Novo filhote em casa, o que o cão mais velho está sentindo?

Photo credit: sⓘndy° / Foter / CC BY-SA
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Muitas pessoas ignoram a importância de uma boa apresentação de um cão a outro, especialmente quando um filhotinho chega numa casa onde já reside outro peludo. Se o primeiro contato de ambos gerar reações agressivas ou mesmo uma briga e investida do mais velho (o que representa perigo para o filhote), a relação entre os cães pode ser comprometida ao longo de suas vidas, gerando até situações de perigo constante.

A primeira dica para uma aproximação adequada é providenciar para que o primeiro contato se dê em um local neutro. Pode ser na rua, em um parque ou praça, de preferência sem muito barulho ao redor. Lembrando que o filhote em fase de vacinação não deve ter acesso ao chão, mas pode estar no colo de um dos membros da família, enquanto outra pessoa caminha com o mais velho na guia, fazendo um passeio divertido e estimulante!

Depois que todos entrarem juntos em casa, a aproximação deve ocorrer aos poucos, iniciando-se com uma boa distância entre os cães. Importante lembrar que um cão mais velho pode não tolerar as brincadeiras efusivas de um filhote, especialmente dentro do seu ambiente. Por isso, é muito importante controlar o filhote, não permitindo que ele chegue abruptamente perto do mais velho, nem que pule e morda o novo amigo.

É preciso estar bem atento às reações dos peludos, especialmente o mais velho. Sinais como encarar o outro fixamente, pelos do pescoço eriçados, cauda ereta e imóvel podem significar desconforto, e a distância entre eles deve ser aumentada.

Deve-se, por outro lado, valorizar os comportamentos desejados e esperados para essa situação: se o cão, mesmo já tendo visto o outro, se mantiver em uma posição relaxada, ele deve ser elogiado e bastante recompensado, de preferência com algo que ele aprecie muito!

O objetivo é que a aproximação ocorra aos poucos, sempre observando as reações de ambos os cães, que devem ser tranquilas e despreocupadas para que se saiba em que ponto avançar. Isso pode levar alguns minutos ou até dias, e é muito importante ter paciência e manter a supervisão: isso garantirá anos de tranquilidade aos peludos e, possivelmente, até uma verdadeira amizade!

Mesmo com uma aproximação cuidadosa, o cão mais velho pode dar sinais de que a presença do filhote está sendo desagradável. Isso é relativamente comum e pode levar algum tempo para que ele se acostume ao novo membro da família. O que o mais velho pode estar sentindo? Possivelmente, pode estar inseguro e até estressado pela mudança na rotina, em razão da chegada do filhote. Podem ocorrer, inclusive, comportamentos parecidos com ciúmes, especialmente quando o filhote estiver por perto.

Nesse sentido, é importante dar muita atenção ao cão mais velho quando o filhote está presente no mesmo ambiente. Assim, ele associará a presença do pequeno a algo importante a ele: atenção do tutor. Infelizmente, muitas pessoas costumam brigar com o mais velho, não entendendo o motivo dele ainda não querer “fazer amizade com um filhote tão lindo”. Mas essa é uma interpretação humana, não aplicável ao início de relacionamento entre dois cães.

No início, o cão mais antigo da casa pode dar sinais de que não gosta do filhote, evitando-o a todo momento, escondendo-se em locais inacessíveis ao pequeno. Mas essa situação tende a mudar, especialmente se forem feitas associações positivas entre os dois sempre que estiverem juntos, por meio de brincadeiras, recompensas e atenção.

De qualquer forma, é importante observar se os comportamentos habituais do cão mais velho mudaram muito e estão perdurando, como, por exemplo, perder o apetite, não brincar mais, estar sempre escondido. Ele pode estar estressado a ponto de não valorizar mais atividades que antes faziam parte de sua rotina e pode até desenvolver problemas de saúde. Nesse caso, os treinos de associações positivas devem ser intensificados e as interações devem ser sempre controladas, especialmente com o filhote, garantindo que tudo que é importante e valioso para o mais velho seja mantido.

Se o mais velho sempre associar a presença do filhote a mais atenção, interação, brincadeiras e recompensas, e não à perda de recursos que eram importantes a ele, provavelmente logo vai interagir de forma tranquila com o novo companheiro.

Aliás, quando os dois começarem a interagir efetivamente, podem começar aquelas brincadeiras mais barulhentas, com alguns rosnados e latidos, batendo as patinhas no chão. E como saber se estão brincando ou brigando? As posturas corporais de uma brincadeira são mais relaxadas, geralmente eles rolam no chão, batem a pata um no outro, nenhum dos dois tenta escapar. Já em uma briga, nota-se facilmente que a interação não está agradável: o corpo se mantém rígido, o animal não baixa a guarda nunca e tenta fugir.

Sendo brincadeira ou briga, é preciso tomar muito cuidado, pois, se houver diferença de força e tamanho entre eles, podem ocorrer acidentes que geram machucados. Por isso, a supervisão e o controle dessas interações é muito importante, especialmente no início.

Lembre-se que é preciso sempre respeitar o tempo deles. Não é possível precisar quanto tempo seria preciso insistir nas associações positivas e no controle. Cada cão é um indivíduo com um temperamento característico, criado de forma diferente e todos esses fatores influenciam no tempo que a adaptação pode demorar. É justamente aí que surge aquela dúvida: será que é melhor devolver o filhote? Esta questão é extremamente difícil de ser respondida, pois, em alguns casos, a adaptação é muito rápida, mas, em outros, pode até parecer impossível. Assim, o mais importante é verificar se ao menos pequenos progressos estão ocorrendo, se no dia a dia o bem-estar de ambos está sendo garantido, para verificar a perspectiva de sucesso e alegrias nesse relacionamento.

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Fonte: BitCão.

Cães eufóricos

Photo credit: carterse / Foter / CC BY-SA
Photo credit: carterse / Foter / CC BY-SA

Chegou a hora de sair de casa para passear com o pet e tudo está correndo às mil maravilhas, até que o seu cachorro avista outro animal vindo na direção dele e pronto, acabou-se a paz e a tranquilidade. Ele fica agitado, pulando, correndo, puxando a guia, simplesmente eufórico ao ver outro cãozinho.

Apesar de ser engraçadinho ver o mascote tão feliz por ver outros animais, isso pode ser um sinal de que o seu cão tem problemas de socialização. A falta de convivência com outros pets durante os primeiros meses de vida do animal pode afetar a forma com que ele se comporta com outros bichinhos durante a vida adulta.

Por que isso acontece?

O cão pode ficar eufórico ao ver outro animal por ficar muito alegre pela possibilidade de brincar, por ter energia acumulada etc. O comportamento do tutor também podem incentivar uma conduta inadequada no pet.

“Se o dono fica tenso e acaba puxando a guia quando avista outro cachorro vindo em sua direção, o cão entende como algo perigoso e fica tenso também. Se continuar indo em direção ao tal animal existe, sim, a possibilidade de briga”, informa Karina Pongracz, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Como resolver?

O primeiro passo é ensinar seu cão a se acalmar antes dos passeios, propondo atividades que o ajudem a gastar um pouco da energia acumulada. “Podemos gastar um pouco dessa energia antes do passeio brincando de bolinha e também realizando alguns comandos, como o ‘senta’, ‘dá a pata’, ‘deita’ e o ‘fica’”, sugere a adestradora. “O ‘fica’ faz com que o animal controle um pouco a ansiedade dele, antes de passar pela porta para dar uma voltinha”, completa.

Quando o cão começar a realizar os passeios com mais calma, converse com os seus amigos que também têm cachorros, mas que sejam mais calmos e relaxados e, então, deixe que o seu mascote interaja com eles. “Você pode usar petiscos, toda a vez que o outro animal se aproximar do seu. Com esse exercício, você acaba mostrando que a aproximação de outro animal é legal! Porém, faça isso com bastante segurança, sempre usando a guia se estiver em lugar aberto”, orienta Karina. “Sempre avise ao dono do outro animal que ele está ajudando você nos treinos que o seu cachorro está em treinamento e que ele precisa de um tempinho para se acostumar.”

Faça os treinos constantemente, para que o seu cachorro realmente compreenda o tipo de comportamento que você espera dele. Esse processo leva tempo, porém, o resultado é gratificante, pois melhora a sua convivência com o seu mascote e a dele com outros bichinhos.

Dicas

• Nunca faça carinho se ele estiver demonstrando medo ou agressividade, pois isso fará com que ele entenda que é esse o comportamento que você espera dele.

• Desvie a atenção dele para outro lugar quando ele estiver apresentando sinais de muito euforia ou agressividade.

• Não fique tenso quando outro animal se aproximar enquanto vocês estiverem passeando, pois isso fará com que o seu cachorro entenda que existe perigo, podendo transformar a euforia em agressividade.

• Recompense-o quando ele se comportar da maneira correta, isso fará com que ele relacione coisas boas ao bom comportamento e isso facilitará a compreensão e o incentivará o animal a repetir a ação.

Dicas para participar de cãominhada

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O passeio é uma atividade que a maioria dos pets adora, pois é uma das melhores formas de interação entre ele e o dono, além de ser um momento em que ele exercita o corpo e a mente, sente cheiros diferentes e conhece outros animais. O ideal é que ela seja realizada todos os dias, pois proporciona uma rotina saudável e prazerosa para o cão.

As cãominhadas são ótimas pedidas tanto para os pets, que se divertem muito durante esses eventos, quanto para os donos. Se você nunca participou de um encontro como esse junto com o seu cãozinho e ficou com vontade de ver como é, no dia 4 de outubro, será realizada a 8ª Cãominhada de Santo André (SP) e a Cão Cidadão marcará presença, com profissionais para tirar dúvidas e dar dicas e orientações aos participantes. Quer saber mais? Clique aqui.

Para tornar a participação na cãominhada divertida tanto para donos, quanto para pets, listamos abaixo algumas orientações.

É a primeira vez?

“Se você estiver participando de uma cãominhada pela primeira vez, é importante levar os seus cães sempre de coleira, de preferência, com uma que seja confortável e confiável. A vacinação deve estar em dia também”, informa a adestradora da equipe Cão Cidadão, Egle Della Paschoa. “Além disso, você deve levar água para os cachorrinhos, saquinho para recolher fezes e, se o cão for agressivo, é muito importante usar a focinheira”, acrescenta.

Sociabilização

A caminhada em si é uma forma de melhorar a sociabilização do pet. “O passeio aprimora o desenvolvimento psicossocial, combate o estresse, faz bem para a saúde do pet, libera serotonina e ainda traz benefícios à saúde do dono também!”, comenta a adestradora.

Para os animais que não tiveram uma boa sociabilização, Egle orienta começar  o treinamento antes do evento, de preferência, com o auxílio de um adestrador. “Temos que analisar o nível de estresse que esse cão terá na cãominhada, pois uma exposição extrema de um animal que não foi bem sociabilizado, pode piorar o quadro de ansiedade e até causar agressividade”, explica.

Puxa demais a guia?

Infelizmente, alguns donos evitam participar desse tipo de evento porque seus cães puxam demais a guia ou ficam muito ansiosos, entre outros problemas de comportamento. Mas, com algumas dicas, paciência e treinamento, é possível mostrar ao bichinho o que espera dele. Falamos sobre problemas durante o passeio neste artigo. Confira!

E aí, quem vai participar da cãominhada em Santo André? Esperamos por vocês!

 

Despersonalização de broncas

Photo credit: iRonInk / Foter / CC BY
Photo credit: iRonInk / Foter / CC BY

Ninguém gosta de dar broncas no pet, mesmo quando ele fez algo de errado, não é mesmo? Infelizmente, as correções são necessárias para evitar que os maus comportamentos se repitam e que a harmonia reine na família.

Assim como uma criança, os animais devem ser ensinados sobre o que podem ou não fazer. Apesar disso, muitos tutores têm receio de corrigir o animal, por medo que ele acabe “desgostando” do dono. Se feita da maneira correta, as broncas não farão com que o seu bichinho fique magoado ou deixe de gostar de você. E, tratando-se de cães, em especial, é muito difícil que isso ocorra. Eles são verdadeiros apaixonados por seus donos.

Independentemente disso, a despersonalização vai ajudar o cão a entender o que é certo ou errado e a não ter atitudes agressivas com você. Mas, como? Por exemplo: quando você borrifa água na cara do pet sem olhar diretamente para ele, tem grandes chances dele associar a bronca ao ato ruim que cometeu. E não a você. Isso é a despersonalização.

Olhar nos olhos, apontar o dedo ou impedir o animal de fazer alguma coisa, pode soar a ele como “implicância pessoal”. O intuito da despersonalização é incentivar o bicho a não realizar o comportamento indesejado, mesmo quando você não estiver presente, e evitar a associação de coisas que o deixam desconfortável a você. Mais um exemplo de despersonificação da bronca é quando o animal está latindo constantemente. Sem que ele veja, derrube um molho de chave ou algo que chame a atenção. Nessa hora, é importante que você não esteja visível. Ele não saberá de onde veio, mas saberá que o alerta chegou de alguma forma.

Dicas de como despersonalizar a bronca:

As opções são diversas e você pode utilizar coisas que estão disponíveis em casa, tornando tudo muito mais fácil. Use objetos que causam desconforto quando o animal pisa ou faz xixi sobre eles, como, por exemplo, fita adesiva, fita dupla face, papel-alumínio ou filme de PVC.

Existem sprays repelentes para ambientes com gosto amargo, que podem ser borrifados nos objetos e impedirão o cachorro de roer ou morder os móveis, por causa do gosto desagradável.

O dono também pode prender algum objeto barulhento em um barbante e puxá-lo quando o cão estiver tendo alguma conduta inadequada – mas sem que ele associe claramente a ação à pessoa, ok? Continue com o que estava fazendo, sem olhar para o cão, pois, dessa maneira, ele achará que foi corrigido por “alguma entidade invisível” e evitará repetir o ato, mesmo quando você não estiver presente.

No caso de cães medrosos, devemos tomar cuidado para não assustá-los. Use objetos e técnicas que causem somente um pequeno desconforto, não um susto. É importante, nesses casos, contar com a ajuda de um profissional, para avaliar a conduta mais adequada.

Lembre-se de que o intuito das broncas não é magoar ou assustar o cão, mas sim ensiná-lo. Correções não farão com que ele perca o carinho por você, pelo contrário. Quando o cão encontra o líder da matilha (você, no caso), ele fica feliz e sabe perfeitamente qual é o seu papel.

Fonte: Livro Adestramento Inteligente, de Alexandre Rossi.

Demarcação de território com urina

Photo credit: Chris Hunkeler / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Chris Hunkeler / Foter / CC BY-SA

O seu cachorro é daqueles que saem deixando a marca em todos os lugares, da mesa ao sofá? Geralmente, essa não é uma situação que deixa os donos tranquilos e felizes, afinal, a casa fica com um forte cheiro de urina e os móveis podem até se estragar.

O que é preciso entender é que esse comportamento de demarcação é instintivo e mais frequente em cães machos não castrados. Pode acontecer, também, com machos castrados, e muito raramente com fêmeas.

Por que isso acontece?

Esse tipo de comportamento pode ocorrer quando outro cão ou gato, ou até uma pessoa desconhecida, está visitando ou sendo introduzido na casa. É a forma de o cachorro dizer que chegou ali primeiro e que é o “dono” daquele território.

Também é possível que isso ocorra quando o cão é colocado ou entra em um cômodo no qual não está familiarizado e não costuma ter acesso, por isso, não tem o cheiro dele, somente o do dono ou de outras pessoas.

Isso pode ocorrer com móveis, objetos ou tapetes novos que ainda não têm o cheiro do grupo (família) ou o do pet.

Como evitar esse problema?

A castração antes da maturidade sexual é a forma mais indicada para prevenir esse problema, porém, também é indicada caso o seu cão já seja adulto e não castrado, pois pode reduzir, e muito, o problema.

O recomendado é evitar dar atenção ao pet quando ele estiver urinando e não limpar o local na frente dele. Sempre que o vir fazendo xixi no lugar certo, elogie e dê um petisco. Com o tempo, ele associará o local a coisas boas, pois sabe que está agradando o dono e que isso significa ser recompensado.

Importante: não dê broncas, pois ele pode entender que não deve fazer xixi na frente das pessoas ou pior, que fazer xixi é errado, o que pode causar problemas de saúde, como infecção urinária.

Além disso, você pode pedir a ajuda de um especialista, pois é sempre mais fácil treinar o cachorro com ajuda profissional.

Dicas

• Deixe o banheirinho do pet o mais legal possível, para atrair a atenção dele e em um ambiente longe da caminha e do local onde ele brinca.

• O banheiro dele deve estar sempre limpo, pois cães gostam de limpeza e será mais atraente para eles se aliviarem em um local limpo e confortável.

Fonte: Livro Adestramento Inteligente, de Alexandre Rossi.

Como lidar com a ansiedade de separação

Photo credit: nan palmero / Foter / CC BY
Photo credit: nan palmero / Foter / CC BY

Quando saímos para viajar, é sempre muito gostoso, não é mesmo? Mas depois de alguns dias, a vontade de chegar em casa e estar rodeado pelas suas coisas e pela sua família chega a ser sufocante. Quando colocamos os pés para dentro de casa, o alívio é gigantesco.

Agora, imaginem como é para o seu cãozinho ter esse sentimento todos os dias? Ver o dono sair pela porta e não saber quando ele voltará. Ser deixado sozinho por horas, por conta da longa de jornada de trabalho do dia a dia dos donos, pode ser muito estressante para os bichinhos, principalmente se estiverem acostumados a ter atenção o tempo todo ou se forem muito apegados aos donos.

Se o seu pet é praticamente a sua sombra, está com você o tempo todo, recebendo atenção e carinhos constantemente, saiba que isso pode, sim, ser prejudicial para a saúde dele.

Como sei que o meu pet sofre de ansiedade de separação?

Esse problema tem alguns comportamentos característicos: os latidos e uivos constantes enquanto está sozinho, o arranhar de portas e batentes, a hipersalivação, a destruição de móveis, a apatia e até, em alguns casos mais sérios, a automutilação (lamber as patas até que as machuque).

Isso acontece porque o instinto do cão é de viver em grupo, por ser um animal de matilha. O grupo garante a sobrevivência dele e, na cabeça do cãozinho, ser deixado sozinho coloca esse sentimento de segurança em perigo.

Muitas vezes, esse sentimento é agravado, ainda que sem querer, pelos donos. As despedidas efusivas e a cara de dó direcionada ao cão toda vez que sai de casa fazem com que ele fique ainda mais ansioso e comece a perceber todos os mínimos sinais de que será deixado sozinho.

Como resolver esse problema?

Para ajudar o pet a superar essa situação, existem algumas coisas que você pode fazer. O primeiro passo é aumentar a independência do animal, com pequenas atitudes que farão com que ele perceba que isso não é tão ruim quanto parece. Ensine o comando “fica” e, se estiver no quarto e quiser ir até a cozinha, peça que o cão fique onde está e vá fazer o que precisa. Repita isso em todos os cômodos da casa, para que ele se acostume pouco a pouco.

Evite despedidas sofridas e chegadas cheias de festa. Quando sair, seja breve e, quando chegar, não dê atenção ao cão imediatamente. Espere alguns minutos até que ele se acalme, e só então dê o que ele pediu.

O enriquecimento ambiental é uma forma de facilitar as horas de solidão. Esconda petiscos pela casa, para que ele possa farejar e fazer uma verdadeira “caça ao tesouro”. Coloque brinquedos no lugar onde ele fica ou os espalhe pela casa, para que ele se ocupe com isso. Garrafas pet com furinhos e cheias de ração são uma forma de manter o pet entretido por horas.

Outra dica bem legal é fazer exercícios com o pet antes da hora de sair, pois, depois de ter gastado bastante energia, ele preferirá descansar e a sua ausência não será tão marcante.

É importante lembrar que, se o caso for muito sério, o melhor a se fazer é buscar ajuda de um profissional especializado.

Cães apáticos

Photo credit: golbenge (골뱅이) / Foter / CC BY-SA
Photo credit: golbenge (골뱅이) / Foter / CC BY-SA

É verdade que a maioria dos cães gosta de brincar, correr, passear e interagir com seus donos e outros bichinhos. Mas e quando o animal é mais quieto e prefere a solidão ou quando o bichinho simplesmente não se interessa por nenhuma brincadeira, sempre preferindo ficar no cantinho dele, deitadinho, sem interagir com ninguém?

É preocupante para os donos quando o cachorro começa a apresentar sinais de apatia. Existem alguns motivos por trás disso, mas é importante que você investigue a causa. Primeiro, leve o pet ao veterinário, faça exames, pois a apatia pode ser alguma doença, algo que esteja afetando o físico dele.

Descartado qualquer problema com a saúde do animal, vamos analisar o aspecto comportamental. A falta de estímulo também pode ser o motivo pelo qual ele aparenta estar sem energia e tristonho.

“Eu já passei por uma situação na qual o aluno filhote não se interessava pelas brincadeiras e pedi para a proprietária que o levasse para avaliação médica. Descobrimos que seu estado de saúde estava perfeito e, a partir daí, passamos a estimulá-lo muito para descobrir quais brincadeiras e brinquedos ele mais curtia. Isso, associado aos passeios, fez com que ele aprendesse a interagir muito mais, ser mais ‘alegre’ e brincalhão como um filhote deve ser. Nesse caso, ele só precisava de estímulo!”, conta a adestradora da Cão Cidadão, Joilva Duarte.

A idade também é um dos fatores que podem influenciar o comportamento dos pets. Cães mais velhos tendem a não ter o mesmo nível de energia do que os filhotes, por isso, podem não parecer tão interessados em brincadeiras quanto os mais novinhos. Isso não significa que eles não precisem de estímulos ou que não gostem de brincadeiras, somente que não têm o mesmo pique de quando eram mais jovens.

O que fazer para estimular meu cachorro?

O dono pode criar um ambiente no qual o pet se sinta incentivado a brincar. Você pode estimular as brincadeiras elogiando o cão sempre que ele estiver com um brinquedo na boca ou manusear os brinquedos deles, pois, assim, os objetos ficarão com o seu cheiro e isso incentivará o cão a passar um tempo brincando.
“Outra forma de interação é usar o próprio brinquedo como recompensa, ou seja, jogue o brinquedo e, quando seu cãozinho o trouxer de volta, peça o comando ‘solta’. Se ele não soltar, pegue um pedacinho de petisco, coloque no focinho dele e diga ‘solta’. Ele soltará o brinquedo para pegar a comida, e aí você deve pegar o brinquedo e jogar de novo, iniciando assim um ciclo de brincadeira que, para o cão, será muito estimulante”, sugere Joilva.

Passeios

Na hora do passeio, é preciso sensibilidade. Se o cão for medroso, por exemplo, comece com passeios de curta duração e busque ir para locais mais tranquilos e menos barulhentos, até que o pet adquira um pouco mais de confiança. Vale também dar petiscos que o seu bichinho goste muito durante o passeio, para que ele faça a associação da atividade com algo de que ele goste.

“A sensibilidade do proprietário quanto à personalidade de seu pet é muito importante para transformar, tanto as brincadeiras quanto os passeios, em algo superlegal para o cão, de uma forma confortável e prazerosa para ambos”, finaliza a adestradora.

Entenda o estresse canino e saiba como evitá-lo

Photo credit: BPPrice / Foter / CC BY
Photo credit: BPPrice / Foter / CC BY

O estresse canino é um problema muito subjetivo, pois nem sempre o que estressa o seu cão pode estressar o animal do seu amigo. Esse mal pode ser originado de várias maneiras, como, por exemplo, a partir de uma rotina que não atenda às necessidades do pet, um ambiente que faça com que ele sinta medo ou que não esteja de acordo com o perfil dele.

“Um cão muito ativo, que gosta de correr e brincar e que está acostumado a realizar atividades como essas todos os dias, pode ficar estressado em um ambiente em que ele se sinta preso e que não proporcione momentos em que ele possa gastar toda a energia acumulada”, explica Tarsis Ramão, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Sinais

A ansiedade e o estresse provocam comportamentos pouco comuns nos pets, por isso, identificar o problema não é muito difícil.

Alguns dos sintomas são os latidos excessivos, comportamento compulsivo como, por exemplo, andar em círculos, correr atrás do rabo e lambedura excessiva.

O estresse também pode causar depressão e apatia, ou falta de apetite, então, se o pet estiver muito silencioso e cabisbaixo, fique de olho!

Como evitar

Prestar atenção na personalidade do pet e adaptar a rotina a isso é crucial para o bem-estar do amigo. Se o cão for cheio de energia, proponha atividades para que ele possa gastar a energia; se ele for medroso, evite colocá-lo em situações que possam intensificar o medo ou causar ansiedade.

“Passeios diários, atividades recreativas dentro de casa, brincadeiras com bola ou brinquedos da preferência do animal, adestramento e ensinamento de comandos para propiciar, entre outras coisas, concentração e autocontrole ajudam bastante”, sugere a adestradora.

O enriquecimento ambiental também é uma maneira de tornar o espaço mais interessante e estimulante para que o cão passe seu dia se divertindo. Isso ajuda o pet a tirar o foco do que está causando toda essa ansiedade.

“O ideal é descobrir qual o fator que desencadeia o estresse. Um profissional pode auxiliar nesse processo. Em alguns casos, além das atividades citadas acima, pode ser indicado o uso de medicamentos por um veterinário, para auxiliar no tratamento”, esclarece Tarsis.

Necessidades fora de casa: perigo para a saúde dos pets

Photo credit:  / Foter / CC BY
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Incentivar o pet a fazer xixi sempre que estiver fora de casa, como em um passeio, por exemplo, pode ser muito atraente para alguns donos, principalmente para aqueles que não gostam de lidar com o cheiro ou a sujeirinha. Porém, o que algumas pessoas não sabem é que esse hábito pode ser muito prejudicial para a saúde do animal.

Por conta da correria do dia a dia, muitos donos não têm tempo de levar o pet para o passeio diário, então, ele fica sozinho durante muito tempo e, por estar condicionado a não fazer as necessidades dentro de casa, fica preso, sem poder ir até um cantinho para poder fazer as suas necessidades fisiológicas – e é ai que mora o perigo!

Ao segurar as necessidades, por medo de uma bronca ou castigo, o pet pode desenvolver sérios problemas de saúde, como a cistite (infecção na bexiga), cálculos urinários, insuficiência renal e incontinência urinária. Além disso, o pet acaba sempre ficando dependente de alguém para ir até a rua e, muitas vezes, por conta do cansaço, do frio ou da chuva, o passeio do pet fica em segundo plano.

“O ideal para todos, nesse caso, é que o pet consiga fazer as suas necessidades dentro ou fora de casa!”, informa o adestrador da equipe Cão Cidadão, Douglas Martinelli. “Precisamos separar um cantinho, que pode ser na lavanderia, por exemplo, onde o animal poderá fazer as suas necessidades sem causar irritação ou frustração no dono ou dar a escolha para ele fazer no meio do passeio”, completa.

Como agir?

O pet precisa entender que o ambiente em que ele está é seguro e que ele pode fazer as suas necessidades, sem correr o risco de levar bronca. Ele deve ter um cantinho específico que seja o seu banheirinho, onde ele se sinta confortável e seguro para se aliviar, sem problema algum.

Se o seu pet sofre com isso, incentive-o a fazer as necessidades em um lugarzinho específico e reforce esse comportamento com petiscos e carinho. “Ao perceber que seu pet está fazendo as necessidades no local correto, espere ele terminar e, logo em seguida, parabenize-o e o recompense com petiscos”, sugere Douglas.

O adestrador ainda explica que, aos poucos, o dono vai perceber que ele vai fazer a conexão entre o comportamento correto e a recompensa. Ele vai adorar fazer tudo no lugar certo e vai obedecer sem esforço algum.

Dica: seque a urina do seu cão com o tapete higiênico e o deixe no lugar que você designou para ser o banheirinho dele. O cheiro irá atraí-lo e o ajudará a fazer a relação entre o lugar e a hora de se aliviar.

Quer aprender mais sobre como ensinar o cão a fazer as necessidades no local correto? Clique aqui.

Brigas entre cães

Photo credit: steve.mullis / Foter / CC BY
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É só sair de casa e encontrar outros cachorros que o seu pet começa a rosnar, latir e ir para cima do outro, querendo arranjar briga. Esses problemas geralmente acontecem quando a sociabilização do cão não foi feita da forma correta.

As brigas entre cães são perigosas e podem resultar em acidentes sérios, por isso, reunimos algumas dicas que podem te ajudar a evitar essa situação!

Como evitar?

O primeiro passo é prestar atenção na sua postura, quando leva o cão para passear. Como você reage ao avistar outro cachorro? Tudo o que você faz e demostra influencia o comportamento do seu pet, sabia disso? Se você fica apreensivo, amedrontado ou toma alguma precaução excessiva toda vez que um outro pet está passando por perto, o seu cachorro pode interpretar isso como sinal de perigo e ficará cada vez mais agressivo quando encontrar outros cães.

Os animais captam com muita facilidade o nosso estado de espírito e, por isso, é difícil enganá-los, então, disfarce sua ansiedade ou procure realmente ficar calmo, pois isso ajudará a evitar a briga. Porém, esteja sempre pronto para repreender qualquer comportamento agressivo.

Uma dica de treino é fazer com que o seu cachorro associe a presença de outros pets com coisas positivas. Para isso, você pode usar alguns truques, por exemplo: toda vez que ele avistar outro animal ou quando você fizer isso, chame a atenção dele, mostre o brinquedo favorito e o convide para brincar.

Essa atitude irá distraí-lo de tal maneira, que fará com que o outro pet passe despercebido. Você também pode distraí-lo com um petisco. A repetição desse treinamento fará com que o seu cãozinho associe a presença de outro animal com brincadeiras ou recompensas, fazendo com que ele olhe para você esperando receber um dos dois.

É importante saber

1. Cachorros bem sociabilizados dificilmente arranjam brigas com cães desconhecidos, que são amigáveis. Se você tem um filhote, sociabilize-o, e o acostume a outras pessoas e estímulos.

2. Sempre é possível melhorar a sociabilização, não importa a idade do seu cão! Procure a ajuda de um profissional de adestramento para ajudá-lo nesse processo!

Outras dicas

– Não demonstre ao animal que está se preparando para agarrar ou puxar a guia, e também não deixe a guia tensa ao passar por outro animal.

– Não o recompense quando ele mostrar agressividade. Atraia a atenção dele no exato momento em que avistar o outro cachorro e ANTES que ele mostre qualquer sinal de agressão.

– Entenda que esse processo, muitas vezes, exige habilidade e paciência, e se a correção for feita no momento errado, pode piorar a situação. Por isso, se não tiver experiência suficiente, procure um profissional.

Fonte: livro Adestramento Inteligente, de Alexandre Rossi.