Coleira de citronela

dicas_internaGEC_coleira

Por Claudia Terzian, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Um estudo da Universidade Queens, na Irlanda do Norte, avaliou a eficácia do uso de coleiras de citronela na redução de latidos em 30 cães que usaram o dispositivo de forma contínua (todos os dias durante 30 minutos) ou de forma intermitente (a cada dois dias durante 30 minutos), por um período de 3 semanas. Os proprietários avaliaram seus cães quanto à intensidade dos latidos uma semana antes do início do estudo, durante o treinamento (semanalmente) e uma semana após o término do treinamento.

Resultados
Comparando os cães com sua condição inicial, observou-se que todos latiram com frequência significativamente menor durante e após o período de treinamento.

Durante o treinamento, a redução dos latidos foi mais eficaz nos cães que usaram a coleira de forma intermitente (dia sim, dia não), do que naqueles que a utilizaram todos os dias.

O comportamento voltou a se repetir após a retirada do dispositivo, principalmente nos cães que o utilizaram todos os dias, mas em níveis menores que os apresentados antes do treino.

Nessas duas formas de uso, a coleira perdeu sua eficácia principalmente por conta da habituação do cão ao dispositivo. Porém, foi constatado um período de eficácia com o uso intermitente.

Como aproveitar essa informação no nosso trabalho
As broncas não precisam ser utilizadas 100% das vezes em que o comportamento indesejado ocorre para garantir o sucesso de um treino. Temos muitas outras ferramentas e estratégias para lidar com essa situação, como por exemplo, descobrir e remover a causa dos latidos, aumentar as atividades do cão, promover o enriquecimento ambiental, mudar o comportamento da família, dentre muitas outras que podem alavancar ainda mais o resultado a nosso favor.

As broncas utilizadas de forma intermitente permitem-nos ganhar tempo no treino quando o aluno é medroso, ansioso ou se trata de um cão superestimulado pela situação em que ocorre o comportamento indesejado. Podemos, por exemplo, escolher primeiro trabalhar a ansiedade, criar associações positivas com a situação, tornando o estímulo menos estressante, e até mesmo utilizar medicação, para depois optar por um treino com punições positivas ou então utilizá-las pontualmente durante todo o processo e em situações específicas. Também é importante orientar o cliente a não usar a bronca continuamente até que o treino esteja mais consistente para o aluno.

Devemos considerar ainda que a bronca testada no estudo era despersonalizada, porém fácil de ser associada pelo cão ao uso da coleira. A punição pode ser mais eficaz, tanto com broncas despersonalizadas (em que o cão não associa a presença de pessoas), quanto com broncas presenciais e diretas, se o cão não souber quando o aversivo será de fato utilizado, já que, quando o cachorro está com a coleira, ele percebe que o desconforto sempre ocorrerá.

Portanto…
Quando o proprietário usa a bronca de forma intermitente (de vez em quando), é possível que demore mais tempo para que o cão se habitue, ou seja, se dessensibilize, à punição. Em contrapartida, o uso contínuo pode fazer com que a bronca perca sua eficácia mais rapidamente. Além disso, devemos sempre nos lembrar das outras medidas para modificação comportamental, que devem ser adotadas para o sucesso do treino.

Revisão realizada por Julianna Sant’Anna, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Visite-nos na Pet South America!

noticias_interna_prepare-sePETSA Nessa semana terá início uma das maiores feiras pet da América Latina, a Pet South America, também conhecida como PETSA.

O evento, que terá duração de três dias (30 e 31/8 a 1/9), acontecerá no Expo Center Norte (Pavilhão Verde) e contará com a presença de profissionais renomados no mercado pet. Entre eles, a Cão Cidadão e o especialista de comportamento animal, Alexandre Rossi.

A PETSA apresentará diversos expositores nacionais e internacionais, além de uma programação recheada de novidades, palestras, brindes e muito mais.

Cão Cidadão

A Cão Cidadão estará no estande de número 215, onde a equipe realizará demonstrações de como educar o bicho de estimação e estará disponível para tirar dúvidas sobre adestramento e comportamento animal.

Além disso, Alexandre Rossi realizará palestras com foco nos profissionais do universo pet, buscando ressaltar a importância da parceria entre veterinários, donos de canis e petshops com adestradores, na busca pelo completo bem-estar dos animais.

Clique aqui e confira a nossa programação. Esperamos por você!

Gravidez psicológica: o que é preciso saber

dicas_interna-gravidez

Muito comum entre cadelinhas que ainda não foram castradas, a gravidez psicológica ou pseudociese pode ocorrer em qualquer momento da vida do animal. “Esse problema é causado por uma alteração do hormônio progesterona, que envia para o cérebro das fêmeas a informação de que estão prenhas, mesmo sem terem cruzado”, explica o adestrador da equipe Cão Cidadão, Paulo César.

Esse problema afeta a fêmea de maneira psicológica e física, causando nela mudanças comportamentais. “Ela chega a produzir leite e adotar um filhote, que pode ser um bicho de pelúcia ou qualquer outro objeto”, detalha o adestrador.

Apesar de comum, a maioria dos tutores não sabe o que fazer quando a gravidez psicológica ocorre. Por isso, o profissional Paulo César deu dicas de como lidar com esse comportamento.

1. A castração é a melhor maneira de evitar o problema, pois retira os órgãos produtores do hormônio que causa a gravidez psicológica.

2. Após essa fase, deve-se procurar um veterinário e verificar os níveis hormonais da cadelinha. Em caso de desequilíbrio, um tratamento pode ser indicado.

3. Durante a gravidez psicológica, que dura em média duas semanas, deve-se deixar o animal bastante confortável e evitar retirar o seu “filhote” imaginário.

4. Esses sintomas podem se manifestar em intensidades diferentes em cada animal.

5. Apesar de ser um problema comum, não é recomendado que a cadelinha passe por isso muitas vezes. Isso porque ela pode desenvolver estresse, além de mastite (inflamação das glândulas mamárias).

Evitar o convívio com cadelinhas que estejam de fato prenhas pode ajudar muito a controlar esses sintomas na sua cachorra. “Apesar de não haver comprovação científica definitiva, existem relatos de cadelas que entraram nesse estado ao conviver com outras prenhas”, informa o adestrador.

É indispensável não mudar a rotina da cadelinha durante esse período e respeitar o espaço dela. Com muito carinho, paciência e cuidados especiais, sua peluda voltará ao normal rapidamente. Vale sempre consultar um veterinário, principalmente nesses casos, ok?

Gostou desta dica? Se quiser contratar um de nossos profissionais de adestramento e comportamento animal, fale com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571-8138 (São Paulo) e 11 4003-1410 (demais localidades).

Animais podem entrar em depressão?

dicas_interna-depressao

A depressão em animais é assunto de muitos estudos e, até hoje, não se chegou a uma conclusão se os bichos podem ou não passar por esse problema. Eles podem ficar apáticos e até um pouco tristes quando vivem em um ambiente não muito agradável para eles.

“Muitas vezes, não ter as suas necessidades atendidas como espécie pode fazer com que alguns animais desenvolvam ansiedade ou fiquem entediados e, assim, eles apresentam alguns comportamentos que podem ser confundidos com os sintomas da depressão”, explica Fabio Antonio, adestrador e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Mudança de comportamento

O especialista explica que algumas pessoas também confundem e interpretam um animal muito quieto como deprimido, mas, na maioria das vezes, pode haver algum problema de saúde envolvido. Por isso, é importante levar o pet ao veterinário sempre que notar alguma mudança de comportamento.

A apatia pode ser provocada por diversos motivos, entre eles, a falta de um ambiente saudável e próprio para o pet. Os animais precisam ter as suas necessidades atendidas para manter a saúde física e, principalmente, a mental em dia. “O ambiente é fundamental para o bem-estar do pet, e precisa trazer atividades e desafios diários”, comenta Fabio.

O adestrador informa ainda que cada espécie demanda uma atenção diferenciada. “Não podemos esperar que um gato se sinta bem em um ambiente preparado para um cão ou que um roedor fique tranquilo em um local pensado para gatos”, adverte. “Isso pode gerar uma ansiedade excessiva, além de problemas comportamentais decorrentes do estresse crônico, como agressividade, latidos em excesso, medos e fobias”, completa.

Outro motivo que pode gerar a apatia é a solidão. Animais, como os cães, são “programados” para viverem em grupo e, quando passam muito tempo sozinhos, podem desenvolver problemas comportamentais, físicos e psicológicos simplesmente porque a solidão não é um comportamento natural da espécie.

Como agir

O melhor tratamento para a apatia é a prevenção. “Habituar o pet desde filhote às situações que ele vai passar durante a sua vida é fundamental”, indica Fabio. “Eles precisam aprender a ficarem sozinhos aos poucos, o ambiente precisa ser rico em atividades e é necessário que os cães tenham passeios diários. No caso dos gatos, o seu espaço deve ser respeitado. Eles devem ter a opção de se esconderem em tocas quando quiserem ou de interagir com algum brinquedo que estimule a caça.”

Uma boa dica também é a castração. “Do ponto de vista comportamental, a castração geralmente traz mais benefícios para os cães machos e, no caso dos gatos, para ambos os sexos”, informa o adestrador. “O procedimento ajuda a reduzir a ansiedade no caso dos machos, evitando problemas comportamentais. Para as cadelinhas, pelo que se sabe hoje, a castração traz benefícios para a saúde, ajudando a prevenir problemas, como a infecção de útero.”

O importante é manter o bem-estar do seu amigão em dia, atendendo as suas necessidades e oferecendo atividades que o estimulem.

Gostou desta dica? Se quiser saber mais sobre como adestrar o seu cão, ou contratar um de nossos profissionais, entre em contato com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571.8138 (São Paulo) e 11 4003.1410 (demais localidades).

Cães realmente sentem pena das pessoas?

dicas_interna-caes-que-sentem-do

Por Alexandre Rossi, zootecnista e especialista em comportamento animal.

A revista Galileu publicou uma matéria afirmando que os cães sentem pena das pessoas, como se os cientistas tivessem conseguido provas disso. O texto da matéria nos leva a esse entendimento, pois menciona uma pesquisa em que a empatia nos cães foi um dos aspectos estudados pelos cientistas.

Mas o que é empatia?

Empatia é a capacidade de se contagiar com a emoção do outro. Esse contágio pode ocorrer de forma automática e até de maneira inconsciente, mas também pode envolver processos mentais mais complexos, como conseguir se colocar no lugar do outro e imaginar como essa pessoa pode estar se sentindo.

Opiniões foram tratadas como fatos

A pesquisa citada pela matéria não apresenta nenhuma descoberta, mas propõe uma reflexão sobre a capacidade de os cães terem empatia pelos humanos e menciona que ainda não houve um debate sobre esse tópico e que também não há propostas de pesquisas para explorar mais profundamente essa ideia. Nesse estudo, há uma discussão interessante sobre o grau de empatia que os cães talvez tenham com os humanos, com base em relatos, pesquisas e raciocínio lógico.

O artigo tem as seguintes finalidades: explicar por que os próprios autores acreditam que os cães sejam capazes de ter empatia por humanos, revisar evidências a favor e contra essa opinião e propor rotas para futuros estudos sobre o tema. Ao final, os cientistas dizem que pesquisar sobre o tema é algo especialmente importante para tomarmos decisões sobre nossas obrigações com os cães. Por exemplo, se os cachorros são capazes de sentir nossas emoções, cães terapeutas que visitam pacientes com dor podem se prejudicar com isso e necessitar, portanto, de massagens e outros cuidados para se acalmar?

Utilidade prática para nós, experts em comportamento

Mais uma vez mostramos que a mídia pode exagerar e até mesmo mudar conclusões de estudos científicos. Nós, profissionais da área, devemos sempre questionar o que está sendo divulgado, especialmente quando a informação é replicada pela grande mídia, que simplifica os textos para o público geral e muitas vezes acaba sendo apelativa.

Opinião do GEC sobre empatia nos cães

Existem várias evidências que nos levam a acreditar que os cães sejam capazes de demonstrar empatia por outros cães e por nós. Alguns estudos mostraram, por exemplo, que os cachorros tendem a bocejar mais quando veem um humano bocejando, indicando a presença de neurônios espelho que reagem aos nossos comportamentos.

Sabemos também que os cães conseguem diferenciar nossos comportamentos, expressões e tonalidade de voz e que muitos demonstram mudanças comportamentais e fisiológicas com relação a isso, mas afirmar que eles sentem pena dos humanos é forçar a barra diante das evidências que temos e principalmente porque esse estudo científico não fez tal afirmação. Pelo contrário, o artigo apresentou inclusive argumentos e evidências que vão contra esse entendimento.

Opinião do GEC sobre estresse em cães terapeutas

Não acreditamos que os cães selecionados para a Terapia Assistida por Animais sofram ao visitar pessoas doentes por terem empatia por elas. Através de anos de experiência levando cães para esse trabalho, pudemos constatar a disposição dos animais para entrar nas instituições e se relacionar com as pessoas enfermas. Se eles estivessem sofrendo, provavelmente não buscariam esse contato de maneira tão espontânea.

Revisão por Juliana Sant’Ana, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Cães de abrigo: a importância de um olhar mais profundo sobre seu comportamento

dicas_interna-abrigo

Por Tatiana Moreno, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Sabemos que um dos principais desafios dos abrigos é conseguir um lar para cães considerados agressivos. Muitas vezes, a falta de manejo adequado para a adaptação do cão no abrigo ou até mesmo um certo preconceito em torno desse tema acabam fazendo com que o processo de adoção seja mais difícil. Avaliando alguns estudos, percebemos que é preciso analisar caso a caso, considerando cada cão como um indivíduo, e procurar compreender melhor o comportamento de cada um.

Uma vez agressivo, sempre agressivo?

A chegada ao abrigo é um momento crucial. Algumas vezes, logo após serem resgatados, os cães apresentam um comportamento reativo e, por conta dessa primeira impressão, são isolados e rotulados como agressivos. Entretanto, isolar o animal sem antes procurar identificar o gatilho dessa agressão acaba piorando um quadro que talvez não seja tão grave, dificultando a adoção. É preciso lembrar que um cão que apresentou um único comportamento agressivo não necessariamente será sempre um agressor. A agressividade por posse, uma das mais comuns em ambientes de abrigos por conta da grande quantidade de cães, nada mais é do que o medo de perder alguma coisa – a comida, um brinquedo –, ou seja, a agressividade é a consequência e não de fato o problema comportamental.

Um estudo publicado na renomada revista Applied Animal Behavior Science (e que também foi citado no site da National Canine Research Council), analisou cães com agressividade por posse e a evolução desse comportamento após a adoção.

A pesquisa foi realizada no abrigo Center of Shelter Dogs, no ano de 2013, em Londres. A equipe entrevistou 97 tutores que haviam adotado seus cães há pelo menos 3 meses, para saber se os animais que apresentavam esse tipo de agressividade no abrigo continuavam com esse comportamento em casa. Além disso, os cientistas verificaram também se os cães que nunca haviam apresentado agressividade no abrigo tornaram-se mais hostis após a adoção.

O resultado

Constatou-se que 50% dos cães que apresentavam agressividade por posse no abrigo não continuaram com essa atitude em casa, simplesmente por terem mudado de ambiente, ou seja, por terem saído de um local com vários cães para viverem em uma casa. Imaginem, então, como seria se todos esses animais tivessem passado por treinos específicos! Dos cães que nunca haviam manifestado um comportamento agressivo no abrigo, 78% mantiveram esse padrão na casa nova, sendo que os outros 22% passaram a manifestar a agressividade por posse após a adoção.

Apesar de estarmos falando apenas de uma amostra, essa pesquisa nos ajuda a pensar na importância da conscientização das pessoas que estão adotando um cão e sobre como as formas adequadas de manejo e a simples mudança de ambiente podem contribuir para uma melhora no comportamento do animal, já que, em casa, o cão estará em um ambiente mais controlado, se sentirá mais seguro e criará laços com seus tutores.

Outro estudo – Interação desde os primeiros dias no abrigo

Considerando tudo isso, o GEC acredita ser relevante citar outro estudo que analisou se o contato com humanos pode reduzir o estresse em cães logo após chegarem ao abrigo. O experimento foi realizado em 2005, na cidade de Colorado, EUA. Os pesquisadores avaliaram 55 cães adultos recém-chegados e, no primeiro dia, mediram seus níveis de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse.

Depois, os cientistas separaram os animais em dois grupos: um com os cães que passariam a interagir com humanos diariamente, durante um período de 9 dias, e outro com os cães que não teriam a mesma interação. Durante a pesquisa, cada cachorro do primeiro grupo interagia com uma pessoa por volta de 45 minutos, as atividades consistiam em brincadeiras, carinhos e pequenos treinos e os níveis de cortisol foram medidos novamente nos dias 2, 3, 4 e 9.

A partir do terceiro dia, os resultados mostraram uma queda significativa nos níveis de cortisol dos cães que estavam interagindo com humanos. Isso quer dizer que, além de auxiliar na adaptação e socialização dos cães, a equipe percebeu que essa rotina contribuiu para traçar um perfil mais completo de cada animal, definindo suas personalidades e tornando possível uma avaliação de compatibilidade no momento da adoção.

Então, mãos à obra!

Apesar da rotina apertada e difícil dos nossos abrigos, podemos pensar juntos em formas de contribuir para a adoção de todos os animais. Não é muito comum os abrigos promoverem interações planejadas e positivas com os humanos, como as citadas no último estudo, ou terem acesso a protocolos mais completos sobre o manejo mais cuidadoso de alguns cães, mas a conscientização pode começar justamente com as pessoas que trabalham nesses locais e nós adestradores podemos ajudar, e muito! Nesse sentido, vale aquele pensamento de que difundir o conhecimento é a melhor forma de promover mudanças significativas e contribuir para a educação.

Revisão por Juliana Sant’Ana, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Comportamentos compulsivos: o que são e como lidar com o problema

http://www.chelseadogs.com/blog/what-to-do-if-your-pet-has-fleas/
http://www.chelseadogs.com/blog/what-to-do-if-your-pet-has-fleas/

Você sabe o que são comportamentos compulsivos? Será que o seu pet sofre com isso?

Os comportamentos compulsivos são atitudes repetitivas, obsessivas e prejudiciais para o bem-estar físico e psicológico do animal. Assim como os seres humanos, os pets podem apresentar esses sintomas e, muitas vezes, acabar se machucando.

A compulsão pode ser causada por algum problema de saúde, ou então, por questões relacionadas ao comportamento, como tédio, estresse, falta de exercícios, tempo que o pet passa sozinho etc.

Mas, como devemos agir? O que devemos fazer para identificar os motivos da atitude do peludo e ajudá-lo a se livrar desse mal? Reunimos algumas dicas para te ajudar.

Sintomas

As famosas compulsões são hábitos repetitivos e incessantes. Algo incontrolável, que o seu bichinho acaba fazendo involuntariamente.

Normalmente, essas atitudes são causadas por estresse e ansiedade, principalmente em cães que passam muito tempo sozinhos, por conta das longas horas de trabalho de seus tutores.

Essas “manias” podem ser a lambedura das patas, correr atrás do rabo, andar de um lado para o outro sem direção e muito mais. Alguns pets acabam até se machucando, mas continuam a automutilação mesmo assim.

Caso o seu companheiro apresente esses sintomas, leve-o a um veterinário de confiança. Assim, ele poderá examinar o bichinho e avaliar se a situação não está sendo desencadeada por algum problema de saúde.

Lidando com o problema

A melhor solução é a prevenção, porém, caso o seu pet já esteja sofrendo de compulsão, a dica é oferecer atividades que possam servir como válvula de escape para a ansiedade e o estresse do seu animal.

É aí que entra o enriquecimento ambiental, ou seja, oferecer atividades para o animal que o estimulem física e mentalmente.

As opções são diversas. Você pode usar brinquedos que dispensam comida, como garrafas pet cheias de furos e recheadas com petiscos, realizar passeios um pouco mais longos, de forma que o cão possa interagir com outros animais e receber diversos estímulos.

É importante procurar a ajuda de um profissional de comportamento, para que ele te ensine a realizar essas atividades com o peludo. Criando uma rotina diária de atividades estimulantes, seu grande amigo será mais feliz e muito mais saudável. Agora, basta colocar a mão na massa!

Gostou desta dica? Se quiser saber mais sobre como adestrar seu cão, ou contratar um de nossos profissionais, entre em contato com a Central de Atendimento pelos telefones 11 3571.8138 (São Paulo) e 11 4003.1410 (demais localidades), ou clique aqui (https://caocidadao.com.br/servicos/adestramento-em-domicilio/).

Cães e gatos: de inimigos a companheiros

https://www.flickr.com/photos/yukariryu/121153772/
https://www.flickr.com/photos/yukariryu/121153772/

Já virou passado aquele pensamento de que cães e gatos são inimigos. Eles apenas são animais diferentes, mas que ao longo da vida aprenderam (em comum) a conviver com nós, humanos. Mas, como tornar essa rotina tranquila para todos os envolvidos, quando se tem um felino e um cão disputando o amor do dono?

Filhotes

Tudo é uma questão de sociabilização. O ideal é que o bichano e o cachorro sejam habituados a conviverem com diferentes espécies ainda filhotes. Contudo, essa é a época de vacinação. Então, procure apresentar para os seus pets animais que você conheça de fato.

Ter contato com crianças, idosos, objetos barulhentos (como o secador de cabelo e o aspirador de pó), cadeira de rodas, entre outros, ajudarão a acostumar os animais com o nosso mundo.

Também é muito importante não ter preferências. Cães precisam de passeios e muito afeto, gatos são mais independentes, mas também gostam de um chamego do dono. Busque brincar com os dois juntos, para que eles percebam que a presença do outro é agradável e não ameaçadora.

Adultos

Agora, se você já tem um cão e quer adotar um gatinho adulto, saiba que o sucesso dessa apresentação dependerá mais de você do que deles.

No primeiro encontro, mantenha o felino na caixa de transporte e o cão com a guia. Faça a aproximação gradativa dos dois, oferecendo petiscos a ambos. Caso repare qualquer alteração de humor de um dos lados, diminua essa proximidade.

Quando perceber que os pets estão relaxados e mais focados nos petiscos do que na presença do outro, permita que o gato saia da caixa. Esse é um treino diário que, se somado a interação com o dono, será muito mais rico e produtivo. Os resultados virão com o tempo.

Importante

Principalmente no início do relacionamento entre o cão e o gato, é importante que um adulto acompanhe a interação dos bichinhos.

As aulas em grupo de Curitiba estão chegando, inscreva-se!

noticias_interna_aulasemgrupo As aulas de adestramento em grupo terão início no próximo fim de semana, dia 7 de maio, em Curitiba. Ministradas pela adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão, Claudia Terzian, as aulas acontecerão no Pets Veterinária (Pet Shop & Day Care).

O grupo, composto por 5 a 8 cães, todos vacinados e acompanhados por seus tutores, terá aulas todos os sábados, durante dois meses.

O tema será o adestramento básico, que busca melhorar a convivência do pet com seus tutores e com a sociedade. Esse novo modelo de adestramento facilita a integração do cão com outros animais, trabalhando problemas comportamentais e também a sociabilização entre os cães.

Como participar

Apenas animais dóceis e vacinados podem participar das aulas. O cão será avaliado pelos profissionais da Cão Cidadão, antes do início dos treinamentos. Caso sejam identificados traços de agressividade ou algum outro comportamento que prejudique o relacionamento em grupo, não será possível a participação. Porém, os cães que não puderem participar ainda têm a opção de ter aulas em domicílio, particulares.

O investimento é de R$ 480. O valor pode ser parcelado em duas vezes.

Para mais informações, confira nossa agenda.

Segredo do reforço positivo

https://www.flickr.com/photos/everydaypants/3429618909/
https://www.flickr.com/photos/everydaypants/3429618909/

Você sabe o que é o reforço positivo? Apesar de ser uma técnica muito utilizada no adestramento de cães, algumas pessoas ainda não sabem do que se trata ou como funciona.

O reforço positivo é um método que tem como objetivo recompensar as atitudes corretas do cão e tornar o aprendizado muito mais prazeroso, divertido e dinâmico. A eficiência desse método foi comprovada cientificamente.

“O reforço positivo nada mais é do que criar situações agradáveis para o pet, em troca de um bom comportamento sempre que ele for repetido”, explica a adestradora Joilva Duarte. “É baseado em recompensar os bons comportamentos, mantendo os tutores como líderes e ajudando os animais a terem mais confiança e obediência, fortalecendo assim o vínculo entre donos e pets”, completa.

O fator mais importante deste método é conhecer as preferências do bicho, ou seja, saber o que é que ele mais gosta: carinho, petiscos, brinquedos, entre outros. Sabendo tudo isso, fica muito mais fácil aplicar o reforço positivo no dia a dia do seu animalzinho.

A técnica

O reforço positivo significa recompensar o pet sempre que ele realizar um bom comportamento, para que assim ele passe a repeti-lo por diversas vezes e deixe de lado os maus hábitos. Como dito anteriormente, antes de qualquer coisa, é preciso conhecer o seu cão, pois esse prêmio deve ser algo importante e especial para ele.

“Devemos sempre recompensar uma boa atitude e ignorar as que não forem”, conta a adestradora. Mas como fazemos isso? Se uma visita chegou e o seu cão não latiu para o interfone, nem pulou ou rosnou para a pessoa, ele deve ser recompensado com aquilo que mais gosta.

O segredo do sucesso dos treinos, como diz Joilva, é a paciência e a dedicação. “Não é necessário treinos de uma hora todos os dias”, esclarece. “Normalmente, treinos curtos e divertidos surtem muito mais efeito, pois mantemos o foco e o interesse do pet, que são fundamentais para um bom resultado.”

Treinos

Um dos pilares desta técnica é a criação de situações nas quais o animal possa associar o bom comportamento a coisas boas. Assim, é necessário evitar situações que ele fique traumatizado.

Digamos que você pegou o seu cão fazendo xixi no tapete da sala. Sua primeira reação é ir atrás dele ou dar uma bronca, não é mesmo? Pois é aí que mora o erro. Quando isso acontecer, ignore-o.

Muitas vezes, o seu pet está fazendo isso como forma de chamar atenção e, ao dar uma bronca ou correr atrás dele toda vez que ele faz algo errado, ele consegue exatamente aquilo que queria: sua atenção. Corre-se o risco de o seu cão repetir os maus hábitos simplesmente porque sabe que, dessa maneira, conseguirá o que quer.

“Devemos evitar causar confusões na cabecinha do pet”, diz Joilva. “Imagine a mesma situação só que em vez de ignorar, você brigou ou até bateu nele por causa do xixi fora do lugar. Ele pode entender que é errado fazer xixi quando você está presente e, então, passará a se esconder para se aliviar, o que acaba dificultando o treino correto para essa situação e causando um medo desnecessário ao bichinho.”

O que devemos recompensar?

Todas as atitudes corretas do seu cão. Se você está tentando eliminar o xixi no lugar errado, recompense o seu cão sempre que ele fizer no tapete higiênico ou o local escolhido por você.

No caso do xixi, é importante lembrar que o seu cão precisa de um local fixo, longe da comida e da cama, pois cães não gostam de fazer as suas necessidades perto de onde eles se alimentam. Não mude o banheirinho dele de lugar diversas vezes, pois isso pode confundi-lo também.

“Todos da família podem aplicar o método no dia a dia. Com supervisão, uma criança pode ser ensinada a premiar o seu pet sempre que chegar uma visita e ele não latir ou pular”, sugere Joilva. “Com a participação de todos da família, fica muito mais fácil e até divertido ensinar o pet a se comportar”, finaliza.