Festas de fim de ano e a ansiedade de separação

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Os cães têm a princípio uma justificativa biológica para a ansiedade de separação. São animais sociais e que trazem na sua herança, desde que eram lobos, a necessidade de viverem em grupos, para caçarem, se defenderem e para garantirem sua sobrevivência. Então, é muito natural, que, ainda hoje, mesmo que domesticados, eles conservem essa necessidade de não querer ficar sozinhos.

Claro que, para alguns cães, isso pode ser mais acentuado por várias razões: desde uma separação precoce da ninhada no nascimento até o reforço dessa necessidade de companhia pelo próprio dono, acentuando essa hiper vinculação.

Diagnosticamos a ansiedade de separação a partir de vários comportamentos que o cão demonstra quando está sozinho ou na ausência de uma determinada pessoa da casa: comportamentos compulsivos, lambedura excessiva (automutilação), latidos excessivos, micção e defecação desordenada ou ausente por longo período, destruição de objetos, salivação excessiva, inapetência etc.

Como ajudá-los?

O ideal é que haja um tratamento preventivo para a ansiedade de separação. Desde os primeiros meses do cão, o aconselhável é que o dono habitue seu animal a ser o mais independente possível, aprendendo a lidar com a solidão. Ensine-o a ficar sozinho, mesmo quando o dono está em casa, no quintal ou em algum ambiente da casa, evitando que ele seja uma “sombra” constante.

Para controlar, precisamos verificar se essa ansiedade é ocasionada com a ausência de uma pessoa específica ou de forma generalizada. Isso porque, no caso de ser direcionada a um membro específico, o treino deve ser realizado por essa pessoa.

Treinamento

Devemos treiná-lo para entender que não há problema em ficar sozinho por alguns períodos do dia e que e que seu “grupo” voltará para casa.

Para isso, tentamos dessensibilizar as situações e rituais que normalmente já sinalizam para o cão que seu dono está saindo, o que já o deixa ansioso e tenso, como troca de roupas, pegar chaves e bolsas para saída, entre outras coisas.

Também aconselhamos que o dono torne o mais natural possível as chegadas e as saídas, para que seu cão não crie grandes expectativas com essas situações, tornando o período que permanece sozinho mais desagradável. Também é importante o treino do comando “fica”, que ensina ao cão a esperar o distanciamento do dono e que ele retorna depois de um período.

É muito importante também criar atividades e entretenimento para o cão na ausência do dono, para que ele tenha atividades e possa se distrair nesse período – o que chamamos de enriquecimento ambiental, normalmente feito com brinquedos e acessórios que escondemos e dificultamos o acesso do cão à comida e petiscos, para que ele possa permanecer ocupado tentando comer. Além de ossos recreativos e brinquedos mastigáveis. O treinamento deve ser feito de forma gradativa, respeitando a evolução que varia em cada caso.

Festas de fim de ano e a ansiedade do pet

Para qualquer cão, talvez os dias de Natal e o Ano Novo sejam bem delicados, por conta do barulho dos fogos, que alguns têm medo. Para um cão com ansiedade de separação, que já teme ficar sozinho, um dia/noite tumultuado pode deixá-lo ainda mais nervoso e amedrontado.

O ideal seria que o cão já tivesse sido bastante treinado, para que, nessa época, já estivesse com o problema da ansiedade resolvido ou pelo menos amenizado. Inicialmente, eu aconselharia a não deixar o cão totalmente sozinho. Se possível, deixá-lo na casa de algum parente ou amigo, ou mesmo em um hotel adequado.

Mas, se ambos não forem possíveis, tente deixar seu cão com bastante enriquecimento ambiental. Mantenha a televisão ou o rádio ligados com programas ou músicas que você costuma ouvir quando está em casa, e uma camiseta ou qualquer pano que tenha seu cheiro.

Consulte um especialista

Normalmente, o treino para ansiedade de separação é bastante complexo e demorado, requer paciência e dedicação dos proprietários. Muitas vezes, aconselhamos consultar um bom veterinário, para verificar a utilização de algum medicamento, mas isso não exclui a necessidade de treinamento.

Como habituar o cão à caminha

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Por Karina Pongracz, adestradora da equipe Cão Cidadão.

“Minha cachorra tem 4 meses e desde que ela cegou aqui em minha casa ela não dormi do lado de fora. O que eu posso fazer pra ela dormir do lado de fora?” – Mateus Felipe, dono da Pepa, de 4 meses.

“Olá Alexandre, mora em minha casa eu Elenice e minhas 2 filhas (Bruna e Kauany) e nosso principe q amamos demais q é o Strogonoff ou bebê, (ele atende pelos dois nomes), foi adotado com um mes de vida, e sempre ficou dentro de casa, cheio de mimos, carinho e atençao. Adotei ele pq minha filha mais nova era mto nervosa e revoltada, e ele nos trouxe mta paz, e mudou totalmente o comportamento de minha filhota, hoje ela é mto mais feliz. No principio ele dormia na sua caminha, mas com o tempo, minha filha levou ele pra dormir na cama por uma noite, e a partir desse dia ele nunca mais dormiu no chao, e eu nao consigo tirar ele da cama, primeiro pq tenho dó dele, e segundo pq ele é o primeiro a ir pra cama rsrsrsrrs. Só q enfrento problemas com isso, pq nem todos pensam como eu, e qdo saio a algum lugar, ele nao pode dormir comigo, aí deixo de sair pra nao ver ele chorar a noite toda. Gostaria se possivel uma orientaçao de como proceder nesse caso, pra q ele volte a dormir em sua caminha, sem q ele sofra. Obs: Strogonoff é um cachorro vira lata, mas é td pra nós…. Obg pela atençao, agradeço se for atendida.” – Elenice Muller, dona do Strogonoff, de 6 anos.

“Bom o argos ele é muito brincalhao, faz xixi e coco no lugar certo , mas para dormir ele dorme na cama e no sofá e ele nao gosta de dormi no chao , ele é do tipo que nao late muito , é carinhoso, dengoso , nao gosta de ficar sozinho. Preocupacao maior é tirar ele do sofá e da cama.” – Rosangela Botura, dona do Argos, de 11 meses.

***

Olá Mateus, Elenice e Rosangela, como vão? Procurei reunir neste texto informações que podem ser úteis para tornar o relacionamento de vocês com os pets ainda mais saudável e feliz. Também aproveitei a temática para esclarecer outros aspectos relacionados à caminha do cão, que podem interessar aos demais leitores. Bom, vamos lá!

Ao se levar um cão para casa, é natural pensar na caminha em que ele vai ficar. Em algumas situações, o dono fica preocupado pois não consegue acostumá-lo a ela – ele prefere muito mais a cama dos donos! Isso tem uma explicação: os cães gostam de ficar próximo a nós. Mas, como tirá-lo da cama dos donos e acostumá-lo a dele? Pode demorar um pouquinho, mas, com uma dose de paciência, você verá que tudo é possível, e logo ele vai se adaptar e gostar do cantinho dele!

O primeiro passo é decidir onde você gostaria que seu cachorro dormisse: no quarto, na área de serviço, na sala ou no quintal? O treino pode demorar um pouquinho, mas quando ele ficar adaptado a dormir no seu próprio espaço, tudo será muito fácil. Para que isso ocorra de uma forma prazerosa, o ideal é acostumar o animal a ficar no local correto, que precisa ser confortável e tranquilo. Por exemplo, não deixe a casinha em baixo do sol forte, local que bate muito vento, próximo da máquina de lavar ou até mesmo do lado do latão de lixo.

Organize o espaço e não se esqueça de deixar o pote de água e, claro, um banheiro para que ele possa aliviar. Lembrando que o banheiro não pode ficar muito próximo do local onde ele dorme. Depois dessa arrumação, é chegada a hora de treinar o bichinho. Compre uma caminha bem gostosa, macia e confortável para ele. O pet pode utilizar também uma caixa de transporte, pois eles adoram ‘’tocas’’! Se o animal for ficar do lado de fora da casa, o dono pode comprar uma casinha, que é fácil de encontrar no mercado pet, com tamanhos, cores, formatos e materiais variados. O ideal seria uma de plástico, pois facilita a limpeza.

Nunca o force a entrar na casinha! Tudo precisa ser feito de forma muito delicada, sempre com associações positivas! Se você optar por deixá-lo dentro de casa, no começo ele pode estranhar a caminha nova dele, devido ao cheiro. Uma dica bacana é colocar uma simples camiseta com seu cheiro, para fazer uma associação positiva utilizando um atrativo familiar! Vale também elogiar bastante, entregar um brinquedo e oferecer um petisco.

Agora, se você preferir deixá-lo fora de casa, brinque com ele no espaço novo. Uma ótima dica é jogar alguns grãos de ração dentro da casinha. Ele vai entrar para pegá-los, então, faça com que ele se sinta à vontade em fazer isso! Tudo precisa ser muito prazeroso para o animal! Você também pode jogar o brinquedo que ele mais gosta! Será uma brincadeira muito divertida!

Repita o treino algumas vezes, pois isso faz com que o animal se sinta mais seguro. Deixar alguns brinquedos divertidos ajuda bastante! Quando terminar a brincadeira, deixe-o um pouco sozinho. Justamente nessa hora pode ser que o cachorro chore ou lata, claro, ele está pedindo para entrar. Pode parecer difícil, mas, não dê atenção. Procure ignorar. Se você abrir a porta, permitindo que ele entre. Pronto ele ganhou atenção.

Agora, se ele estiver em silêncio, interagindo com os brinquedos dele, vai lá, elogie. Depois de um tempo, o animal vai compreender que a casinha ou a caminha será um lugar muito gostoso, e onde ele pode relaxar com tranquilidade.

Fonte: Portal do Dog

Adoção de um cão: dicas e cuidados

Photo credit: stanzebla / Foter / CC BY-SA
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A adoção de um cão é um momento de felicidade para qualquer dono, pois a chegada de um mascote na casa alegra toda a família. Atualmente, os abrigos possuem muitos bichos à espera de um novo lar – em sua maioria, animais adultos.

Os pets mais “maduros” também merecem uma chance! Há inúmeras vantagens em adotá-los: por não crescerem mais, os donos já sabem o “tamanho final” deles, as características de temperamento são mais determinadas e fáceis de serem observadas, quando comparadas a de um filhote, por exemplo. Além disso, é importante lembrar que eles também podem ser adestrados – pets aprendem em qualquer idade!

Responsabilidade

Antes de tomar qualquer decisão em relação à adoção de um cão, no entanto, é preciso avaliar alguns pontos. Afinal, levar um animalzinho para casa exigirá muitas responsabilidades, ligadas à alimentação, saúde e atenção.

1. Cuidados básicos

O cão vai precisar manter uma alimentação equilibrada e saudável, assim como uma rotina de visitas ao veterinário, para avaliar se a saúde está em dia. Como os animais vivem muitos anos, é fundamental prever esses pontos no orçamento familiar.

2. Atividades

Todos os pets precisam de atividades frequentes. Passeios, brincadeiras com o dono, brinquedos, há várias formas de estimular o animalzinho fisicamente e mentalmente. É preciso, no entanto, que o dono dedique um tempo para o pet e, com isso, torne o relacionamento ainda mais próximo.

3. Educação

Outro ponto importante é entender que muitos dos comportamentos inadequados que o cão possa apresentar podem ser modificados com o adestramento, usando a técnica correta, muito carinho e persistência. Não é raro ouvir relatos de pessoas que doaram o pet por ele fazer xixi no lugar errado ou destruir os móveis. O suporte de um profissional especializado em comportamento animal é importante nessa etapa.

Adote com responsabilidade! A Cão Cidadão colabora com diversos projetos sociais. Saiba mais aqui.

Alimentação saudável: começando o ano com equilíbrio!

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Photo credit: donjd2 / Foter / CC BY

O ano está só começando, repleto de metas e objetivos que todos costumam estabelecer – não apenas para os humanos, mas para os pets também! Mais passeios, brincadeiras e uma alimentação mais saudável.

Realmente, proporcionar uma alimentação equilibrada para o animal de estimação é de extrema importância. Não oferecer alimentos de humanos e monitorar a frequência e a quantidade de comida consumida são alguns dos cuidados básicos que o dono deve ter.

Pensando no bem-estar do seu amigão, listamos algumas dicas que vão ajudar o peludo a ter uma alimentação mais saudável. Confira!

Ração

A ração é a maneira mais prática e segura de alimentar o cão, pois ela contém todos os nutrientes essenciais para o animal. Além disso, quando os cachorros mastigam a ração, eles acabam limpando um pouco os dentes devido ao atrito. Isso não acontece, por exemplo, quando o pet consome alimentos enlatados. Ofereça ao animal sempre uma alimentação equilibrada.

Cães que comem muito rápido

Pets que comem muito rápido podem estar sujeitos a vômitos ou danos no trato digestivo, como gastrite e até torção gástrica. Além disso, cães que comem vorazmente podem passar a falsa sensação de que estão sendo subalimentados, ou seja, passando fome, o que faz com que os donos ofereçam cada vez mais ração ao bichinho para saciá-lo.

Muitos cães que comem rápido demais não estão com fome, mas sim com o apetite aumentado. Podemos dizer que fome é a necessidade de comer para se manter nutrido, enquanto o apetite é aquela vontade de comer mais um pouquinho. Portanto, se o pet está comendo a quantidade de ração adequada para seu porte e idade, não aumente a quantidade na tentativa de saciá-lo. É bem capaz que ele coma tudo bem rápido e ainda peça mais!

Um truque bem simples para ensinar o cão a comer sua porção de ração de forma mais lenta é utilizar brinquedos que liberam os grãos ao serem manipulados: a clássica garrafa pet com furos é uma opção simples e eficaz. Outros brinquedos, como bolas que dispensam a comida, também são muito interessantes.

Falta de apetite

Na maioria das vezes, isso acontece pelo fato de ele ter comida à vontade o dia todo. Uma dica muito importante é oferecer apenas a quantidade certa de ração para o cão, indicada na embalagem da ração. Caso ele não coma tudo, retire o pote e guarde, depois coloque novamente.

Evite acrescentar à ração frango, carne etc. Isso pode piorar o paladar do cão, pois ele pode aprender a recusar a ração simples para ganhar a incrementada.

Em caso de dúvidas, consulte o veterinário!

Como ajudar o pet a superar o medo de tosa?

Photo credit: latteda / Foter.com / CC BY
Photo credit: latteda / Foter.com / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão.

O cachorro não entende o que é todo aquele barulho produzido pelas máquinas e secadores do petshop, o porquê de tanto manuseio do banhista, que o vira para lá e para cá, a razão de ficar molhado e com cheiro diferente. Por isso, é comum alguns deles terem medo dessa situação! Mas, quem é que não gosta de ter o seu pet cheirosinho? Então, não se preocupe, pois é possível lidar com esse dia sem tanto estresse!

Em casa, onde o pet está mais tranquilo e relaxado, é o melhor local para acostumá-lo com as coisas que envolvem o banho. Faça uma massagem no cão, simulando a parte em que ele é ensaboado e ofereça para ele um petisco bem gostoso. Depois, você pode acostumá-lo ao toque da toalha, fazendo carinho nele e, posteriormente, imitando o movimento de secar.

O secador de cabelo também é importante no processo, então, não deixe para acostumar o pet apenas no dia do banho, quando ele estiver todo molhado. Você pode mantê-lo sempre por perto e, quando for secar o seu cabelo, apontar o jato alguns segundinhos para ele e à distância. Vá se aproximando devagar e aumentando o tempo também. Enquanto você faz isso, dar um petisco para o animal tornará tudo mais fácil e agradável.

A escovação também é muito importante, e não apenas no petshop. A maioria dos cães precisa ser escovada de tempos em tempos, dependendo do tipo de pelo. Da mesma forma que o secador, não deixe para escová-lo inteiro em um único momento. Pegue um pedacinho de petisco, uma fruta ou algo que ele goste bastante e, com uma mão, ofereça para ele, com a outra, você passa a escova devagar. Caso tenha algum nó, não puxe para desembaraçar. Passe a escova com calma até desfazer o nó.

Você não deve tosar seu pet ou cortar as unhas se não tiver conhecimento sobre isso, mas pode usar alguma ferramenta parecida, para acostumá-lo com o som e a aparência dos equipamentos. Faça carinho nele, mexa nas patas, imitando o que o tosador faria para que ele perca o medo e se acostume com a situação.

Tudo que é previsível e faz parte da rotina do cão ou do gato vai deixar o pet mais tranquilo e habituado, melhorando a situação para todos: você, seu bichinho e o tosador!

Fonte: Mercearia do Animal

Novo filhote em casa, o que o cão mais velho está sentindo?

Photo credit: sⓘndy° / Foter / CC BY-SA
Photo credit: sⓘndy° / Foter / CC BY-SA

Muitas pessoas ignoram a importância de uma boa apresentação de um cão a outro, especialmente quando um filhotinho chega numa casa onde já reside outro peludo. Se o primeiro contato de ambos gerar reações agressivas ou mesmo uma briga e investida do mais velho (o que representa perigo para o filhote), a relação entre os cães pode ser comprometida ao longo de suas vidas, gerando até situações de perigo constante.

A primeira dica para uma aproximação adequada é providenciar para que o primeiro contato se dê em um local neutro. Pode ser na rua, em um parque ou praça, de preferência sem muito barulho ao redor. Lembrando que o filhote em fase de vacinação não deve ter acesso ao chão, mas pode estar no colo de um dos membros da família, enquanto outra pessoa caminha com o mais velho na guia, fazendo um passeio divertido e estimulante!

Depois que todos entrarem juntos em casa, a aproximação deve ocorrer aos poucos, iniciando-se com uma boa distância entre os cães. Importante lembrar que um cão mais velho pode não tolerar as brincadeiras efusivas de um filhote, especialmente dentro do seu ambiente. Por isso, é muito importante controlar o filhote, não permitindo que ele chegue abruptamente perto do mais velho, nem que pule e morda o novo amigo.

É preciso estar bem atento às reações dos peludos, especialmente o mais velho. Sinais como encarar o outro fixamente, pelos do pescoço eriçados, cauda ereta e imóvel podem significar desconforto, e a distância entre eles deve ser aumentada.

Deve-se, por outro lado, valorizar os comportamentos desejados e esperados para essa situação: se o cão, mesmo já tendo visto o outro, se mantiver em uma posição relaxada, ele deve ser elogiado e bastante recompensado, de preferência com algo que ele aprecie muito!

O objetivo é que a aproximação ocorra aos poucos, sempre observando as reações de ambos os cães, que devem ser tranquilas e despreocupadas para que se saiba em que ponto avançar. Isso pode levar alguns minutos ou até dias, e é muito importante ter paciência e manter a supervisão: isso garantirá anos de tranquilidade aos peludos e, possivelmente, até uma verdadeira amizade!

Mesmo com uma aproximação cuidadosa, o cão mais velho pode dar sinais de que a presença do filhote está sendo desagradável. Isso é relativamente comum e pode levar algum tempo para que ele se acostume ao novo membro da família. O que o mais velho pode estar sentindo? Possivelmente, pode estar inseguro e até estressado pela mudança na rotina, em razão da chegada do filhote. Podem ocorrer, inclusive, comportamentos parecidos com ciúmes, especialmente quando o filhote estiver por perto.

Nesse sentido, é importante dar muita atenção ao cão mais velho quando o filhote está presente no mesmo ambiente. Assim, ele associará a presença do pequeno a algo importante a ele: atenção do tutor. Infelizmente, muitas pessoas costumam brigar com o mais velho, não entendendo o motivo dele ainda não querer “fazer amizade com um filhote tão lindo”. Mas essa é uma interpretação humana, não aplicável ao início de relacionamento entre dois cães.

No início, o cão mais antigo da casa pode dar sinais de que não gosta do filhote, evitando-o a todo momento, escondendo-se em locais inacessíveis ao pequeno. Mas essa situação tende a mudar, especialmente se forem feitas associações positivas entre os dois sempre que estiverem juntos, por meio de brincadeiras, recompensas e atenção.

De qualquer forma, é importante observar se os comportamentos habituais do cão mais velho mudaram muito e estão perdurando, como, por exemplo, perder o apetite, não brincar mais, estar sempre escondido. Ele pode estar estressado a ponto de não valorizar mais atividades que antes faziam parte de sua rotina e pode até desenvolver problemas de saúde. Nesse caso, os treinos de associações positivas devem ser intensificados e as interações devem ser sempre controladas, especialmente com o filhote, garantindo que tudo que é importante e valioso para o mais velho seja mantido.

Se o mais velho sempre associar a presença do filhote a mais atenção, interação, brincadeiras e recompensas, e não à perda de recursos que eram importantes a ele, provavelmente logo vai interagir de forma tranquila com o novo companheiro.

Aliás, quando os dois começarem a interagir efetivamente, podem começar aquelas brincadeiras mais barulhentas, com alguns rosnados e latidos, batendo as patinhas no chão. E como saber se estão brincando ou brigando? As posturas corporais de uma brincadeira são mais relaxadas, geralmente eles rolam no chão, batem a pata um no outro, nenhum dos dois tenta escapar. Já em uma briga, nota-se facilmente que a interação não está agradável: o corpo se mantém rígido, o animal não baixa a guarda nunca e tenta fugir.

Sendo brincadeira ou briga, é preciso tomar muito cuidado, pois, se houver diferença de força e tamanho entre eles, podem ocorrer acidentes que geram machucados. Por isso, a supervisão e o controle dessas interações é muito importante, especialmente no início.

Lembre-se que é preciso sempre respeitar o tempo deles. Não é possível precisar quanto tempo seria preciso insistir nas associações positivas e no controle. Cada cão é um indivíduo com um temperamento característico, criado de forma diferente e todos esses fatores influenciam no tempo que a adaptação pode demorar. É justamente aí que surge aquela dúvida: será que é melhor devolver o filhote? Esta questão é extremamente difícil de ser respondida, pois, em alguns casos, a adaptação é muito rápida, mas, em outros, pode até parecer impossível. Assim, o mais importante é verificar se ao menos pequenos progressos estão ocorrendo, se no dia a dia o bem-estar de ambos está sendo garantido, para verificar a perspectiva de sucesso e alegrias nesse relacionamento.

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Fonte: BitCão.

Cães eufóricos

Photo credit: carterse / Foter / CC BY-SA
Photo credit: carterse / Foter / CC BY-SA

Chegou a hora de sair de casa para passear com o pet e tudo está correndo às mil maravilhas, até que o seu cachorro avista outro animal vindo na direção dele e pronto, acabou-se a paz e a tranquilidade. Ele fica agitado, pulando, correndo, puxando a guia, simplesmente eufórico ao ver outro cãozinho.

Apesar de ser engraçadinho ver o mascote tão feliz por ver outros animais, isso pode ser um sinal de que o seu cão tem problemas de socialização. A falta de convivência com outros pets durante os primeiros meses de vida do animal pode afetar a forma com que ele se comporta com outros bichinhos durante a vida adulta.

Por que isso acontece?

O cão pode ficar eufórico ao ver outro animal por ficar muito alegre pela possibilidade de brincar, por ter energia acumulada etc. O comportamento do tutor também podem incentivar uma conduta inadequada no pet.

“Se o dono fica tenso e acaba puxando a guia quando avista outro cachorro vindo em sua direção, o cão entende como algo perigoso e fica tenso também. Se continuar indo em direção ao tal animal existe, sim, a possibilidade de briga”, informa Karina Pongracz, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Como resolver?

O primeiro passo é ensinar seu cão a se acalmar antes dos passeios, propondo atividades que o ajudem a gastar um pouco da energia acumulada. “Podemos gastar um pouco dessa energia antes do passeio brincando de bolinha e também realizando alguns comandos, como o ‘senta’, ‘dá a pata’, ‘deita’ e o ‘fica’”, sugere a adestradora. “O ‘fica’ faz com que o animal controle um pouco a ansiedade dele, antes de passar pela porta para dar uma voltinha”, completa.

Quando o cão começar a realizar os passeios com mais calma, converse com os seus amigos que também têm cachorros, mas que sejam mais calmos e relaxados e, então, deixe que o seu mascote interaja com eles. “Você pode usar petiscos, toda a vez que o outro animal se aproximar do seu. Com esse exercício, você acaba mostrando que a aproximação de outro animal é legal! Porém, faça isso com bastante segurança, sempre usando a guia se estiver em lugar aberto”, orienta Karina. “Sempre avise ao dono do outro animal que ele está ajudando você nos treinos que o seu cachorro está em treinamento e que ele precisa de um tempinho para se acostumar.”

Faça os treinos constantemente, para que o seu cachorro realmente compreenda o tipo de comportamento que você espera dele. Esse processo leva tempo, porém, o resultado é gratificante, pois melhora a sua convivência com o seu mascote e a dele com outros bichinhos.

Dicas

• Nunca faça carinho se ele estiver demonstrando medo ou agressividade, pois isso fará com que ele entenda que é esse o comportamento que você espera dele.

• Desvie a atenção dele para outro lugar quando ele estiver apresentando sinais de muito euforia ou agressividade.

• Não fique tenso quando outro animal se aproximar enquanto vocês estiverem passeando, pois isso fará com que o seu cachorro entenda que existe perigo, podendo transformar a euforia em agressividade.

• Recompense-o quando ele se comportar da maneira correta, isso fará com que ele relacione coisas boas ao bom comportamento e isso facilitará a compreensão e o incentivará o animal a repetir a ação.

Dicas para participar de cãominhada

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O passeio é uma atividade que a maioria dos pets adora, pois é uma das melhores formas de interação entre ele e o dono, além de ser um momento em que ele exercita o corpo e a mente, sente cheiros diferentes e conhece outros animais. O ideal é que ela seja realizada todos os dias, pois proporciona uma rotina saudável e prazerosa para o cão.

As cãominhadas são ótimas pedidas tanto para os pets, que se divertem muito durante esses eventos, quanto para os donos. Se você nunca participou de um encontro como esse junto com o seu cãozinho e ficou com vontade de ver como é, no dia 4 de outubro, será realizada a 8ª Cãominhada de Santo André (SP) e a Cão Cidadão marcará presença, com profissionais para tirar dúvidas e dar dicas e orientações aos participantes. Quer saber mais? Clique aqui.

Para tornar a participação na cãominhada divertida tanto para donos, quanto para pets, listamos abaixo algumas orientações.

É a primeira vez?

“Se você estiver participando de uma cãominhada pela primeira vez, é importante levar os seus cães sempre de coleira, de preferência, com uma que seja confortável e confiável. A vacinação deve estar em dia também”, informa a adestradora da equipe Cão Cidadão, Egle Della Paschoa. “Além disso, você deve levar água para os cachorrinhos, saquinho para recolher fezes e, se o cão for agressivo, é muito importante usar a focinheira”, acrescenta.

Sociabilização

A caminhada em si é uma forma de melhorar a sociabilização do pet. “O passeio aprimora o desenvolvimento psicossocial, combate o estresse, faz bem para a saúde do pet, libera serotonina e ainda traz benefícios à saúde do dono também!”, comenta a adestradora.

Para os animais que não tiveram uma boa sociabilização, Egle orienta começar  o treinamento antes do evento, de preferência, com o auxílio de um adestrador. “Temos que analisar o nível de estresse que esse cão terá na cãominhada, pois uma exposição extrema de um animal que não foi bem sociabilizado, pode piorar o quadro de ansiedade e até causar agressividade”, explica.

Puxa demais a guia?

Infelizmente, alguns donos evitam participar desse tipo de evento porque seus cães puxam demais a guia ou ficam muito ansiosos, entre outros problemas de comportamento. Mas, com algumas dicas, paciência e treinamento, é possível mostrar ao bichinho o que espera dele. Falamos sobre problemas durante o passeio neste artigo. Confira!

E aí, quem vai participar da cãominhada em Santo André? Esperamos por vocês!

 

Despersonalização de broncas

Photo credit: iRonInk / Foter / CC BY
Photo credit: iRonInk / Foter / CC BY

Ninguém gosta de dar broncas no pet, mesmo quando ele fez algo de errado, não é mesmo? Infelizmente, as correções são necessárias para evitar que os maus comportamentos se repitam e que a harmonia reine na família.

Assim como uma criança, os animais devem ser ensinados sobre o que podem ou não fazer. Apesar disso, muitos tutores têm receio de corrigir o animal, por medo que ele acabe “desgostando” do dono. Se feita da maneira correta, as broncas não farão com que o seu bichinho fique magoado ou deixe de gostar de você. E, tratando-se de cães, em especial, é muito difícil que isso ocorra. Eles são verdadeiros apaixonados por seus donos.

Independentemente disso, a despersonalização vai ajudar o cão a entender o que é certo ou errado e a não ter atitudes agressivas com você. Mas, como? Por exemplo: quando você borrifa água na cara do pet sem olhar diretamente para ele, tem grandes chances dele associar a bronca ao ato ruim que cometeu. E não a você. Isso é a despersonalização.

Olhar nos olhos, apontar o dedo ou impedir o animal de fazer alguma coisa, pode soar a ele como “implicância pessoal”. O intuito da despersonalização é incentivar o bicho a não realizar o comportamento indesejado, mesmo quando você não estiver presente, e evitar a associação de coisas que o deixam desconfortável a você. Mais um exemplo de despersonificação da bronca é quando o animal está latindo constantemente. Sem que ele veja, derrube um molho de chave ou algo que chame a atenção. Nessa hora, é importante que você não esteja visível. Ele não saberá de onde veio, mas saberá que o alerta chegou de alguma forma.

Dicas de como despersonalizar a bronca:

As opções são diversas e você pode utilizar coisas que estão disponíveis em casa, tornando tudo muito mais fácil. Use objetos que causam desconforto quando o animal pisa ou faz xixi sobre eles, como, por exemplo, fita adesiva, fita dupla face, papel-alumínio ou filme de PVC.

Existem sprays repelentes para ambientes com gosto amargo, que podem ser borrifados nos objetos e impedirão o cachorro de roer ou morder os móveis, por causa do gosto desagradável.

O dono também pode prender algum objeto barulhento em um barbante e puxá-lo quando o cão estiver tendo alguma conduta inadequada – mas sem que ele associe claramente a ação à pessoa, ok? Continue com o que estava fazendo, sem olhar para o cão, pois, dessa maneira, ele achará que foi corrigido por “alguma entidade invisível” e evitará repetir o ato, mesmo quando você não estiver presente.

No caso de cães medrosos, devemos tomar cuidado para não assustá-los. Use objetos e técnicas que causem somente um pequeno desconforto, não um susto. É importante, nesses casos, contar com a ajuda de um profissional, para avaliar a conduta mais adequada.

Lembre-se de que o intuito das broncas não é magoar ou assustar o cão, mas sim ensiná-lo. Correções não farão com que ele perca o carinho por você, pelo contrário. Quando o cão encontra o líder da matilha (você, no caso), ele fica feliz e sabe perfeitamente qual é o seu papel.

Fonte: Livro Adestramento Inteligente, de Alexandre Rossi.

Demarcação de território com urina

Photo credit: Chris Hunkeler / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Chris Hunkeler / Foter / CC BY-SA

O seu cachorro é daqueles que saem deixando a marca em todos os lugares, da mesa ao sofá? Geralmente, essa não é uma situação que deixa os donos tranquilos e felizes, afinal, a casa fica com um forte cheiro de urina e os móveis podem até se estragar.

O que é preciso entender é que esse comportamento de demarcação é instintivo e mais frequente em cães machos não castrados. Pode acontecer, também, com machos castrados, e muito raramente com fêmeas.

Por que isso acontece?

Esse tipo de comportamento pode ocorrer quando outro cão ou gato, ou até uma pessoa desconhecida, está visitando ou sendo introduzido na casa. É a forma de o cachorro dizer que chegou ali primeiro e que é o “dono” daquele território.

Também é possível que isso ocorra quando o cão é colocado ou entra em um cômodo no qual não está familiarizado e não costuma ter acesso, por isso, não tem o cheiro dele, somente o do dono ou de outras pessoas.

Isso pode ocorrer com móveis, objetos ou tapetes novos que ainda não têm o cheiro do grupo (família) ou o do pet.

Como evitar esse problema?

A castração antes da maturidade sexual é a forma mais indicada para prevenir esse problema, porém, também é indicada caso o seu cão já seja adulto e não castrado, pois pode reduzir, e muito, o problema.

O recomendado é evitar dar atenção ao pet quando ele estiver urinando e não limpar o local na frente dele. Sempre que o vir fazendo xixi no lugar certo, elogie e dê um petisco. Com o tempo, ele associará o local a coisas boas, pois sabe que está agradando o dono e que isso significa ser recompensado.

Importante: não dê broncas, pois ele pode entender que não deve fazer xixi na frente das pessoas ou pior, que fazer xixi é errado, o que pode causar problemas de saúde, como infecção urinária.

Além disso, você pode pedir a ajuda de um especialista, pois é sempre mais fácil treinar o cachorro com ajuda profissional.

Dicas

• Deixe o banheirinho do pet o mais legal possível, para atrair a atenção dele e em um ambiente longe da caminha e do local onde ele brinca.

• O banheiro dele deve estar sempre limpo, pois cães gostam de limpeza e será mais atraente para eles se aliviarem em um local limpo e confortável.

Fonte: Livro Adestramento Inteligente, de Alexandre Rossi.

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