Segundo o Itaú BBA, operação é boa estratégia para complementar os serviços da empresa e aumentar o engajamento digital
Por Lara Rizério – 9 nov 2021 18h13
SÃO PAULO – A Petz (PETZ3) anunciou nesta terça-feira (9), na sequência de bons resultados do terceiro trimestre de 2021, contrato para a aquisição da franquia de adestramento Cão Cidadão, do zootecnista e veterinário Alexandre Rossi. O valor da operação não foi informado.
Fundada em 1998 por Alexandre Rossi, o “Dr. Pet”, a Cão Cidadão atua através de cursos e aulas online e presenciais e, conforme destaca a Petz, “já tendo ajudado mais de 100 mil famílias a melhorarem a interação com seus pets”.
“A aquisição também marca a entrada de Alexandre Rossi – maior personalidade do mercado Pet no Brasil e criador do método ‘Adestramento Inteligente’ – no ecossistema do Grupo Petz. A técnica utilizada por Alexandre é baseada em reforços positivos, que valorizam as atitudes corretas dos animais através do ensinamento de comandos que garantem a melhor
comunicação entre tutores e pets”, ressalta o comunicado.
Os conteúdos exclusivos da Cão Cidadão, de Alexandre Rossi e de seus pets (Estopinha, Barthô e Miah) estão presentes nas principais mídias sociais (Instagram, Facebook, Twitter e Youtube), somando mais de 6 milhões de seguidores.
Rossi assumirá o cargo de consultor especializado do Grupo Petz, atuando diretamente no desenvolvimento e promoção dos serviços de adestramento, dog walker, hotel/day care e pet sitter – sendo o embaixador na construção de processos e
metodologias para o credenciamento de prestadores de serviços especializados ao ecossistema do Grupo Petz, que por sua vez irá intermediar os serviços prestados – assumindo responsabilidade integral pela procedência, qualidade e segurança dos mesmos.
Adicionalmente, a Petz será parceira exclusiva no desenvolvimento, produção e comercialização de todos os cursos de adestramento online produzidos por Alexandre Rossi, apontou a companhia.
A remuneração de Rossi será atrelada a incentivos de longo prazo e entregas definidas relacionadas à construção do ecossistema de serviços Petz; incluindo (i) a implementação de metodologias e processos que garantam a qualidade e excelência nos serviços prestados pelos profissionais e estabelecimentos envolvidos; e (ii) penetração mínima dos diversos serviços nas cidades cobertas pela operação Petz.
“A transação representa mais um passo no movimento único de transformação e consolidação do mercado Pet, e fundamental na busca pela visão do Grupo Petz de ‘Ser mundialmente reconhecido como o melhor ecossistema do segmento Pet até 2025’”, destacou a companhia no comunicado.
Segundo o Itaú BBA, a notícia é ligeiramente positiva, destacando que a operação é uma boa estratégia para complementar os serviços da empresa e, ao mesmo tempo, aumentar o engajamento digital por meio da produção de conteúdo, destacando o objetivo da companhia para 2025.
“Esta parceria também marca o foco da empresa em aprimorar a relação entre o treinador e o animal de estimação, aplicando a expertise de Alexandre Rossi no desenvolvimento de novos serviços que ainda não eram oferecidos pela Petz. Dito isso, dado o tamanho da transação, acreditamos que é improvável que mova significativamente o ponteiro da ação neste momento”, aponta. O BBA tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o ativo, com preço-alvo de R$ 30 para 2022, o que configura um potencial de valorização de 53% em relação ao fechamento de segunda-feira (8).
Os papéis PETZ3 fecharam a sessão desta terça com alta de 6,22%, a R$ 20,83, com os investidores também repercutindo o balanço do terceiro trimestre, considerado positivo. A companhia registrou lucro líquido de R$ 26,639 milhões no terceiro trimestre, cifra 56,1% superior na comparação com o mesmo período do ano passado.
A receita bruta da companhia avançou 42,5%, somando R$ 641,584 milhões, enquanto as vendas mesmas lojas subiram 21,8% – mas num porcentual abaixo de um ano atrás, que foi de aumento de 32,3% (-10,5 pontos porcentuais).
O BBA destacou que, apesar do cenário macro e competitivo mais desafiador, a Petz apresentou crescimento da receita e ganhos de produtividade de dois dígitos no nível de vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês).
O banco reconhece que a avaliação não é uma pechincha, mas acredita que exposição a uma categoria tão resiliente tem grande valor em tempos de turbulência.
O Bank of America também reiterou recomendação de compra para o papel após o balanço, com preço-alvo de R$ 31, ou potencial de alta de 58%. “Continuamos vendo que a combinação de tendências seculares de adoção e humanização de animais de estimação, bem como a consolidação da indústria, digitalização, incorporação da Zee.Dog, oportunidades de serviço e outros temas, criam uma perspectiva de crescimento particularmente atraente para Petz. Vemos um espaço considerável para crescimento, segmentação e diferenciação dentro da marca própria, especialmente em alimentos para animais de estimação”, apontam os analistas.
Eles também ressaltam que a digitalização também está expandindo as áreas comerciais nas localidades da Petz, aumentando as vendas, acelerando o amadurecimento das lojas e melhorando os retornos. A nova funcionalidade do aplicativo também deve melhorar o gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM), aumentando ainda mais o engajamento e a conversão.