Férias no hotel: cuidados especiais para preparar o seu pet

Photo credit: Yasuhiko Ito / Foter / CC BY
Photo credit: Yasuhiko Ito / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi e Malu Araújo – adestradora da Cão Cidadão.

Vai viajar com a família e quer que o seu pet se divirta também?! Então tome alguns cuidados para que ele tenha uma estadia agradável!
Em primeiro lugar faça uma pesquisa sobre as opções de hotel disponíveis, pergunte para amigos, converse com pessoas que já deixaram o seu animalzinho em determinados hotéis, e vá visitar pessoalmente o hotel.

Quando estiver conhecendo o hotelzinho repare na limpeza e organização do local, em como os funcionários tratam os hospedes, verifique também se o seu pet vai ficar solto, se vai ficar preso e por quanto tempo, se o ambiente é todo aberto, se tem uma área fechada para os dias de chuva, se o ambiente que os animais ficam tem água disponível, enfim, analise a situação do local para que ele também passe momentos agradáveis enquanto você está longe.

Um hotel responsável deve pedir a carteirinha de vacinação de todos os animais que pretendem se hospedar lá, e antes de levar o seu pet, certifique-se de que ele está usando um bom produto ectoparasita prevenindo uma infestação de pulgas e carrapatos. Eles também precisam ser vermifugados, diminuindo assim os riscos de algum problema de saúde.

Alguns animais são mais sensíveis a mudanças, nesses casos, recomenda-se uma adaptação antes da sua viagem, para que ele se ambiente com a situação. Você pode levar ele em um fim de semana para passar algumas horas lá e conversar com os cuidadores para saber como ele ficou. Outros animais se adaptam bem, mas para deixar o ambiente mais familiar, leva a caminha ou caixa de transporte que o seu amigão já esta habituado, uma peça de roupa sua também o deixaria mais confortável.

A ração que ele come também deve ser levada, se o hotel disponibilizar, certifique-se de que a marca é a mesma que a que você já oferece, caso seja outra, é necessário uma adaptação para não causar nenhuma indisposição no seu cachorro ou gato.

Existe também alguns hotéis que tem câmeras para que o dono possa visualizar seu pet a distância, que é um diferencial bem bacana.

Tomando alguns cuidados você e seu pet podem ficar tranquilos nas férias.

Fonte: Meu Amigo Pet.

Dicas para escovar os dentes dos mascotes

Photo credit: Takashi(aes256) / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Takashi(aes256) / Foter / CC BY-SA

Por Malu Araújo, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Para escovar os dentes dos peludos, primeiro precisamos de alguns acessórios específicos. A pasta de dente tem que ser produzida especialmente para eles. Não utilize o produto de uso humano, pois os cães não sabem enxaguar a boca e cuspir, e a pasta que nós usamos contém flúor e outros componentes, que podem causar problemas no estômago dos animais. Também fica mais fácil escovar os dentes dos cães com uma “dedeira” de borracha. Eles têm a gengiva sensível e a escova especial é mais macia, além de se encaixar no dedo e permitir um manuseio mais fácil.

Mas, será que é mesmo necessário escovar os dentes dos cães? Sim! Além da escovação melhorar o hálito do peludo, ela previne o tártaro, que contém muitas bactérias que podem causar sérios problemas de saúde ao seu amigo!

Então vamos ao trabalho! Quanto mais cedo acostumarmos o cachorro à rotina de escovação, mais fácil será. Primeiro, escolha uma pasta que agrade seu cão. As pastas específicas têm vários sabores, como carne, chocolate, menta, morango, entre outras. Se ele achar o sabor agradável, será muito mais fácil e gostoso escovar os dentes.

Nos primeiros dias, coloque um pouco de pasta no seu dedo mesmo e deixe-o lamber, faça carinho e elogie. Depois de algumas repetições, coloque novamente pasta no seu dedo e comece a fazer uma massagem na gengiva, com movimentos circulares, sempre elogiando seu amigão. Depois de alguns dias, coloque a dedeira e, com calma e paciência, faça o mesmo movimento circular que você fez com seu dedo. Certifique-se de que você conseguiu escovar todos os dentes e, se o cachorro ficar muito agitado, pare e retome a escovação em outro momento.

Além de cuidar da saúde do seu mascote, cães que são acostumados a serem manuseados com massagem, escovação dos pelos e dos dentes têm muito menos chance de desenvolver alguma agressividade. Assim, você terá uma companhia saudável e agradável em todos os momentos!

Fonte: Meu Amigo Pet.

O uso da palavra “não”

Photo credit: Dawn Huczek / Foter / CC BY
Photo credit: Dawn Huczek / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Todo mundo fala “não” para o seu pet e geralmente não funciona. Aliás, é uma das palavras mais usadas que até filme e livro fazem brincadeiras com a situação, dando a entender que o cachorro pensa que o nome dele é “não” de tanto ouvir essa palavra.

A primeira coisa que devemos fazer é ensinar o cachorro o significado do não, a maioria das pessoas fala desta forma, “não pegue o meu tênis, não suba aí, isso não pode”, e se prestarmos bem atenção, todas essas frases estão sendo usadas da forma e no momento errado, o “não” deve ser para evitar que o comportamento aconteça depois que o cachorro pegou o seu sapato e saiu correndo, correr atrás dele falando que ele não pode fazer isso pode até reforçar o comportamento de pegar alguma coisa errada para chamar a atenção, e neste caso, por exemplo, o correto seria falar “não” antes de o cachorro pegar o sapato. Mas se ele não sabe o que significa essa palavra, falar não antes dele pegar também não vai funcionar, então, tem um exercício bem simples de ser feito e assim ele irá aprender que obedecer vale a pena.

Sente-se na frente dele, coloque um petisco no chão, fale não, você pode usar um borrifador de água, ou um barulho como o de uma lata com moedas e quando o cachorro tentar pegar, você faz o barulho, ou joga o jatinho, interrompendo o ato antes que ele aconteça, repita isso até que ele desista de pegar, quando você colocar o petisco no chão novamente e ele não tentar pegar, dê a recompensa, com isso ele irá aprender o significado da palavra não. Depois você pode fazer esse mesmo exercício usando o tênis que ele tanto gosta, coloque no chão, avise pra ele que não pode pegar e recompense se ele não tentar! Outra coisa importante é que cada animal tem uma sensibilidade diferente do outro, então, a bronca não deve ser de forma nenhum agressiva ou assustar demais seu pet.

Mais algumas dicas para usar corretamente o não: Procure não usar o nome do animal junto com o não, só a palavra “não” é mais fácil para eles entenderem do que uma frase mais longa como “não pode pegar o meu sapato”, evite falar o não várias vezes seguidas, principalmente se ele já pegou o que não devia ou entrou em algum lugar que você não quer que ele entre, lembre-se o não deve ser para o animal fracassar na atitude errada, ele precisa entender que aquilo que ele ia fazer é errado e o momento correto da repreensão é antes do ato não durante.

Algumas pessoas se sentem incomodadas de falar não para o seu animalzinho, mas é importante ter limites até para a própria segurança dele, por exemplo, se cair no chão algum objeto perigoso, ou um alimento tóxico, e ele já souber o não e respeitar antes de pegar o que caiu você pode evitar com uma simples palavra um acidente.

Lembrando sempre de recompensá-lo por ter obedecido dando muitos beijos e fazendo carinho nele!

Fonte: Meu Amigo Pet.

Como ensinar comandos básicos: senta, fica e dar a pata?

Photo credit: Darron Birgenheier / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Darron Birgenheier / Foter / CC BY-SA

Por Malu Araújo, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Ensinar comandos ao cachorro vai além de ensinar truques. Os comandos são a melhor forma de comunicação entre o dono e o cão, além de proporcionar atividade mental e atividade física para ele.

O comando “senta”, por exemplo, é um dos mais simples de ser ensinado e muito útil no dia a dia. Ensinar o cachorro de uma forma positiva, utilizando um petisco para induzi-lo ao movimento, é a melhor maneira, pois assim a obediência se torna prazerosa. Para ensinar o “senta”, segure um petisco próximo ao focinho do seu cachorro e faça um movimento levando a mão para a parte traseira do cachorro. Ele tentará olhar para a sua mão, seguindo o petisco, e irá sentar para ficar em uma posição melhor; assim que ele sentar, entregue a recompensa, repita o movimento algumas vezes, e quando o cachorro estiver sentando mais rápido, diga, junto com o movimento, a palavra “senta”, assim ele aprenderá o comando gestual e verbal. Vá distanciando cada de forma gradual, um pouquinho por dia.

Se ele já entendeu o comando “senta”, fica muito mais fácil ensinar o comando “deita”. Para que ele entenda, com o cachorro sentado, segure um petisco na mão, o coloque em frente ao focinho do cão e, devagar, abaixe a mão até o chão. O cachorro irá seguir o petisco, e assim que ele abaixar as patinhas da frente e encostar no chão, entregue a recompensa. Repita algumas vezes, e quando ele estiver repetindo o movimento com mais frequência, fale junto com o movimento a palavra “deita”.

Ensinar a dar a pata não é tão difícil, pois os cães tem uma tendência a fazer isso de maneira instintiva. Se você se posicionar em frente a ele, de preferência quando ele estiver sentado e com um petisco escondido na palma da mão, fique à direita do corpo dele, e ele irá tentar tirar o petisco da sua mão e para não perder o equilíbrio irá colocar a pata oposta. Faça a mesma coisa do outro lado para que ele dê a outra pata e dê a recompensa! Quando o cão já estiver dominando o toque, faça o mesmo gesto, só que agora com a mão vazia, e assim que ele colocar a pata na sua mão, entregue a recompensa com a outra mão para que cada vez mais ele preste atenção ao gesto que você faz.

Quando o cachorro entende o que o dono deseja, a convivência se torna mais prazerosa.

Fonte: Meu Amigo Pet.

Medo de barulho: como ajudar o pet?

Não é um problema fácil de ser resolvido, mas não desanime! Com alguns treinamentos, você pode amenizar esse medo todo.

Local seguro

Se o seu cão procura um lugar para se abrigar quando está com medo, permita que ele fique lá. Além disso, se possível, crie um espaço que ele possa ficar tranquilo, com janelas e portas vedadas para abafar o som externo.

Um ambiente associado a uma pessoa que ele adora também pode ajudá-lo a se sentir mais seguro. Habitue-o a ouvir sons altos da TV, rádio ou música mesmo. Esses sons podem ser usados para “mascarar” os barulhos de fogos e trovões.

Ajude-o a se acostumar aos poucos

Para que seu pet aprenda a lidar com barulhos que o assustam é preciso que ele faça associações positivas com esses momentos. Quando ouvir um barulho parecido com o que o assusta, comemore com ele: dê petiscos, elogie, faça carinho ou brinque com ele.

Assim, aos poucos, ele começará a associar o barulho, que antes representava perigo, a situações muito prazerosas.

Comprovado: cachorros ajudam na paquera!

Photo credit: wolfgangfoto / Foter / CC BY-ND
Photo credit: wolfgangfoto / Foter / CC BY-ND

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

É mais fácil conseguir ajuda, conversar com outras pessoas e até obter telefone quando estamos acompanhados por um cão, conforme demonstrou um estudo publicado em dezembro de 2008 na renomada revista científica Anthrozoos

Para testar a hipótese de que os cães funcionam como facilitadores sociais, foram feitos quatro experimentos, todos eles com e sem cão. No primeiro, um homem pediu dinheiro na rua. No segundo, uma mulher fez a mesma coisa. No terceiro, um homem deixou cair propositadamente moedas no chão para ver se as pessoas o ajudavam a recolhê-las. No quarto, um teste idêntico foi feito por uma mulher. Por último, um homem pediu o telefone de mulheres jovens na rua. Em todos os experimentos, constatou-se que os cães ajudaram as pessoas a atingirem seus objetivos.

Assim como o resultado desse estudo não me surpreendeu, acredito que também não surpreenda ninguém que passeie pelo menos de vez em quando com seu cão. Apesar de a descoberta ser relativamente óbvia, é bastante interessante e pode nos ajudar a obter um melhor aproveitamento de mais essa função dos cães em nossa sociedade. Neste artigo dou alguns exemplos práticos de como fazer isso.

Conheça pessoas ao passear
Leve o seu cachorro para passear e as pessoas se sentirão mais à vontade para se aproximar de você e iniciar uma conversa. Para facilitar ainda mais a aproximação, demonstre que você está curtindo o passeio e o cão.

Participe de encontros de cães
Aproveite as oportunidades para sociabilizar o seu cão. Afinal, ele também é um ser sociável! Muitas pessoas levam os cães para brincar em determinados locais e horários. Normalmente, esses encontros ocorrem no final da tarde ou durante sábados, em praças e parques. Turmas muito bacanas se formam, tanto no grupo de humanos quanto no grupo dos cães!

Consiga sorrisos no trânsito
É impressionante como até o trânsito infernal das grandes cidades não é capaz de impedir que pessoas olhem para o seu cão e sorriam para você. Consigo esses sorrisos sempre que levo minhas cadelas para passear de carro comigo.

Conquiste um parceiro
Está comprovado cientificamente que é mais fácil conseguir telefones de paqueras quando estamos acompanhados por um cão. Infelizmente, o experimento só testou homens pedindo telefone de mulheres. Mas, acredito que mulheres passeando com seus cães terão ainda mais facilidade para conseguir telefones de homens e também deverão ser mais paqueradas. Provavelmente, sendo homem ou sendo mulher, você irá atrair pessoas que gostam de animais, o que é ótimo, levando-se em conta que você tem um cão.

Facilite a inclusão social
Os cães podem ajudar, e muito, gente com dificuldade para interagir ou que se sinta excluída. Essa dificuldade é bastante comum em pessoas muito tímidas, com baixa autoestima ou portadoras de deficiência física ou mental. A companhia de um cão, além de aliviar a tensão e a ansiedade da própria pessoa, também facilita a aproximação das outras pessoas.

Quem está hospitalizado, os velhinhos em asilos e as crianças em creches também podem ser beneficiados. Visitas com cães a esses locais são cada vez mais organizadas por grupos de voluntários. Por estarem com seus cães, os visitantes acabam também interagindo melhor com os visitados.

Mostre afeto
Nós somos observados e julgados constantemente por pessoas ao nosso redor. Quem demonstra ser cuidadoso com outro ser e dá carinho automaticamente é considerado melhor. Sinta-se, portanto, orgulhoso de demonstrar afeto ao seu cão em qualquer lugar onde vocês estiverem!

Alivie a tensão de quem conversa com você
Também foi comprovado que, quando um ser humano estressado faz carinho no cão, o nível do estresse diminui. Por isso, se você quiser deixar uma pessoa relaxada ao tentar iniciar uma conversa com ela, permita que faça carinho no seu cão enquanto falam. Dizer “pode fazer carinho, ele é manso” facilita a aproximação. Reduz o estresse por permitir que a outra pessoa “invada” o seu espaço pessoal para fazer carinho. Para deixar a pessoa bem à vontade, dê dicas de onde o cão mais gosta de ser afagado.

Qual é a melhor idade para adestrar um filhote?

Photo credit: pkhamre / Foter / CC BY-SA
Photo credit: pkhamre / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Ao contrário do que se divulga, o filhote pode e deve ser treinado. Conheça as vantagens de adestrar o cão enquanto ainda é novinho

Ele absorve tudo
Esperar 6 meses para começar a ensinar um filhote equivale a negar educação para uma criança até ela se tornar adolescente. Com essa espera se perde o melhor e mais importante período do aprendizado. Apesar de os cães poderem aprender durante a vida toda, é nos primeiros meses de vida que o cérebro deles está mais preparado para se desenvolver e absorver informações.

O fato é que os cães estão sempre aprendendo conosco e com o ambiente, independentemente de termos ou não consciência disso. Por esse motivo, principalmente quando são filhotes, devemos prestar mais atenção no que estamos ensinando ou deixando de ensinar. Nada como uma boa educação na infância para serem evitados problemas na vida adulta. Não espere, portanto, o cão crescer para começar a lhe ensinar bom comportamento.

Mais guloso 
O filhote costuma ser mais guloso que o adulto, o que facilita o adestramento por reforço positivo, ou seja, associar a obediência com coisas boas. Podemos aproveitar a própria ração do filhote para recompensar os comportamentos desejados e a obediência a comandos.

Se o interesse pela ração for insuficiente, petiscos serão infalíveis. Mas tome cuidado para não dar petiscos em demasia e, com isso, desbalancear a ração.

Ter má coordenação motora ajuda
Por mais esquisito que possa parecer, a falta de coordenação motora do filhote facilita muito o aprendizado de comandos básicos, como o “senta” e o “deita”. O filhote tem muita dificuldade de “dar ré” olhando para cima.

Por isso, para ensinar o “senta”, deixamos que ele fique em pé e levantamos o petisco acima da cabeça dele, movimentando-o para trás. O cãozinho cai sentado e já pode ser recompensado. A falta de coordenação motora também ajuda a induzir o filhote a aprender o “deita”.

Nasce sabendo dar a pata
É facílimo ensinar o filhote a dar a pata, outro comando considerado básico. Ele já dá naturalmente a pata quando está querendo comer o petisco na nossa mão, mas não consegue. Esse é um comportamento instintivo, normalmente recompensado enquanto o cão mama. O leite sai com mais força das tetas da mãe quando são empurradas com a pata. É um desperdício perder a possibilidade de associar esse comportamento a um comando, recompensando-o!

Em geral, bastam alguns minutos para ensinar o comando a um filhote, enquanto que, com um cão adulto, esse mesmo ensinamento pode levar horas.

Liderança mais aceita
Embora o filhote possa ser mais ou menos dominante, raramente deixa de nos obedecer em troca de algum brinquedo ou comida. Muitos cães adultos recusam a recompensa para não demonstrar submissão ou para testar nossa liderança. Cães que aprendem cedo a obedecer e a respeitar limites dificilmente se tornam agressivos com seus donos quando contrariados, ao contrário de cães dominantes que não tiveram uma boa educação.

Durante a adolescência, os cães testam com mais freqüência e intensidade a nossa liderança. A melhor maneira de lidar com isso é mostrar firmeza nos limites impostos e recompensar a obediência a comandos, o que fica mais fácil quando se podem usar limites e comandos já ensinados na infância.

Agressividade não perigosa
O filhote já pode demonstrar agressividade ao se sentir contrariado ou quando quer defender a posse de algum objeto ou alimento (agressividade possessiva). Embora um filhote possa morder, raramente representa perigo real para o ser humano. Com isso, quem tem filhote sente menos medo de impor limites com firmeza do que quem tem exemplar adulto, obtendo melhores resultados na educação do cão.

É comum os filhotes testarem continuamente os limites, demonstrando agressividade. Mas também é preciso saber que quem não sabe lidar com essas situações corretamente pode incentivar e recompensar tais reações. Conforme o cão vai crescendo, suas ameaças vão ficando cada vez mais amedrontadoras e perigosas, diminuindo bastante a chance de os donos conseguirem controlá-las sem a supervisão de um profissional de comportamento canino.

Donos mais empolgados
Infelizmente, a empolgação e a dedicação dos donos em relação aos filhotes vão diminuindo com o tempo. Por isso, a criação de um bom vínculo entre as pessoas da casa e o filhote é a melhor maneira de garantir uma vida boa para ele depois de se tornar adulto.

O cão educado e que sabe obedecer a comandos participa mais intensamente da matilha humana dele e aprende a se comunicar melhor com as pessoas, o que o torna mais querido por todos.

Você deixa seu cão de castigo?

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Photo credit: derekGavey / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Ao educar um cão, existem muitas maneiras de estabelecer limites e de deixar claro quais comportamentos não são aceitáveis. Mas algumas punições, como trancá-lo sozinho, devem ser evitadas. A seguir justifico a minha posição e ofereço alternativas mais eficientes e seguras do ponto de vista psicológico.

Não associar isolamento com punição Cães são extremamente sociais. Por isso, não gostam de ficar sozinhos. Até aí, tudo bem. Se gostassem, deixá-los de castigo nem seria punição. O problema é que o cão associa ficar sozinho com bronca e toda vez que tiver que ficar sozinho, se sentirá ainda pior.

Sempre recomendo fazer o oposto: associar o fato de ficar sozinho com coisas boas. Dessa maneira, nossas ausências serão encaradas com mais tranqüilidade pelo cão e causarão menos sofrimento para ele, o que resultará em menores chances de ele desenvolver ansiedade de separação ou compulsões, como ficar lambendo a pata sem parar.

Castigo ou prêmio? Imagine a cena: o dono conversa animado com visitas e o cão late para conseguir atenção. Decidido a punir o cão, o dono se dirige até ele, agarra-o ou dá comandos, e o acompanha até o lugar do castigo. O centro das atenções, por alguns momentos, é o cão. O resultado é que, logo depois de fazer o que não deve, o cão se sente recompensado.

A punição que virá posteriormente será ineficaz, por mais desagradável que seja. Quando o cão consegue escapar antes de chegar ao castigo, às vezes até brincando de pega-pega, ganha ainda mais atenção e se sente mais recompensado pelo comportamento errado. Muitas vezes fica evidente o quanto o cão se diverte, adorando ver o dono tentar pegá-lo. Se fosse possível punir os cães num passe de mágica, sem precisar levá-los até o local do castigo, a punição seria muito mais eficaz. Mas, mesmo assim, persistiria a associação de bronca com o fato de ficar sozinho. É errando que se aprende Para educar o cão a conviver com humanos, nada melhor do que o contato prolongado entre ambos. A repetição das recompensas e repreensões, dependendo de o cão agir corretamente ou de maneira inadequada, torna claros os limites e diminui os comportamentos impróprios. Por causa da importância da repetição, é usada a técnica de induzir o cão a errar para poder repreendê-lo mais vezes. Por exemplo, ao treiná-lo a não atravessar a rua, tentamos estimulá-lo a ir para o outro lado jogando uma bolinha ou mostrando um gato.

As repreensões resultantes, nas mais diversas situações, ajudam o cão a entender exatamente o que não deve fazer e a saber se segurar. Se um cão pula e late para visitas, o melhor é repreendê-lo no momento exato do pulo e do latido. Cada vez que ele latir ou pular de novo, levará outra repreensão. Se não estiver surtindo efeito, corrigimos.

Com tudo isso, o comportamento errado vai ficando claro para o cão e sendo associado a coisas desagradáveis. Essas oportunidades de educar, importantes demais, são desperdiçadas quando o “aluno” é isolado em outro lugar.

Substitutos para o castigo Em vez de nos preocuparmos somente em punir os erros do cão, sempre enfatizo que devemos procurar ensinar os comportamentos adequados e recompensá-los. Por exemplo, se o cão pular para conseguir atenção, em vez de puni-lo o melhor é ensiná-lo a sentar para ganhar carinho. A punição, quando necessária e útil para dar ao cão uma vida mais gostosa e próxima das pessoas de que gosta, pode ser aplicada sem ser preciso deixar o animal sozinho e inseguro.

Antes de tudo, a repreensão deve ser instantânea. De preferência, no mesmo momento em que o comportamento errado acontece. Melhor ainda se for no início do comportamento, como quando o cão começa a abrir a boca para latir. Centésimos de segundo fazem toda a diferença! A repreensão mais indicada é aquela que causa susto ou desconforto ao cão, sem machucá-lo nem traumatizá-lo. Recomendo espirrar um jato de água no focinho dele, com spray, ou chacoalhar uma lata com moedas ou, ainda, se o cão não for muito medroso, estalar biribinhas.

O método de repreensão bem como a maneira correta de aplicá-lo são essenciais e a eficácia varia conforme o cão. Por isso, em caso de dúvida, é importante recorrer ao auxílio de um adestrador ou especialista em comportamento.

Ter um ou mais cachorros? Vantagens e desvantagens

Photo credit: Jelly Dude / Foter / CC BY
Photo credit: Jelly Dude / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Muitos proprietários de cães perguntam se devem ou não comprar um segundo cão. Mostramos os prós e os contras de cada alternativa

Amenizar a solidão
Como animais sociais que são, os cães não gostam de ficar sozinhos. Embora sintam a falta do dono, a companhia de outro cão ameniza bem a solidão. Mas, por outro lado, infelizmente, nem todo cão aprende a substituir a companhia de um ser humano pela de outro cão. Principalmente quando não foi sociabilizado adequadamente com outros cães.

A bagunça aumenta ou diminui?
A destrutividade canina tanto pode aumentar quanto diminuir com a vinda de um segundo cão. Se os dois brincarem juntos, o estrago que produzirão será menor do que se um deles for deixado sozinho. Mas, na maioria das vezes, um dos cães incentiva o outro a fazer coisas erradas!

Quando sozinho, em geral, o cão fica desmotivado e inativo. Pouco destrói, portanto. Nesse caso, se a presença de outro cão estimular o primeiro a agir durante a ausência das pessoas, a bagunça será maior do que quando o único cão era deixado sozinho. Mas é preciso lembrar que mais bagunça é também mais alegria e mais bem-estar para o cão.

Pode haver briga
É normal e aceitável que haja alguma agressividade entre os cães que vivem numa mesma casa. Mas, em certos casos, as brigas resultam em machucados sérios que podem, inclusive, levar à morte.

Quanto mais cães houver, maior a chance de sair uma briga séria. Ter só dois cães é muito mais seguro do que ter três, quatro, etc. Em grupos grandes, muitas vezes o cão que está perdendo a briga é atacado pelos demais e, nesse caso, a conseqüência costuma ser grave.

Para reduzir as chances de brigas sérias, é preciso ter um bom controle sobre os cães e fazer a escolha correta dos indivíduos que comporão o grupo. Muitas pessoas acham que filhotes da mesma ninhada não brigarão quando adultos, assim como mãe e filha, pai e filho, etc. Esse é um conceito errado.

O risco de um macho brigar com uma fêmea é menor do que o de dois exemplares de mesmo sexo brigarem, mas o casal deverá ser separado duas vezes por ano quando a fêmea entrar no cio, se o macho não for castrado e se não se quer reproduzi-los. A separação pode ser bastante inconveniente – o macho costuma ficar desesperado para chegar na fêmea.

Se houver possibilidade de ocorrerem brigas, os proprietários não podem deixar brinquedos e ossos muito atraentes à disposição dos cães. A restrição dependerá de como é o convívio dos cães e de como eles expressam sua agressividade possessiva.

Ciúmes e competitividade
Quando se tem mais de um cão, ciúmes e competitividade são comuns, principalmente visando ganhar a atenção do dono. Para conseguir manter os cães sob controle é preciso demonstrar segurança e firmeza e ter liderança sobre eles.

Exemplares ciumentos podem se tornar agressivos quando disputam um objeto ou a atenção de alguém. A competitividade sem controle aumenta drasticamente os comportamentos indesejados, como pular nos donos e nas visitas, correr atrás do gato da casa, etc. Mas, por outro lado, a competitividade pode levar cães sem apetite a comer mais e cães medrosos a se tornarem mais corajosos.

Cão velhinho X novato
Muitas vezes um filhote faz o cão velhinho voltar a brincar, a comer com mais apetite e a disputar o carinho de seus donos. Mas é preciso ter cuidado para não deixar o mais velho de lado e para não permitir que o filhote o incomode demais. Devemos limitar o acesso do filhote aos locais preferidos pelo veterano, assim como repreender as brincadeiras indesejadas, para garantir sossego ao cão mais velho.

Educação do segundo cão
Sempre pergunto para as pessoas se é o primeiro ou o segundo cão que mais se parece com gente. A resposta costuma ser a mesma: o primeiro! Isso ocorre porque a nossa influência na educação e no comportamento do cão é muito maior quando não há outra referência canina. Se você estiver pensando em ter um segundo cão, prepare-se, portanto, para o novo cão ser mais parecido com cachorro e menos com gente. O primeiro cão costuma entender melhor o que nós falamos e fazemos, procura mais a atenção de pessoas do que de outros cães e costuma ser menos possessivo com seus brinquedos.

Conclusão

Sou a favor de se ter mais de um cão – com companhia a vida fica muito mais ativa e estimulante. Mas o proprietário precisa escolher adequadamente o outro cão e também ser ou se tornar um bom líder de matilha.

Como vivem os cachorros domésticos “selvagens”

Photo credit: Tambako the Jaguar / Foter / CC BY-ND
Photo credit: Tambako the Jaguar / Foter / CC BY-ND

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Depois de passar milhares de anos sendo selecionado pelo homem, como será que o cão doméstico se sai quando precisa sobreviver por conta própria?

Existem diversos grupos de cães vivendo com pouquíssimo ou nenhum contato com pessoas. Alguns desses grupos foram acompanhados por pesquisadores interessados em entender melhor as diferenças entre cães e lobos e em saber mais sobre o processo de domesticação.

Por que domésticos e “selvagens” Geneticamente idênticos aos cães com os quais estamos acostumados, os cães domésticos “selvagens” diferenciam-se por não terem tido contato com seres humanos durante o período de sociabilização. Não reconhecem, portanto, os seres humanos como parte do grupo. Se a sobrevivência desses cães persistir sem a interferência humana, com o tempo, provavelmente, as alterações genéticas os aproximarão dos Dingos, cães australianos selvagens, que são uma subespécie de cães.

Onde vivem Há comprovações ou relatos desses grupos de cães em todos os continentes. Algumas matilhas vivem totalmente afastadas de qualquer civilização. Outras vivem nos arredores de cidades ou vilas. E há também as que vivem dentro das cidades. Neste artigo focarei as matilhas mais “selvagens”. Ou seja, as que tiveram muito pouco ou nenhum contato com seres humanos.

Alimentação Como diversos animais selvagens, esses cães frequentam lixões e costumam revirar o lixo das pessoas quando não há ninguém por perto, geralmente à noite.

São vistos, ainda, caçando pequenos animais, principalmente roedores, como ratos, e pequenas aves, como galinhas, pombos e pardais.

Diferentemente dos lobos, raramente caçam ou matam animais de grande porte. Quando isso acontece, costumam se especializar em animais domésticos, como bovinos, ovinos e caprinos. Parecem não conseguir coordenar uma caçada da mesma maneira que os lobos. Por isso, provavelmente, dependem mais dos pequenos animais ou de animais maiores, mas menos aptos a se defender ou fugir.

Os Dingos demonstram uma capacidade bem mais elaborada para cercar e caçar marsupiais, como cangurus, do que os seus parentes mais domésticos. Essa diferença deve estar relacionada ao longo período em que os Dingos precisaram sobreviver sem a ajuda do homem, o que fez o comportamento deles, nesse aspecto, voltar a ser semelhante ao do ancestral de ambas as subespécies, o lobo.

Reprodução Numa matilha de lobos, só um casal tem permissão para se reproduzir. Já num grupo de cães domésticos “selvagens”, várias fêmeas se acasalam e ficam prenhes. O resultado desse comportamento é, freqüentemente, a produção de um número de filhotes maior do que o grupo é capaz de cuidar. Para piorar as chances de sobrevivência dos filhotes, os machos raramente ajudam as fêmeas a cuidar da prole e a protegê-la.

O cio das cadelas ocorre duas vezes por ano, enquanto o das lobas é apenas anual. Esse é mais um fator que dificulta o sucesso reprodutivo dos grupos de cães. As fêmeas precisam dividir a atenção entre os filhotes recém-nascidos e os que já têm 6 meses, além de terem menos tempo para se recuperar dos desgastes provenientes do parto. Nos países onde o frio é mais rigoroso, o cio adicional também prejudica a sobrevivência dos filhotes que nascem próximo ao inverno, pois precisam enfrentar, ainda pequenos, o frio (as ninhadas de lobo normalmente nascem na primavera, quase um ano antes do próximo inverno).

O comportamento reprodutivo dos Dingos é intermediário entre o dos lobos e o dos cães domésticos “selvagens”. O grupo ajuda nos cuidados com os filhotes, mas o casal dominante permite que outras fêmeas se reproduzam. É provável que o excesso de filhotes produzidos seja controlado pela prática de infanticídio: a fêmea dominante mata todos os filhotes das demais (comportamento observado freqüentemente em cativeiro).

Sobrevivência Estudos como esses deixam claro como os diversos comportamentos dos lobos são importantes para a sobrevivência deles. As alterações comportamentais que afastam os cães dos lobos criam situações que dificultam muito o sucesso reprodutivo e a própria sobrevivência.

O que determina a aparência dos lobos e como se comportam é a luta pela sobrevivência. O homem conseguiu transformar o lobo em cão, selecionando comportamentos e traços físicos. Mas isso só foi possível porque ele garantiu artificialmente a sobrevivência dos animais que domesticou. Podemos dizer que, hoje, o cão é uma espécie dependente do homem para sobreviver.

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