Meu cachorro não gosta de passeio: o que faço?

Photo credit: skirtpr / Foter / CC BY
Photo credit: skirtpr / Foter / CC BY

Por Tarsis Ramão, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Você pega a coleira e fala a palavrinha mágica? Passear, e seu peludo vem todo feliz para dar uma voltinha. Não? Bom, realmente esse não é o comportamento mais comum. A maioria dos cães simplesmente ama passear e, muitas vezes, as saídas são até conturbadas. Mas, o que fazer quando o cachorro não gosta de passeio?

Ensinando o passeio aos filhotes

Muitos donos ficam frustrados quando, finalmente depois de tomar todas as vacinas e ser liberado pelo veterinário, o cachorro não gosta de passeio. Agora, tenta se colocar no lugar do melhor amigo: colocam uma corda no pescoço dele e já saem puxando para um lugar cheio de barulho, coisas e pessoas estranhas. Não parece muito agradável, não é?

Por isso que o passeio deve começar muito antes de o pet poder ir para rua. Ajude-o a se acostumar com o que vem pela frente. Comece colocando a coleira de forma bem tranquila e agradável, associando a muito carinho e a um petisco bem gostoso. Repita isso várias vezes.

Simule também alguns passeios dentro de casa mesmo. Conduza sutilmente seu cãozinho, sem puxá-lo bruscamente, e o deixe andar espontaneamente para se acostumar com a coleira, mais uma vez associando a muitas coisas positivas.

Para os pequenos, também é muito importante apresentar o mundo o quanto antes. Mesmo antes de acabarem as vacinas, leve-o para passear no colo. Os primeiros meses dos cães são fundamentais para sociabilizá-los. Com o cérebro em formação, essa é a hora apresentarmos a eles o máximo de informação possível. Assim, quando puder dar as primeiras voltinhas, o pet já estará mais habituado a buzinas, estranhos e a outros cães, por exemplo, e não vai ?empacar? na porta de casa.

E os adultos?

Se você não preparou seu pet desde pequeno e agora mais velho o cachorro não gosta de passeio, calma! É possível ensinar, mesmo aos cães adultos, o prazer das caminhadas. Talvez dê um pouco mais de trabalho e exija mais paciência, mas as primeiras dicas usadas com filhotes também valem. Acostume-o aos poucos à coleira, passeie em casa e o atraia à rua com uma guloseima que ele adora.

Como já foi dito, seja paciente. Estimule-o a te seguir, mas sem forçá-lo. Deixe que ele se sinta à vontade para ir explorando o território. Ande alguns passos na sua rua, um quarteirão, e aumente o caminho e o tempo conforme você perceber que ele está confortável. Respeite sempre os limites do seu cão.

Se possível, convide um amigo que também tem um peludo para ajudar no treino. Muitas vezes, a presença de outro cãozinho estimula o mais tímido. Com muito carinho e dedicação, é possível tornar o passeio divertido e agradável para você e seu melhor amigo.

Fonte: Pet Center Marginal.

Como evitar a destruição de objetos

Photo credit: Mackenzie Black / Foter / CC BY
Photo credit: Mackenzie Black / Foter / CC BY

Por Malu Araújo é adestradora e consultora de comportamento da Cão Cidadão.

A lista é infinita, e esse comportamento não é só uma “reclamação” porque o dono saiu de casa e o deixou sozinho. O real motivo da destruição de objetos é a falta de atividade.

Na natureza, os cachorros gastariam a maior parte do tempo em busca de alimentos, abrigo, água etc. Se você pensar na vida dos humanos, não é muito diferente. Nós passamos um bom tempo do dia trabalhando, dirigindo, falando com pessoas, usando a internet, o telefone, lendo livros, enfim, nosso dia a dia é bem cheio. Quando o cachorro fica em casa e não tem o que fazer, ou melhor, não tem atividade monitorada, ele apronta mesmo. Na verdade, ele cria seus brinquedos e atividades escalando a pia, roubando roupas do varal etc.

Muitas pessoas devem estar justificando: “mas ele tem mais de 10 brinquedos, por que ele não brinca?”. Na verdade, alguns até brincam com esses brinquedos, mas, por pouco tempo, não o suficiente para se distrair e gastar a energia necessária. Outro motivo é que a maioria desses brinquedos é imóvel, não oferece uma disputa ou dificuldade. O que pode ajudar a deixá-los mais interessantes é fazer um rodízio entre eles: guardar alguns por uns dias e, depois, oferecer.

Então, por que a destruição de objetos?

Porque nós manuseamos essas coisas e elas têm o nosso cheiro. Mais uma dica é brincar com os brinquedos dele: pegar, jogar e mexer mesmo, para deixá-los um pouco mais com o cheiro do dono.

Outro fator muito importante é que eles gostam de desafio, gostam de se exercitar, por isso, subir na mesa é tão legal, ou abrir e revirar o lixo. Os brinquedos de enriquecimento ambiental são os mais indicados quando deixamos o nosso cão muito tempo sozinho. Hoje, existem diversas opções de brinquedos que liberam comida, mas também podemos criar em casa mesmo. A garrafa pet, com furinhos, é um bom exemplo.

Mas, seja brinquedo comprado ou com a utilização de recicláveis, sempre supervisione a brincadeira nos primeiros dias, para evitar que o cachorro quebre e engula partes do objeto. É importante essa supervisão, que além de garantir a segurança dele, o ato de estimulá-lo, de elogiar, e até ensinar como se brinca, vai fazer com que ele se lembre de você enquanto estiver usando os brinquedos, pois vocês passaram um tempo juntos.

Para completar, um bom passeio é indispensável. Cachorro cansado é mais comportado.

Fonte: PetShop Magazine.

Cães possessivos: entenda e aprenda a lidar

Photo credit: Megyarsh / Foter / CC BY
Photo credit: Megyarsh / Foter / CC BY

Por Tarsis Ramão, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Quando está com aquele ossinho gostoso, um brinquedo novo, comendo a ração ou perto de você e alguém se aproxima, seu cãozinho parece uma fera? Alguns cães realmente podem ficar bravos, rosnar, ameaçar ou até mesmo atacar quando sentem que podem ser “roubados”.

Essa possessividade pode ter origem nos ancestrais do seu melhor amigo, que precisavam defender o alimento e território para sobreviver. Muitas vezes, ainda nas primeiras semanas de vida, observamos esse comportamento de alguns cãezinhos com seus irmãos e até com o dono.

Essa atitude pode se tornar cada vez mais frequente quando, diante do seu mau comportamento, ele é recompensado. Toda vez que ele rosna ou ameaça, e alguém se afasta, o peludo entende que sua estratégia está dando certo.

Como agir com cães possessivos

O ideal é tentar prevenir essa mania. Ao se aproximar do seu cachorro quando ele está com um osso ou brinquedo, por exemplo, jogue um pedaço de petisco bem gostoso, sem demonstrar qualquer interesse no que está com ele, antes que ele comece a esbravejar.

Isso, feito repetidas vezes, mostra ao seu amigo que sua aproximação é vantajosa, que ele ganha ao invés de perder, e que você não está tentando enganá-lo. Essa técnica também serve para cães adultos que têm o mesmo hábito. Pode ser mais demorado, mas o importante é que você nunca se aproveite do momento em que ele se distrai com o petisco, para tirar o que ele estava protegendo. Evite tirar à força objetos do seu cão, além de deixá-lo ainda mais desconfiado, piorando o problema, pode ser arriscado e acabar em uma mordida.

Quando o alvo de posse é o dono, também podemos fazer o mesmo exercício, associando a aproximação das outras pessoas com coisas bem gostosas. Sempre de forma gradativa, respeitando o limite em que o peludo começa a ficar irritado. Porque, se ele já estiver rosnando e ameaçando quem se aproxima, tentando te proteger e você ainda enche ele de comida e carinho, seu cãozinho vai entender que o mau humor pode ser um ótimo negócio.

Mas, importante: todos os casos que envolvem agressividade devem ser treinados com muito cuidado e segurança, para que ninguém se machuque. Se necessário, peça ajuda a um especialista em comportamento animal.

Fonte: Pet Center Marginal.

Dicas para cães que ficam sozinhos em casa

Photo credit: daoro / Foter / CC BY
Photo credit: daoro / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

A jornada de trabalho atual é uma das maiores fontes de dúvidas dos proprietários de cachorros, principalmente em cidades grandes, onde o espaço que moramos é reduzido e os trajetos são longos, o que deixa os cães sozinhos em casa uma boa parte do tempo.

Os cães são animais de matilha, ou seja, estão acostumados a conviver em grupo e, quando são deixados por muito tempo sozinhos, tendem a desenvolver problemas de comportamento, como latidos em excesso, destruição de móveis e objetos, falta de apetite, entre outros. Mas, é possível, sim, que mesmo com a rotina agitada dos donos, os cachorros tenham qualidade de vida.

Ficar sozinho, sem companhia durante muito tempo, é chato para qualquer um. Ninguém gosta, inclusive os cães. Então, nesse período, devemos propor atividades para eles ocuparem boa parte do dia.

Dicas para cães que ficam sozinhos em casa

Enriquecer o ambiente é a principal maneira de entretê-los. A ração é uma ferramenta ótima para deixar os cachorros ocupados: em vez de colocar a comida no pote, que além de não estimulá-los, a maioria come tão rápido que nem mastiga direito, coloque a ração em alguns brinquedos que dispensam o alimento aos poucos. Isso vai fazer com que eles demorem mais tempo para se alimentar, ocupando boa parte do dia.

Um brinquedo que pode ser feito com facilidade é uma garrafa pet. Faça alguns furinhos na garrafa e coloque ração. Os furos devem ser um pouco maiores do que o grão da ração, mas não tão grandes para que caia tudo de uma vez. O cachorro vai perseguir a garrafa, fazendo atividades físicas e mentais.

Algumas frutas e legumes também podem ser uma opção. Ofereça uma cenoura para ele, mas não a corte em pedaços pequenos, deixe que o cão trabalhe com ela! Lembre-se de conversar com o veterinário, para saber quais frutas e legumes podem ou não ser oferecidos.

Existem várias opções de brinquedos interativos no mercado pet, e eles são ótimos para deixar o cachorro ocupado e estimulado. Ossinho também pode ser uma boa opção de enriquecimento ambiental.

Programe-se também para fazer um passeio antes de deixá-lo por um longo período sozinho. Quando não houver possibilidade, consulte deixá-lo em um daycare.

Fonte: PetShop Magazine.

Como adaptar o cão à caminha?

Photo credit: NickiMM / Foter / CC BY
Photo credit: NickiMM / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

É muito comum o dono comprar uma caminha ou uma casinha nova, e o cachorro não usar. Mas, mesmo que ele não tenha ainda o costume, é possível adaptar o cão à caminha dele e fazer com que ele goste de ter um cantinho dele!

Assim como nós, os cães gostam de estar confortáveis quando vão descansar, por isso, o sofá e a cama são tão convidativos. Na hora de escolher uma caminha, prefira uma macia e com um tecido agradável, ou coloque um cobertor ou paninho bem gostoso na casinha. Ela também deve ficar em um ambiente adequado, onde não tenha umidade, e que seja protegido do excesso de sol e chuva.

Quando a caminha é muito nova, ela tem um cheiro desconhecido e alguns cães podem não usá-la por esse motivo. Então, colocar uma camiseta velha do dono ou algum paninho que o cachorro já esteja acostumado a usar pode ser um incentivo para essa adaptação.

No começo, também é possível estimular o cão para que ele vá até a caminha, jogando um pedacinho de petisco. Quando o cachorro estiver nela, elogie e faça carinho. Com isso, ele terá uma associação positiva com esse espaço.

Mas, se o cachorro dorme com você na cama, e agora você quer estimulá-lo a ficar na própria caminha, não faça esse treino à noite, antes de dormir. Deixe a cama na sala por alguns dias e incentive que o cachorro fique lá. Depois, você a leva para o quarto e, quando ele subir na cama, o coloque novamente na caminha. Com algumas repetições, ele entenderá que deve permanecer lá e o processo será mais rápido, porque ele já estará acostumado a usá-la.

Lembre-se de elogiar e dar atenção quando o cãozinho estiver na caminha: comportamentos que são estimulados se repetem e sempre são mais agradáveis.

Fonte: Meu Amigo Pet.

Compulsão em pets: o que é preciso saber?

Photo credit: Matt Salas / Foter / CC BY
Photo credit: Matt Salas / Foter / CC BY

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão. 

Assim como ocorre com os seres humanos, os pets também podem apresentar comportamentos obsessivos. A chamada compulsão se caracteriza por comportamentos repetitivos, sem motivo aparente e não vantajosos, que podem, inclusive, levar o animal de estimação a se ferir.

Alguns exemplos comuns, que costumam ser relatados pelos donos: o cão que se lambe excessivamente até ferir partes do corpo, como as patas, rabo, dorso; gato que arranca tufos do próprio pelo; o papagaio que arranca as penas; o cão que persegue o próprio rabo ou a própria sombra.

Mas, como saber se determinado comportamento do amigo de estimação consiste, efetivamente, em compulsão?

Diagnóstico

Caso haja a desconfiança de que o pet está apresentando algum comportamento repetitivo, antes de qualquer coisa, é preciso buscar ajuda de um médico veterinário de confiança. Esse profissional fará toda a avaliação necessária, para descartar alguma doença clínica, como possível deflagrador do comportamento. Por exemplo: um cão que começa a lamber as patas excessivamente pode estar apresentando algum problema dermatológico, que o leva a agir assim. Caso seja constatada alguma causa clínica para o comportamento, é necessário que ela seja devidamente tratada.

Mas, caso os exames clínicos descartem qualquer sinal de doença ou problema de saúde, aí sim é necessário consultar um especialista em comportamento animal, para que sejam tomadas as medidas necessárias para a modificação comportamental. Lembrando que, para os comportamentos compulsivos, há uma predisposição genética herdada, geralmente em razão de desequilíbrio químico de neurotransmissores do cérebro. Esse fator pode levar à necessidade de utilização de medicação, a ser prescrita pelo médico veterinário.

O que fazer?

Muitas vezes, a “mania” surge apenas por falta de atividades para um cão bastante ativo, estresse gerado pelo ambiente onde ele vive ou mudança brusca na rotina. Aliás, o estresse é um dos principais deflagradores de comportamentos compulsivos.

Assim, uma das medidas é promover enriquecimento ambiental para o pet, ou seja, proporcionar atividades que ele possa se entreter bastante e que sejam adequadas às necessidades da espécie. Exemplo: cães são animais sociais, precisam de convívio com outros cães e com os humanos; gatos são caçadores por natureza e precisam dar vazão a esse comportamento.

Nesse sentido, é também importante dar ao animal de estimação oportunidade para extravasar sua energia com atividades físicas, como longos passeios diários aos cães ou criar ambientes em que os felinos possam escalar e “caçar” sua comida. Pode-se, também, direcionar o comportamento compulsivo de cães para objetos determinados, como ossos recreativos e brinquedos que liberam comida.

O ambiente e relacionamento do cão e gato com o dono também devem ser avaliados, para verificar se estão adequados para a espécie. Cães muito ligados ao dono podem ficar bastante ansiosos ao serem deixados confinados por longos períodos de tempo, e esse fato pode deflagrar comportamentos compulsivos. Gatos submetidos a mudanças drásticas no ambiente em que vivem podem ficar bastante ansiosos e incomodados.

Assim, sempre observar o pet e proporcionar a ele as condições necessárias para seu bem-estar. São medidas que ajudarão a evitar e combater comportamentos compulsivos.

Fonte: The Pet News.

Pets ciumentos

https://www.flickr.com/photos/nathanmac87/14021190075/
https://www.flickr.com/photos/nathanmac87/14021190075/

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão. 

Assim como ocorre com o ser humano, os pets podem apresentar determinados comportamentos deflagrados por ciúmes. Em geral, o ciúme surge quando o cão ou gato sente que perde recursos que considera valiosos – como atenção, comida e brincadeiras – na presença de outro pet ou mesmo de membros da família. As reações deflagradas por ciúmes podem, inclusive, ser agressivas, já que o pet pretende proteger para si esses recursos, aos quais dá muito valor.

O problema é mais observado em cães, especialmente quando há outro cachorro na casa, ou ainda, quando a ligação com o dono é muito forte e até a presença do cônjuge, por exemplo, deflagra reações ciumentas.

Para lidar com pets ciumentos, é necessário pensar como o cão, e não interpretar o comportamento com visão puramente humana. Um erro comum é punir o cão que apresenta reações ciumentas, quando o outro cão ou pessoa da casa se aproxima. Na verdade, quando se age dessa forma, o que o cão ciumento aprende é que, realmente, a aproximação daquele “concorrente” é prejudicial, pois ele acaba perdendo a atenção do dono e, ainda, leva uma bronca!

O ideal, nessa situação, é agir justamente de forma contrária: quando o cão ou ser humano se aproximar, elogiar e recompensar bastante o cão ciumento (desde que ele não tenha, nesse momento, apresentado reações agressivas, pois se corre o risco de recompensar esse comportamento indesejado). Assim, ele passará a associar a presença do outro, com total atenção do dono e recompensas! Ou seja, não perderá nada que é valioso, muito pelo contrário, ganhará ainda mais!

Outro erro comum, especialmente em casas com mais de um cão, é brincar bastante com um e, de repente, passar para o outro pensando “agora é a vez deste aqui”. Na verdade, o ideal é que ambos recebam atenção e interação de forma igualitária e, se possível, ao mesmo tempo. Assim, evita-se a sensação, justamente, da perda dos itens importantes na presença do outro cão.

Essas medidas podem auxiliar bastante no caso de cães que já apresentam reações ciumentas, mas também devem ser adotadas para prevenir que se iniciem. São atitudes fáceis e que proporcionam uma convivência mais harmoniosa entre pets e a família!

Fonte: The Pet News.

Ansiedade de separação

Photo credit: It'sGreg / Foter / CC BY-ND
Photo credit: It’sGreg / Foter / CC BY-ND

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão. 

A ansiedade de separação é um problema muito comum atualmente, especialmente para os companheiros caninos que vivem com seus donos nas cidades grandes e passam grande parte dos dias sozinhos.

O instinto do cão diz que deve viver em grupo, e isso garantirá sua sobrevivência, já que se trata de um animal social por natureza – assim como o ser humano. Quando seu grupo de “humanos” sai e o deixa sozinho, a sensação que o bichinho tem, instintivamente, é que sua sobrevivência está ameaçada. A situação se agrava ainda mais quando o cachorro é muito agarrado ao dono, daqueles que parecem uma verdadeira “sombra”.

Sem querer, muitas vezes as pessoas acabam piorando o problema, ao demonstrar o tempo todo que sentem dó do companheiro e se despedem dele efusivamente ao sair de casa. Evidentemente que o cão passará a perceber os mínimos sinais toda vez que o dono for sair e os sintomas de ansiedade serão notados a partir deste momento.

Esses sintomas incluem uivar/latir muito e sem parar quando deixados sozinhos, arranhar portas e batentes, destruir móveis e objetos dos donos, babar (hipersalivação), ficar apático, sem brincar ou comer, fazer necessidades em locais inadequados, e às vezes pela casa toda. Alguns chegam a se mutilar, lambendo as patas até que acabam se machucando, ou se batendo contra as portas de casa.

E o que se deve fazer para evitar este sofrimento ao amigo peludo? Bom, em primeiro lugar, o ideal é que o cão não fique sozinho por períodos muito longos, superiores a três/quatro horas, pois, lembrando novamente, cachorros são animais sociais e precisam de contato constante com sua “matilha”.

Também deve-se ignorar o cão pouco antes de sair de casa, sem tristes despedidas. A “festa” ao chegar em casa também deve ser evitada, especialmente cumprimentos muito efusivos, pois a memória destes momentos também leva o cão a começar a ficar ansioso e a agir de forma diferente horas antes do dono retornar ao lar. Cumprimentá-lo apenas alguns minutos depois de chegar e somente quando ele estiver calmo certamente ajudarão o cão a entender este momento como algo natural.

O chamado enriquecimento ambiental (deixar o local onde o cão fica repleto de atividades para que ele possa se distrair sozinho) também ajuda o pet a se entreter durante a ausência das pessoas queridas. Deixar roupas ou panos com o cheiro do dono, brinquedos que distrairão o cachorro por horas (como ossinhos digeríveis, brinquedos para roer – desde que ele não tenha o hábito de destruir e engolir pedaços), esconder ração ou petiscos que o cão goste pelos cantos da casa, para que ele possa farejá-los, também ajudam a manter o peludo ocupado durante a ausência dos donos.

Outra medida que auxilia muito é praticar atividades físicas com o cão antes do período em que se sabe que terá que ser deixado sozinho. Um cachorro cansado tende a dormir após as atividades. Longos passeios, idas ao parque e jogar bolinha ajudam neste quesito.

Se este problema comportamental já foi diagnosticado, o ideal é procurar fazer com que o cão fique mais habituado a estar sozinho sem que se sinta tão mal com isso. Para tanto, além das dicas já mencionadas acima, ensinar o comando FICA e começar a treiná-lo em vários cômodos da casa permitirá que ele perceba que não é tão ruim assim ficar longe do dono, já que, em pouco tempo, será recompensado por ter esperado.

Outra dica é dar os sinais de que uma saída está próxima sem que ela ocorra! Como fazer isso? Pegar bolsa, chaves do carro, colocar o sapato e… não sair! Voltar e guardar tudo, agindo naturalmente, como se nada tivesse acontecido! A repetição deste treino tende a fazer com que o cão não associe mais tão claramente os sinais de saída com o dono indo embora.

Se o grau de ansiedade de separação for muito alto, recomenda-se consultar um especialista em comportamento canino, pois trata-se de uma condição grave, onde o nível de estresse do cãozinho alcança picos muito altos, devendo, portanto, ser devidamente tratada.

Fonte: The Pet News.

Melhores guias e coleiras para passeio

Photo credit: mrhayata / Foter / CC BY-SA
Photo credit: mrhayata / Foter / CC BY-SA

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Antes de mais nada é fundamental que seu cão aprenda a passear – e a se comportar durante o passeio – desde pequenininho.

Mas, qual a coleira mais adequada?

A resposta correta vai depender do tamanho e comportamento do cão.

Comece pensando na segurança, evite produtos frágeis, feitos de plástico ou tecidos finos. Produtos que tenham argolas soldadas nas junções também podem se romper caso seu cão puxe com muita força, portanto, é melhor evitá-los.

Para cães de pequeno porte e para os que não puxam durante o passeio, pode ser usada a guia peitoral. Ela também deve ser usada em cães que praticam atividades físicas com seus donos, como correr ao lado da bicicleta ou do patins.

As coleiras de nylon ou de couro ajustáveis também são indicadas para cães que se comportam bem fora de casa.

Mas, se seu cão é do tipo que leva o dono para passear, opte por uma coleira com algum tipo de contenção como enforcadores, meio enforcador, coleira tipo cabresto ou até peitoral com contenção.

Muitas pessoas não usam enforcador por receio de estar maltratando o animal. Na verdade, se utilizado da maneira correta, o enforcador apenas ajuda o cão a entender que não deve puxar. Se seu cão estiver andando enforcado, você não está usando adequadamente a coleira. A guia deve estar frouxa durante todo o passeio, apenas quando precisar chamar a atenção é que devemos usar o enforcador dando uma leve tracionada.

Quanto às guias, prefira as achatadas, sem nenhum tipo de elasticidade ou mola para que não amorteça o impacto da “chamada” que você der em seu cão.

Cuidado com as guias retráteis pois elas são frágeis e podem arrebentar com facilidade, além de dificultarem o controle do animal por permitirem que ele se afaste muito de nós. Jamais use guia retrátil com contensores pois ela obriga seu cão a puxar, e, consequentemente, ele andará sempre enforcado.

Caso ainda esteja com dúvida sobre quais são as melhores guias e coleiras para o passeio com o seu pet, procure ajuda de um profissional que possa orientá-lo.

Fonte: The Pet News.

Cachorro agressivo: entenda o comportamento

Photo credit: smerikal / Foter / CC BY-SA
Photo credit: smerikal / Foter / CC BY-SA

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

O cachorro agressivo pode desenvolver esse comportamento por algumas razões e, para melhorar essa atitude é necessário, em primeiro lugar, saber como lidar com o animal. A ajuda de um especialista em comportamento animal é uma recomendação que deve ser considerada como prioridade, pois o profissional vai ajudar a identificar que tipo de agressividade o cão está manifestando, além de orientar as pessoas que convivem com o cão a como lidar com a situação e melhorar esse comportamento.

A agressividade por dominância pode se iniciar pelo fato do cão ter muita liberdade e não ter limites. Pode começar também devido ao fato do animal não ver ninguém da casa como líder: ele não aceita ser contrariado e, nas situações em que ele se sente ameaçado, responde com rosnados e mordidas.

O primeiro passo para quem tem um cachorro agressivo é ter atitudes de liderança e postura. Isso não significa bater no cachorro, para ele “aprender” qual é o lugar dele, mas sim colocar em prática alguns exercícios. Por exemplo, quando você for sair com ele para passear, ensine-o a sentar e a esperar que você abra a porta e passe primeiro, para depois ele sair.

Agressividade por posse é quando o cão “defende” brinquedos, comida, caminha ou algum ambiente da aproximação de pessoas. O animal que age dessa forma associou a chegada de pessoas com perda: se ele está comendo e rosna, e o dono retira a comida para ele não ficar mais agressivo, bingo, o dono confirmou a suspeita do cão de que ele iria perder o que tanto gosta.

A maneira correta de lidar com essa situação é mostrar que você não está competindo com ele. Ao se aproximar da comida, caso ele não tenha tido nenhuma atitude agressiva, jogue um petisco. Ele vai aprender que o dono acrescenta, que a aproximação das pessoas deixa a comida dele até mais gostosa.

Agressividade por medo é uma das mais perigosas, pois o cachorro ataca para se defender. A maneira ideal para lidar com esse tipo de cão é não praticar nenhuma forma de punição, principalmente agressão. Mostre para ele que você é fonte de coisas boas, como passeios, carinhos e recompensas. Tenha paciência, pois o processo pode ser um pouco demorado, já que é preciso resgatar a confiança do animal.

A melhor maneira de evitar a agressividade é a prevenção, por isso, socialize seu cão ainda filhote. Não bata no animal! Ensine-o de forma agradável a obedecer, evitando que comportamentos indesejados apareçam.

Fonte: PetShop Magazine.

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