Quando nosso companheiro felino envelhece

Photo credit: lukeroberts / Foter / CC BY
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Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Mais cedo ou mais tarde, o peso da idade se manifesta no gato. Saiba como o processo evolui e veja as dicas de Alexandre Rossi para proporcionar melhor qualidade de vida ao bichano nessa fase.

Gatos vivem uns 15 anos. Normalmente, o envelhecimento se torna perceptível a partir dos 12 anos de idade. A aparência pouco muda, mas ocorrem alterações gradativas de comportamento (se forem bruscas podem significar doença; na dúvida, consulte um médico-veterinário).

As mudanças típicas do envelhecimento podem ser sutis a ponto de demorar bastante para serem percebidas. De repente, nos damos conta de que o gato parou de pular nos móveis mais altos ou que parece não estar mais enxergando ou ouvindo tão bem. E só aí fica evidente que o tempo passou…

Observar atentamente é a maneira que todo proprietário tem para detectar, desde início, as alterações comportamentais do gato idoso. Com esse procedimento é possível minimizar dificuldades na rotina diária do felino e prevenir complicações se houver problema de saúde.

Estímulos e proteção
É normal que o ritmo do metabolismo do gato diminua com a idade. Com isso, ele dorme mais e precisa de menos alimento. Há também a redução da acuidade dos sentidos, diminuindo a sensibilidade nos aromas e reduzindo o prazer de comer. Uma dica é preservar ao máximo o odor da ração mantendo-a em potes hermeticamente fechados. Para tornar mais perceptível o cheiro de comida úmida guardada em geladeira, aqueça-a antes de servir. Evidenciar o aroma facilita também a aceitação de alimento diferente do habitual. Outro cuidado é deixar sempre o gato velhinho dentro de casa. Isso é ideal para evitar que ele apanhe de outros gatos, se envolva em acidentes ou seja atropelado.

Ambiente Amigável
Leve em conta que o gato, para não mostrar fraqueza, é especialista na arte de disfarçar dores e dificuldades. Ao mesmo tempo, à medida que os anos passam, ele fica mais sujeito a problemas de locomoção e se torna menos ágil.
Por isso, aconselho que, a partir dos 12 anos, seja proporcionado ao gato um ambiente adequado a restrições físicas, mesmo que não haja sinais delas. Esse ambiente deve se caracterizar pelo aconchego e pela facilidade de acesso. É preciso também que os potes de água e de comida, bem como a caixa de areia e o que mais for essencial para o gato, sejam alcançados com facilidade. Cuide, ainda, para que o local esteja protegido de outros animais que possam importunar.

Resguardo de mudanças
Sempre que móveis são arrastados ou mudados de posição, mantenha o gato que chegou à velhice num ambiente menos, longe de confusão, para não aumentar a insegurança dele. Ponha nesse refúgio temporário tudo que lhe for essencial. E só o deixe sair após o término da faxina.

O hábito, bastante comum, de introduzir em casa um cachorrinho ou outro gatinho para ficar com o gato quando ele se torna mais velho não é boa idéia. As mudanças causadas pela chegada de um animal podem prejudicar o bem-estar do gato idoso nessa fase, apesar dos benefícios que um companheiro pode proporcionar.

Auxílio com a higiene
Se o gato era capaz de se manter perfeitamente limpo por conta própria e começar a mostrar dificuldade para se limpar, ajude-o. Sempre que for necessário, faça uma boa escovação dele.

Problemas comuns
Há alguns males comuns em gatos mais velhos. Perceber no começo a manifestação de uma doença fica mais fácil quando se está atento aos sinais de mudança. Outra maneira é submeter o gato a checapes veterinários periódicos. Sintomas como perda de peso e aumento no volume de urina podem significar diabete. O aumento das atividades é um dos sinais de hipertireoidismo. Também são freqüentes problemas com os dentes dos animais de estimação, já que é raríssimo encontrar pessoas que realmente os escovam.

Resumo
– Observar o comportamento do gato pode ajudar a perceber se ele está com problema de saúde.
– A partir de 12 anos de idade, os gatos podem mostrar sinais de envelhecimento.
– Evite que o gato vá para a rua, pois poderá se envolver em acidentes mais facilmente.
– Evite mudanças drásticas na casa e na rotina do gato.
– Ajude-o na higiene.
– Esteja atento a sinais de doenças como o hipertireoidismo e a diabete.

Gatos são animais antissociais?

Photo credit: zaimoku_woodpile / Foter / CC BY
Photo credit: zaimoku_woodpile / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

O gato doméstico é considerado por muitos um ser antissocial, capaz de se apegar somente ao território. Mas a grande maioria das pessoas que tem gato não concorda com essa ideia e defende a sociabilidade dos felinos com unhas e dentes. Quem está certo? Rossi fala da sociabilidade felina e de como influenciá-la

Como filhote de felino selvagem
Da mesma maneira que pode ser útil estudar o lobo para entendermos o cão, o felino selvagem pode nos ajudar a compreender melhor o gato doméstico. Diferentemente da maioria dos animais domésticos, o gato sofreu poucas alterações morfológicas e, provavelmente, poucas alterações comportamentais durante a sua domesticação. Estudos genéticos comprovam que o gato doméstico manteve grande parte das características selvagens de seus ancestrais. Acredita-se que o gato doméstico adulto seja mais sociável que o felino selvagem adulto por manter comportamentos de filhote de felino selvagem, como ronronar e movimentar as patas como se estivesse mamando.

Sociabilidade sem contato humano
Se o gato doméstico fosse um animal estritamente anti-social, seria de se esperar que, sem a influência humana, fosse completamente solitário. Mas não é o que se observa. Grande parte dos gatos, principalmente as fêmeas, reúne-se em grupos. Nessa situação, os cuidados na criação dos filhotes são compartilhados e, com isso, aumenta a chance de eles sobreviverem, conforme comprovam estudos científicos. Outro vínculo é o estabelecido por alguns gatos que formam duplas. Eles caçam em áreas próximas, brincam e dormem juntos. Esse vínculo, que acontece sem interferência humana, pode ocorrer entre machos, fêmeas e entre um macho e uma fêmea. Quando uma dupla é separada, alguns gatos param de se alimentar ou procuram o parceiro por vários dias.

A relação entre gato e ser humano
O gato se mostra mais independente do que o cão em relação aos humanos. Não é comum ver um gato seguindo uma pessoa como faz o cão, por exemplo. Alguns cientistas defendem a idéia de que os gatos se relacionam com o ser humano como se ele fosse outro gato. Nessa relação não existiria a subordinação comum ao relacionamento do cão com o homem. O gato trataria o ser humano como um igual. É interessante observar que não é possível estabelecer uma regra geral para a relação do gato com o homem, já que existem numerosos fatores que podem influenciar essa relação, tornando-a mais próxima ou mais distante.

Período crítico
O que ocorre entre a segunda e a sétima semana de vida do gato – período de sociabilização primária – influi profundamente no comportamento dele por toda a vida. É nessa fase que o gato deve ser socializado, aprendendo a conviver com o ser humano e com os animais com que terá contato a vida toda. Gatos podem desenvolver um bom convívio até com ratos!

Após o período de sociabilização primária, o gato apresentará uma grande dificuldade para interagir socialmente com qualquer outro animal a cuja convivência não tenha sido exposto.

Sociabilização com estranhos
Se quisermos que o gato seja sociável com estranhos devemos habituá-lo a diversas pessoas e não somente a seus proprietários. Estudos científicos demonstram que gatos que no período de socialização conviveram com apenas uma pessoa tendem a ser tolerantes com aquela pessoa específica, enquanto que gatos expostos nessa fase à convivência com quatro ou mais pessoas tendem a aceitar e interagir com qualquer estranho. Também influencia o comportamento dos filhotes a maneira como a mãe reage na presença de estranhos. Se ela foi bem sociabilizada, sua influência tende a ser positiva.

Tempo de interação
O comportamento do gato é influenciado bastante pelo tempo que foi manuseado durante a fase da sociabilização. Se ele recebeu apenas 15 minutos de manuseio por dia naquele período, provavelmente não procurará contato prolongado com os seres humanos. Já o contato tende a ser maior e o gato dorme mais facilmente no colo das pessoas se foi manuseado por mais de uma hora diária.

Efeito da personalidade
Cada gato é um indivíduo e pode reagir e se comportar de maneira diferente, mesmo tendo tratamento idêntico. Gatos mais tímidos precisam ser mais bem sociabilizados do que os mais extrovertidos. Grande parte da personalidade do gato é influenciada geneticamente. Portanto, o comportamento futuro dos filhotes também decorre do temperamento dos pais.

Gatos podem e devem ser educados

Photo credit: Tommie Hansen / Foter / CC BY
Photo credit: Tommie Hansen / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Pouco se comenta sobre educação de gatos. Há quem diga, inclusive, que é impossível adestrá-los. Mas, ao contrário do que se imagina, é possível modificar vários comportamentos dos felinos em geral com técnicas de adestramento

Quem é contra educar gatos?
Um dos motivos que leva as pessoas a escolher determinado animal de estimação é a admiração por ele. Quem valoriza a liberdade e a independência encontra essas atitudes no gato, podendo se apaixonar por ele mais facilmente. Mas pode também pensar que o adestramento prejudicará a independência e a liberdade do felino, tirando a espontaneidade dele ou transformando-o em robô. Educar ou adestrar um gato não causa esses efeitos. Mesmo porque não dá para garantir que o gato educado não venha a apresentar comportamentos indesejados.

Educação dá mais liberdade
Se um gato não comer plantas, não demarcar a casa com xixi e não arranhar os móveis, poderá circular sem restrições por todos os ambientes. Sua liberdade será maior do que a do gato menos educado, já que não haverá necessidade de confiná-lo para evitar danos à residência.

Punir com técnica adequada
Ao educar o gato, devemos ter o cuidado de não associar as punições com a nossa presença. Se isso acontecer, poderemos deteriorar a relação com o felino. Diferentemente dos cães, os gatos não estão psicologicamente preparados para lidar com punições provenientes de seu líder. A estrutura social de ambos é diferente. Por isso, o adestramento não deve ser feito da mesma forma.

Se o gato relacionar castigo com uma pessoa poderá passar a evitá-la ou, em alguns casos, a até atacá-la. Procure despersonalizar as punições, sempre que for possível.
Um método é causar desconforto à distância, de modo que o gato não o atribua a alguém. Por exemplo, colar sobre a geladeira uma fita de dupla face para, quando o gato pisar nela, se sentir desconfortável e não subir mais lá.

Outro método é o de assustar o gato para interromper uma ação. Espirrar água no focinho dele, por exemplo. Ao fazer isso, é preciso tentar parecer indiferente ao gato, para reduzir as chances de ele responsabilizar quem está apertando o spray.

Compreender o comportamento
É mais fácil corrigir o gato quando se proporcionam alternativas que satisfaçam a motivação causadora do comportamento indesejado. Um caso é o do gato que arranha móveis. Provavelmente, ele estará fazendo isso por precisar afiar as unhas ou para demarcar o território. Nesses casos, espalhar arranhadores pela casa e motivar o gato a usá-los tornará mais fácil evitar que ele arranhe outros objetos.

Não estimular o indesejado
Muitos comportamentos se repetem porque são recompensados, mesmo que não estejamos nos dando conta disso. É o que acontece quando o gato acorda alguém miando e a pessoa lhe dá, em seguida, carinho ou alimento. Esse “prêmio” motivará a repetição dos miados todas as manhãs.

Diante de um comportamento indesejado, leve em consideração a possibilidade de o gato estar sendo motivado por algum tipo de recompensa. Se isso estiver acontecendo, inclua a interrupção daquele reforço na estratégia para corrigir o comportamento.

Premiar o comportamento desejado
Devemos premiar o gato sempre que ele apresentar um comportamento desejado que poderia substituir o indesejado. Se ele costumar derrubar vasos, por exemplo, e for visto se entretendo com brinquedos é importante premiá-lo. Estimular o comportamento desejado resultará na repetição do que é aprovado.

Premie o gato dando a ele algo que o agrade. Fale carinhosamente com ele, ofereça um petisco ou faça carinhos. A recompensa deve acontecer o mais rápido possível em seguida ao comportamento correto, para facilitar a associação de idéias.

Resumo
. Gatos (e felinos em geral) são adestráveis
. Gato educado ganha mais liberdade – pode circular mais livremente pelos ambientes da casa
. Não faça agressões ou ameaças para controlar o felino
. Modifique o ambiente para que as atitudes positivas do gato sejam reforçadas e as atitudes negativas punidas
. Tome cuidado para o gato não relacionar punições com você

Encontros noturnos de gatos: saiba o que são e como funciona

Photo credit: OiMax / Foter / CC BY
Photo credit: OiMax / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Muitos proprietários que mantêm solto o gato sabem apenas parte do que o bichano faz quando dá suas voltas por aí. Alguns felinos, além de caçar, passear, namorar e demarcar território, saem para participar de “reuniões”. A versão mais barulhenta desses eventos já foi retratada em filmes e desenhos animados, nos quais vemos diversos gatos reunidos e pessoas irritadas jogando água ou objetos neles para silenciá-los.

Em geral, os encontros entre felinos são feitos à noite. É quando o ambiente está mais tranqüilo e os gatos, mais ativos. Poucos sabem o que de fato acontece nessas reuniões. Para entender melhor o assunto, é importante conhecermos a natureza territorialista dos felinos.

Defesa de território
Os gatos procuram manter afastados os competidores, principalmente os outros gatos, para diminuir a necessidade de disputa por alimentos e por parceiros sexuais. Essa postura territorial é mais evidente nos machos, mas ocorre também com as fêmeas.

Obter os benefícios de ser o dono do território tem seus custos. O gato que o defende, além de precisar de tempo e energia para manter os intrusos distantes, está sujeito a ferimentos resultantes dos conflitos. E o gato agressor, por sua vez, se arrisca a ser ferido e a nada ganhar com isso, se a tentativa de conquista for frustrada.

Assim, em alguns casos, os gatos preferem se tolerar e compartilhar o mesmo território a ficar brigando por ele.

Elite com circulação livre
É nas reuniões que os gatos de um mesmo território se mantêm em contato. Desses encontros só participam vencedores. Os mais fort es, os bons de briga e os corajosos formam um grupo cujos “sócios” se concedem a regalia de circular pelo território comum, sem ser hostilizados um pelo outro.

Resistência a novatos
Como além de sócios esses gatos são competidores, para eles quanto menor for o grupo, melhor. Por isso, os gatos visitantes são mal recebidos. A rejeição começa com intimidações para o recém-chegado perceber que a área já tem dono. A maioria entende o recado e vai logo embora. Mas se algum gato visitante insistir em permanecer, a intimidação evolui para tentativa de expulsão. Nesse estágio, o novato poderá apanhar, levando mordidas e unhadas de um ou mais gatos.

Se depois de tudo isso, o pretendente insistir em continuar na área, poderá ser aceito pelos membros do grupo. Mas não necessariamente. Se a aceitação não vier, o gato novato terá de fugir constantemente dos gatos do grupo.

Expulsão de membro
Fazer parte do grupo não é garantia de que a posição está assegurada. Pelo contrário. Se alguns gatos suspeitarem que um dos sócios está enfraquecido, poderão aproveitar a ocasião para atacá-lo e, quem sabe, expulsar o colega e adversário.

Com a finalidade de evitar essa situação, os gatos tendem a disfarçar quando estão machucados ou sentem dores. Muitas vezes, enquanto não estão bem, se escondem para não mostrar fraqueza nem ter de duelar. E só voltam às reuniões depois de estarem recuperados, sentindo-se em condição de defender a posição deles.

O gato que retorna do pet shop perfumado e com lacinho pode entrar em apuro se for membro de uma dessas sociedades felinas. O cheiro e a aparência diferentes podem ser interpretados como uma fraqueza, possivelmente uma doença. Ao desconfiar de que ele esteja enfraquecido, os demais gatos poderão começar a desafiá-lo. Se o nosso gato estiver bem e for bom de briga poderá reconquistar o espaço, mas ficando sujeito a voltar para casa com arranhões e feridas.

Escassez e atritos
A escassez de alimento ou de fêmeas no cio pode aumentar os atritos durante as reuniões felinas. Nessas ocasiões, os gatos ficam mais dispostos a se arriscar para conseguir a diminuição da quantidade de competidores, e podem tentar expulsar alguns membros do grupo.

Apego entre gatos
Nem sempre um gato considera outros gatos como rivais ou competidores. Algumas raças, como é o caso do Persa, tendem a ser mais amigáveis. Exemplares que cresceram juntos, principalmente onde não há escassez de alimento, costumam desenvolver apego. Esse laço é, em geral, mais forte nos gatos castrados já que os hormônios sexuais aumentam a incidência das disputas, principalmente entre os machos.

Como evitar que o gato demarque o território

Photo credit: AZAdam / Foter / CC BY-SA
Photo credit: AZAdam / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Os gatos, como diversos outros animais, podem urinar e defecar para fazer demarcação do território e, assim, atrair parceiros sexuais, afastar competidores e reconhecer mais facilmente objetos e áreas novas. Essa prática, funcional para os gatos em determinadas circunstâncias, costuma produzir cheiro bastante desagradável para os humanos. Mas, felizmente, é possível evitar a demarcação adotando algumas técnicas.

Reconhecimento da demarcação
Ao contrário do que faz quando deseja simplesmente se aliviar, o gato não enterra as fezes e a urina ao demarcar. Para propagar melhor a sua sinalização, ele lança a urina de modo a espalhar bem o odor. Posiciona-se de costas para o alvo e lança um jato direcionado para trás – de um jeito que parece sair do ânus – atingindo facilmente as superfícies, tanto horizontais como verticais. A demarcação com fezes também ocorre, embora seja mais rara. O gato defeca sobre o local no qual deseja deixar a marca dele.

Efeito da castração
Pesquisas demonstram que cerca de 90% dos problemas de demarcação podem ser solucionados com a simples castração. Depois dela, diminui significativamente a concentração de hormônios sexuais no gato e as consequentes demarcações para atrair o sexo oposto e para afastar indivíduos do mesmo sexo.

Controle do território
Os gatos são obcecados pelo controle do território. Precisam conhecer cada pedacinho do espaço que lhes pertence. Por isso, quando o ambiente onde vivem é modificado, costumam ficar ansiosos. Sentem necessidade de analisar cuidadosamente o que possa significar perigo para eles – objetos, pessoas, animais e espaços desconhecidos.
Tudo o que é novidade, depois de demarcado, se torna mais facilmente reconhecível em futuras aproximações. Por isso, é comum gatos urinarem em bolsas e malas de visitas, em cortinas e sofás novos, etc.

Introdução de objetos dentro de casa, ou seja, no território do gato
Você pode ajudar a tornar menos assustadores para o felino os objetos recém-introduzidos na casa e, desse modo, evitar despertar nele o desejo de demarcá-los. Por exemplo, ao chegar um sofá novo, transfira para ele alguns cheiros conhecidos. Esfregue no móvel as suas mãos ou outra parte do corpo. Atraia o gato até a novidade – se precisar de ajuda, recorra a petiscos ou catnip, a erva do gato – e faça-o ter contato com o objeto de modo que o odor dele também fique impregnado ali.

A importância da boa sociabilização
Para tornar o gato mais confiante cada vez que estiver diante de uma nova situação, procure acostumá-lo desde filhote a ter contato com diversas pessoas, locais e objetos. Gatos pouco sociabilizados podem achar necessário demarcar sofás, janelas, revistas, etc., sempre que uma visita humana “invadir” o território deles.
Quando bem sociabilizado, o gato tende a aceitar com mais tranqüilidade as mudanças e novidades que ocorrem no habitat. Ou seja, tem menos necessidade de fazer demarcação cada vez que passa por uma situação nova.

Cuidado com a presença de outros gatos
O gato pode sentir que o território dele está ameaçado ao perceber nos arredores a presença de outro gato. A visita de um exemplar vindo da rua é capaz de fazer o gato da casa se desesperar e urinar por toda parte. Ver um outro gato pela janela- às vezes basta para ativar a demarcação. Mas olhar pelas janelas costuma ser um bom entretenimento para o felino — o bloqueio dessa possibilidade só deve ser adotado em último caso.

Como lidar com novos territórios
Estar num local desconhecido pode ser bastante assustador para o gato. Por isso, introduza-o aos poucos num novo espaço. Inicialmente, mantenha-o em cômodo pequeno, com água, comida e caixa sanitária, e vá “apresentando” gradativamente cada nova área. Ele estará pronto para iniciar uma nova inspeção quando demonstrar estar bem ambientado ao que já viu, ou seja, quando estiver comendo, descansando, urinando e defecando normalmente.

Hábitos antigos
Alguns gatos adquirem o hábito de demarcar periodicamente determinados objetos ou locais. Nesse caso, podemos dificultar o acesso aos alvos ou tentar torná-los desagradáveis para o gato. Fita adesiva de dupla face colada sobre uma superfície na qual o gato se apóia pode ser o suficiente para fazê-lo perder o interesse pelo local. Outra técnica é revestir com plástico um objeto habitualmente demarcado. Se a urina, ao ser espirrada, bater no plástico e respingar no gato, ele provavelmente ficará incomodado a ponto de abandonar o hábito.

Pensando em adquirir um gato

Photo credit: CJ Isherwood / Foter / CC BY-SA
Photo credit: CJ Isherwood / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Existe um preconceito muito grande com relação aos gatos. Mas, após conhecê-los realmente, muitas pessoas se tornam amantes de tais criaturas.

Sem dúvida nenhuma, os gatos são diferentes dos cães e qualquer pessoa que espere um comportamento igual poderá se decepcionar. Gatos são mais independentes, donos das próprias vontades — não se submetem ao ser humano com tanta facilidade. Mas isso não quer dizer que eles não se apegam a pessoas, que são interesseiros e falsos, como muita gente costuma falar.

As diferenças comportamentais entre cães e gatos são fruto do diferente modo de vida que cada um levava. Os ancestrais dos gatos caçavam animais menores que eles, como ratos e passarinhos. Por isso, podiam caçar sozinhos.

Já os ancestrais dos cães caçavam também animais grandes. Para eles, fazer parte de um grupo era questão de sobrevivência, enquanto que para o gato não era. Daí vem a necessidade de o cão estar sempre por perto do grupo dele ou de seu “proprietário”, enquanto que para o gato nunca existiu essa preocupação. Mesmo não havendo mais necessidade de caçar para se alimentar, tanto os cães como os gatos mantêm comportamentos que já foram essenciais para a sua sobrevivência.

Independência e apego
Apesar de mais independente, o gato também se apega a pessoas, reconhece os seus proprietários, dá carinho e procura companhia. Há quem julgue os cães dependentes demais, querendo sempre chamar a atenção, nunca dispostos a ficar sozinhos. Pessoas assim podem até se sentir “sufocadas” por cães e encontrar nos gatos uma companhia ideal.

Território
De certa forma, os gatos são até mais territoriais que os cães: a maioria dos felinos não relaxa até conhecer bem seu espaço. Demonstrações de carinho só ocorrem depois de o gato ter se adaptado ao ambiente. Antes disso, estará estressado, preferirá ficar sozinho e, para se desvencilhar, poderá arranhar e morder até mesmo pessoas conhecidas.

Higiene e cheiro
Extremamente limpos, os gatos são quase obstinados por limpeza. Exceto algumas raças de pelo longo, são capazes de se limpar perfeitamente. Têm instinto de enterrar as fezes e a urina e, por isso, são facilmente treinados a usar uma caixinha de areia como banheiro.

Levar para passear
Facilmente o gato se sente desprotegido em ambiente novo. Por isso, não costuma ser muito fácil passear com ele, pelo menos da mesma maneira que se passeia com um cão. O gato se assusta com mais facilidade, atrapalhando a marcha constante durante o passeio.

Elegantes e discretos
Gatos são de uma elegância notável e se deslocam discretamente. Embora mais silenciosos que os cães, quando não castrados podem se tornar bastante barulhentos na época do cio, tanto machos como fêmeas, emitindo miados longos e contínuos.

Grandes saltadores
Por saltar mais alto e escalar melhor que o cão, o gato escapa com mais facilidade para a rua. Mantê-lo sem acesso à área externa e colocar telas nas janelas são recursos adotados por algumas pessoas para evitar o problema. Mesmo porque, em um apartamento, saltar pela janela ou cair dela pode resultar em acidente fatal.

Cuidado com os móveis
Raspar as unhas é uma necessidade para os gatos. Muitas vezes, eles escolhem estofamentos para fazê-lo. Existem arranhadores no mercado que podem ajudar a preservar a mobília. Mesmo assim, às vezes, é necessário supervisionar o felino até ele aprender a arranhar somente no arranhador.

Vira-lata ou de raça
Existem diversas raças de gatos, algumas mais calmas como o Persa e outras mais agitadas como o Siamês. Os vira-latas também constituem uma boa opção, já que costumam ser saudáveis e resistentes a doenças. Gatos muito peludos exigem maiores cuidados de limpeza e escovação. Os de pelo curto raramente necessitam de banho.

Filhote ou adulto
Filhotes são mais brincalhões e demandam mais cuidado, atenção e socialização. Os gatos adultos podem se adaptar perfeitamente a novos ambientes e se tornar bastante apegados a novos donos. Uma vantagem de adquirir um exemplar adulto é que o temperamento já está definido. O filhote ao crescer pode se tornar mais medroso e arredio do que se gostaria.

Macho ou fêmea
Gatos, principalmente machos, podem demarcar a casa com urina. Para evitar que isso ocorra, recomenda-se a castração.

Como tornar o gato mais amigável com visitas

Photo credit: .Great Grandpa & Grandma T. / Foter / CC BY
Photo credit: .Great Grandpa & Grandma T. / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Esconder-se, ficar sem brincar e até sem comer quando chegam visitas são comportamentos comuns em gatos. Mas isso frustra o proprietário “coruja”, por não conseguir tirar o animal de debaixo dos móveis para mostrá-lo. As visitas também ficam chateadas ao constatarem que o gato não gosta delas, e o bichano, por sua vez, mantém-se na defensiva, com medo, e deixa de receber carinhos e de curtir a novidade.

Tirar o gato do esconderijo, por melhor que seja a intenção, é afastá-lo do lugar que o faz se sentir protegido, deixando-o inseguro. Respeite o esconderijo do gato. Assim, ele ficará um pouco menos ansioso nas situações que julgar estranhas. Antes de se culpar pelo comportamento do bichano ou de considerar as visitas maus elementos, saiba que faz parte da natureza felina ser desconfiado. Imagine um gato explorando as redondezas sem se resguardar. Em pouco tempo poderá ser devorado por um cachorro. O oposto também não é adequado. Se o gato for medroso demais e não se acostumar a novidades, poderá deixar de achar alimentos, de chegar a lugares gostosos para tirar uma soneca e de encontrar parceiros para se acasalar.

O comportamento cauteloso varia bastante de um gato para outro. É fruto em parte da genética e em parte das experiências vividas. Gatos expostos a estímulos diversos quando filhotes costumam se tornar os menos medrosos e os mais preparados para aceitar mudanças.

O Fusquinha precisa associar visitas com coisas boas para diminuir o medo e tornar a vida mais agradável para todos. Coloque-se no lugar dele. Depois da chegada de um estranho, Fusquinha deixa de poder se esparramar em qualquer lugar, de se alimentar e de receber carinho das pessoas em quem confia. Se ele se sentir em perigo e tiver necessidade de ficar escondido em um cantinho, sem acesso a tudo que tinha minutos antes, é claro que não vai curtir visitas! E enquanto estiver isolado, tentando preservar a integridade, não poderá descobrir que as visitas não iriam machucá-lo nem atacá-lo.

É possível tornar a presença de visitas interessantes e agradável para os garotos associando-se a chegada de alguém a algo que o gato adore: por exemplo, dando petiscos e carinho a ele sempre que entrar uma visita. Guarde parte da ração e dos petiscos mais apetitosos para essas ocasiões (a vontade de comer diminui em situações de estresse e se o gato ganhar de tudo o tempo todo não teremos nada de especial para servir naqueles momentos).

No começo, a guloseima é oferecida bem próximo ao esconderijo do gato. Deixe-o comer tranquilamente. Assim que esse costume for usual, coloque o alimento um pouco mais afastado, estimulando o gato a sair parcialmente do esconderijo. Aos poucos, vá colocando o alimento cada vez mais perto das visitas. Qualquer movimento que pareça assustador para o gato, ou mesmo a tentativa de agarrá-lo, pode atrapalhar o processo. As visitas devem procurar ignorá-lo totalmente, pelo menos no começo. Impeça-as de forçar o contato físico com o bichano.

Com o tempo, o gato pode passar a pedir alimento toda vez que chegarem visitas e até mesmo ir diretamente até elas. Se você quiser encorajar esse comportamento, peça para as visitas colaborarem dando também pedaços de petiscos.

Espero que essas dicas ajudem o seu gato a ser mais corajoso e a descobrir como pode ser bom receber visitas!

Resumo das dicas

Respeite o esconderijo do gato. Não o tire de lá e nem o perturbe.
Ofereça alimentos apetitosos e carinho para o seu gato sempre que receber visitas.
Aos poucos, estimule-o a sair do esconderijo para pegar pequenos pedaços de petisco.
Impeça estranhos de assustar o gato ou de forçar o contato físico.

O que fazer quando o gato arranha os móveis?

gato-arranha-sofaSeu gato tem a mania de sair arranhando todos os móveis da casa?

Eles geralmente precisam afiar as unhas e arranhar os ajuda a eliminar o estresse e a relaxar. Mas, não precisa ser necessariamente o sofá, não é mesmo?

O ideal é que ele tenha alguns arranhadores e, para escolher o modelo ideal, é preciso prestar atenção ao comportamento do animal. Muitos gatos gostam de arranhadores altos na vertical para poderem se espreguiçar, enquanto outros curtem arranhadores na horizontal.

Uma dica é analisar também a preferência da textura, testando brinquedos e arranhadores de papelão, de corda e revestidos com tecido.

Lembre-se: os arranhadores devem ser firmes!

Onde colocá-los?

Coloque o arranhador no local onde o gato mais gosta de estar. Ele não deve ficar, por exemplo, na área de serviço, caso o seu gatinho não frequente muito esse ambiente.

O mundo pelos olhos do gato

Photo credit: Nick-K (Nikos Koutoulas) / Foter / CC BY
Photo credit: Nick-K (Nikos Koutoulas) / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Gato é sinônimo de liberdade, inteligência e curiosidade. Principalmente curiosidade. Mas ao contrário de nós, os gatos precisam fazer muito menos esforço para perceber o que está acontecendo a seu redor. Eles não che gam ao extremo de “enxergar pelas costas”, mas visualizam elementos que estão ao seu redor com menos esforço. Assim, se alguém passar ao lado ou mesmo por trás de um gato, ele não precisará deslocar muito a cabeça para ver quem é. Isso se deve ao seu sofisticado aparelho visual, típico nos predadores, cujos olhos mostram-se mais projetados da superfície e apresentam um campo visual bastante grande, de 220° a 290° (a humana é de 180°).

Embora enxergue bem durante o dia, a visão do gato é bastante adaptada à visão noturna. Seus olhos apresentam estruturas e mecanismos totalmente direcionados para a visualização na presença de pouca luz, fazendo com que aproveitem melhor a luz do ambiente (estima-se que eles necessitam de cerca de 1/6 da quantidade de luz que para nós é o limite mínimo para a visão).

Um desses mecanismos é dilatação pupilar, a extrema adaptabilidade das pupilas que se dilatam ou contraem conforme a quantidade de luz, permitindo uma melhor visualização do ambiente. Quem nunca reparou na diferença entre os olhos de um gato durante o dia e à noite? Aquele filetinho escuro central se transforma numa esfera negra que toma grande parte do olho. Agora, seus olhos estão ainda mais abertos para a escuridão.

Mas nem tudo é glória. Se por um lado os gatos nos superam na capacidade de enxergar durante a noite, por outro, perdem na acuidade visual, pois eles têm apenas 10% da nossa capacidade de visualizar imagens detalhadas. Isso se deve às mesmas estruturas oculares que maximizam a visão noturna, que diminuem a resolução das imagens, tornando-as, na maioria das vezes, obscura. Além disso, eles apresentam pouca acomodação visual e uma leve miopia, que também resultam na visualização de uma imagem imperfeita.

Dessa forma, elementos como o movimento dos objetos, assim como variações de tamanho e algumas formas básicas são primeiramente visualizadas em detrimento aos detalhes. Portanto, se o seu gato não vem mais ao seu encontro quando você oferece aquela apetitosa ração de carne, não pense que agora ele prefere atum, talvez ele não esteja reconhecendo seu prato predileto. Chegue mais perto e então ofereça a ração. Agora sim, ele pode avaliar a oferta.

Seguindo o mesmo raciocínio, podemos imaginar que o gato não dará muita importância e poderá nem mesmo notar se seu brinquedo ambulante é um ratinho ou um ursinho, desde que do mesmo tamanho. Mas com certeza, você chamará sua atenção quando colocá-los em movimento. Ainda que ele não entenda o que aquele formato representa, será extremamente preciso ao agarrá-lo e lançá-lo pelos corredores.

Há divergências entre a possibilidade de visualização das cores. Estudos anatômicos já conseguiram comprovar a existência de componentes oculares e cerebrais necessários para a visualização e discriminação das cores, embora com algumas limitações e sem a certeza do quanto são funcionais. Cientistas americanos já provaram que os gatos são capazes de diferenciar o azul do cinza e o azul do verde, desde que o objeto colorido não esteja muito distante de seus olhos e seja de bom tamanho.

Não se sabe ainda como eles enxergam essas cores, talvez o azul para eles seja visto como uma outra cor; certamente diferente do verde e do cinza. Talvez a compra de camas e brinquedos coloridos para seu gato seja uma tarefa inútil: para ele, talvez grande parte destas cores sejam, na verdade, tons de cinza.

Personalidade de gato

http://foter.com/f/photo/9656522377/646672149a/
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Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Para os donos, cada bichano é um indivíduo diferente. Brincalhões ou reservados, atrevidos ou recatados, audaciosos ou prudentes, melindrosos, modestos, egocêntricos, ou até temperamentais, cada gato parece ter sua própria identidade. Alguns deles, ao longo da história, alcançaram a fama e até ficaram imortalizados em nossas lembranças graças aos seus temperamentos marcantes. Quem não se lembra do criativo gato Félix, sempre cheio de truques, malabarismos e artimanhas? E do melindroso, guloso e preguiçoso Garfield? Sem disfarces e com ar de declaração (“gostem de nós do jeito que somos”), os gatos deixam cada vez mais claro que “personalidade” é algo que não lhes falta!

Até bem pouco tempo atrás estava muito longe da ciência aceitar que gatos poderiam diferir uns dos outros, quer seja no relacionamento com as pessoas ou nas interações com outros gatos. Felizmente, a realidade mudou e atualmente diversas pesquisas têm comprovado que, de fato, o que proprietários observam e relatam é verídico: cada gato tem sua própria identidade. Estudo recente realizado nos EUA filmou inúmeras sessões onde diferentes gatos eram colocados junto de pessoas não familiares. Verificou-se que os gatos exibiam comportamentos bem diferentes, de modo que foram classificados em: gatos amigáveis reservados (sem iniciativa), gatos amigáveis com iniciativa e gatos não-amigáveis. Dentre os gatos amigáveis, por exemplo, havia aqueles que preferiam contato através de brincadeiras, outros preferiam afagos e carícias, e por fim, havia aqueles que procuravam manter um contato à distância, como num verdadeiro “amor platônico”.

Mas o que será que determina esses diferentes temperamentos dos gatos domésticos? De onde vem esta tal “personalidade”? Estudiosos do assunto acreditam que o temperamento de um gato seja resultado de uma combinação de fatores, tais como genética, experiências com a mãe e irmãos de ninhada enquanto filhote, ambiente onde vive e até a própria personalidade do dono. Por exemplo, um gatinho órfão que foi privado das lambidas e esfregamentos de sua mãe e irmãos de ninhada terá grandes chances de se tornar um gato adulto medroso e intolerante às carícias. Da mesma forma, um gatinho vivendo em um ambiente com crianças lhe importunando o tempo todo (obrigando-o a ficar no colo e até usando seu rabo como brinquedo) provavelmente se tornará um adulto assustado e até agressivo.

Mas, sem dúvida, a genética tem uma notável parcela de contribuição no temperamento de um gato. É bastante comum aconselharmos as pessoas a investigarem o temperamento dos pais de um gato, principalmente quando se busca um bichinho bastante dócil. Quem nunca ouviu dizer que gatos amigáveis tendem a gerar filhotes também amigáveis? Isso é verdade, já que mãe e pai transferem para os filhotes genes que contêm toda informação referente a seu organismo, incluindo seu temperamento. É por isso que os filhos, e aí podemos incluir o ser humano, apresentam características maternas e paternas em sua personalidade. A mãe, no entanto, não transmite simplesmente informação genética para seus filhos. Desde que nascem e enquanto são ainda pequenos a mãe lhes transmite ensinamentos bastante importantes para a vida futura, daí a importância dos primeiros contatos dos filhotes com a gata. Já o pai tem pouco ou nenhuma participação nesta fase de ensinamentos, já que os machos praticamente não atuam na criação dos filhotes.

Dessa mistura de fatores herdados e ensinados é que surgem os diferentes temperamentos dos felinos. Embora apareçam e se desenvolvam enquanto o animal é ainda filhote, irão permanecer também no indivíduo adulto. Uma vez formada, a personalidade do gato permanecerá por anos e talvez até por toda a vida. Se enquanto filhote seu gatinho já demonstra, por exemplo, que é capaz de truques, artimanhas e até trapaças para conseguir comida, tenha certeza, quando adulto, será um gato bem malandrinho; daqueles que atacam sua geladeira para afanar alguns petiscos e guloseimas.

Independente do temperamento do felino, o importante é saber entender e compreender que cada gato é um indivíduo diferente. Devemos aceitá-los tal como são e lembrar que uma das grandes características admiráveis nos gatos é justamente o fato de terem “personalidade”.

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