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Você sabe o que é controle inibitório?

site_gecPor Juliana Sant’Ana

Quem nunca agiu impulsivamente levante a mão, por favor! É muito provável que todos nós já tenhamos enfrentado situações que nos fizeram perder a razão, que causaram atitudes impensadas (boas ou ruins). Diante de um grande estímulo, precisamos de muito autocontrole para analisar friamente a situação, conter nossas atitudes impulsivas e aguardar o momento ideal para agirmos com precisão, mas para que de fato serve esse controle? Será que os animais também conseguem agir assim “racionalmente”? Há vantagens em inibir um comportamento impulsivo?

O autocontrole

As pessoas com melhor autocontrole são as mais bem-sucedidas na vida, exibem comportamentos mais colaborativos e são melhores na resolução de problemas. O autocontrole é frequentemente avaliado em estudos como a capacidade de atrasar a gratificação, o que significa rejeitar uma premiação imediata em troca de uma recompensa tardia, porém melhor. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, o psicólogo Walter Mischel avaliou o autocontrole em crianças com o famoso Experimento do Marshmallow, que gerou diversos vídeos engraçados como este aqui.

E no caso dos animais?

Para um predador de perseguição, por exemplo, é mais vantajoso conter o impulso de perseguir todos os animais que vê e, em vez disso, esperar, observar, selecionar a presa, considerar diversos fatores para somente depois tomar uma decisão, ou seja, inibir uma ação imediata favorecendo um comportamento alternativo mais vantajoso. Isso é o que chamamos na literatura de “controle inibitório”.

Quando falamos dos cães, por conta de sua estreita relação com os humanos, eles são capazes de inibir suas próprias preferências e fazer escolhas contraproducentes em benefício de seus tutores. Pelo menos é o que afirma um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, que avaliou a capacidade de controle inibitório natural dos cães.

O estudo

Baseados em pesquisas prévias sobre autocontrole em humanos, os cientistas observaram o comportamento de 16 cães, colocando-os individualmente em um recinto onde havia uma cortina que escondia tanto o experimentador quanto o tutor. Pela cortina, eles introduziam dois potes: um com um alimento menos preferido e outro com uma recompensa mais valiosa para o animal. O teste de preferência havia sido feito previamente com todos os cães.

Os cachorros tinham a oportunidade de aceitar essa recompensa de menor valor em qualquer momento, já que o primeiro pote permaneceu à disposição durante todo o teste, mas não conseguiam alcançar o alimento mais gostoso. Se eles não comessem o primeiro petisco, o segundo pote contendo a recompensa de alto valor era oferecido. Os pesquisadores avaliaram também quais fatores poderiam afetar a capacidade dos cães para tolerar atrasos maiores: receber uma recompensa de melhor qualidade ou receber a mesma recompensa, porém em maior quantidade.

gechttps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5341119/

Os resultados

Os cães mostraram uma baixa tolerância para atrasos em nível de grupo, já que metade dos animais esperaram no máximo 10 segundos na condição de qualidade e 2 segundos na condição de quantidade. No entanto, alguns cães conseguiram esperar até 140 segundos para obter uma recompensa melhor em ambas as condições, enquanto um cão excepcional conseguiu tolerar um atraso de 15 minutos, revelando, assim, uma enorme variação individual em sua capacidade de esperar por uma recompensa mais valorizada.

Então…

Segundo os pesquisadores, os animais conseguem tolerar atrasos maiores quando a recompensa subsequente é de melhor qualidade e têm mais problemas para aguardar recompensas de maior quantidade. Para nós adestradores, isso poderia significar que, ao treinarmos o comando “fica”, por exemplo, vale muito mais melhorar a qualidade do alimento que utilizamos como recompensa que entregar ao cachorro uma grande quantidade do mesmo reforço que usamos para ensinar outros comandos. Da mesma forma, podemos ensinar aos tutores que, em exercícios de limite de porta, é muito mais vantajoso para o cachorro poder atravessar aquela porta após obedecer o comando que receber uma chuva de petiscos ao final.

Referências

BRUCKS, Désirée et al. Reward type and behavioural patterns predict dogs’ success in a delay of gratification paradigm. Scientific Reports, v. 7, 2017.

EXPERIMENTO DO MARSHMALLOW. In WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2017. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimento_do_marshmallow>. Acesso em: 15 set. 2017.

MENSAGENS VISUAIS. The Marshmallow Test (legendado). YouTube, 7 ago. 2010. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=77XIyD0YTqU>. Acesso em: 15 set. 2017.

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