É possível adestrar um gato?

dicas_interna-gatoPor Juliana Sant’Ana, franqueada da Cão Cidadão.

Irascíveis, associais e incontroláveis. É assim que muitas pessoas descrevem os gatos domésticos, mas até que ponto isso é mesmo verdade? Será que é possível adestrar um gato? Sabemos que o temperamento de cada animal é moldado principalmente de acordo com suas experiências de vida, entretanto a ideia de que gato é um animal de vida livre, que não cria vínculos com o ser humano, ainda prevalece, reforçando o mito de que eles não são animais treináveis. Esse desentendimento com relação aos felinos pode ser, em parte, devido à falta de conhecimento sobre as preferências da espécie. Então, quais seriam os estímulos mais motivadores para os gatos?

Os cientistas respondem

Um recente estudo da Universidade do Estado do Oregon (Oregon State University), que também foi divulgado por alguns meios de comunicação na última semana, avaliou a preferência dos gatos domésticos e revelou que não apenas os gatos criam vínculos com humanos como também preferem essa interação social em vez de alguma comida. Para chegar a essa conclusão, os cientistas apresentaram a gatos adultos, provenientes de abrigos e de ambientes domésticos, estímulos diferentes para cada uma destas quatro categorias: interação social com um humano, alimento, brinquedo e estímulo olfativo.

Os testes

Para controlar o interesse de cada indivíduo, os gatos foram isolados do contato com humanos e não receberam qualquer alimento 2 horas e meia antes do teste. Além disso, cada animal permaneceu em seu próprio ambiente: gatos de abrigo foram testados em uma sala dentro do abrigo e os domiciliados, numa sala na casa do tutor.
No início, foram apresentados aos animais três estímulos diferentes em cada uma das quatro categorias:

1. Interação social com um humano – o próprio tutor ou o experimentador, no caso dos gatos de abrigo, (1) conversava com o gato; (2) fazia carinho nele;  e posteriormente (3) estimulava-o com um brinquedo com penas;

2. Alimento – os gatos tiveram acesso simultâneo a porções de: (1) frango, (2) atum e (3) petisco com sabor de frango;

3. Estímulo olfativo – os cientistas disponibilizaram simultaneamente panos de algodão com odores (1) de gerbo, uma presa natural dos felinos; (2) de catnip, a famosa erva do gato; e (3) de um gato desconhecido;

4. Brinquedo – os gatos tiveram acesso simultâneo a: (1) um brinquedo que se movia sozinho, (2) um ratinho e (3) um brinquedo com penas.

Ao final, para avaliar a preferência dos animais, os pesquisadores apresentaram simultaneamente para cada gato os quatro estímulos que haviam sido mais atrativos no teste inicial, sendo um de cada categoria.

Quais foram os resultados?

Não houve diferença significativa entre os gatos de abrigo e os domiciliados. Na comparação entre os estímulos da mesma categoria, os animais preferiram: a interação social por brincadeira, o atum, o brinquedo que se movia sozinho e o odor de erva do gato (catnip). Na comparação entre os estímulos mais atrativos de cada categoria, 50% dos gatos testados preferiram a interação social com um humano, 37% preferiram o alimento, 11%, o brinquedo e 2%, o estímulo olfativo. Entretanto, em termos estatísticos, os cientistas concluíram que não houve diferença significativa entre a preferência dos animais pela interação social e pelo alimento.

Isso significa dizer que…
A interação social com um humano foi, no geral, o estímulo preferido pela maioria dos animais, deixando a escolha pelo alimento em segundo lugar. Entretanto, é importante ressaltar que essa sociabilidade dos gatos é também influenciada por uma combinação de fatores que incluem predisposições genéticas e experiências de vida. Dessa forma, é bem provável que alguns gatos tenham mais preferência por interação social que outros.

O estudo também nos traz informações relevantes sobre os estímulos que podem ser utilizados para enriquecer o ambiente dos felinos, como os brinquedos que se movem sozinhos e a própria erva do gato (catnip). Além disso, mesmo considerando que os animais avaliados não tiveram acesso a comida 2 horas e meia antes dos testes, devemos lembrar que muitos gatos domiciliados ou de abrigos têm alimento sempre à disposição. Isso talvez tenha influenciado o fato de eles terem escolhido a interação social em vez do alimento?

Em suma

A descoberta dessa preferência entre os gatos nos revela que tanto a interação social quanto o alimento podem funcionar como reforçadores, favorecendo a modificação comportamental e os treinamentos cognitivos, ou seja, os gatos são animais treináveis, basta apenas criarmos uma motivação para eles, selecionando estímulos que sejam mais atrativos como recompensas. Os resultados apresentados pelo estudo são apenas um ponto de partida.

Referência

SHREVE, Kristyn R. Vitale; MEHRKAM, Lindsay R.; UDELL, Monique AR. Social interaction, food, scent or toys? A formal assessment of domestic pet and shelter cat (Felis silvestris catus) preferences. Behavioural Processes, 2017.

Cães são capazes de demonstrar afeto pelos donos?

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Os donos de animais de estimação tendem a identificar certas atitudes de seus bichinhos, como uma forma de demonstração de afeto e carinho. Mas, será que realmente os animais são capazes de tal conexão?

A adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão, Cassia Santos, explica que o convívio cotidiano com um cachorro é a principal forma de descobrir os diversos sinais de afeto que ele demonstra por seu dono.

“Eu não sou adepta a uma ‘linguagem universal do afeto canino’, mas, acredito, sim, em comportamentos e posturas que vão se desenvolvendo ao longo da convivência, e que acabam sendo sinais específicos da relação afetiva entre aquele cão e aquele humano”, diz.

Uma pesquisa conduzida pelo cientista americano Gregory Berns, que analisou as reações cerebrais dos cães a comandos dados pelos humanos, só reforça o que Cássia disse. Com exames de ressonância magnética, Berns estudou as atividades ocorridas no cérebro dos peludos, e obteve resultados que renderam o livro How Dogs Love Us.

Desde então, outras pesquisas foram realizadas e ainda estão sendo conduzidas sobre esse tema. Ainda há muito a se descobrir sobre as respostas cognitivas dos cães em relação ao vínculo com seus tutores. Já descobriu-se, por outro lado, que a conexão entre pets e os seus responsáveis possui similaridade com o elo entre uma mãe e um filho bebê.

Este estudo, citado pela revista Veja, explica que o simples fato de o pet olhar para o dono libera ocitocina no cérebro de ambos. Esse hormônio é responsável pela empatia, por isso foi apelidado de “hormônio do amor”. É o mesmo liberado no organismo das mães que amamentam seus bebês. Sendo assim, o cão olha para o seu tutor e o faz liberar a ocitocina. Imediatamente, o tutor é incentivado pelo hormônio a acariciar seu bichinho, fazendo com que surja nele essa mesma sensação de afeto e carinho.

Isso, então, se torna um ciclo vicioso de hormônio, o que aumenta a intensidade do vínculo que existe, sim, entre os animais e seus responsáveis.

Mesmo assim, a profissional da Cão Cidadão alerta. “É preciso muito cuidado ao antropomorfizar o comportamento dos cãezinhos. Ou seja, não se deve interpretá-los com a lógica de um humano. Um cachorro pode não ser muito fã de carinho e colo, mas, mesmo assim, demostra de outras maneiras o quanto gosta do seu dono, seguindo-o pela casa e estando sempre por perto, por exemplo”, afirma.

Para saber mais sobre esse curioso afeto, leia a matéria na íntegra.

Cães e gatos veem luzes ultravioleta, diz estudo

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De acordo com uma pesquisa realizada por biólogos da City University London, na Inglaterra, cães e gatos conseguem enxergar luzes ultravioletas, que produzem cores que a visão humana não consegue ver.

Diferentemente dos humanos, que só enxergam tons do vermelho ao violeta, os animais são capazes de enxergar a luz ultravioleta, que está no processo normal da visão.

As abelhas e insetos, por exemplo, usam a luz ultravioleta para ver tons nas plantas que os atraiam ao néctar. As renas, por sua vez, podem identificar um predador como o urso polar, cuja pelagem branca se mistura à cor da neve.

Para chegar à descoberta, os pesquisadores analisaram olhos de diversos animais, de variadas espécies. O procedimento mostrou que os olhos dos cães e gatos permitem a absorção de luzes ultravioleta, propondo assim, que eles teriam a capacidade de enxergá-los.

Mais informações no Portal UOL.

Na Índia, elefantes fazem massagem para evitar estresse

As massagens realizadas nessa turminha da pesada fazem parte de um estudo sobre os efeitos da terapia corporal em elefantes que vivem em cativeiro. A responsável pelo estudo, a terapeuta corporal de elefantes Elke Reisterer, veio diretamente de um zoológico dos Estados Unidos para realizar o procedimento nos animais. As sessões duram em média 1 hora. A terapeuta começa massageando as pernas e segue na direção da cabeça, depois vai do rabo à tromba. Durante a massagem, também são medidos a pressão arterial e o nível de estresse dos animais. Assim, a especialista pode acompanhar os efeitos da terapia, enquanto está sendo realizada nos simpáticos grandalhões.
Fonte: BBC Brasil

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