Cuidados ao introduzir um novo membro à família

Photo credit: Claudio Gennari ..."Cogli l'attimo ferma il tempo" / Foter / CC BY
Photo credit: Claudio Gennari …”Cogli l’attimo ferma il tempo” / Foter / CC BY

Por Carlos Antoniolli, adestrador da equipe Cão Cidadão. 

O mais importante, quando pensamos em introduzir um novo membro à família, é ter controle sobre o cãozinho já existente, no que se refere à obediência, educação e liderança. Muitos proprietários se enganam ao achar que alguns problemas comportamentais (destruição de móveis, roupas, sapatos) irá se resolver adquirindo outro cãozinho. Se não forem identificadas as causas e resolverem esses comportamentos, correrá o risco de tê-los em dobro.

O mais seguro é formar casais. Com isso, a possibilidade de brigas é bem menor. Caso queira manter o mesmo sexo, é importante se atentar quanto aos cães com porte e temperamentos mais submissos. Caso já tenha um cão de grande porte, introduza um de médio porte e que seja de temperamento submisso. Importante também é não extrapolar as diferenças, ou seja, introduzir um Dog Alemão ou Rottweiler, cães que ultrapassam os 50 kg, em uma matilha composta por Yorkshire ou Maltês, pois uma pequena brincadeira poderá causar danos terríveis.

Os primeiros contatos devem ser feitos com total segurança, tanto para os cães, quanto para as pessoas envolvidas. Procure sempre um ambiente neutro e, de preferência, muito agradável para ambos. Por exemplo, uma praça. Faça aproximações gradativas e crie associações positivas, ou seja, estimule as brincadeiras, ofereça um petisco especial quando estiverem próximos ou se observando, e repreenda qualquer atitude de dominância ou agressividade.

Se tiverem controle sobre o cãozinho que já vive na casa, não terá problema em repreendê-lo, pois, normalmente, serão eles que tentarão se impor. Continue as associações positivas na casa, só ofereça agrados quando estiverem juntos – nunca deixe de dar carinho para um deles por razão do outro. É muito natural os cães sentirem ciúmes e cabe a nós interagirmos de forma a não estimularmos esse sentimento.

Utilize sempre o reforço positivo.

Fonte: Publicado no Portal Simba Lovers. 

Como evitar a destruição de objetos

Photo credit: Mackenzie Black / Foter / CC BY
Photo credit: Mackenzie Black / Foter / CC BY

Por Malu Araújo é adestradora e consultora de comportamento da Cão Cidadão.

A lista é infinita, e esse comportamento não é só uma “reclamação” porque o dono saiu de casa e o deixou sozinho. O real motivo da destruição de objetos é a falta de atividade.

Na natureza, os cachorros gastariam a maior parte do tempo em busca de alimentos, abrigo, água etc. Se você pensar na vida dos humanos, não é muito diferente. Nós passamos um bom tempo do dia trabalhando, dirigindo, falando com pessoas, usando a internet, o telefone, lendo livros, enfim, nosso dia a dia é bem cheio. Quando o cachorro fica em casa e não tem o que fazer, ou melhor, não tem atividade monitorada, ele apronta mesmo. Na verdade, ele cria seus brinquedos e atividades escalando a pia, roubando roupas do varal etc.

Muitas pessoas devem estar justificando: “mas ele tem mais de 10 brinquedos, por que ele não brinca?”. Na verdade, alguns até brincam com esses brinquedos, mas, por pouco tempo, não o suficiente para se distrair e gastar a energia necessária. Outro motivo é que a maioria desses brinquedos é imóvel, não oferece uma disputa ou dificuldade. O que pode ajudar a deixá-los mais interessantes é fazer um rodízio entre eles: guardar alguns por uns dias e, depois, oferecer.

Então, por que a destruição de objetos?

Porque nós manuseamos essas coisas e elas têm o nosso cheiro. Mais uma dica é brincar com os brinquedos dele: pegar, jogar e mexer mesmo, para deixá-los um pouco mais com o cheiro do dono.

Outro fator muito importante é que eles gostam de desafio, gostam de se exercitar, por isso, subir na mesa é tão legal, ou abrir e revirar o lixo. Os brinquedos de enriquecimento ambiental são os mais indicados quando deixamos o nosso cão muito tempo sozinho. Hoje, existem diversas opções de brinquedos que liberam comida, mas também podemos criar em casa mesmo. A garrafa pet, com furinhos, é um bom exemplo.

Mas, seja brinquedo comprado ou com a utilização de recicláveis, sempre supervisione a brincadeira nos primeiros dias, para evitar que o cachorro quebre e engula partes do objeto. É importante essa supervisão, que além de garantir a segurança dele, o ato de estimulá-lo, de elogiar, e até ensinar como se brinca, vai fazer com que ele se lembre de você enquanto estiver usando os brinquedos, pois vocês passaram um tempo juntos.

Para completar, um bom passeio é indispensável. Cachorro cansado é mais comportado.

Fonte: PetShop Magazine.

Como adaptar o cão à caminha?

Photo credit: NickiMM / Foter / CC BY
Photo credit: NickiMM / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

É muito comum o dono comprar uma caminha ou uma casinha nova, e o cachorro não usar. Mas, mesmo que ele não tenha ainda o costume, é possível adaptar o cão à caminha dele e fazer com que ele goste de ter um cantinho dele!

Assim como nós, os cães gostam de estar confortáveis quando vão descansar, por isso, o sofá e a cama são tão convidativos. Na hora de escolher uma caminha, prefira uma macia e com um tecido agradável, ou coloque um cobertor ou paninho bem gostoso na casinha. Ela também deve ficar em um ambiente adequado, onde não tenha umidade, e que seja protegido do excesso de sol e chuva.

Quando a caminha é muito nova, ela tem um cheiro desconhecido e alguns cães podem não usá-la por esse motivo. Então, colocar uma camiseta velha do dono ou algum paninho que o cachorro já esteja acostumado a usar pode ser um incentivo para essa adaptação.

No começo, também é possível estimular o cão para que ele vá até a caminha, jogando um pedacinho de petisco. Quando o cachorro estiver nela, elogie e faça carinho. Com isso, ele terá uma associação positiva com esse espaço.

Mas, se o cachorro dorme com você na cama, e agora você quer estimulá-lo a ficar na própria caminha, não faça esse treino à noite, antes de dormir. Deixe a cama na sala por alguns dias e incentive que o cachorro fique lá. Depois, você a leva para o quarto e, quando ele subir na cama, o coloque novamente na caminha. Com algumas repetições, ele entenderá que deve permanecer lá e o processo será mais rápido, porque ele já estará acostumado a usá-la.

Lembre-se de elogiar e dar atenção quando o cãozinho estiver na caminha: comportamentos que são estimulados se repetem e sempre são mais agradáveis.

Fonte: Meu Amigo Pet.

Adestramento: ignorar pode ser a melhor solução

Photo credit: Giuseppe Bognanni / Foter / CC BY
Photo credit: Giuseppe Bognanni / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão. 

O cachorro gosta muito do contato com as pessoas e está sempre tentando ser notado: ele pula quando chegamos em casa para dizer olá, late quando quer alguma coisa, busca brinquedos e até mesmo pega algum objeto que não é permitido. E, por que o cachorro faz essas coisas? Na verdade, alguns desses comportamentos somos nós mesmos que ensinamos, mesmo que sem querer.

Por exemplo, quando o cachorro é filhotinho e bem pequeno. Ao nos aproximamos, até o incentivamos a pular nas nossas pernas, para ficar mais fácil fazer carinho. Quando o cachorro pega algum objeto que não é dele, imediatamente paramos de fazer o que quer que seja para corrermos atrás dele e retirar o objeto são e salvo da boca dele. Mas, aí que está o perigo: o cachorro está sendo recompensado em todas as situações! Ele conseguiu ter atenção dos donos e, na maior parte desses comportamentos, o melhor remédio mesmo é ignorar.

Vamos usar o exemplo de pular nas pessoas. Se o cachorro pula e nós nos viramos de costas ou continuamos andando, ele vai perceber que não ganhou a nossa atenção, muito pelo contrário, perdeu a recompensa! O certo é ensiná-lo a sentar e fazer um carinho, elogiar sempre que ele estiver nessa posição.

Agora o outro exemplo: quando o cachorro pega um brinquedo dele, a maioria das pessoas tem o seguinte pensamento: “vou aproveitar que ele está quietinho com o brinquedo e terminar de fazer minhas coisas”. Ou seja, o dono ignora o cão e, quando ele pega um objeto que não é dele, o dono para de fazer o que está fazendo para buscar aquilo. Com isso, o cachorro percebe que ganha atenção e, por isso, continua pegando o que não pode. Então, o correto é sempre elogiar e brincar com o cachorro quando ele pega a bolinha ou está roendo o osso, jogar o brinquedo quando ele o traz nós, pois, assim, ele vai entender que é notado ao fazer o que é certo.

O latido também diminui muito quando ignorado. Normalmente, os donos não querem causar nenhum incomodo aos vizinhos e, quando o cão late para abrir alguma porta ou quando quer alguma coisa, o dono atende prontamente. A melhor forma de lidar com os latidos é mostrar que ele será recompensado quando se comportar da maneira esperada, então, ensine-o a sentar e esperar para abrir um porta, ofereça um petisco sempre que ele ficar quieto esperando você terminar seu almoço.

Todo o comportamento que é recompensado tende a se repetir mais vezes, quando ele é ignorado, diminui a frequência!

Fonte: PetShop Magazine.

Compulsão em pets: o que é preciso saber?

Photo credit: Matt Salas / Foter / CC BY
Photo credit: Matt Salas / Foter / CC BY

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão. 

Assim como ocorre com os seres humanos, os pets também podem apresentar comportamentos obsessivos. A chamada compulsão se caracteriza por comportamentos repetitivos, sem motivo aparente e não vantajosos, que podem, inclusive, levar o animal de estimação a se ferir.

Alguns exemplos comuns, que costumam ser relatados pelos donos: o cão que se lambe excessivamente até ferir partes do corpo, como as patas, rabo, dorso; gato que arranca tufos do próprio pelo; o papagaio que arranca as penas; o cão que persegue o próprio rabo ou a própria sombra.

Mas, como saber se determinado comportamento do amigo de estimação consiste, efetivamente, em compulsão?

Diagnóstico

Caso haja a desconfiança de que o pet está apresentando algum comportamento repetitivo, antes de qualquer coisa, é preciso buscar ajuda de um médico veterinário de confiança. Esse profissional fará toda a avaliação necessária, para descartar alguma doença clínica, como possível deflagrador do comportamento. Por exemplo: um cão que começa a lamber as patas excessivamente pode estar apresentando algum problema dermatológico, que o leva a agir assim. Caso seja constatada alguma causa clínica para o comportamento, é necessário que ela seja devidamente tratada.

Mas, caso os exames clínicos descartem qualquer sinal de doença ou problema de saúde, aí sim é necessário consultar um especialista em comportamento animal, para que sejam tomadas as medidas necessárias para a modificação comportamental. Lembrando que, para os comportamentos compulsivos, há uma predisposição genética herdada, geralmente em razão de desequilíbrio químico de neurotransmissores do cérebro. Esse fator pode levar à necessidade de utilização de medicação, a ser prescrita pelo médico veterinário.

O que fazer?

Muitas vezes, a “mania” surge apenas por falta de atividades para um cão bastante ativo, estresse gerado pelo ambiente onde ele vive ou mudança brusca na rotina. Aliás, o estresse é um dos principais deflagradores de comportamentos compulsivos.

Assim, uma das medidas é promover enriquecimento ambiental para o pet, ou seja, proporcionar atividades que ele possa se entreter bastante e que sejam adequadas às necessidades da espécie. Exemplo: cães são animais sociais, precisam de convívio com outros cães e com os humanos; gatos são caçadores por natureza e precisam dar vazão a esse comportamento.

Nesse sentido, é também importante dar ao animal de estimação oportunidade para extravasar sua energia com atividades físicas, como longos passeios diários aos cães ou criar ambientes em que os felinos possam escalar e “caçar” sua comida. Pode-se, também, direcionar o comportamento compulsivo de cães para objetos determinados, como ossos recreativos e brinquedos que liberam comida.

O ambiente e relacionamento do cão e gato com o dono também devem ser avaliados, para verificar se estão adequados para a espécie. Cães muito ligados ao dono podem ficar bastante ansiosos ao serem deixados confinados por longos períodos de tempo, e esse fato pode deflagrar comportamentos compulsivos. Gatos submetidos a mudanças drásticas no ambiente em que vivem podem ficar bastante ansiosos e incomodados.

Assim, sempre observar o pet e proporcionar a ele as condições necessárias para seu bem-estar. São medidas que ajudarão a evitar e combater comportamentos compulsivos.

Fonte: The Pet News.

O que é preciso saber sobre a coprofagia

Photo credit: Gatorgoon / Foter / CC BY-ND
Photo credit: Gatorgoon / Foter / CC BY-ND

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão

Muitas pessoas não sabem o que significa esse nome ou mesmo que haja tratamento para esse hábito, o que as levam a não buscar ajuda. Alguns donos também têm vergonha do que o cachorro faz e não comentam com ninguém. A coprofagia é o hábito que alguns cachorros desenvolvem de comer as próprias fezes ou a de outros cães. Isso pode começar por diversas razões. Pode ser, por exemplo, por imitação: a fêmea, quando tem os filhotes, come as fezes deles para manter o ambiente limpo e, os filhotes, ao presenciar esse comportamento, podem imitar.

Em alguns casos, porém, pode ser por algum problema na absorção dos nutrientes do alimento. Outra possibilidade pode ser verminose ou algum problema no aparelho digestivo.

Também há a possibilidade de ser um problema de comunicação entre o dono e o cão. Isso mesmo! A coprofagia pode ser causada pela família do cãozinho. Dar uma bronca, quando o cachorrinho faz as necessidades, pode ser uma forma de incentivá-lo a coprofagia, sim.

O cachorro começa a comer as fezes para “escondê-las”, pois ele associa a bronca recebida quando ele faz as necessidades no lugar errado com o fato de ele se “aliviar”, e não porque o lugar das necessidades está errado. Para não tomar mais broncas, ele tenta “eliminar as provas”.

Mas, esse comportamento tem solução, sim! O primeiro passo é fazer uma consulta com o veterinário, para eliminar e tratar a coprofagia, caso a origem seja algum problema digestivo. Já se a causa for comportamental, a mudança de hábito tem que começar com o dono.

Não dê mais broncas no seu cão, caso ele faça as necessidades no lugar errado, ou se você chegou em casa e viu que ele comeu as fezes. O animal não vai entender o que você quer dizer e isso só piorará o comportamento!

O segundo passo é controlar melhor o horário que seu pet se alimenta, pois, normalmente, o cachorro faz xixi e coco por volta de 30 minutos depois que ele se alimentou. Aí, conseguimos fazer o treinamento: quando ele fizer o coco, você o chama, desviando a atenção dele, e oferece um petisco. Depois, mude o cão de ambiente e recolha as fezes.

Procure não limpá-las mais na frente dele. Alguns cães também acham que o dono está competindo com eles, para pegar primeiro esse coco – o dono quer recolher o mais rápido possível, para evitar que o cão o coma e essa “competição” pode ser estimulante para o cachorro. Dessa forma, evite recolher quando ele estiver no mesmo ambiente. Desvie a atenção e depois limpe o local.

Fonte: Meu Amigo Pet.

Vai viajar com a família e não sabe o que fazer com o seu pet?

Photo credit: Kyuni786 / Foter / CC BY
Photo credit: Kyuni786 / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Vai viajar e quer que o seu pet se divirta também? Então, tome alguns cuidados para que ele tenha uma estadia agradável! Em primeiro lugar, faça uma pesquisa sobre as opções de hotéis disponíveis: pergunte para amigos, converse com pessoas que já deixaram o animalzinho em determinados hotéis e vá visitar pessoalmente o espaço.

Ao conhecer o hotelzinho, repare na limpeza e organização do local, e em como os funcionários tratam os hóspedes. Verifique também se o seu pet vai ficar solto ou preso – e por quanto tempo, se o ambiente é todo aberto, se tem uma área fechada para os dias de chuva, se o ambiente que os animais ficam tem água disponível, enfim, analise a situação do local, para que ele também passe momentos agradáveis enquanto você estiver longe.

Um hotel responsável deve pedir a carteirinha de vacinação de todos os animais que pretendem se hospedar lá e, antes de levar o seu pet, certifique-se de que ele está usando um bom produto ectoparasita, para prevenir uma infestação de pulgas e carrapatos. Eles também precisam ser vermifugados, diminuindo, assim, os riscos de algum problema de saúde.

Alguns animais são mais sensíveis à mudanças, nesses casos, recomenda-se uma adaptação antes da viagem, para que ele se ambiente com a situação. Você pode levá-lo em um fim de semana para passar algumas horas lá e conversar com os cuidadores para saber como ele ficou.

Outros animais se adaptam bem, mas para deixar o ambiente mais familiar, levar a caminha ou caixa de transporte que o seu amigão já está habituado e uma peça de roupa sua também o deixará mais confortável.

Prefere deixá-lo em casa? Então, é necessário tomar mais alguns cuidados. O primeiro é ter uma pessoa de confiança que vá todos os dias alimentá-lo, trocar a água, limpar as necessidades e passear com ele.

Não conhece ninguém que possa fazer isso para você? Existe o serviço de Pet Sister e, da mesma maneira que o hotel, pesquise e peça indicações a quem já usou esse serviço. Afinal, você vai confiar os cuidados do seu melhor amigo a essa pessoa e deixar a chave da sua casa. Certifique-se de que essa pessoa irá todos os dias e fará tudo como você gostaria!

Tomando alguns cuidados você e seu amigão terão ótimas férias!

Fonte: Meu Amigo Pet.

Entenda atitudes do cachorro que aparentemente não fazem sentido

Photo credit: Son of Groucho / Foter / CC BY
Photo credit: Son of Groucho / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

O que dizer do cão que insiste em enterrar ossos entre almofadas, mesmo estando num lugar onde jamais seria roubado? Na verdade, ele age assim porque ancestrais que escondiam comida lhe passaram esse instinto, geração após geração. Enquanto outros exemplares menos precavidos eram mais atingidos pela fome, os mais bem nutridos puderam se defender e se reproduzir melhor. Com isso, deixaram mais descendentes e propagaram mais as próprias características genéticas.

Foi a partir desse processo que o naturalista Charles Darwin formulou a teoria da evolução das espécies. Um exemplo clássico é o das girafas, com seu longo pescoço que evoluiu para alcançar as folhas do topo das árvores, alimento não disponível para a maioria das espécies. O lobo macho que briga para cruzar transmite melhor os seus genes. Se o dócil por um lado evita confrontos, por outro deixa de se acasalar. Isso explica por que cães machos costumam brigar entre si – eles são herdeiros dos genes de ancestrais briguentos.

Por que a cadela tem gravidez psicológica?
Algumas cadelas, geralmente após o cio, produzem leite sem ter tido filhotes. É a chamada falsa gravidez. Na vida em alcatéia, somente as lobas dominantes se reproduzem. Para cuidar dos filhotes, elas contam com a ajuda das demais fêmeas. Produzir leite mesmo sem ter engravidado permite à loba não dominante amamentar a ninhada e liberar a dominante para exercer outros papéis, como o de ajudar a defender o grupo e o de trazer alimentos, aumentando a capacidade de sobrevivência de toda a alcatéia.

O que faz o cão rosnar quando chegamos perto da comida dele?
Ao afastar o espertinho pronto a abocanhar um naco adicional de comida, defendendo com agressividade um pedaço de carne da caça recém-abatida, o lobo garante o direito de consumir o alimento em seu poder. Quando alguém se aproxima do prato do cão, ele age por instinto e segue o princípio de seus antepassados – não dar moleza é a melhor estratégia!

Alguns cães não permitem que outros do mesmo grupo brinquem. Por quê?
Uma das habilidades do lobo dominante é impedir que lobos do grupo se unam. Isso evita a possibilidade de ser derrubado do poder por alguns indivíduos que se juntam. Ir até uma dupla que interage mais que o necessário e tentar obrigá-la a parar de brincar, de trocar carinhos ou de lutar, é uma forma de dividir para governar e, assim, garantir a prioridade nos acasalamentos e transmitir os genes responsáveis por esse comportamento.

Por que, quando o dono intervém para separar o cão de uma briga, ele pode atacar ainda mais? 
Ao brigar, o lobo avalia se outros indivíduos no grupo estão a seu lado. Caso se sinta “garantido” por um ou mais companheiros, fica mais corajoso, valente e agressivo. Quando um cão briga, ocorre o mesmo. Ao ver o dono berrar e correr na direção dele, imagina que conseguiu um aliado e passa a atacar o adversário com maior empenho.

Por que o cão precisa tanto de companhia?
O que leva o cão a ser tão dependente de companhia? Os lobos precisam um dos outros para sobreviver. O exemplar solitário não consegue caçar animais muito grandes e enfrenta maiores dificuldades para se proteger do que o enturmado. Portanto, estar sozinho pode significar a morte. Por isso, predominam na reprodução os exemplares mais dependentes de companhia.

Os comportamentos herdados são fixos?
Alguns comportamentos são difíceis de alterar, outros são facílimos. Quando o comportamento instintivo causa problemas, é importante procurar mudar a maneira pré-programada de o cão entender as coisas. E, se ele tiver alguma atitude extremamente perigosa, torna-se fundamental inibi-la, aplicando técnicas comportamentais. Como exemplo podemos citar o ataque canino a uma criança que é confundida com uma presa de caçada. Nesse caso, não devemos ficar nos justificando. É preciso pedir auxilio a um profissional capacitado.

Aproveite o fim do verão com seu pet

Photo credit: haroldmeerveld / Foter / CC BY
Photo credit: haroldmeerveld / Foter / CC BY

Por Tarsis Ramão, adestradora da equipe Cão Cidadão.

O verão está no finalzinho, mas ainda dá tempo de curtir a praia e a piscina com seu melhor amigo. E, para você aproveitar ao máximo sua viagem na companhia do peludo, preparamos dicas importantes para que nada estrague os seus momentos de lazer.

Antes de fazer as malas

Como estão as vacinas, vermífugo e antiparasitário do seu bichinho? É importante que estejam em dia, para que seu cão não fique doente. Em épocas de calor, é muito comum a proliferação de pulgas, carrapatos e outros insetos, principalmente em regiões litorâneas e no interior. Então, antes da viagem, consulte o veterinário, para indicar o melhor método para preveni-lo.

Patas na areia

Na maioria das praias brasileiras, o acesso de cães e outros animais à areia e ao mar é proibido. Isso porque as fezes dos bichos de estimação podem transmitir doença aos banhistas. Informe-se se existe algum lugar onde eles sejam bem-vindos para não ser expulso e vá preparado. Leve sempre um jornal ou saquinho para recolher qualquer sujeira que seu cão fizer e não deixar nenhuma lembrança desagradável.

Cãominhando

Mesmo que você não possa levar seu melhor amigo para a praia, dá para fazer passeios muito agradáveis pelo calçadão, curtindo a vista para o mar. Mas, para isso, escolha os horários do dia em que está mais fresco. Normalmente, no início da manhã, final da tarde ou à noite.

As altas temperaturas vão deixar seu peludo cansado mais facilmente, podem elevar muito sua temperatura, sem contar que o asfalto e a areia quentes podem queimar as patinhas dele.

Ah, e dê uma paradinha para a hidratação. Leve uma garrafinha com água ou até aquela água de coco geladinha. Ambas são uma boas alternativas para refrescar você e seu companheiro de caminhada.

Hora do mergulho

Todo cão sabe nadar! Não é bem assim. Muitos realmente têm o instinto e saem literalmente nadando cachorrinho, já outros ficam assustados e não conseguem ou podem se cansar nas braçadas. Então, se você quer que seu cão se saia bem na natação, primeiro tenha paciência. É preciso que ele fique à vontade e não seja forçado, para não criar traumas.

Auxilie-o no início e, muito importante, mesmo para os cães mais nadadores, é fundamental que ele tenha como sair da piscina sozinho, se necessário, por uma escada ou rampa, para que ele não canse e se afogue.

Assim como as crianças, o ideal é que as brincadeiras na água sejam sempre supervisionadas para evitar acidentes. Seguindo essas dicas, você e o peludo se divertem em qualquer estação do ano.

Fonte: Pet Center Marginal.

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