Como acostumar o seu gato a tomar banho?

Photo credit: yoppy / Foter / CC BY
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Por Alexandre Rossi e Malu Araújo – adestradora da equipe Cão Cidadão.

Gatos são muito higiênicos, passam uma grande parte do dia se lambendo, mas eles também podem tomar banho, e melhor ainda, gostar de tomar banho. Preferencialmente, esse hábito deve começar desde cedo, quando o gato ainda é um filhotinho.

Para que ele goste deste momento e associe o banho a uma situação bacana, nunca contenha o gato contra sua vontade, não o coloque logo na primeira vez numa banheira cheia de água e não tente secá-lo com o secador, pois essas coisas podem assustá-lo muito. Faça tudo com calma, já que você quer que ele goste de tomar banho, e, para isso, apresente-o primeiro a tudo que possa envolver o momento do banho.

Os primeiros banhos devem ser dados em etapas: comece molhando só as patinhas, depois vá aos poucos molhando o restante do corpo dele, em outro momento passe uma toalha nele, depois, deixe ele sentir o cheiro dos produtos que você irá usar, sempre associando esses momentos com algo agradável, oferecendo para ele um petisco, brincando, fazendo carinho e falando com ele com um tom de voz suave.

Se você quer secá-lo com secador de cabelo, primeiro ligue o secador distante dele para que ele acostume com o barulho, ofereça um petisco, deixe o secador na potência mínima, aos poucos direcione o jato de ar na direção dele, ainda mantendo uma distância para não assustá-lo, e, aos poucos, passe o secador por todo o pelo do gato. Outra opção é dar preferência aos dias mais quentes e secar bem o gatinho com a toalha. Depois, deixe que ele termine de se secar com o calor do sol, principalmente se o gato apresentar muita resistência ao secador. Depois que o seu gato já estiver mais habituado com os objetos, sons e tudo o que envolve o momento do banho, você pode dar um banho completo nele.

Prepare-se! Um dia antes você pode cortar as unhas do gato, não dê banho se você não tiver tempo, não faça nada com pressa! Você também pode escová-lo antes de dar banho, evitando assim que ele solte muito pelo, proteja o ouvido dele com um chumaço de algodão. Tome cuidado também com os olhos, nariz, não jogue água diretamente nesses locais. Deixe tudo o que você vai usar separado, inclusive a toalha e o secador, o xampu e todos os produtos que você vai usar no banho; use sempre produtos recomendados pelo médico veterinário.

Uma dica é colocar uma borracha de EVA no fundo de uma bacia ou da banheira, para evitar que o gato escorregue.

Lembrando-se de tomar alguns cuidados, acostumando seu bichano desde cedo com essa situação, falando com ele durante o banho e oferecendo alguns petiscos, com certeza é uma receita que fará com que ele goste do banho! E, além de tudo, você terá um amigão bem cheiroso.

Mitos e verdades sobre o convívio com gatos durante a gravidez

Photo credit: fragment.fi / Foter / CC BY
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Por Katia de Martino, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Trata-se de um assunto muito polêmico e é de extrema importância desmitificá-lo. Muitos médicos pedem para as grávidas não conviverem com felinos durante a gravidez, pois o gato é o principal transmissor da toxoplasmose. Essa “recomendação médica” acaba sendo responsável por muitos casos de abandono desses animais.

Mas, será que essa atitude extrema é mesmo necessária? Os gatos podem, sim, transmitir a toxoplasmose, mas a doença só é transmitida através das fezes desses animais. Ou seja, a pessoa teria que ingeri-las para contrair a doença. Além disso, as fezes precisam estar em uma condição ideal de temperatura e por, no mínimo, dois dias no ambiente para que o oocisto (ovo da toxoplasmose) fique esporulado (só nesse estágio é que a pessoa contrai a doença). Portanto, um simples contato com o animal, com seu pelo ou até mesmo com as fezes ‘’frescas’’ são insuficientes para que qualquer pessoa contraia a doença.

Nossos amigos podem ser hospedeiros da doença caso comam carnes cruas de peixes, aves e outros. Portanto, cuide da alimentação de seu bichano. Dê apenas alimentos industrializados, como ração. Com isso, você evita que ele seja um hospedeiro.

A via mais frequente de transmissão da toxoplasmose para os seres humanos ocorre por meio da ingestão de carne crua ou mal cozida, além de verduras mal lavadas. Portanto, a melhor maneira de evitarmos a infecção é termos muita higiene, seja com o gato ou com a alimentação.

Espero contribuir para a diminuição dos casos de abandono causados pela falta de esclarecimento. Com alguns cuidados simples é perfeitamente possível que grávidas continuem convivendo com seus “bichanos”.

Como cuidar do gato deficiente visual

Photo credit: CHRISPICS84 / Foter / CC BY
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Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Gatos são bastante dependentes da visão. Por isso, quando não enxergam bem, precisam de cuidados especiais

Tipos de deficiências
Assim como acontece com os humanos, existem gatos que nascem com problemas visuais, enquanto outros os adquirem por doença, acidente ou velhice. Os graus de deficiência da visão variam bastante – podem ir desde uma leve degradação da acuidade visual ou dificuldade para focar imagens até apenas conseguir diferenciar a luminosidade ou, então, atingir a cegueira total. Quando a cegueira é parcial, em um único olho, fica difícil calcular a que distância estão os objetos. Com isso, a locomoção é prejudicada, especialmente nos saltos, reduzindo a agilidade.

Adaptação
Muitos proprietários levam meses para descobrir que o gato está com problema de visão. Esses casos ocorrem principalmente quando há uma boa adaptação por parte do felino à deficiência, o que é mais provável de acontecer se o problema evoluir lentamente ou se for de nascença. Já quando a deficiência aumenta rapidamente, os sinais ficam logo evidentes, pois o comportamento do gato tende a mudar de maneira drástica.

Com a ausência ou a diminuição da visão, o cérebro se transforma para privilegiar outros sentidos. Ganham importância principalmente o olfato, a audição e o tato. Na nova condição, a memória também passa a ter maior destaque. Infelizmente, gatos idosos não podem contar tanto com essas adaptações – sua plasticidade comportamental e neurológica costuma ser limitada.

Olfato
Pela concentração do cheiro, o gato consegue identificar a direção que deve seguir para encontrar a caminha dele, por exemplo. Ele sabe que está se aproximando do que procura ao perceber que o odor do cômodo onde o objeto se encontra torna-se mais forte. Pelo olfato, também, o gato pode identificar os objetos que foram trocados de lugar. Isso o ajuda a se sentir menos ameaçado, já que qualquer coisa nova no território pode ser sinônimo de perigo.

Por isso, para evitar estressar o gato que tem deficiência visual, sempre que você trouxer um objeto para casa ou lavar um que estava em uso, procure apresentá-lo a ele. Faça-o de maneira cuidadosa, para não assustar. Também deixe o seu cheiro nos objetos antes de colocá-los ao alcance do gato, para evitar que ele os estranhe. Por exemplo, quando o tapete ou a almofada voltarem da lavanderia, passe a mão neles. Permita também que o gato se esfregue nos objetos, pois a identificação será ainda mais facilitada.

Audição
Além de possuírem ótima audição, os gatos são capazes de detectar o local de origem dos sons com muito mais precisão do que nós, humanos. As orelhas direcionáveis colaboram bastante para essa capacidade. Por meio dos sons, o felino pode identificar quem está se aproximando e em qual velocidade. A identificação será ainda mais tranquila se as pessoas falarem com ele enquanto se aproximam e antes de fazer carinho. Outra dica é, ao chamar o gato, ficar emitindo sons até ele identificar corretamente a posição e nos alcançar.

Tato
Os bigodes do gato são pelos tácteis, que funcionam como antenas e facilitam o deslocamento na escuridão total. Por meio desse pelos, ele percebe obstáculos antes de bater neles e de machucar o focinho ou os olhos, por exemplo. Jamais corte esses pelos, portanto. Ainda mais, se o gato não enxergar direito. Experimente encostar o dedo nos pelos de um olho do felino e veja como ele o fecha imediatamente, para se proteger.

Gatos cegos utilizam os bigodes dia e noite, com a mesma finalidade dos gatos com visão perfeita quando estão no escuro. Dessa forma, podem se deslocar com um pouco mais de velocidade e parar imediatamente assim que seus bigodes tocarem em algo, evitando bater e se machucar.

Outros cuidados
Procure não trocar de lugar os objetos da casa, sempre que possível. Detecte o que pode ferir o gato em caso de colisão e, para protegê-lo, cubra os pontos ameaçadores com uma camada de espuma. Quando você levar no colo um gato com problema de visão, tome cuidado: ele ficará desorientado ao ser posto no chão em local desconhecido. Mas não haverá problema se for deixado na caminha dele ou na cadeira preferida, pois poderá identificar rapidamente o objeto e saber onde está.

Lembre-se que gatos com dificuldade visual preferem escalar a saltar. Por isso, sempre que possível, providencie rampas – opte por fazê-las com materiais não escorregadios.

Gatos: demarcação de território com xixi

Photo credit: eva101 / Foter / CC BY
Photo credit: eva101 / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Entre os comportamentos do gato com maior potencial para incomodar seus proprietários está a demarcação com urina. Saiba como preveni-la e corrigi-la

Consultores comportamentais americanos e ingleses reportam que 50% das queixas recebidas de proprietários de gatos estão relacionadas com a demarcação feita com urina, conhecida como “spray marking”. Infelizmente, muitos gatos são abandonados ou sacrificados quando começam a apresentar esse tipo de comportamento.

Demarcação típica
O gato que está em pé e borrifa urina para trás, em superfícies verticais e com a cauda erguida e vibrando, encontra-se na mais clássica posição de demarcação territorial. Essa postura difere bastante daquela adotada pelos gatos para simplesmente se aliviar. Outras diferenças típicas da demarcação são a menor quantidade de urina eliminada com os borrifos e o fato de a urina geralmente não ser enterrada, por se tratar de uma forma de comunicação.

Prevenção via bem-estar
A demarcação com urina pode estar associada à tensão e ao estresse do gato por diferentes motivos. Tanto que muitos felinos param de demarcar quando o ambiente fica mais de acordo com as necessidades deles. Alguns cientistas consideram que a demarcação com urina seja uma maneira agressiva de os gatos protegerem o território.

Efeito da castração
É altamente recomendado castrar, especialmente os gatos machos, para se obter controle sobre a demarcação com urina, tanto preventivamente quanto para “curá-la”, se já se tornou problema. Pesquisas demonstram que cerca de 90% dos gatos machos param de demarcar apenas alguns meses após a castração. Mesmo que o gato continue a demarcar, a castração aumenta as chances de bom resultado no uso de técnicas comportamentais e medicamentosas para solucionar o problema, já que a redução dos hormônios sexuais costuma diminuir a predisposição para a demarcação.

Quanto às fêmeas, a castração faz com que elas não entrem no cio e reduz as chances de demarcarem, além de evitar a demarcação feita pelos machos, já que eles são incentivados pelo cio e pela demarcação praticada pelas gatas.

“Calmantes”
Drogas que reduzem a tensão, como o Valium, podem ajudar a controlar a demarcação com urina, ainda mais quando o motivo principal estiver associado a situações estressantes, como invasão de território feita por outro gato ou animal, uma grande faxina ou mudança de casa. De maneira geral, essas drogas, conhecidas, como ansiolíticos, são recomendadas por períodos não muito longos. Seu uso deve sempre ser acompanhado por um médico-veterinário e um especialista em comportamento. Normalmente, o efeito relaxante desse tipo de medicamento é quase instantâneo, diferentemente da maioria dos antidepressivos, os quais também são bastante recomendados.

Antidepressivos
Ao contrário do que muita gente acredita, os antidepressivos são receitados não só para pessoas, mas também para animais deprimidos, inclusive para o tratamento de vários problemas comportamentais, alguns deles em nada relacionados com o famoso estado depressivo.

Para o controle da agressividade, compulsão e ansiedade em gatos, bem como da demarcação territorial, são bastante recomendados princípios ativos como a fluoxetina e a clomipramina. Estudos demonstram uma eficácia de quase 90% em tais medicações no controle da demarcação territorial. Mas essa porcentagem varia bastante de estudo para estudo. Normalmente, o uso de antidepressivos é recomendado por longos períodos e o efeito pode demorar algumas semanas para aparecer.

Para o tratamento medicamentoso ser iniciado, é necessário que haja acompanhamento médico-veterinário. Após ter sido encerrado o tratamento, se o ambiente não foi alterado de modo a deixar o gato mais seguro e relaxado, o problema tende a voltar.

Feromônio
Existe ainda a possibilidade de uso do feromônio sintético Feliway, disponível em alguns pet shops. A taxa de sucesso, segundo um experimento inglês, é de cerca de 80%. Esse feromônio pode ser colocado nos locais onde o gato borrifa urina. Há também a opção de aplicá-lo no ambiente, por meio de difusores nas tomadas da casa. Na presença desse “cheiro”, os gatos tendem a ficar mais relaxados e a demarcar menos.

O método targeting para adestrar gatos

Photo credit: bortescristian / Foter / CC BY
Photo credit: bortescristian / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Para adestrar e controlar felinos, sejam gatos domésticos, onças ou leões, o targeting é a segunda técnica mais difundida, que perde só para o clicker. As duas podem ser utilizadas em conjunto, sempre que possível

Por que ensinar meu gato?
Com a ajuda do targeting, fica mais fácil e prático ensinar o gato a ir para determinado lugar sob comando – por exemplo, a subir na geladeira, a entrar na caixa de transporte, etc. No caso de grandes felinos perigosos, essa ferramenta torna possível deslocar os animais e posicioná-los sem ter de entrar em contato com eles, o que é muito prudente. Diversos zoológicos do mundo utilizam o targeting quando precisam lidar com grandes animais de modo a evitar acidentes envolvendo tratadores.Usando o targeting, por diversas vezes ensinei gatos domésticos a achar uma saída para descer de árvores e telhados sem precisar de escada! Com esse método conduzi também, para um documentário, uma jaguatirica por caminhos específicos dentro de um recinto enorme. Dificilmente trabalho com um animal sem ensinar a ele as técnicas do clicker e do targeting.

O que é?
Essa técnica de adestramento normalmente ensina o animal a se aproximar de um alvo (target, em inglês) e a encostar o focinho nele. Dessa forma, guiamos o bicho para onde queremos com a ajuda do target, que pode ser uma bolinha na ponta de uma vara, por exemplo.

Como treinar
Antes de tudo, devemos definir um bom target e associá-lo a uma ou várias recompensas. Depois, ensinamos o gato a seguir o target e a tocá-lo. A partir daí, é só posicionar o target no lugar aonde queremos que o gato vá. Com alguns truques podemos ensiná-lo não só para qual lugar ir mas também por onde e como ir. Aos poucos, torna-se possível substituir o targeting por comandos verbais ou gestuais.

Escolha do alvo
Existe uma infinidade de objetos que podem ser utilizados como target. Encontram-se diversas opções no mercado, bastando digitar “target training” em um buscador da internet, como o Google. Há também diversas soluções caseiras que podem funcionar muito bem, como bolinha de pingue-pongue, fitinha e guizo. Um bom target deve ser de fácil visualização, substituível, não ingerível e seguro. Quanto mais ele se destacar no ambiente, mais fácil será para o animal localizá-lo.

Para tanto, ajuda bastante levar em conta as características do local onde o gato será treinado bem como conhecer as características da visão dos gatos. Escolha um target que possa ser substituído se estragar, pois, caso contrário, você precisará adaptar o gato ao novo target. Muitos gatos dão fortes patadas no target para tentar agarrá-lo ou, em alguns casos, tentam comê-lo! Por isso, evite qualquer coisa que possa machucar ou ser ingerida.

Recompensas
Sempre que o gato se aproximar do target ou que tocar nele, deve ser recompensado. No início, convém colocar o target bem perto do focinho do gato e, com o tempo, podemos ir afastando. Quem já usa o clicker pode clicar e recompensar o gato sempre que tocar o alvo ou se aproximar dele. A maneira mais rápida de ensinar é pôr um petisco bem apetitoso no próprio target. Assim, o gato se aproxima e encosta no target para pegar o alimento. No instante em que ele irá alcançar a comida, podemos clicar (a dica vale também para quem não usa ainda o método clicker).

Você pode serrar uma bolinha de pingue-pongue ao meio e colocar um petisco dentro de uma metade, usando-a inicialmente como se fosse um pratinho. Depois de algum tempo, começo a não pôr o petisco na meia bolinha todas as vezes, mas continuo clicando e recompensando. Muitas pessoas fazem essa transição rápido demais e o gato passa a ignorar o target. Evite que isso aconteça intercalando o local da recompensa. Ponha-a às vezes no próprio target e, às vezes, na sua mão. Quanto estiver pondo o petisco somente na sua mão, já poderá usar uma bolinha inteira como target, mas não há problemas em continuar usando a meia bolinha.

Seguir o target
Aos poucos, vá distanciando o target e faça o gato percorrer distâncias cada vez maiores. No início, o target pode ser posicionado a centímetros do focinho, mas depois pode chegar a diversos metros de distância. É nessa fase que começa a ser muito útil prender o target em uma haste, para ganhar agilidade e alcançar lugares altos ou distantes. Sempre que o gato alcançar o target, deverá ser recompensado.

Criar gesto ou comando
Se, por exemplo, quisermos ensinar o gato a subir na geladeira simplesmente apontando para ela, devemos fazer o gesto de apontar e imediatamente posicionar o target no topo dela. Assim que o gato pular e chegar lá, devemos recompensá-lo. Com o tempo, ele irá se antecipar e pulará na geladeira somente ao ver você apontar com o dedo. Não esqueça de recompensá-lo nesse momento!

Como lidar com mais de um gato

Photo credit: Bev Goodwin / Foter / CC BY
Photo credit: Bev Goodwin / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Você tem vários gatos? Veja como proporcionar a eles mais bem-estar na vida em grupo

Meus gatos estão bem?
Gatos são bastante mais sutis que cães para dar pistas quando a situação não é das melhores. Em vez de terem compulsões e de se automutilarem, como ocorre com os cães, os gatos simplesmente reduzem a atividade e dormem mais. Cai, portanto, a freqüência das explorações, das brincadeiras, da alimentação e do uso da caixa de areia. Mudanças como essas exigem cuidado e atenção para serem percebidas.

Espaço mínimo
Alguns estudos demonstram que, quando os gatos se dão relativamente bem, é melhor deixá-los vivendo em grupo do que separados individualmente. Para isso acontecer, entretanto, é preciso que o grupo possa se comportar o mais naturalmente possível. Ou seja, entre os felinos que estão em ambiente confinado, o relacionamento deve acontecer de maneira semelhante à que ocorreria se não houvesse restrição de espaço.

O normal, para um gato que vive em grupo, é permanecer cerca de 50% do tempo fora da visão dos demais e, quando está com os outros gatos, passar a maior parte do tempo afastado deles, de um a três metros. Sempre que possível, portanto, é preciso que o ambiente ofereça condições e espaço para cada gato ficar fora da vista dos demais e a até três metros um do outro.

Com relação ao espaço para exploração e exercício, quanto maior ele for, melhor. Mas um ambiente pequeno pode se tornar interessante e estimulante para o gato. E mais vale um ambiente menor, mas estimulante, do que um espaço maior, porém vazio.

Prateleiras e divisórias
Prateleiras aumentam a área de exploração e possibilitam que os gatos observem o ambiente a partir de um ponto elevado, o que lhes dá maior controle. Em conjunto com divisórias, as prateleiras oferecem a possibilidade de cada gato ficar fora do campo de visão dos demais.

Um estudo científico demonstrou que, freqüentemente, o controle do espaço no piso é feito pelos gatos mais dominantes, enquanto os mais submissos se refugiam nas prateleiras.

Esconderijos
Ter onde se esconder é importante para os gatos. O esconderijo, mesmo quando não usado, deixa o felino mais confiante por saber que, quando for preciso, poderá ter uma rota de fuga e um lugar para se abrigar.

Está comprovado cientificamente que, nos gatos que vivem em ambiente confinado, mas com esconderijo, há uma redução do hormônio cortisol, o qual, em níveis altos, indica estresse e maior sensibilidade para doenças e alergias.

Recursos essenciais
É comum um gato se sentir inibido para beber, comer ou usar a caixa de areia quando outro gato mais dominante o observa. Por isso, convém que a água, a comida e os banheiros sejam disponibilizados em mais de um local, colocados de modo que não se torne possível a um gato controlar todos esses recursos ao mesmo tempo. Assim, se o gato mais dominante estiver deitado na frente de uma caixa de areia, haverá outra caixa de areia para ser usada longe do olhar dele.

Água
Gatos que vivem agrupados em espaços pequenos consomem, geralmente, muito menos água do que deveriam. Procure estimular os seus gatos a beber. Disponibilize fontes de água e coloque-as afastadas das caixas de areia e dos potes de comida.

Comida
Sempre que possível, devemos procurar alimentar os gatos individualmente ou sob supervisão. Controlar a quantidade de comida que cada gato ingere permite evitar obesidade e detectar se algum deles está sem apetite, eventual sinal de doença ou de estresse. Quando não é possível fazer esse tipo de controle, a recomendação é adotar uma rotina rigorosa de verificação do peso de cada gato.

Caixas de areia
O baixo uso das caixas de areia pelos gatos que vivem em casa pode causar problemas de saúde. Para evitá-los, devemos nos esforçar para cada gato poder ir ao “banheiro” com facilidade. Estimula-se o maior uso das caixas de areia posicionando-as longe da comida e da caminha e mantendo-as sempre limpas. O ideal é ter uma caixa a mais do que a quantidade de gatos. Se não for possível, convém ter pelo menos uma caixa para cada dois gatos.

Intolerância entre dois gatos
Confrontos entre gatos de um grupo são comuns. Nessas disputas ocorrem chiados, patadas e unhadas. Um pouco de agressividade deve ser considerada normal. Mas, se um dos gatos ficar aterrorizado demais e viver escondido, deve-se separá-lo ou pedir ajuda a um especialista em comportamento. Algumas vezes, a única saída é formar dois grupos de gatos numa mesma casa, mantidos separados ou em gatis diferentes.

Massageou seu gato hoje?

Photo credit: sethstoll / Foter / CC BY-SA
Photo credit: sethstoll / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Massagear o gato é uma prática que traz benefícios para ele e para o dono

Este é um procedimento que recomendo para todo dono de gato! A massagem presenteia o felino com momentos de prazer e de relaxamento.

Confiança e carinho
Durante a massagem, o gato associa o prazer que está sentindo com a presença, o cheiro e a voz do proprietário. Com o tempo, vai se deixando tocar em mais lugares, à medida que percebe não correr risco. Isso faz o gato confiar cada vez mais no dono e gostar cada vez mais dele.

Estresse e relaxamento
Uma massagem mais profunda é capaz de provocar um relaxamento ainda maior do que um simples carinho superficial. Mas, se o gato não estiver acostumado a esse tipo de interação, o efeito pode ser oposto, estressando-o ainda mais. Em situações tensas, portanto, só lance mão da massagem depois de o gato estar habituado a ser manipulado.

Incômodos e dores
Nossos bichos, infelizmente, não conseguem nos comunicar quando sentem dor. Para detectá-la, precisamos perceber sintomas como parar de comer, impaciência, agitação e, em alguns casos, agressividade.

Com os gatos essa percepção pode ser especialmente difícil, pois, instintivamente, eles disfarçam a dor e o desconforto para não mostrar fraqueza. O motivo é que ficam em situação de risco na natureza se os adversários perceberem que não estão bem ou que se encontram feridos.

Uma das técnicas dos médicos-veterinários para descobrir se o gato está sentindo dor é apalpá-lo. Ao ser pressionado no local dolorido, o gato tem reações que permitem saber da existência de problema e em qual região do corpo isso ocorre.

A limitação dessa técnica é não funcionar bem quando o gato está assustado, exatamente o que se espera que aconteça quando ele é apalpado por um desconhecido, fora de seu território.

Por meio de massagens diárias, podemos acostumar o gato à manipulação. Assim, será mais fácil submetê-lo a futuros exames. O proprietário conhecerá profundamente o corpo do gato, as reações típicas dele e os pontos mais sensíveis. Com essas informações, será possível dar uma importante ajuda ao médico-veterinário. O dono terá condições de fazer uma descrição precisa dos locais do corpo que, quando pressionados, fazem o gato reagir com sinais de dor. Também é esperado que o gato aceite com menos tensão o exame clínico do veterinário, pois estará acostumado a ser apalpado.

Como fazer a massagem
Existem várias técnicas para massagear gatos, descritas em livros, sites e DVDs, algumas, inclusive, patenteadas. Portanto, para quem quiser ir mais a fundo, há bastante conteúdo disponível por aí.

Mas não é preciso ser um expert para começar a usufruir os diversos benefícios da massagem animal. Seguindo algumas dicas gerais, você poderá praticar hoje mesmo em seu gato.

Tipo de massagem
Ao fazer carinho no gato, coloque um pouco mais de pressão nas mãos. Tente sentir o corpo do felino por baixo da pele – músculos, ossos e articulações. Concentre-se como se quisesse descobrir cada pedacinho dele, sem deixar despercebida qualquer parte do corpo.

Tempo, local e posição
É importante que o momento da massagem seja prazeroso, tanto para você quanto para o gato. Respeite, portanto, os limites dele. Aos poucos, ele aprenderá a relaxar e a confiar cada vez mais em você ao ser massageado.

Forçar o gato a aceitar uma massagem mais prolongada do que está disposto a aceitar ou querer que ele continue deitado contra a vontade costumam ser iniciativas contraproducentes. Não há problema se, no início, for preciso dividir a massagem em várias sessões, até conseguir que o gato seja massageado por inteiro.

Regiões sensíveis ou doloridas
Nunca inicie a massagem em uma parte do corpo que possa estar dolorida. Tome também muito cuidado ao manipular uma região sensível. Não é intuito da massagem causar dor, e sim prazer e relaxamento.

Se perceber que o gato está se sentindo incomodado ou se houver possibilidade de machucá-lo, não exagere na pressão. Procure conhecer até que limite ele a aceita tranquilamente. No futuro, uma mudança nesse limite poderá indicar um problema de saúde.

Quando começam a receber carinho ou a ser massageados, os gatos não costumam permitir que a região do abdômen seja tocada. Nesse caso, evita-se massagear a barriga do felino até que ele fique totalmente relaxado ao ser manipulado. Muitos donos só conseguem fazer isso depois de massagear o gato por meses!

Seu gato pode gostar mais de você

Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND
Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. 

Muitas pessoas me perguntam o que fazer para seus gatos gostarem ainda mais delas. Normalmente apaixonadas pelos felinos que têm, querem reforçar o sentimento recíproco

Afetividade
Diversas iniciativas podem nos tornar mais importantes para nossos gatos. Devemos, porém, levar em conta que cada espécie e cada indivíduo possuem uma maneira diferente de amar. Humanos e cachorros são, na média, muito mais carentes de atenção e de carinho que gatos. Em outras palavras, não devemos esperar de um gato a mesma carência de um cão.

Maior dependência
As dicas a seguir farão o seu gato se ligar mais a você. Mas ele poderá também se tornar mais dependente, com mais chance de sentir a sua falta, quando você não estiver. Antes de pôr em prática as estratégias para se sentir mais amado por ele, pense nisso, para não comprometer o bem-estar do seu animal de estimação.

Tendência genética
Gatos já nascem carentes. Determinadas raças e linhagens são mais dependentes, carentes e carinhosas que outras. Por isso, espere filhotes mais afetivos de pais também mais afetivos.

No útero da mãe
A facilidade de apego ao ser humano começa a se formar no útero materno. Durante a gravidez, hormônios produzidos pela mãe influenciam a formação do cérebro do filhote e o quão propício a desenvolver vínculos afetivos ele será. De maneira geral, filhotes cujas mães ficaram muito estressadas durante a gravidez tendem a ser mais medroso e a gostar menos de carinho.

Idade crítica
O que acontece com o filhote até os 2 meses de idade tem uma enorme influência no comportamento futuro do gato. Por isso, procure acostumá-lo desde cedo à presença, cheiros e barulhos de seres humanos. Também está comprovado que massagear o filhote por alguns minutos aumenta a carência e a tolerância a carinho humano. Quanto mais sociabilizado for o gato, maiores serão as chances de ele demonstrar afeto em público, já que não ficará retraído ou escondido sempre que uma visita chegar!

Represente coisas boas
Gatos nos associam com tudo que sentem ou que percebem quando estamos perto deles. Se nos associarem com coisas boas, gostarão cada vez mais de nós. Portanto, o truque é conhecer quais são as coisas que agradam o seu gato e associá-las a você da melhor forma possível.

Alimentos e petiscos
Essas são ótimas ferramentas para uma aproximação afetiva com o seu felino. Para ele associar você a comidas gostosas, não basta que o veja completar o potinho com mais comida. A não ser que seja daqueles gatos que só querem comer quando a ração acaba de sair do saco…

De qualquer forma, é importante que o felino esteja com apetite quando algo gostoso é ofertado a ele. Por isso, receber uma quantidade controlada de alimento o tornará mais apegado a quem o serve do que ter comida disponível o dia todo.

É impressionante como petiscos dados na hora certa podem melhorar – e muito – um relacionamento. Tente recompensar o seu gato com petiscos sempre que ele atender a um chamado seu, como quando você chega em casa, e até mesmo quando ele vier de maneira completamente espontânea.

Diversão
Brincadeiras, principalmente de caça, são bastante prazerosas para o gato. Sempre que possível, brinque com ele. Assim, você ficará associado também a entretenimento e diversão. Aprenda a mover objetos da maneira que o seu gato mais gosta e descubra brinquedos que ele adore.

Conforto e segurança
Deixe o seu cheiro nos lugares onde o gato gosta de relaxar. Passe simplesmente a mão naquele local ou esfregue-se num pano e ponha-o perto dali.

Procure nunca pegar o gato enquanto ele relaxa nem tente tirá-lo de onde se escondeu, principalmente se estiver assustado com alguma visita. Nesses casos, tente atraí-lo oferecendo algo, mas sem insistir demais.

Ficar junto
Quanto mais tempo você passar com o gato, melhor. Isso inclui deixá-lo dormir com você. O chato é não poder se movimentar muito na cama, pois os felinos costumam reclamar ou ir embora… Normalmente, quando durmo com gatos tento me mexer o mínimo possível, para não incomodá-los.

Ensine seu gato a passear na rua de coleira

Photo credit: juhansonin / Foter / CC BY
Photo credit: juhansonin / Foter / CC BY

Por mais estranho que pareça, é possível levar o gato para dar uma volta e ele tirar um bom proveito do passeio

Passear com o gato é bem diferente do que passear com o cão. Exige, portanto, procedimentos específicos. E o resultado pode ser um programa prazeroso e seguro para o felino.

Vantagens para o gato
Gatos são curiosos e precisam ser estimulados. A situação torna-se crítica quando ficam restritos a um espaço pequeno, quase sem atividade. Um experimento inglês constatou que gatos em liberdade chegam a andar mais de dois quilômetros por noite e caçam dezenas de pequenos animais, como insetos, répteis e ratos. Os passeios podem devolver aos gatos um pouco de liberdade, sem haver risco de serem atropelados, envenenados ou machucados por cães de vizinhos.

Nem todo gato curte
Exemplares mais tímidos e medrosos poderão nunca curtir um passeio, apavorados com o ambiente aberto e com o qual não têm ainda intimidade. É importante você conhecer bem o seu gato. Ao tentar passear com ele, fique atento. Observe se os sinais que ele dá são de bem-estar ou de estresse.

Passeio apreciado
Gatos são obcecados por controle do território. Só costumam relaxar depois de conhecer detalhadamente o ambiente onde estão. Gostam também de ter um lugar no qual confiam, para se esconderem caso apareça algo que, na concepção deles, seja muito perigoso. Por esses motivos, sugiro levar o gato sempre aos mesmos lugares. Deixe a caixinha de transporte por perto. Assim, ele poderá voltar ao “esconderijo” sempre que desejar.

Experiência com minhas gatas
Apesar de o passeio com gato ser bem limitado, é muito gratificante vê-lo explorando o ambiente e interagindo. Eu tinha duas Siamesas que adoravam passear em um praça. Sempre as levava para o mesmo canto, ajeitava a caixinha de transporte e as deixava à vontade, presas com guia. Elas subiam num arbusto, caçavam insetos e brincavam. Iam correndo para a caixa de transporte, como se fosse um treino para emergência! Quando passava um cão, a mais nova ficava mais acuada ou ia para a caixinha, enquanto a mais velha fazia questão de interagir com ele. Claro que eu só deixava esse contato acontecer quando tinha certeza que a aproximação era amistosa.

Pré-requisitos
Antes de levar o gato para passear, acostume-o a usar peitoral e guia dentro de casa ou num ambiente ao qual esteja acostumado. Procure deixá-lo com o peitoral enquanto come ou brinca. Aumente aos poucos o tempo de uso do acessório e procure manter o felino sempre sob supervisão, nessas ocasiões. Deixe o peitoral justo, de modo que o gato não consiga tirá-lo – uma escapada pode colocar em risco a vida dele. Peitorais com uma coleira em torno do pescoço aumentam muito a segurança.

O gato deverá também estar curtindo a caixinha de transporte, que será o porto seguro dele. Para estimulá-lo a entrar nela, coloque dentro petiscos gostosos. Deixe-a em lugares nos quais ele goste de ficar.

Primeiros passeios
Ao marinheiro de primeira viagem, sugiro levar o gato para um ambiente fechado e totalmente seguro. Por exemplo, ao apartamento de um amigo sem outros animais de estimação. Mesmo que seja possível deixar o gato sem peitoral e guia, não o faça. Aproveite essa segurança extra para verificar se está tudo em ordem. Leve sempre o gato na caixinha de transporte. Nela, ele se sentirá mais seguro e diminuirão as chances de escapar e machucar quem tentar contê-lo. Ponha a caixinha num canto e abra a portinha. Não force o gato a sair. Se desejar, estimule-o com um petisco, brinquedo ou fale carinhosamente com ele. E respeite-o se ele não quiser sair.

Novos lugares
Sempre que levar o gato a um novo ambiente, aja como se fosse o primeiro passeio. Enquanto ele preferir ficar dentro da caixinha, estará se acostumando com os cheiros, barulhos e a movimentação do lugar.

Avaliando estresse e prazer
Procure avaliar o comportamento do seu gato durante o passeio. Normalmente, quando ele estiver estressado não se interessará por alimento, água, carinho ou brincadeiras. Também evitará fazer as necessidades. Se ele estiver interessado em petiscos, brincando, gostando de receber carinho, etc., é quase uma garantia de não estar estressado – provavelmente o passeio está fazendo bem para ele. Já o oposto não é verdadeiro. Diante da variedade de estímulos oferecidos por um ambiente diferente, o gato pode preferir explorar as novidades a brincar, comer ou receber carinho. Na dúvida, consulte um especialista em comportamento anima para ajudar na avaliação.

Gatos e crianças

Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND
Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

O gato está cercado de mitos, de adoração e de ódio. Poucos animais provocam reações tão fortes e marcantes nos humanos quanto ele. Infelizmente, esses mitos acabam muitas vezes por prejudicar o animal. Procuro desmistificar aqui alguns relacionados com crianças e dou dicas para um bom convívio entre elas e o gato

Há diversos mitos e informações erradas disseminadas na população com relação a crianças e gatos. Isso acontece em diferentes partes do planeta, inclusive onde a população de gatos supera a de cães, como é o caso dos Estados Unidos e da Inglaterra.

Mito: engravidou? Livre-se do gato
É comum que futuras mães em início de gravidez sejam orientadas pelo médico a afastar-se de seus gatos. É claro que muitas delas acabam abandonando os felinos com medo de sofrer aborto. Mas até que ponto a informação que lhes é passada está correta? Pesquisei bastante, conversei com estudiosos e especialistas sobre os riscos de o gato provocar aborto. Confirmei que, realmente, vários médicos pedem que as grávidas se livrem de seus gatos sob alegação de que eles podem transmitir doenças, inclusive toxoplasmose, que é abortiva. Imagino que o mito sobre gatos causarem aborto tenha surgido daí. Mas um gato só pode contaminar a gestante se estiver contaminado. E, para ela abortar, é preciso que pegue a doença. Não irei entrar em detalhes sobre as possibilidades de isso acontecer, mesmo porque essa não é a minha especialidade. Mas informe-se melhor sobre o assunto antes de pensar em se livrar do gato.

O fato provável é que o gato de casa não esteja contaminado com toxoplasmose. Isso é constatável por meio de teste. Feita a constatação, há diversas maneiras de evitar que ele pegue a doença. Mesmo se o gato tiver toxoplasmose, existem cuidados para evitar que transmita o mal. Muitos médicos bem conceituados e informados, em vez de recomendar à gestante que se livre do gato, a orientam a tomar alguns cuidados e, dependendo do caso, a fazer alguns testes. Os pesquisadores dizem também que as principais vias de transmissão da toxoplasmose são a carne crua, a terra e os alimentos mal lavados e não os gatos.

Mito: gato sufoca o bebê por ciúmes
Um mito bastante conhecido na Inglaterra e nos Estados Unidos, listado em alguns sites americanos e ingleses que abordam mitos, diz que os gatos se aproximam dos bebês e chupam o ar do pulmão deles pela boca. Acredita-se que a origem dessa crença venha do fato de alguns gatos, ao sentirem o cheiro de leite na boca do neném, irem lá investigar. Embora não seja aconselhável que gatos lambam o rosto do neném, não há o menor sentido nesse mito. Gatos nunca chupam o ar do pulmão de alguém!

Mito: gato não gosta de criança e a ataca
Gatos podem adorar crianças e há maneiras de estimular isso. Mas mesmo que um gato não goste de criança, seja por ciúmes, seja por medo, não irá até o berço dela na calada da noite para atacá-la! Acidentes geralmente acontecem quando o gato é agarrado à força ou quando a criança não o deixa em paz. Na tentativa de se livrar, ele acaba arranhando. São situações que tendem a acontecer depois de o bebê ter começado a engatinhar e a procurar interação com o gato.

De qualquer maneira, toda interação do gato com criança muito nova deve ser supervisionada, para evitar acidente. Procure também proporcionar diversas possibilidades de escape para o gato obter sossego sempre que desejar.

Ensine a criança a chamar o gato em vez de ir atrás dele. É uma atitude que, por respeitar a natureza desse animal, evita que ele tenha medo de ser agarrado à força e o estimula a gostar cada vez mais da criança. Permita que ela dê pedacinhos de petisco para motivar o gato a vir quando chamado e para ele ter mais um motivo para gostar dela.

Chegada do bebê
Alguns gatos sofrem com mudanças drásticas de rotina, de espaço e com a invasão de território por desconhecidos. Isso tudo pode acontecer quando uma família recebe um bebê em casa. Para evitar estressar demais o felino, procure fazer mudanças aos poucos, de modo que ele vá se adaptando e perceba que não há problemas ou perigo. Se pretende proibir o gato de entrar no quarto do bebê, comece a acostumá-lo a isso semanas antes da chegada do novo membro da família.

Interações positivas
O gato que recebe carinho, atenção e petisco, quando o bebê está por perto, passa a adorar essa proximidade. São agrados que podem ser feitos por qualquer pessoa que esteja próxima aos dois.

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