A Cão Cidadão acaba de lançar os novos cursos presenciais, com opções de encontros voltados também para veterinários, banhistas e tosadores. Isso porque o comportamento animal pode apoiar o trabalho desses profissionais, tornando o manejo dos pets mais assertivo e menos estressante.
Por exemplo, se um cachorro ou gato tem medo de tomar banho, com o curso, a proposta é que o banhista compreenda qual é a melhor forma de minimizar o nervosismo do bichinho. Já um veterinário que recebe um pet agressivo, ao conhecer melhor o comportamento animal, aprende a lidar de forma mais tranquila com ele, examinando e aplicando remédios sem gerar tensão.
Os cursos são ministrados pela adestradora e consultora comportamental Patrícia Tsapatsis (Patatula), que se dedica há oito anos ao estudo do comportamento de animais. Ela atende a cães e gatos em domicílio e orienta os proprietários, é responsável pelo treinamento intensivo para formação de novos adestradores da Cão Cidadão, além de ministrar os cursos de Adestramento Inteligente com clicker e Workshop de Comportamento Canino. Conhecida por sua habilidade de transmitir as informações de forma clara, simples e divertida, seus cursos são sempre uma vivência importante para quem quer conhecer mais sobre o universo do comportamento animal. Atualmente, ela atua como palestrante auxiliar de Alexandre Rossi em cursos específicos de adestramento e comportamento de cães, e coordena o grupo de palestrantes da Cão Cidadão, que apresenta semanalmente palestras de comportamento.
Pensar na qualidade de vida dos nossos pets significa cuidar, suprir as necessidades, dar carinho, entreter e educar os bichinhos. E, para isso, é sempre bom saber que é possível contar com a ajuda de dois profissionais: o veterinário e o adestrador.
Encontrar profissionais em quem você confie é o primeiro passo. Pegue indicações, pesquise, conheça, entre em contato. Assim, você terá mais segurança de que estará bem assistido. É muito comum o pet ter uma predisposição ou algum problema, seja clínico ou comportamental, que só fica evidente para os donos quando já se agravou consideravelmente. Portanto, fazer consultas de tempos em tempos ao veterinário e iniciar o adestramento desde a chegada do animalzinho em casa são as melhores formas de prevenção.
Existem casos em que um problema clínico acaba gerando algum problema comportamental ou vice-versa. Os pets também podem ter alguma deficiência, precisando de cuidados especiais, como treinamentos e medicamentos, para ter uma vida melhor. Também existem as situações nas quais o animal precisa ser treinado para interagir melhor com o veterinário e ficar tranquilo enquanto é analisado e medicado, ou até mesmo para conseguir entrar em um consultório sem estresse excessivo.
A cooperação dos de adestradores e veterinários nessas situações é fundamental e os profissionais devem estar sempre alinhados com foco na qualidade de vida do bichinho. Seja qual for o seu caso, cuidar, dar carinho, entreter e muito mais, às vezes, pode parecer complicado. Mas, com a ajuda de veterinários e adestradores, você tem mais segurança para oferecer o melhor pelo bem-estar do seu pet.
Assim, seu bichinho também vai poder oferecer tudo isso de volta para você!
Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.
Muitos cães morrem de medo de ir ao veterinário. Ao verem o profissional se aproximar ou ao entrarem na sala dele, colocam a cauda entre as pernas, tremem ou mostram agressividade. Resultado: todos se estressam – o cão, o proprietário e o veterinário. A qualidade do exame é comprometida diante da dificuldade de avaliar o cão aflito e, ao mesmo tempo, tentar controlá-lo. De tão traumática a experiência, o cão pode mudar de comportamento para sempre. A boa notícia é que existem diversas técnicas capazes de tornar as consultas mais agradáveis ou, no mínimo, menos traumáticas. Também dá para amenizar a sensação de dor durante os tratamentos, o que é especialmente importante para os filhotes, já que um trauma pode torná-los desconfiados e agressivos quando adultos.
Basta uma experiência para traumatizar
Muitas pessoas acreditam que os cães só aprendem por meio de repetições e que, portanto, a experiência dolorosa será esquecida se não ocorrer várias vezes. É verdade que grande parte dos aprendizados caninos necessita de um bom número de repetições para acontecer, mas nem sempre. Há experiências que depois de vivenciadas uma única vez já ficam registradas. Portanto, não subestime a importância de evitar traumas no cão que vai ao veterinário.
O medo pode aumentar a dor
Acalmar o cão nas consultas é uma estratégia importante. Quanto mais aflito e tenso estiver, maior será a chance de se assustar e ficar traumatizado. Um cão que se apavora sente muito mais dor. Até um procedimento simples, como o da vacinação, pode se tornar um evento terrível para eles.
Acostume o cão aos procedimentos
A melhor maneira de manter o cão tranqüilo durante o tratamento é acostumá-lo ao veterinário e a ser manejado durante as consultas.
Na primeira visita dele à clínica, habitue-o ao novo ambiente e ao veterinário. Para que permaneça calmo, deixe-o com os brinquedos preferidos e proporcione momentos agradáveis, oferecendo carinhos e petiscos. Peça ao veterinário para participar, brincando com o cão e dando também petiscos a ele.
Quanto aos procedimentos médicos, o melhor é simulá-los antecipadamente, de maneira gradativa. O treino pode ser feito no início da própria consulta – não costuma levar mais de 10 minutos. A simulação deve ser a mais parecida possível ao que acontece na realidade. Se o objetivo for vacinar o cão, por exemplo, contenha-o firmemente e simule uma picadinha de agulha com uma chave ou tampinha de caneta.
A cada simulação, procure recompensar o cão com algo agradável, como petiscos e elogios. Alguns cães treinados dessa maneira chegam a lamber os beiços quando vêem uma seringa. Só se passa para a próxima etapa do treino depois de o cão aceitar com tranqüilidade aquela na qual está sendo exercitado.
Outra prática útil para ajudar o cão a se adaptar às consultas é acostumá-lo, no dia-a-dia, a determinadas situações. Ter o hábito de ser massageado evita sustos ao ser apalpado pelo veterinário. Brincar em casa sobre superfícies lisas ajuda a não estranhar a mesa metálica da clínica.
No desconforto, redirecione a atenção
Quando um procedimento incômodo estiver em andamento, procure distrair o cão. Quanto menos atenção ele prestar ao desconforto, menos será a sensação de dor. Uma maneira de conseguir isso é brincar com um petisco, deixando o cão abocanhá-lo de vez em quando.
Não reforce a agressividade
Um erro comum é subestimar a reação do cão aos exames. O certo é contê-lo com firmeza nesses momentos. Até um exemplar dócil pode morder se ficar assustado ou com dor. E, se ele tiver sucesso ao tentar se desvencilhar ou assustar e ameaçar a pessoa que se aproximou, aprenderá a repetir tais comportamentos. Não permita, portanto, que ele tenha êxito nessas tentativas.
Resumo das dicas
Associe coisas agradáveis (petiscos, brincadeira, carinho) a todo procedimento que possa ser desagradável ou assustador ao cão.
Procure dessensibilizá-lo aos procedimentos veterinários.
Acostume-o a ser contido firmemente.
Tome as precauções necessárias para evitar que o cão controle a situação.
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