá uma boa bronca, mas, diante da visita, fica chato soltar aquele berro costumeiro. Aí, pronto! O cachorro percebe que a bronca não vem e transforma esses momentos em ótimas oportunidades para aprontar!

Muitas pessoas conseguem resolver tais problemas sem lançar mão de punições. Há métodos inteligentes e muito eficientes que oferecem alternativas de comportamento para o seu cão, o que não quer dizer que a punição nunca seja necessária.

Em primeiro lugar, você deve ensiná-lo a se comportar bem com você e as demais pessoas da casa para ser bem-sucedido diante das visitas. Não se iluda achando que seu cão ficará obediente durante uma ceia especial se ele costuma latir todos os dias durante o jantar, ou que ele não vá pular e sujar as visitas de barro se é assim que ele recebe você diariamente.

Temos de entender que, quando os cães apresentam determinados comportamentos, eles não querem nos irritar, apenas chamar a atenção.

Um bom truque é escolher um brinquedo que pertença ao seu cão e, sempre que ele tentar chamar a sua atenção com esse brinquedo, pare o que estiver fazendo, corra atrás dele, brinque ou chame-o pelo nome, inclusive quando você estiver recebendo visitas.

Assim, quando ele estiver carente, querendo atenção e carinho, irá brincar ou destruir o tal brinquedo, e não atacar móveis ou almofadas.

Antes que o cão venha urinar ou defecar dentro de casa na presença de visitas, a dica é, assim que perceber suas atitudes, recompensá-lo com atenção e petiscos. Apesar de ser obrigado a deixar a visita sozinha para dar a recompensa ao bicho, você não terá de enxugar o tapete da sala nem pedir desculpas pelo mau cheiro.

Agora, o que fazer quando o cão tenta copular com a perna da visita? Nesse caso, a ação deve ser impedida exatamente no momento em que começa, já que cada segundo que passa o cachorro estará sendo recompensado pelo próprio prazer gerado pela atividade. O simples fato de seu cachorro ser interrompido de forma brusca, e no instante exato em que iniciar “aquela atividade”, já cria grandes chances de resolver o problema.

Espirrar água

Em caso de insistência do cão, e ele não largar a perna da visita, espirrar água na cara dele (cuidado para não atingir os ouvidos), pode ser uma saída mais imediata e refrescante. Porém, lembre-se de não fazer isso em tom de brincadeira, pois em pouco tempo ele vai adorar e querer repeteco.

Misturar substâncias amargas à água para aumentar a eficiência da bronca. Nesse caso, é melhor consultar o veterinário sobre o que usar, para não provocar alergia. As mais inofensivas são a citronela (pura, sem óleo) e alguns produtos amargos não-tóxicos.

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