Guia de viagem de avião com o pet

Photo credit: Dallas Krentzel / Foter / CC BY
Photo credit: Dallas Krentzel / Foter / CC BY

O ano está chegando ao fim, mas alguns feriados ainda estão por vir. Alguns donos planejam viagens para a toda a família, o que inclui, muitas vezes, o animalzinho de estimação.

Muitas dúvidas surgem quando o meio utilizado é o avião. O que preciso providenciar? A viagem será tranquila para o pet? Planejar tudo isso pode ser um tanto estressante, então, para ajudá-lo, separamos algumas dicas da adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão, Malu Araújo.

1º passo

Depois de decidir o destino da viagem, o indicado é procurar um médico veterinário. O profissional poderá te informar sobre toda a documentação necessária, que varia de acordo com cada destino, mas que consiste basicamente em carteira de vacinação, atestado de saúde, entre outros.

“O ideal é fazer a visita ao veterinário pelo menos 10 dias antes da viagem, para ter certeza de que o seu animal não tem nenhum problema de saúde”, explica a adestradora.

Ao escolher a companhia aérea, atente-se às regras com relação ao transporte de animais que a empresa apresenta. Esse tipo de informação pode ser encontrado facilmente nos sites das empresas.

2º passo

Escolher a caixa de transporte! “Nesse momento, é preciso levar em consideração o tamanho do animal, pois a caixa de transporte deve ser grande o suficiente para que ele possa ficar de pé e dar uma volta ao redor de si mesmo”, orienta Malu. “Tenha certeza de que a portinha é segura e que as travas funcionam e, por precaução, adicione uma trava extra”, completa. Não se esqueça de colocar um bebedouro acoplado à portinha da caixa, para que o seu bichinho tenha como matar a sede durante o passeio de avião.

Depois dessa etapa, cabe ao dono acostumar o animal a ficar dentro da caixinha. “Incentive o pet a entrar na caixa, porém, mantenha a porta aberta, para que ele possa sair quando quiser. Utilize brinquedos e petiscos para que ele associe estar dentro desse local com coisas boas”, explica a adestradora. “Só quando ele começar a entrar e ficar lá dentro por vontade própria, comece a fechar a portinha”, acrescenta.

Se a viagem for muito longa, procure acostumar o seu mascote a dormir dentro da caixa. Lembre-se sempre de que o máximo de tempo que um pet pode ficar dentro na caixa de transporte é de oito horas. “É importante que você faça com que ele se familiarize com a caixa, por isso, esse treino deve começar com algum tempo de antecedência à viagem para que, quando chegar o dia, o animal já esteja completamente à vontade com o espaço e com o fato de ficar ali dentro por algum tempo”, esclarece a adestradora.

3º passo

Antes do dia da viagem, procure acostumar o animal às circunstâncias as quais ele será submetido, como, por exemplo, o barulho da área de embarque, a movimentação etc. “Faça uma simulação antes do dia da viagem. O carrinho que transporta a caixa de transporte dele chacoalha, por isso, quando ele estiver dentro da caixinha dele, dê uma chacoalhada suave para que ele se acostume ao movimento”, orienta Malu. “Levar o animal em um centro comercial, para acostumá-lo aos movimentos e barulhos, por exemplo, é um ótimo treino. Usar o secador para simular o barulho da turbina do avião também é uma boa maneira de fazer o seu mascote se acostumar ao barulho” (é importante se lembrar de apontar o jato de ar quente para longe do animal).

O que não pode faltar na mala do pet?

• A ração que o seu pet está acostumado a comer, em quantidade suficiente para os dias da viagem.

• Algum objeto que faça o cachorro lembrar da própria casa, para que ele fique tranquilo.

• Potinhos de ração e água.

• Carteirinha de vacinação e atestado do médico veterinário.

• Coleira com plaquinha de identificação e número do dono.

• Coloque um adesivo com seu nome, número e endereço na caixinha de transporte do seu bichinho para que, caso algo aconteça, você possa ser contatado facilmente.

Novo filhote em casa, o que o cão mais velho está sentindo?

Photo credit: sⓘndy° / Foter / CC BY-SA
Photo credit: sⓘndy° / Foter / CC BY-SA

Muitas pessoas ignoram a importância de uma boa apresentação de um cão a outro, especialmente quando um filhotinho chega numa casa onde já reside outro peludo. Se o primeiro contato de ambos gerar reações agressivas ou mesmo uma briga e investida do mais velho (o que representa perigo para o filhote), a relação entre os cães pode ser comprometida ao longo de suas vidas, gerando até situações de perigo constante.

A primeira dica para uma aproximação adequada é providenciar para que o primeiro contato se dê em um local neutro. Pode ser na rua, em um parque ou praça, de preferência sem muito barulho ao redor. Lembrando que o filhote em fase de vacinação não deve ter acesso ao chão, mas pode estar no colo de um dos membros da família, enquanto outra pessoa caminha com o mais velho na guia, fazendo um passeio divertido e estimulante!

Depois que todos entrarem juntos em casa, a aproximação deve ocorrer aos poucos, iniciando-se com uma boa distância entre os cães. Importante lembrar que um cão mais velho pode não tolerar as brincadeiras efusivas de um filhote, especialmente dentro do seu ambiente. Por isso, é muito importante controlar o filhote, não permitindo que ele chegue abruptamente perto do mais velho, nem que pule e morda o novo amigo.

É preciso estar bem atento às reações dos peludos, especialmente o mais velho. Sinais como encarar o outro fixamente, pelos do pescoço eriçados, cauda ereta e imóvel podem significar desconforto, e a distância entre eles deve ser aumentada.

Deve-se, por outro lado, valorizar os comportamentos desejados e esperados para essa situação: se o cão, mesmo já tendo visto o outro, se mantiver em uma posição relaxada, ele deve ser elogiado e bastante recompensado, de preferência com algo que ele aprecie muito!

O objetivo é que a aproximação ocorra aos poucos, sempre observando as reações de ambos os cães, que devem ser tranquilas e despreocupadas para que se saiba em que ponto avançar. Isso pode levar alguns minutos ou até dias, e é muito importante ter paciência e manter a supervisão: isso garantirá anos de tranquilidade aos peludos e, possivelmente, até uma verdadeira amizade!

Mesmo com uma aproximação cuidadosa, o cão mais velho pode dar sinais de que a presença do filhote está sendo desagradável. Isso é relativamente comum e pode levar algum tempo para que ele se acostume ao novo membro da família. O que o mais velho pode estar sentindo? Possivelmente, pode estar inseguro e até estressado pela mudança na rotina, em razão da chegada do filhote. Podem ocorrer, inclusive, comportamentos parecidos com ciúmes, especialmente quando o filhote estiver por perto.

Nesse sentido, é importante dar muita atenção ao cão mais velho quando o filhote está presente no mesmo ambiente. Assim, ele associará a presença do pequeno a algo importante a ele: atenção do tutor. Infelizmente, muitas pessoas costumam brigar com o mais velho, não entendendo o motivo dele ainda não querer “fazer amizade com um filhote tão lindo”. Mas essa é uma interpretação humana, não aplicável ao início de relacionamento entre dois cães.

No início, o cão mais antigo da casa pode dar sinais de que não gosta do filhote, evitando-o a todo momento, escondendo-se em locais inacessíveis ao pequeno. Mas essa situação tende a mudar, especialmente se forem feitas associações positivas entre os dois sempre que estiverem juntos, por meio de brincadeiras, recompensas e atenção.

De qualquer forma, é importante observar se os comportamentos habituais do cão mais velho mudaram muito e estão perdurando, como, por exemplo, perder o apetite, não brincar mais, estar sempre escondido. Ele pode estar estressado a ponto de não valorizar mais atividades que antes faziam parte de sua rotina e pode até desenvolver problemas de saúde. Nesse caso, os treinos de associações positivas devem ser intensificados e as interações devem ser sempre controladas, especialmente com o filhote, garantindo que tudo que é importante e valioso para o mais velho seja mantido.

Se o mais velho sempre associar a presença do filhote a mais atenção, interação, brincadeiras e recompensas, e não à perda de recursos que eram importantes a ele, provavelmente logo vai interagir de forma tranquila com o novo companheiro.

Aliás, quando os dois começarem a interagir efetivamente, podem começar aquelas brincadeiras mais barulhentas, com alguns rosnados e latidos, batendo as patinhas no chão. E como saber se estão brincando ou brigando? As posturas corporais de uma brincadeira são mais relaxadas, geralmente eles rolam no chão, batem a pata um no outro, nenhum dos dois tenta escapar. Já em uma briga, nota-se facilmente que a interação não está agradável: o corpo se mantém rígido, o animal não baixa a guarda nunca e tenta fugir.

Sendo brincadeira ou briga, é preciso tomar muito cuidado, pois, se houver diferença de força e tamanho entre eles, podem ocorrer acidentes que geram machucados. Por isso, a supervisão e o controle dessas interações é muito importante, especialmente no início.

Lembre-se que é preciso sempre respeitar o tempo deles. Não é possível precisar quanto tempo seria preciso insistir nas associações positivas e no controle. Cada cão é um indivíduo com um temperamento característico, criado de forma diferente e todos esses fatores influenciam no tempo que a adaptação pode demorar. É justamente aí que surge aquela dúvida: será que é melhor devolver o filhote? Esta questão é extremamente difícil de ser respondida, pois, em alguns casos, a adaptação é muito rápida, mas, em outros, pode até parecer impossível. Assim, o mais importante é verificar se ao menos pequenos progressos estão ocorrendo, se no dia a dia o bem-estar de ambos está sendo garantido, para verificar a perspectiva de sucesso e alegrias nesse relacionamento.

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Fonte: BitCão.

Dúvida: como agir com cães medrosos?

Photo credit: iadk / Foter / CC BY-SA
Photo credit: iadk / Foter / CC BY-SA

Por Carol Fraga, adestradora da equipe Cão Cidadão.

“Nossa cadela Karina é uma Border Colie muito querida. Nossa preocupação com ela é que tem pavor a fogos, trovoadas e início de temporal. Fica tão estressada querendo invadir a casa. Sabemos que ela está sofrendo. Quando compramos ela, com 45 dias, parecia normal, e nunca passou por medo aqui em casa. Tem alguma coisa que poderíamos fazer sobre esse sintoma? Aguardo ansiosa sua resposta. Um brande abraço.” – Simeão Sanches, dono da Karina, de 7 anos e 7 meses.

“Ele, quando passa carros, motos e até pessoas, late muito. Cachorros ou cadelas, nunca mordeu ninguém, mas tem esse comportamento, que não consegui ainda ver uma forma de repreender. Adotei uma cachorra de 5 anos, para ver se ele melhora, convivendo bem com ela, a Lillica, pode até ver no meu facebook. Ele só falta falar sabe, tudo ensinei. Sempre digo “não faz isso”, “sem auauau” e ele até para, e me olha. Mas está difícil. Será que, com a idade dele, tenho como adestrar esse problema?” – Berenice Vieira Dettmer, dono do Toky, de 11 anos.

“O Marley, meu filhote de nove meses, não gosta de tomar banho… ele pula, dá cambalhota e quer morder! Levamos ao petshop para ele tomar banho e a veterinária teve que dar remédio para ele se acalmar, e só assim, conseguiu dar banho nele! O que posso fazer?” – Márcia Chiara da Silva Costa, dona da Marley, de 9 meses.

Olá Simeão, Berenice e Márcia, tudo bem? O tema que vamos abordar hoje é, com certeza, um dos mais delicados e abrangentes do comportamento animal: o medo. O medo aparece, às vezes, de maneira muito sutil, quando o cão tenta simplesmente evitar uma situação, da maneira mais comum, quando o cão se encolhe em algum canto da casa, com o rabo entre as pernas, ou da maneira mais extrema, que é rosnando ou até mesmo mordendo pessoas, os próprios donos ou outros cães.

Ao contrário do que muita gente pensa, o medo não precisa estar obrigatoriamente relacionado a um evento ruim. Para ter medo de cães, por exemplo, um cão não precisa ter sido atacado, ou se ele tem medo de vassoura, não quer dizer que ele tenha apanhado com uma. É claro que, se de fato algo ruim acontece, pode sim gerar um trauma, mas, esse não é o único motivo para um cão ter medo de alguma coisa.

Na maioria das vezes, a causa do medo é o desconhecido. Isso mesmo, medo do desconhecido. Até para nós, humanos, nem sempre é fácil lidar com o desconhecido, não é verdade? Por isso, é bastante comum que os cães mais sensíveis tenham medo de fogos, de trovões, de motos, de caminhões, de ônibus e de barulhos em geral. Os peludos não entendem qual a origem desses sons e os interpretam como ameaça. E nessa situação, instintivamente, eles recorrerão a duas alternativas: fuga ou ataque. Ou seja, ao ser exposto a esse determinado estímulo, alguns tentarão fugir, outros poderão empacar durante o passeio, outros latirão muito ou até tentarão morder o ‘objeto’ do medo.

O mesmo acontece com os cães que têm medo de pessoas desconhecidas, visitas, outros cães, de tomar banho, visitar o veterinário, andar de carro etc. Tanto a fuga como o ataque são reações normais, nas quais os cães estão demonstrando que estão inseguros e não sabem como reagir nesses momentos!

A razão para tudo isso é que, provavelmente, esses cães não tiveram um bom período de socialização, que é quando o animal tem de dois a três meses e meio de idade, e deve ser exposto, de maneira gradual e positiva, aos estímulos aos quais os mascotes serão expostos durante a vida. Mas nem tudo está perdido! Agora que você já sabe porque seu melhor amigo tem esse tipo de reação, comece já a treiná-lo!

A socialização tardia é, sim, mais difícil, pois o cão, depois desse período, já se preocupa bem mais com a sua sobrevivência, mas não quer dizer que essa situação não possa ser revertida. Você vai precisar de sensibilidade e dedicação, mas, ao final, valerá a pena. Depois de identificar o que deixa seu cão desconfortável, a ideia é diminuir esse estímulo, apresentar aquilo que o incomoda de forma gradual, fazendo uma associação positiva.
É importante encontrar o ponto que demonstre que ele ainda não está no limite. Por exemplo, verifique a qual distância ele ainda não reage a outros cães, ou no caso dos sons, tente reproduzir de maneira abafada, em um cômodo distante da casa. Se ele reagir bem, recompense-o, fazendo bastante festa, elogie, ofereça um petisco ou seu brinquedo favorito. Pare enquanto ele ainda estiver bem e curtindo o momento, para que ele sempre mantenha o interesse.

Vá aumentando a dificuldade aos poucos, sempre recompensando, mostrando que está tudo bem, mas, ao mesmo tempo, respeitando o tempo do seu cão. Caso, em algum ponto, ele não reagir bem, é porque você adiantou demais o treino. É importante nunca recompensar o cão quando ele agir de maneira inapropriada, para que o mau comportamento não aumente, certo?

Se isso parecer um pouco complexo e você quiser ajuda profissional, não hesite em chamar um profissional da Cão Cidadão para te ajudar. Boa sorte!

Fonte: Portal do Dog.

Agenda de eventos de outubro

agenda_de_outubro_cao_cidadao Quer aprender ainda mais sobre comportamento animal e, assim, melhorar o seu relacionamento com o pet?

Neste mês, a Cão Cidadão fará alguns eventos – a maioria gratuito –, nos quais dará dicas e esclarecerá as dúvidas mais frequentes dos donos de animais de estimação.

Palestras

No dia 24 de outubro, a equipe da Cão Cidadão estará na Petz Morumbi, em São Paulo, para realizar uma palestra sobre “Filhotes”. O encontro começa às 17h e os especialistas vão abordar os comportamentos, cuidados e problemas mais comuns envolvendo esses pequenos.

Já no dia 25, às 15h, o especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi, estará na Cobasi Villa Lobos, também em São Paulo, para fazer uma palestra de comportamento animal. O evento é patrocinado pela Purina e a entrada é gratuita. Basta comparecer ao local, no horário programado.

A Purina também vai patrocinar, no dia 31 de outubro, uma palestra comportamental com o Alexandre na Cobasi da Rua Augusta, região da Avenida Paulista, em São Paulo. O encontro começa às 15h e será gratuito.

Apresentação de franquia

Se você pensa em trabalhar com adestramento, venha conhecer o modelo de franquia da Cão Cidadão no dia 26 de outubro, na Faculdade de Medicina Veterinária da USP.

O encontro começa às 20h e a entrada é gratuita. Basta preencher esse formulário.

Curso de Adestramento Inteligente com Clicker

Já no dia 31, a adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão, Patricia Patatula, ministrará o curso de Adestramento Inteligente.

O encontro é indicado tanto para donos de animais que querem melhorar o relacionamento com o pet, como também para profissionais que querem atualizar a sua técnica.

O investimento é de R$400, para inscrições realizadas até o dia 23 de outubro. Após essa data, o valor passa para R$ 480,00. Confira os detalhes aqui.

Pet South America

A Cão Cidadão estará novamente presente neste evento, que acontece entre os dias 27 e 29 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Contaremos com um estande, no qual adestradores esclarecerão dúvidas e darão dicas aos participantes da feira. Além disso, o especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi, acompanhado de sua assistente, Estopinha, fará algumas palestras, com foco nos veterinários, donos de canis e pet shops.

Importante: este evento é destinado apenas a profissionais do setor pet.

Você pode conferir mais informações, clicando aqui.

Consulte nossa agenda completa de eventos para outubro aqui.

Cães eufóricos

Photo credit: carterse / Foter / CC BY-SA
Photo credit: carterse / Foter / CC BY-SA

Chegou a hora de sair de casa para passear com o pet e tudo está correndo às mil maravilhas, até que o seu cachorro avista outro animal vindo na direção dele e pronto, acabou-se a paz e a tranquilidade. Ele fica agitado, pulando, correndo, puxando a guia, simplesmente eufórico ao ver outro cãozinho.

Apesar de ser engraçadinho ver o mascote tão feliz por ver outros animais, isso pode ser um sinal de que o seu cão tem problemas de socialização. A falta de convivência com outros pets durante os primeiros meses de vida do animal pode afetar a forma com que ele se comporta com outros bichinhos durante a vida adulta.

Por que isso acontece?

O cão pode ficar eufórico ao ver outro animal por ficar muito alegre pela possibilidade de brincar, por ter energia acumulada etc. O comportamento do tutor também podem incentivar uma conduta inadequada no pet.

“Se o dono fica tenso e acaba puxando a guia quando avista outro cachorro vindo em sua direção, o cão entende como algo perigoso e fica tenso também. Se continuar indo em direção ao tal animal existe, sim, a possibilidade de briga”, informa Karina Pongracz, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Como resolver?

O primeiro passo é ensinar seu cão a se acalmar antes dos passeios, propondo atividades que o ajudem a gastar um pouco da energia acumulada. “Podemos gastar um pouco dessa energia antes do passeio brincando de bolinha e também realizando alguns comandos, como o ‘senta’, ‘dá a pata’, ‘deita’ e o ‘fica’”, sugere a adestradora. “O ‘fica’ faz com que o animal controle um pouco a ansiedade dele, antes de passar pela porta para dar uma voltinha”, completa.

Quando o cão começar a realizar os passeios com mais calma, converse com os seus amigos que também têm cachorros, mas que sejam mais calmos e relaxados e, então, deixe que o seu mascote interaja com eles. “Você pode usar petiscos, toda a vez que o outro animal se aproximar do seu. Com esse exercício, você acaba mostrando que a aproximação de outro animal é legal! Porém, faça isso com bastante segurança, sempre usando a guia se estiver em lugar aberto”, orienta Karina. “Sempre avise ao dono do outro animal que ele está ajudando você nos treinos que o seu cachorro está em treinamento e que ele precisa de um tempinho para se acostumar.”

Faça os treinos constantemente, para que o seu cachorro realmente compreenda o tipo de comportamento que você espera dele. Esse processo leva tempo, porém, o resultado é gratificante, pois melhora a sua convivência com o seu mascote e a dele com outros bichinhos.

Dicas

• Nunca faça carinho se ele estiver demonstrando medo ou agressividade, pois isso fará com que ele entenda que é esse o comportamento que você espera dele.

• Desvie a atenção dele para outro lugar quando ele estiver apresentando sinais de muito euforia ou agressividade.

• Não fique tenso quando outro animal se aproximar enquanto vocês estiverem passeando, pois isso fará com que o seu cachorro entenda que existe perigo, podendo transformar a euforia em agressividade.

• Recompense-o quando ele se comportar da maneira correta, isso fará com que ele relacione coisas boas ao bom comportamento e isso facilitará a compreensão e o incentivará o animal a repetir a ação.

Equipe Cão Cidadão faz palestra sobre ‘Comportamentos compulsivos’

Photo credit: hyakushiki_thebest / Foter / CC BY
Photo credit: hyakushiki_thebest / Foter / CC BY

Procurando algo para fazer durante o fim de semana? A Cão Cidadão tem uma sugestão!

No sábado, dia 17 de outubro, a nossa equipe de profissionais estará na Petz Morumbi, em São Paulo, para realizar uma palestra.

O tema do encontro será “Comportamentos compulsivos”.

O evento começa às 17h e tem entrada gratuita. Basta comparecer ao local, no horário programado.

Participe e aproveite para tirar as suas dúvidas!

Esperamos por você!

Alexandre Rossi faz palestra no Congresso APDT, nos Estados Unidos

palestra O especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi, esteve em Los Angeles e Las Vegas (EUA) em setembro, participando de eventos sobre o universo pet e aprofundando os seus conhecimentos.

Nesta semana, Alexandre está em Dallas e fará uma palestra no Congresso da APDT (Associação dos Adestradores Profissionais, em tradução livre), que acontece entre os dias 14 e 17 de outubro.

Participação

A palestra do Alexandre Rossi será realizada no dia 16 e terá como tema “Como ensinar sinais arbitrários para que cães possam comunicar vontades”.

O especialista falará sobre o trabalho de cognição que desenvolveu com a sua cadelinha Sofia, já falecida, e que também é realizado com a Estopinha. Por meio de um teclado especial, ambas conseguiram se comunicar e expressar os seus desejos, como o de comer, passear e beber água. Acompanhe um pouco mais sobre esse trabalho:

O Alexandre ainda mediará uma mesa redonda que discutirá os novos produtos que podem auxiliar no adestramento de cães.

“Fico contente em poder ter essa oportunidade de compartilhar conhecimento com o maior grupo de adestradores profissionais do mundo. Além disso, é motivo de orgulho poder apresentar o meu estudo com a Sofia e Estopinha, duas cadelas muito especiais para mim”, conta o especialista. “Como estou sempre atento ao que há de novo no mercado pet, especialmente ligado a comportamento, adorei ter recebido o convite para ser o moderador dessa mesa redonda”, acrescenta.

Sobre a APDT

A APDT é a maior associação de adestradores do mundo, tem mais de 22 anos de história e 6 mil membros. Essa conferência, que acontece anualmente, é o evento mais esperado pelos profissionais da área e atrai adestradores de várias partes do planeta, que compartilham conhecimento e experiências sobre o comportamento canino.

Clique aqui para detalhes sobre o congresso.

Hoje é o dia deles, dos animais!

dia_dos_animais_cao_cidadao Dia 4 de outubro, comemora-se o Dia Mundial dos Animais, esses bichinhos que nos trazem tanta alegria e que fazem até o dia mais triste ficar muito melhor.

Infelizmente, ainda existem muitas pessoas que acreditam que a violência é o único jeito de lidar com os bichinhos. Os pets que sofrem maus-tratos acabam por ficar com sequelas graves, que dificultam seu desenvolvimento e aprendizado, além de os tornarem agressivos.

O adestramento, baseado no reforço positivo, é a melhor forma de mostrar aos pets o que eles podem ou não fazer e estabelecer limites. A família, ao se comunicar melhor com o amigo, estreita o relacionamento com ele e o torna ainda mais feliz. Leia mais sobre o assunto aqui.

Além da educação, não se pode esquecer da qualidade de vida! É importante ter em mente que os animais são dependentes e precisam de uma alimentação adequada, a higienização correta e a saúde deles precisa estar sempre em dia.

Visitas regulares ao veterinário e exercícios diários podem melhorar muito a saúde do seu bichinho.

E lembre-se: o mais importante é o carinho e a camaradagem, afinal, esses bichinhos são nossos melhores amigos e merecem todo o amor do mundo.

 

Dicas para participar de cãominhada

dicas-caominhada

O passeio é uma atividade que a maioria dos pets adora, pois é uma das melhores formas de interação entre ele e o dono, além de ser um momento em que ele exercita o corpo e a mente, sente cheiros diferentes e conhece outros animais. O ideal é que ela seja realizada todos os dias, pois proporciona uma rotina saudável e prazerosa para o cão.

As cãominhadas são ótimas pedidas tanto para os pets, que se divertem muito durante esses eventos, quanto para os donos. Se você nunca participou de um encontro como esse junto com o seu cãozinho e ficou com vontade de ver como é, no dia 4 de outubro, será realizada a 8ª Cãominhada de Santo André (SP) e a Cão Cidadão marcará presença, com profissionais para tirar dúvidas e dar dicas e orientações aos participantes. Quer saber mais? Clique aqui.

Para tornar a participação na cãominhada divertida tanto para donos, quanto para pets, listamos abaixo algumas orientações.

É a primeira vez?

“Se você estiver participando de uma cãominhada pela primeira vez, é importante levar os seus cães sempre de coleira, de preferência, com uma que seja confortável e confiável. A vacinação deve estar em dia também”, informa a adestradora da equipe Cão Cidadão, Egle Della Paschoa. “Além disso, você deve levar água para os cachorrinhos, saquinho para recolher fezes e, se o cão for agressivo, é muito importante usar a focinheira”, acrescenta.

Sociabilização

A caminhada em si é uma forma de melhorar a sociabilização do pet. “O passeio aprimora o desenvolvimento psicossocial, combate o estresse, faz bem para a saúde do pet, libera serotonina e ainda traz benefícios à saúde do dono também!”, comenta a adestradora.

Para os animais que não tiveram uma boa sociabilização, Egle orienta começar  o treinamento antes do evento, de preferência, com o auxílio de um adestrador. “Temos que analisar o nível de estresse que esse cão terá na cãominhada, pois uma exposição extrema de um animal que não foi bem sociabilizado, pode piorar o quadro de ansiedade e até causar agressividade”, explica.

Puxa demais a guia?

Infelizmente, alguns donos evitam participar desse tipo de evento porque seus cães puxam demais a guia ou ficam muito ansiosos, entre outros problemas de comportamento. Mas, com algumas dicas, paciência e treinamento, é possível mostrar ao bichinho o que espera dele. Falamos sobre problemas durante o passeio neste artigo. Confira!

E aí, quem vai participar da cãominhada em Santo André? Esperamos por vocês!

 

Despersonalização de broncas

Photo credit: iRonInk / Foter / CC BY
Photo credit: iRonInk / Foter / CC BY

Ninguém gosta de dar broncas no pet, mesmo quando ele fez algo de errado, não é mesmo? Infelizmente, as correções são necessárias para evitar que os maus comportamentos se repitam e que a harmonia reine na família.

Assim como uma criança, os animais devem ser ensinados sobre o que podem ou não fazer. Apesar disso, muitos tutores têm receio de corrigir o animal, por medo que ele acabe “desgostando” do dono. Se feita da maneira correta, as broncas não farão com que o seu bichinho fique magoado ou deixe de gostar de você. E, tratando-se de cães, em especial, é muito difícil que isso ocorra. Eles são verdadeiros apaixonados por seus donos.

Independentemente disso, a despersonalização vai ajudar o cão a entender o que é certo ou errado e a não ter atitudes agressivas com você. Mas, como? Por exemplo: quando você borrifa água na cara do pet sem olhar diretamente para ele, tem grandes chances dele associar a bronca ao ato ruim que cometeu. E não a você. Isso é a despersonalização.

Olhar nos olhos, apontar o dedo ou impedir o animal de fazer alguma coisa, pode soar a ele como “implicância pessoal”. O intuito da despersonalização é incentivar o bicho a não realizar o comportamento indesejado, mesmo quando você não estiver presente, e evitar a associação de coisas que o deixam desconfortável a você. Mais um exemplo de despersonificação da bronca é quando o animal está latindo constantemente. Sem que ele veja, derrube um molho de chave ou algo que chame a atenção. Nessa hora, é importante que você não esteja visível. Ele não saberá de onde veio, mas saberá que o alerta chegou de alguma forma.

Dicas de como despersonalizar a bronca:

As opções são diversas e você pode utilizar coisas que estão disponíveis em casa, tornando tudo muito mais fácil. Use objetos que causam desconforto quando o animal pisa ou faz xixi sobre eles, como, por exemplo, fita adesiva, fita dupla face, papel-alumínio ou filme de PVC.

Existem sprays repelentes para ambientes com gosto amargo, que podem ser borrifados nos objetos e impedirão o cachorro de roer ou morder os móveis, por causa do gosto desagradável.

O dono também pode prender algum objeto barulhento em um barbante e puxá-lo quando o cão estiver tendo alguma conduta inadequada – mas sem que ele associe claramente a ação à pessoa, ok? Continue com o que estava fazendo, sem olhar para o cão, pois, dessa maneira, ele achará que foi corrigido por “alguma entidade invisível” e evitará repetir o ato, mesmo quando você não estiver presente.

No caso de cães medrosos, devemos tomar cuidado para não assustá-los. Use objetos e técnicas que causem somente um pequeno desconforto, não um susto. É importante, nesses casos, contar com a ajuda de um profissional, para avaliar a conduta mais adequada.

Lembre-se de que o intuito das broncas não é magoar ou assustar o cão, mas sim ensiná-lo. Correções não farão com que ele perca o carinho por você, pelo contrário. Quando o cão encontra o líder da matilha (você, no caso), ele fica feliz e sabe perfeitamente qual é o seu papel.

Fonte: Livro Adestramento Inteligente, de Alexandre Rossi.