Como impor limites ao pet?

dicas_interna-impor-limitesSe engana quem pensa que ensinar limites e regras aos bichos de estimação significa privá-los do próprio bem-estar ou transformá-los em robôs.

“Estabelecer limites não é sinônimo de violência. Assim como crianças precisam de regras, o mesmo princípio se aplica aos nossos animais, para que eles sejam mais educados, saibam lidar com frustrações e, também, para evitar acidentes”, explica a adestradora da equipe Cão Cidadão, Amanda Ornelas.

Além de ajudarem na educação do cão, os limites facilitam o entendimento dos comportamentos que são esperados dele pela família.O dono deve agir sempre com coerência, dedicação e consistência.

“Esse comportamento deve ser adotado por todos da família, em tempo integral. Caso contrário, se apenas um membro da família não deixar o animal subir no sofá , pode ter certeza de que a comunicação não estará alinhada o suficiente. O cão continuará testando e não respeitando as regras e, nesse caso, não poderemos culpá-lo, não é mesmo?”, questiona a profissional.

Adestramento

Em momentos como esse, é muito importante buscar a ajuda de um adestrador. O profissional poderá avaliar o problema e ajudar a família a colocar em prática tudo aquilo que o pet precisa aprender.

“Os treinos vão ajudar o tutor a entender melhor a forma como os cães aprendem, a identificar de que maneira estamos reforçando os comportamentos indesejados e como podemos reverter a situação”, esclarece Amanda.

A participação do tutor durante o adestramento é indispensável, pois, assim, o animal aprenderá a respeitar os limites propostos pela própria família, e não apenas pelo adestrador.

“Não adianta o cão respeitar a adestradora e não fazer o mesmo pelos membros da família com quem ele convive diariamente”, reforça. “Por isso, a participação e a execução de tarefas propostas ao longo do adestramento pelos tutores fará toda a diferença no resultado esperado pela família”, finaliza.

Dicas que podem melhorar o processo de educação do pet:

1. O adestramento vai, acima de tudo, ajudar o tutor a estabelecer uma comunicação mais clara com o cão, e estreitará o vínculo entre ele e os membros da família.

2. Ensine alguns comandos básicos, como o SENTA, DEITA e o FICA. Sempre que o cão quiser alguma coisa, peça que ele execute algum dos comandos antes de atendê-lo. Fazer com que o animal “trabalhe” para receber o que quer, além de divertido, irá estimulá-lo física e mentalmente, além de diminuir as chances de ele apresentar comportamentos inadequados para conseguir o que quer.

3. Outra forma de exercitar o limite é, sempre que for alimentar o cão, peça para que ele se sente e espere alguns segundos antes de oferecer a comida. Essa espera o ajudará a adquirir autocontrole.

Essas pequenas atitudes farão com que o animal aprenda a controlar a sua ansiedade e a respeitar regras que existem para garantir o bem-estar dele e a boa convivência com a família.

Gostou desta dica? Se quiser contratar os profissionais em comportamento animal para realizar o adestramento, fale com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571-8138 (São Paulo) e 11 4003-1410 (demais localidades).

Benefícios de adotar um cão mais velho

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Com o passar dos anos e diante da modernização da medicina veterinária, muitos cães têm envelhecido de maneira mais saudável, superando as suas expectativas de vida. Apesar disso, as pessoas tendem a evitar a adoção de cães mais maduros, por medo de gastos com cuidados extras e dificuldades de adaptação em um novo lar.

Essas preocupações, apesar de também existirem na hora de adotar um cão de qualquer idade, acabam fazendo com que os mais velhos fiquem para trás nos abrigos. Mas, a adoção de animais mais maduros têm diversos benefícios.

“Um cão adulto já tem um perfil bem definido, fazendo com que seja mais fácil descobrir qual se adaptará melhor ao estilo de vida do tutor”, explica o adestrador da equipe Cão Cidadão, Maurício Choinski.

Se você é do tipo que curte uma rotina mais tranquila, um cão calmo será o ideal. No caso de pessoas esportistas, animais com mais energia são perfeitos para acompanhá-las em caminhadas e passeios no parque.

Apesar de carregarem alguns vícios comportamentais, os animais adultos, quando treinados da maneira correta, podem aprender tão facilmente quanto os filhotes. É aí que entra a importância do adestramento:os cães, independentemente da idade, estão sempre aprendendo. Com a ajuda de um profissional, o adestramento do cão facilitará a sua adaptação no novo lar e melhorará a comunicação entre pet e tutor.

Cuidados

“Para um envelhecimento saudável do seu cão, é preciso tomar alguns cuidados, bem semelhantes a que nós, humanos, temos que ter”, explica Maurício. “O segredo para mantê-los sempre sadios é a visita constante ao médico veterinário e a busca por diagnósticos precoces”, acrescenta.

Além disso, para o bem-estar dele e dos membros da casa, é importante manter uma rotina de banhos, uma boa alimentação, passeios diários, atividades estimulantes e muito mais.

Companheiro perfeito

Esses animais também se tornam ótimos companheiros para os tutores que preferem uma vida mais tranquila.

“Qual cão não gosta de ficar aos pés do dono enquanto ele assiste televisão, lê um livro ou atualiza a rede social? Para idosos que têm mais tempo livre, cuidar de um cão também mais velho e que depende de ajuda pode até melhorar sua autoestima”, reforça o adestrador.

A convivência com animais pode ajudar, e muito, os idosos (assim como pessoas de qualquer idade), incentivando-as a se socializarem e a aumentarem a quantidade de exercícios.

“Nesse processo, inevitavelmente há uma grande troca de afeto e carinho. Todo investimento feito na qualidade de vida de um cão idoso retorna em lambidas de gratidão”, finaliza.

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Cinco dicas para entender melhor o seu cão

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Compreender melhor o comportamento do cão pode ajudar o dono a se relacionar melhor com ele. Para que esse relacionamento seja saudável, é importante que o animal entenda as atitudes que ele pode ou não ter e, ao mesmo tempo, que o tutor saiba como expressar as suas vontades para o melhor amigo.

No workshop de comportamento canino, a adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão, Patricia Patatula, vai abordar alguns problemas comportamentais comuns e discutir os fundamentos do método Adestramento Inteligente, baseado no reforço positivo.

Separamos algumas dicas que podem ajudá-lo a lidar melhor com o bichinho!

1. Observe: preste atenção no comportamento do pet e tente identificar o que está motivando essa conduta.

2. Adestramento: os comandos são importantes ferramentas para o dia a dia. Com eles, os cães compreendam mais facilmente o que se espera deles e o que eles podem ou não fazer dentro de casa.

3. Preferências: é importante saber o que o pet mais gosta de comer ou brincar. Dessa forma, será mais fácil recompensá-lo quando ele se comportar da maneira correta.

4. Estímulos: ninguém gosta de ficar em casa sem fazer nada. Com o cão, é a mesma coisa! Ofereça a ele enriquecimento ambiental e o estimule física e mentalmente!

5. Ajuda: saiba quando é o momento de pedir a ajuda de um profissional especializado. Broncas e castigos não contribuirão para melhorar o relacionamento com o cão, ao contrário, poderá gerar traumas e piorar a situação.

Ficou interessado e quer acompanhar mais dicas? Participe do workshop de comportamento caninho da Cão Cidadão! Dias 24 e 25 de setembro, no Rio de Janeiro!

O encontro é destinado tanto a donos que querem compreender melhor o comportamento do pet, como também para profissionais do meio que querem se atualizar. Clique aqui e participe!

O que levar em conta ao adotar um pet para pessoas idosas?

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Adotar um animal é sempre um momento de alegria, porém, quando se trata de escolher um cãozinho para uma pessoa idosa, é necessário levar em consideração alguns aspectos.

“Sempre que pensamos em características das raças, imaginamos a função que o cão exercerá junto ao idoso, associando a ideia a uma vida mais calma”, diz o adestrador da equipe Cão Cidadão, Maurício Choinski. “Porém, nenhuma das ideias são verdades absolutas.”

Os cães de companhia precisam corresponder a certas características que se adaptam ao estilo de vida do futuro tutor. “Ter um cão que se aproxime do perfil do dono é a receita para momentos de felicidade”, explica o adestrador.

Características
Antes de escolher um cão para ser o companheiro de um idoso, é necessário responder a algumas perguntas: qual é o porte ideal do cão, a personalidade que o animal deve ter, o local em que ele ficará tem espaço suficiente, há disposição para cuidar do bichinho ou dificuldades de locomoção, alergias, entre outros pontos.

Porte
O tamanho do pet é uma das principais considerações a se fazer. “Como cães de companhia, as raças pequenas têm uma certa vantagem pela facilidade no transporte, além de serem animais que adoram colo e costumam latir pouco”, indica Choinski.

O local em que o animal passará a maior parte do tempo gera discussões também, incluindo a questão “casa ou apartamento” – cães de grande porte, apesar serem capazes de se adaptar a lugares pequenos, como um apartamento, exigirão mais atividades físicas e essa responsabilidade é do tutor. Pensando nisso, no caso de idosos, cães menores são os mais indicados.

Raças
No caso de cães menores, pode-se destacar algumas raças, como o Pequinês, Shih Tzu, Pug, Maltês, Yorkshire Terrier, Poodle micro toy e Schnauzer.Contudo, as raças de grande porte também diminuem as chances de o idoso tropeçar em cima do pet. “Em alguns casos, existe a possibilidade de o cão se tornar um guia para passeios e, se adestrados corretamente, conseguem até realizar pequenas tarefas”, reforça.

Dos grandes, os indicados são os cães das raças Golden Retriever, Bernese Mountain e Labrador. “É importante também considerar a adoção de um vira-lata. Só o fato de resgatar um cão já gerará um sentimento de utilidade enorme no dono”, reforça o adestrador. “No geral, os cães resgatados demonstram muito carinho e cumplicidade.”

Idade
A adoção de um cão já adulto traz diversos benefícios, pois os filhotes ainda estão formando a sua personalidade e necessitam de mais atenção. “Neste caso, adquirir um cão maduro, cujos traços de personalidade já estão bem definidos, é a melhor escolha”, enfatiza Maurício.

Adestramento
O treinamento ajudará na interação entre o tutor e o seu animal, estreitará os laços e evitará problemas comportamentais por parte do cãozinho. Além disso, o adestramento oferece estímulos mentais e físicos para o animal e o incentiva a compreender melhor o que seu dono espera dele.
O envolvimento do tutor durante o processo de adestramento é fundamental. “Essa companhia faz os dias mais alegres e incentiva a prática de atividades físicas também nos idosos”, finaliza.

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Nunca é tarde para aprender: adestramento de cães adultos

https://www.flickr.com/photos/ralmendr/12060724425/
https://www.flickr.com/photos/ralmendr/12060724425/

Por: Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

As pessoas muitas vezes nos questionam sobre a idade ideal para o cão ser adestrado. Sabemos que cães mais velhos têm total capacidade de aprender novos truques e de apresentar mudanças comportamentais quando treinados corretamente.

O Portal do Dog divulgou uma matéria sobre um estudo conduzido por Lisa Wallis, do Instituto de Pesquisas Messerli, em Vienna, que avaliou 95 cães da raça Border Collie a fim de comparar o tempo de aprendizado, a forma como eles aprenderam e por quanto tempo eles se lembraram do que foi ensinado. A idade dos cães variou entre 5 meses e 13 anos, e todos eram animais de estimação, o que torna os resultados mais fiéis às situações que encontramos no dia a dia.

Como foi feito

Todos os cachorros foram treinados previamente a apontar imagens que apareciam numa tela touchscreen. Quando apresentavam o comportamento esperado, eles eram recompensados por meio de um dispensador.

Três testes foram realizados: no primeiro, os cães deveriam escolher uma imagem pré-determinada dentro de dois grupos selecionados; no segundo, os pesquisadores mediram a capacidade dos cães em escolher por exclusão uma figura que lhes rendesse uma recompensa; e no terceiro, realizado depois de 6 meses para avaliar a memória, os cães repetiram a tarefa de escolha por exclusão.

O que foi constatado

Os cientistas observaram que, no primeiro teste, os cães mais novos conseguiram realizar a tarefa com menos repetições, em comparação com os mais velhos, que também foram capazes de realizar com sucesso o que foi proposto.

No segundo teste, com uma tarefa mais complexa, os cães mais velhos também apresentaram mais dificuldades de aprendizado. Além disso, os cientistas verificaram também que os machos demoraram mais que as fêmeas para realizar a tarefa proposta e que o número de correções necessárias foi equivalente para todo o grupo, ou seja, a idade não interferiu significativamente no número de acertos.

No terceiro teste, que avaliava a capacidade de memorização do que havia sido aprendido na tarefa anterior, os pesquisadores constataram que quase 100% dos cães tiveram mais facilidade em acertar a figura que lhes rendia uma recompensa, isto é, os animais memorizaram os resultados da tarefa realizada 6 meses antes.

O que os pesquisadores concluíram?

Os cães mais jovens tiveram mais facilidade em aprender por meio de associações, porém os mais velhos tiveram mais sucesso ao realizar a tarefa em que deveriam excluir o que não era positivo para eles, já que os cães mais jovens preferiam escolher o que era novidade e, portanto, não usavam o critério de exclusão. Além disso, os cães demonstraram que, independentemente da idade, foram capazes de memorizar o aprendizado e utilizá-lo de forma satisfatória posteriormente.

Uma das hipóteses para justificar essa diferença no aprendizado dos cães seria que, além de apresentarem um déficit de atenção natural, os mais velhos tendem a fazer mais tentativas ineficazes baseadas em outras estratégias que não a cognitiva. Outra ideia é que os velhinhos apresentaram resultados piores provavelmente por falta de concentração ou persistência, o que nos faz concluir que, se o cão for idoso, porém bastante motivado, essa desvantagem tende a diminuir. Em nossa rotina de trabalho, podemos perceber claramente o quanto cães adultos podem aprender e evoluir nas questões comportamentais se forem bem estimulados.

E a utilidade para os franqueados?

Portanto, ter um aluno idoso pode requerer um pouco mais de paciência do adestrador para que o cão apresente as respostas cognitivas esperadas e também um maior comprometimento dos tutores, para manter seu cachorro mais interessado pela recompensa. Entretanto, depois de aprender, o cão provavelmente não se esquecerá das aulas nem do que lhe foi ensinado.

Revisado por Juliana Sant’Anna, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Você sabe identificar os diferentes tipos de latido?

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Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora, consultora comportamental e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Levante a mão um adestrador que nunca foi contratado por um cliente cujo cão se mostrava um incrível e eufórico latidor! Muitos, senão todos, já passaram por isso, mas será que, diante do problema apresentado pelo cliente, somos coerentes com a aplicação do treino de modificação comportamental para cada caso? Sabemos identificar corretamente o gatilho da vocalização excessiva apresentada pelo cão?

Pesquisas recentes sugerem que os diferentes latidos dos cachorros têm relação com situações específicas e podem ser um dos meios de comunicação que os cães utilizam com o ser humano. Tanto que pessoas que sequer tem convivência cotidiana com esses animais são capazes de identificar corretamente os diferentes tipos de latidos emitidos em cada situação.

Um comentário da Dra. Sophia Yin

A saudosa Dra. Sophia Yin chegou a analisar cientificamente essa questão. Nesta matéria, ela comenta que nós, infelizmente, não podemos afirmar que os cães latem para nos passar algum tipo de informação, mas podemos sugerir que a variação dos latidos provavelmente reflete um estado emocional interno do cão associado a uma situação específica.

Assim, o latido de um cachorro que vê um estranho passando em frente ao seu território é bem diferente da vocalização de um cão que está sozinho, isolado do convívio com o tutor. Essas diferenças muitas vezes sutis entre um latido e outro seriam de grande importância para passar informações tanto para outros cães quanto para humanos.

E os humanos “entendem” essa linguagem dos latidos?

Ao discutir sobre o assunto, a Dra. Yin faz referência em seu texto à equipe do Dr. Ádam Mikósi e vale lembrar aqui também que recentemente o Alexandre nos trouxe informações sobre pesquisas relacionadas aos latidos dos cães que foram citadas pelo Dr. Péter Pongrácz (que também faz parte da equipe do Dr. Miklósi), no Fórum de Ciência Canina, realizado na Itália.

Então, o GEC traz à tona um estudo realizado por essa conceituada equipe de pesquisadores cujo objetivo seria testar a capacidade dos seres humanos em identificar as diferentes informações que os cães passam com seus latidos.

Como eles decodificaram essas informações

Os pesquisadores gravaram latidos de cães Mudi, uma raça de pastoreio de origem húngara, em diferentes situações, e recrutaram voluntários para interpretar essas vocalizações.  Entre os voluntários, havia: 12 proprietários de Mudi, 12 proprietários de outras raças de cães e 12 pessoas que não tinham nem nunca tiveram um cão.

Essas pessoas ouviram os latidos gravados em 6 contextos comportamentais diferentes, com o cão: (1) diante de um estranho; (2) treinando Schutzund; (3) percebendo que sairia para passear; (4) sendo deixado sozinho; (5) vendo o dono com o brinquedo preferido; e (6) brincando. Lembram do teste que fizemos na última reunião semanal? Pois é, os pesquisadores fizeram algo semelhante durante a coleta de dados.

Os resultados

Os pesquisadores constataram que a maioria dos latidos tem um importante significado emocional para os humanos, e os resultados sugeriram que independentemente da experiência prévia com cães, os humanos que se voluntariaram para essa pesquisa conseguiram avaliar muito bem os estados emocionais dos animais em cada contexto.

Isso sugere que alguns tipos de latido podem significar formas de comunicação com outra espécie (os seres humanos), uma habilidade que teria sido desenvolvida ao longo do processo de domesticação dos cães.

O que isso tem a ver com nosso trabalho?

Você é capaz de afirmar categoricamente que um cão que late ao ser deixado sozinho adota esse comportamento como um dos sintomas da ansiedade de separação? Será que ele não pode estar sendo estimulado por ruídos de pessoas estranhas fora da casa? São questionamentos importantes que justificam pedir para o cliente gravar as situações em que o cão late excessivamente, para podermos tentar identificar o que provoca essa vocalização e, assim, planejar o treinamento mais adequado.

Cães medrosos: como agir?

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O medo é um sentimento comum de se sentir, inclusive para os animais. Os cães, quando medrosos, podem desenvolver diversos problemas de comportamento, que dificultam a sua integração com a família no dia a dia.

Esse receio pode se manifestar de muitas maneiras, desde formas mais amenas, como o animal se encolher em um canto com o rabo entre as pernas, até atitudes agressivas, como rosnados e mordidas.

Essa condição se desenvolve por inúmeros motivos. “Os cães podem ter levado um susto durante a fase de sociabilização ou até pela falta de estímulos”, explica a adestradora da equipe Cão Cidadão, Gabi Palmisciano.

É possível também que o pet tenha predisposição genética para ser medroso. “Alguns cães podem herdar esse comportamento por conta dos pais”, esclarece Gabi. Esteja atento também, pois, oferecer agrados e carinhos quando o animal apresenta sinais de medo, pode agravar a condição dele.

E como adestrar?

Com paciência e muito treino, é possível minimizar a situação. No caso dos filhotes, é necessário que eles sejam sociabilizados. Esse momento é crucial para evitar que o cão desenvolva medos de objetos, situações, barulhos e pessoas quando adultos, por isso, é importante apresentá-lo, de forma gradual e sempre respeitando os seus limites, a todos os estímulos possíveis.

No caso de cães adultos que já apresentam um comportamento medroso, o ideal é dessensibilizá-los aos poucos, usando a técnica do reforço positivo. “Quando o cãozinho já tem medo de determinada situação, o ideal é antecipar o acontecimento e mudar o foco dele com algo que ele goste”, orienta a adestradora.

O reforço positivo, se feito da maneira correta, ajuda o pet a se relacionar muito melhor com o ambiente ao seu redor. Essa técnica é um recondicionamento – uma forma de relacionar o que causa medo no cão com algo do qual goste, para que ele perca o medo aos poucos.

O ideal, nesses casos, é realizar o adestramento de forma consistente e cautelosa, para evitar estresse e traumas ainda maiores. “Por exemplo, para um cão que tem medo do barulho da campainha, a dica é estimulá-lo com outra atividade que ele goste muito, como jogar bolinha ou fazer uma chuva de petisco, associando a chegada da visita com algo agradável para ele.”

Buscar a ajuda de um profissional especializado em comportamento animal é importante. O adestrador poderá analisar o comportamento do seu cão e indicar o treinamento correto para que ele consiga superar esses medos.

Gostou desta dica? Se quiser contratar os profissionais em comportamento animal para realizar o adestramento, fale com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571-8138 (São Paulo) e 11 4003-1410 (demais localidades).

Como lidar com cães que latem muito?

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Que o latido é a forma como os cães se comunicam, todos sabemos. Essa é a maneira que eles têm de nos informar sobre alguma vontade, algo que esteja errado e até de problemas de saúde. Mas, algumas vezes, esses latidos se tornam uma barreira entre a boa convivência do pet junto à família (e os vizinhos).

“O latido em excesso pode ser causado por vários motivos”, explica a adestradora da equipe Cão Cidadão, Sophie Kessar. “Alguns cães apresentam esse comportamento para chamar a atenção de seus tutores. Outra causa comum é a ansiedade de separação”, relata.

Os cães que latem demais podem estar passando por alguns distúrbios comportamentais ou até problemas físicos. O ideal é que o dono preste atenção nas atitudes do seu cãozinho para saber se algo está errado.

O problema

O latido em excesso, muitas vezes, pode ser motivado pelo próprio dono. “Essa conduta pode ser reforçada, já que, normalmente, as pessoas acabam valorizando os latidos, pedindo ao cão que pare com o barulho e dando a ele o que ele quer: atenção”, conta Sophie.

Isso acontece porque, independentemente de ser uma bronca, a atenção ofertada ao pet nesse momento já é, para ele, uma grande recompensa. Quando o animal é corrigido da maneira errada, ele entende que ao se comportar daquela forma, conseguirá o que quer.

“Essa falha de comunicação entre o tutor e o animal pode desenvolver problemas sérios compulsivos, como lambeduras excessivas, a ponto de o animal se machucar bastante. O ato se dá, no geral, por conta de um alto nível de estresse”, confirma.

Solução

Para resolver esse problema, é necessário que o tutor saiba primeiro o que está motivando o comportamento no pet. Pode ser por tédio, estresse, ansiedade, solidão, saúde debilitada, entre outros.

“É essencial contar com a ajuda de um profissional especialista em comportamento animal, para que ele auxilie o tutor a detectar o motivo que faz com que o cão tenha esse hábito”, aconselha a adestradora. “Após encontrar a razão, algumas alterações na rotina do cãozinho e da família ajudam a eliminar o problema.”

Atenção, amor, carinho e muitos passatempos ajudam o pet a superar essa fase. “É importante que sejam oferecidos brinquedos e passeios diários, para que toda a energia acumulada seja extravasada de forma positiva”, afirma Sophie. “É muito comum que eles venham a latir muito quando ficam ociosos, portanto, é importante que eles brinquem, passeiem e sociabilizem”, completa.

O adestramento é uma forma de oferecer todas essas atividades para o pet, pois o aprendizado é um estímulo tanto mental quanto físico para o bichinho. Com a ajuda do adestrador, será muito mais fácil eliminar esse problema e ter uma convivência harmoniosa com ele.

“É importante que o dono se envolva e se comprometa nos treinos propostos pelo profissional. Seguir exatamente os protocolos sugeridos faz toda a diferença. É preciso paciência e dedicação para condicionar e mudar o comportamento de um animal, mas, certamente, com treinos frequentes e consistentes, o problema será eliminado.”

E não se esqueça: o latido em excesso pode significar um problema de saúde, portanto, leve o pet a um médico veterinário de confiança para checar se está tudo certinho com o pet.

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Animais podem entrar em depressão?

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A depressão em animais é assunto de muitos estudos e, até hoje, não se chegou a uma conclusão se os bichos podem ou não passar por esse problema. Eles podem ficar apáticos e até um pouco tristes quando vivem em um ambiente não muito agradável para eles.

“Muitas vezes, não ter as suas necessidades atendidas como espécie pode fazer com que alguns animais desenvolvam ansiedade ou fiquem entediados e, assim, eles apresentam alguns comportamentos que podem ser confundidos com os sintomas da depressão”, explica Fabio Antonio, adestrador e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Mudança de comportamento

O especialista explica que algumas pessoas também confundem e interpretam um animal muito quieto como deprimido, mas, na maioria das vezes, pode haver algum problema de saúde envolvido. Por isso, é importante levar o pet ao veterinário sempre que notar alguma mudança de comportamento.

A apatia pode ser provocada por diversos motivos, entre eles, a falta de um ambiente saudável e próprio para o pet. Os animais precisam ter as suas necessidades atendidas para manter a saúde física e, principalmente, a mental em dia. “O ambiente é fundamental para o bem-estar do pet, e precisa trazer atividades e desafios diários”, comenta Fabio.

O adestrador informa ainda que cada espécie demanda uma atenção diferenciada. “Não podemos esperar que um gato se sinta bem em um ambiente preparado para um cão ou que um roedor fique tranquilo em um local pensado para gatos”, adverte. “Isso pode gerar uma ansiedade excessiva, além de problemas comportamentais decorrentes do estresse crônico, como agressividade, latidos em excesso, medos e fobias”, completa.

Outro motivo que pode gerar a apatia é a solidão. Animais, como os cães, são “programados” para viverem em grupo e, quando passam muito tempo sozinhos, podem desenvolver problemas comportamentais, físicos e psicológicos simplesmente porque a solidão não é um comportamento natural da espécie.

Como agir

O melhor tratamento para a apatia é a prevenção. “Habituar o pet desde filhote às situações que ele vai passar durante a sua vida é fundamental”, indica Fabio. “Eles precisam aprender a ficarem sozinhos aos poucos, o ambiente precisa ser rico em atividades e é necessário que os cães tenham passeios diários. No caso dos gatos, o seu espaço deve ser respeitado. Eles devem ter a opção de se esconderem em tocas quando quiserem ou de interagir com algum brinquedo que estimule a caça.”

Uma boa dica também é a castração. “Do ponto de vista comportamental, a castração geralmente traz mais benefícios para os cães machos e, no caso dos gatos, para ambos os sexos”, informa o adestrador. “O procedimento ajuda a reduzir a ansiedade no caso dos machos, evitando problemas comportamentais. Para as cadelinhas, pelo que se sabe hoje, a castração traz benefícios para a saúde, ajudando a prevenir problemas, como a infecção de útero.”

O importante é manter o bem-estar do seu amigão em dia, atendendo as suas necessidades e oferecendo atividades que o estimulem.

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Cães realmente sentem pena das pessoas?

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Por Alexandre Rossi, zootecnista e especialista em comportamento animal.

A revista Galileu publicou uma matéria afirmando que os cães sentem pena das pessoas, como se os cientistas tivessem conseguido provas disso. O texto da matéria nos leva a esse entendimento, pois menciona uma pesquisa em que a empatia nos cães foi um dos aspectos estudados pelos cientistas.

Mas o que é empatia?

Empatia é a capacidade de se contagiar com a emoção do outro. Esse contágio pode ocorrer de forma automática e até de maneira inconsciente, mas também pode envolver processos mentais mais complexos, como conseguir se colocar no lugar do outro e imaginar como essa pessoa pode estar se sentindo.

Opiniões foram tratadas como fatos

A pesquisa citada pela matéria não apresenta nenhuma descoberta, mas propõe uma reflexão sobre a capacidade de os cães terem empatia pelos humanos e menciona que ainda não houve um debate sobre esse tópico e que também não há propostas de pesquisas para explorar mais profundamente essa ideia. Nesse estudo, há uma discussão interessante sobre o grau de empatia que os cães talvez tenham com os humanos, com base em relatos, pesquisas e raciocínio lógico.

O artigo tem as seguintes finalidades: explicar por que os próprios autores acreditam que os cães sejam capazes de ter empatia por humanos, revisar evidências a favor e contra essa opinião e propor rotas para futuros estudos sobre o tema. Ao final, os cientistas dizem que pesquisar sobre o tema é algo especialmente importante para tomarmos decisões sobre nossas obrigações com os cães. Por exemplo, se os cachorros são capazes de sentir nossas emoções, cães terapeutas que visitam pacientes com dor podem se prejudicar com isso e necessitar, portanto, de massagens e outros cuidados para se acalmar?

Utilidade prática para nós, experts em comportamento

Mais uma vez mostramos que a mídia pode exagerar e até mesmo mudar conclusões de estudos científicos. Nós, profissionais da área, devemos sempre questionar o que está sendo divulgado, especialmente quando a informação é replicada pela grande mídia, que simplifica os textos para o público geral e muitas vezes acaba sendo apelativa.

Opinião do GEC sobre empatia nos cães

Existem várias evidências que nos levam a acreditar que os cães sejam capazes de demonstrar empatia por outros cães e por nós. Alguns estudos mostraram, por exemplo, que os cachorros tendem a bocejar mais quando veem um humano bocejando, indicando a presença de neurônios espelho que reagem aos nossos comportamentos.

Sabemos também que os cães conseguem diferenciar nossos comportamentos, expressões e tonalidade de voz e que muitos demonstram mudanças comportamentais e fisiológicas com relação a isso, mas afirmar que eles sentem pena dos humanos é forçar a barra diante das evidências que temos e principalmente porque esse estudo científico não fez tal afirmação. Pelo contrário, o artigo apresentou inclusive argumentos e evidências que vão contra esse entendimento.

Opinião do GEC sobre estresse em cães terapeutas

Não acreditamos que os cães selecionados para a Terapia Assistida por Animais sofram ao visitar pessoas doentes por terem empatia por elas. Através de anos de experiência levando cães para esse trabalho, pudemos constatar a disposição dos animais para entrar nas instituições e se relacionar com as pessoas enfermas. Se eles estivessem sofrendo, provavelmente não buscariam esse contato de maneira tão espontânea.

Revisão por Juliana Sant’Ana, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

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