Sabia que a obesidade pode fazer muito mal para o seu cãozinho? Sim, isso mesmo! Sabe aquele comportamento de não correr, brincar e, às vezes, sentir preguiça de até subir as escadas da sua casa? Então, isso pode ser muito prejudicial para a saúde dele.
Melhore o hábito do seu pet
Se o seu pet for daqueles que comem e nunca estão satisfeitos, o ideal é mudar esse comportamento. O correto é sempre dar a quantidade certa de alimento para ele. Pegue como base a quantidade que vem estabelecida na embalagem da ração. A qualidade do produto também não deve ser esquecida.
Resista, resista e resista!
Por mais difícil que possa ser resistir à carinha de pidão do peludo, é essencial que você a ignore. A determinação necessária para controlar o peso do cão aumenta quando a oferta de alimento é reduzida.
Atividades
Faça sempre exercícios e brincadeiras com o seu cão. Leve-o para passear, deixe-o correr no parque, invente alguma atividade para que ele vá se acostumando com essa rotina. Você também pode esconder pedacinhos de petisco pela casa e estimulá-lo a procurá-los.
Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.
O número de pessoas que escolhem ter gato é cada vez maior. Já há mais domicílios com gatos do que com cães nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo. No Brasil, existem ainda muitos mais donos de cães do que de gatos, mas a quantidade de donos de gatos está em crescimento. Se a tendência se mantiver, portanto, os donos de gatos serão maioria também no Brasil. Por que isso está acontecendo? Tenho algumas explicações.
Mais independência
As famílias estão cada vez menores, cada vez mais pessoas vivem sozinhas e cada vez mais os pets ficam sozinhos, sem humanos para tomar conta deles e lhes fazer companhia. Como os gatos são menos dependentes que os cães, adaptam-se melhor à solidão e sofrem menos com ela. Por isso, as pessoas ficam com menos peso na consciência ao adotar um gato em vez de um cão. É provável, também, que se sintam mais independentes do bicho, o que diminui o drama de ter que deixá-lo sozinho.
Fácil manutenção
Limpar-se por conta própria e tomar banho se lambendo quase que compulsivamente são características típicas dos gatos. A aspereza da língua deles tem exatamente a função de limpar e retirar os pêlos mais velhos. Não que os gatos não se beneficiem de uma boa escovação e de cuidados com a higiene, mas normalmente são bem mais “autolimpantes” do que os cães, muitos dos quais costumam freqüentemente ser levados para tomar banho e para ser tosados.
Para se aliviar, os gatos procuram instintivamente as caixas de areia. Além disso, enterram seus excrementos, diminuindo assim o cheiro que poderia nos incomodar. Já os cães, além de não enterrarem os dejetos deles, precisam ser ensinados a fazer as necessidades onde queremos.
Embora os gatos também possam demarcar território com urina ou fezes, os cães costumam fazer isso com muito mais freqüência.
Menor gasto
O custo médio para manter um gato costuma ser menor do que o para manter um cão. Primeiramente, pelo porte do gato, que equivale ao dos cães bem pequenos. Isso se reflete na menor despesa com ração, remédios, procedimentos cirúrgicos (consumo de menos anestesia), etc.
Em segundo lugar, como o gato se limpa sozinho, raramente é levado para tomar banho ou para ser tosado, o que proporciona uma economia significativa quando comparado com um cão freqüentador de banho e tosa.
Por último, o gato não necessita tanto de adestrador. Os problemas de comportamento comuns em gatos costumam incomodar menos do que os problemas típicos de cães, como agressividade por dominância, latidos por defesa de território, etc.
“Ideal” para apartamentos pequenos
Não que gatos prefiram viver em espaços pequenos, mas dão a impressão de se adaptarem bem também nos menores apartamentos. Como os gatos aproveitam o espaço vertical além do horizontal, não precisam se limitar a ficar no chão. Ao contrário dos cães, podem também explorar os topos dos armários, as prateleiras, etc. Tenho um cliente que mora num apartamento bem pequeno. Ele comenta que tropeça o tempo todo no cachorro enquanto o gato nem o incomoda. Acredito que essa diferença decorra de o gato ficar em cima de móveis e de outros objetos e de não ser tão “grudento”.
Menos restrições em condomínios
Muitos prédios que aceitam gatos proíbem a permanência de cães. O motivo é que os cães geram mais reclamações de mau cheiro, de latidos excessivos e de ataques nas áreas comuns. Embora gatos possam miar bastante, deixar apartamentos fedidos e até atacar, com eles esses problemas ocorrem com muito menor freqüência.
Boas experiências com gatos de conhecidos
O aumento da quantidade de gatos também pode contribuir para o aceleramento da tendência de expansão. Quando visitamos amigos, parentes e colegas que têm gato, podemos nos influenciar e querer um também, principalmente quando passamos por experiências positivas nos contatos com o felino.
Diminuição do preconceito
Gatos são egoístas! Gatos são traiçoeiros! Gatos dão azar! Gatos são bichos de louco! Gatos são perigosos para bebês! E assim por diante… Não faltam preconceitos com relação aos gatos. Nada como a experiência e o convívio com esses felinos para desmistificar os mitos sobre eles. Quanto mais pessoas tiverem contato próximo com gatos, mais dificilmente os preconceitos continuarão a ser espalhados.
Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.
Massagear o gato é uma prática que traz benefícios para ele e para o dono
Este é um procedimento que recomendo para todo dono de gato! A massagem presenteia o felino com momentos de prazer e de relaxamento.
Confiança e carinho
Durante a massagem, o gato associa o prazer que está sentindo com a presença, o cheiro e a voz do proprietário. Com o tempo, vai se deixando tocar em mais lugares, à medida que percebe não correr risco. Isso faz o gato confiar cada vez mais no dono e gostar cada vez mais dele.
Estresse e relaxamento
Uma massagem mais profunda é capaz de provocar um relaxamento ainda maior do que um simples carinho superficial. Mas, se o gato não estiver acostumado a esse tipo de interação, o efeito pode ser oposto, estressando-o ainda mais. Em situações tensas, portanto, só lance mão da massagem depois de o gato estar habituado a ser manipulado.
Incômodos e dores
Nossos bichos, infelizmente, não conseguem nos comunicar quando sentem dor. Para detectá-la, precisamos perceber sintomas como parar de comer, impaciência, agitação e, em alguns casos, agressividade.
Com os gatos essa percepção pode ser especialmente difícil, pois, instintivamente, eles disfarçam a dor e o desconforto para não mostrar fraqueza. O motivo é que ficam em situação de risco na natureza se os adversários perceberem que não estão bem ou que se encontram feridos.
Uma das técnicas dos médicos-veterinários para descobrir se o gato está sentindo dor é apalpá-lo. Ao ser pressionado no local dolorido, o gato tem reações que permitem saber da existência de problema e em qual região do corpo isso ocorre.
A limitação dessa técnica é não funcionar bem quando o gato está assustado, exatamente o que se espera que aconteça quando ele é apalpado por um desconhecido, fora de seu território.
Por meio de massagens diárias, podemos acostumar o gato à manipulação. Assim, será mais fácil submetê-lo a futuros exames. O proprietário conhecerá profundamente o corpo do gato, as reações típicas dele e os pontos mais sensíveis. Com essas informações, será possível dar uma importante ajuda ao médico-veterinário. O dono terá condições de fazer uma descrição precisa dos locais do corpo que, quando pressionados, fazem o gato reagir com sinais de dor. Também é esperado que o gato aceite com menos tensão o exame clínico do veterinário, pois estará acostumado a ser apalpado.
Como fazer a massagem
Existem várias técnicas para massagear gatos, descritas em livros, sites e DVDs, algumas, inclusive, patenteadas. Portanto, para quem quiser ir mais a fundo, há bastante conteúdo disponível por aí.
Mas não é preciso ser um expert para começar a usufruir os diversos benefícios da massagem animal. Seguindo algumas dicas gerais, você poderá praticar hoje mesmo em seu gato.
Tipo de massagem
Ao fazer carinho no gato, coloque um pouco mais de pressão nas mãos. Tente sentir o corpo do felino por baixo da pele – músculos, ossos e articulações. Concentre-se como se quisesse descobrir cada pedacinho dele, sem deixar despercebida qualquer parte do corpo.
Tempo, local e posição
É importante que o momento da massagem seja prazeroso, tanto para você quanto para o gato. Respeite, portanto, os limites dele. Aos poucos, ele aprenderá a relaxar e a confiar cada vez mais em você ao ser massageado.
Forçar o gato a aceitar uma massagem mais prolongada do que está disposto a aceitar ou querer que ele continue deitado contra a vontade costumam ser iniciativas contraproducentes. Não há problema se, no início, for preciso dividir a massagem em várias sessões, até conseguir que o gato seja massageado por inteiro.
Regiões sensíveis ou doloridas
Nunca inicie a massagem em uma parte do corpo que possa estar dolorida. Tome também muito cuidado ao manipular uma região sensível. Não é intuito da massagem causar dor, e sim prazer e relaxamento.
Se perceber que o gato está se sentindo incomodado ou se houver possibilidade de machucá-lo, não exagere na pressão. Procure conhecer até que limite ele a aceita tranquilamente. No futuro, uma mudança nesse limite poderá indicar um problema de saúde.
Quando começam a receber carinho ou a ser massageados, os gatos não costumam permitir que a região do abdômen seja tocada. Nesse caso, evita-se massagear a barriga do felino até que ele fique totalmente relaxado ao ser manipulado. Muitos donos só conseguem fazer isso depois de massagear o gato por meses!
Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.
Muitas pessoas me perguntam o que fazer para seus gatos gostarem ainda mais delas. Normalmente apaixonadas pelos felinos que têm, querem reforçar o sentimento recíproco
Afetividade
Diversas iniciativas podem nos tornar mais importantes para nossos gatos. Devemos, porém, levar em conta que cada espécie e cada indivíduo possuem uma maneira diferente de amar. Humanos e cachorros são, na média, muito mais carentes de atenção e de carinho que gatos. Em outras palavras, não devemos esperar de um gato a mesma carência de um cão.
Maior dependência
As dicas a seguir farão o seu gato se ligar mais a você. Mas ele poderá também se tornar mais dependente, com mais chance de sentir a sua falta, quando você não estiver. Antes de pôr em prática as estratégias para se sentir mais amado por ele, pense nisso, para não comprometer o bem-estar do seu animal de estimação.
Tendência genética
Gatos já nascem carentes. Determinadas raças e linhagens são mais dependentes, carentes e carinhosas que outras. Por isso, espere filhotes mais afetivos de pais também mais afetivos.
No útero da mãe
A facilidade de apego ao ser humano começa a se formar no útero materno. Durante a gravidez, hormônios produzidos pela mãe influenciam a formação do cérebro do filhote e o quão propício a desenvolver vínculos afetivos ele será. De maneira geral, filhotes cujas mães ficaram muito estressadas durante a gravidez tendem a ser mais medroso e a gostar menos de carinho.
Idade crítica
O que acontece com o filhote até os 2 meses de idade tem uma enorme influência no comportamento futuro do gato. Por isso, procure acostumá-lo desde cedo à presença, cheiros e barulhos de seres humanos. Também está comprovado que massagear o filhote por alguns minutos aumenta a carência e a tolerância a carinho humano. Quanto mais sociabilizado for o gato, maiores serão as chances de ele demonstrar afeto em público, já que não ficará retraído ou escondido sempre que uma visita chegar!
Represente coisas boas
Gatos nos associam com tudo que sentem ou que percebem quando estamos perto deles. Se nos associarem com coisas boas, gostarão cada vez mais de nós. Portanto, o truque é conhecer quais são as coisas que agradam o seu gato e associá-las a você da melhor forma possível.
Alimentos e petiscos
Essas são ótimas ferramentas para uma aproximação afetiva com o seu felino. Para ele associar você a comidas gostosas, não basta que o veja completar o potinho com mais comida. A não ser que seja daqueles gatos que só querem comer quando a ração acaba de sair do saco…
De qualquer forma, é importante que o felino esteja com apetite quando algo gostoso é ofertado a ele. Por isso, receber uma quantidade controlada de alimento o tornará mais apegado a quem o serve do que ter comida disponível o dia todo.
É impressionante como petiscos dados na hora certa podem melhorar – e muito – um relacionamento. Tente recompensar o seu gato com petiscos sempre que ele atender a um chamado seu, como quando você chega em casa, e até mesmo quando ele vier de maneira completamente espontânea.
Diversão
Brincadeiras, principalmente de caça, são bastante prazerosas para o gato. Sempre que possível, brinque com ele. Assim, você ficará associado também a entretenimento e diversão. Aprenda a mover objetos da maneira que o seu gato mais gosta e descubra brinquedos que ele adore.
Conforto e segurança
Deixe o seu cheiro nos lugares onde o gato gosta de relaxar. Passe simplesmente a mão naquele local ou esfregue-se num pano e ponha-o perto dali.
Procure nunca pegar o gato enquanto ele relaxa nem tente tirá-lo de onde se escondeu, principalmente se estiver assustado com alguma visita. Nesses casos, tente atraí-lo oferecendo algo, mas sem insistir demais.
Ficar junto
Quanto mais tempo você passar com o gato, melhor. Isso inclui deixá-lo dormir com você. O chato é não poder se movimentar muito na cama, pois os felinos costumam reclamar ou ir embora… Normalmente, quando durmo com gatos tento me mexer o mínimo possível, para não incomodá-los.
Por mais estranho que pareça, é possível levar o gato para dar uma volta e ele tirar um bom proveito do passeio
Passear com o gato é bem diferente do que passear com o cão. Exige, portanto, procedimentos específicos. E o resultado pode ser um programa prazeroso e seguro para o felino.
Vantagens para o gato
Gatos são curiosos e precisam ser estimulados. A situação torna-se crítica quando ficam restritos a um espaço pequeno, quase sem atividade. Um experimento inglês constatou que gatos em liberdade chegam a andar mais de dois quilômetros por noite e caçam dezenas de pequenos animais, como insetos, répteis e ratos. Os passeios podem devolver aos gatos um pouco de liberdade, sem haver risco de serem atropelados, envenenados ou machucados por cães de vizinhos.
Nem todo gato curte
Exemplares mais tímidos e medrosos poderão nunca curtir um passeio, apavorados com o ambiente aberto e com o qual não têm ainda intimidade. É importante você conhecer bem o seu gato. Ao tentar passear com ele, fique atento. Observe se os sinais que ele dá são de bem-estar ou de estresse.
Passeio apreciado
Gatos são obcecados por controle do território. Só costumam relaxar depois de conhecer detalhadamente o ambiente onde estão. Gostam também de ter um lugar no qual confiam, para se esconderem caso apareça algo que, na concepção deles, seja muito perigoso. Por esses motivos, sugiro levar o gato sempre aos mesmos lugares. Deixe a caixinha de transporte por perto. Assim, ele poderá voltar ao “esconderijo” sempre que desejar.
Experiência com minhas gatas
Apesar de o passeio com gato ser bem limitado, é muito gratificante vê-lo explorando o ambiente e interagindo. Eu tinha duas Siamesas que adoravam passear em um praça. Sempre as levava para o mesmo canto, ajeitava a caixinha de transporte e as deixava à vontade, presas com guia. Elas subiam num arbusto, caçavam insetos e brincavam. Iam correndo para a caixa de transporte, como se fosse um treino para emergência! Quando passava um cão, a mais nova ficava mais acuada ou ia para a caixinha, enquanto a mais velha fazia questão de interagir com ele. Claro que eu só deixava esse contato acontecer quando tinha certeza que a aproximação era amistosa.
Pré-requisitos
Antes de levar o gato para passear, acostume-o a usar peitoral e guia dentro de casa ou num ambiente ao qual esteja acostumado. Procure deixá-lo com o peitoral enquanto come ou brinca. Aumente aos poucos o tempo de uso do acessório e procure manter o felino sempre sob supervisão, nessas ocasiões. Deixe o peitoral justo, de modo que o gato não consiga tirá-lo – uma escapada pode colocar em risco a vida dele. Peitorais com uma coleira em torno do pescoço aumentam muito a segurança.
O gato deverá também estar curtindo a caixinha de transporte, que será o porto seguro dele. Para estimulá-lo a entrar nela, coloque dentro petiscos gostosos. Deixe-a em lugares nos quais ele goste de ficar.
Primeiros passeios
Ao marinheiro de primeira viagem, sugiro levar o gato para um ambiente fechado e totalmente seguro. Por exemplo, ao apartamento de um amigo sem outros animais de estimação. Mesmo que seja possível deixar o gato sem peitoral e guia, não o faça. Aproveite essa segurança extra para verificar se está tudo em ordem. Leve sempre o gato na caixinha de transporte. Nela, ele se sentirá mais seguro e diminuirão as chances de escapar e machucar quem tentar contê-lo. Ponha a caixinha num canto e abra a portinha. Não force o gato a sair. Se desejar, estimule-o com um petisco, brinquedo ou fale carinhosamente com ele. E respeite-o se ele não quiser sair.
Novos lugares
Sempre que levar o gato a um novo ambiente, aja como se fosse o primeiro passeio. Enquanto ele preferir ficar dentro da caixinha, estará se acostumando com os cheiros, barulhos e a movimentação do lugar.
Avaliando estresse e prazer
Procure avaliar o comportamento do seu gato durante o passeio. Normalmente, quando ele estiver estressado não se interessará por alimento, água, carinho ou brincadeiras. Também evitará fazer as necessidades. Se ele estiver interessado em petiscos, brincando, gostando de receber carinho, etc., é quase uma garantia de não estar estressado – provavelmente o passeio está fazendo bem para ele. Já o oposto não é verdadeiro. Diante da variedade de estímulos oferecidos por um ambiente diferente, o gato pode preferir explorar as novidades a brincar, comer ou receber carinho. Na dúvida, consulte um especialista em comportamento anima para ajudar na avaliação.
Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.
Para entender diversos comportamentos do gato, devemos nos remeter a seus ancestrais selvagens ou semi-selvagens
O comportamento do gato de hoje resulta de milhares de anos de seleção natural e de algumas décadas de seleção artificial, conduzida pelo homem. Na prática, o ser humano mudou pouco a aparência do gato e amenizou nele alguns comportamentos dos parentes selvagens.
Raças
Podemos notar o trabalho de seleção do homem pela observação das numerosas raças de gatos existentes. Praticamente todas resultaram de seleção artificial, embora algumas tenham sido obtidas de forma não intencional, enquanto outras vieram do cruzamento de gatos mais domésticos com selvagens.
Apesar de haver bastante diferença entre algumas raças de gatos, o gato doméstico foi muito menos alterado pelo ser humano do que o cão, mantendo-se, de certa maneira, mais selvagem.
Selvagem x doméstico
Os gatos selvagens, de modo geral, são mais cautelosos (assustados), mais agressivos com outros gatos e pessoas, caçam mais e brincam menos do que seus parentes domésticos, mesmo quando criados em condições semelhantes.
Essas diferenças foram selecionadas por nós, tanto conscientemente quanto inconscientemente. Por exemplo, muitas pessoas que alimentam gatos em sítios e fazendas, sem querer privilegiam os exemplares mais corajosos, aqueles que chegam mais perto. Coragem essa que poderia resultar na morte do gato em uma situação mais selvagem.
À medida que o ser humano garante a sobrevivência dos gatos, qualquer que seja o comportamento deles, mais comportamentos “anormais” surgirão e poderão ser selecionados. Um gato que nasce sem instinto de caça morreria de fome na natureza. Mas, numa família, pode ser reproduzido exatamente por não atacar os passarinhos da casa.
Embora eu ainda não tenha visto gatos sem instinto de caça, alguns deles caçam muito pouco ou muito mal, mas sobrevivem numa boa, comendo ração fornecida por seus donos. Apesar de nem todo gato se comportar exatamente como seus parentes selvagens, muito do que os felinos domésticos fazem é, ainda, resultado dos milhares de anos de seleção natural.
Água corrente ou em grandes superfícies
Como os gatos são animais territoriais, se sempre eles tomarem água em um mesmo local, poderão se intoxicar facilmente caso a fonte esteja contaminada – intoxicações podem resultar de efeito cumulativo. Portanto, o comportamento de procurar beber água em locais diferentes e optar por água corrente foi selecionado nos gatos. Eles também gostam de beber água espalhada em grandes superfícies. Provavelmente, porque, com uma área maior de evaporação, fica mais fácil perceber pelo olfato qualquer contaminação.
Obsessão por limpeza
Para caçar, na maioria das vezes os gatos ficam imóveis em local estratégico e esperam o momento certo para surpreender a presa.
Um gato com pelos que caem e cheiram mal dificilmente não será percebido pelos ratos, e a área onde o felino está será evitada. Ratos têm medo instintivo de cheiro de gato – conseguir detectar um felino nas proximidades é vital para eles. Até ratos de laboratório ficam mais cautelosos quando se joga um pano com cheiro de gato na gaiola deles.
Esfregar-se em objetos fétidos
Parece contraditório um animal obcecado por limpeza se esfregar em carniça. Gatos se limpam para não serem percebidos por suas presas. Mas um cheiro muito mais forte pode disfarçar seu próprio cheiro, o que acaba também funcionado como estratégia.
Maior atividade noturna
Muitos gatos parecem realmente acordar durante a noite. Perambulam pela casa, brincam, miam, etc. Gatos que naturalmente ficam mais estimulados à noite têm maior chance de conseguir caçar ratos. É por isso também que os gatos possuem uma ótima visão noturna.
Esfregar-se em pessoas e coisas
Para aumentar a chance de sobreviver, é importante que o gato consiga reconhecer facilmente o que é perigoso e o que não é. Qualquer novidade em seu território precisa ser evitada ou investigada cuidadosamente. Ao investigar o objeto ou interagir com o animal ou pessoa, é vantajoso para o gato deixar sua assinatura, ou seja, seu cheiro, para facilitar o futuro reconhecimento.
Para o gato, os objetos e as pessoas que estão com o cheiro dele já foram verificadas e não oferecem tanto perigo. Infelizmente para os donos dele, muitas vezes o gato faz xixi nos objetos novos, em vez de se esfregar neles. Por isso, fique feliz quando o seu gato apenas se esfrega em você ou em seus objetos, em vez de fazer outra coisa!
Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.
O gato está cercado de mitos, de adoração e de ódio. Poucos animais provocam reações tão fortes e marcantes nos humanos quanto ele. Infelizmente, esses mitos acabam muitas vezes por prejudicar o animal. Procuro desmistificar aqui alguns relacionados com crianças e dou dicas para um bom convívio entre elas e o gato
Há diversos mitos e informações erradas disseminadas na população com relação a crianças e gatos. Isso acontece em diferentes partes do planeta, inclusive onde a população de gatos supera a de cães, como é o caso dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Mito: engravidou? Livre-se do gato
É comum que futuras mães em início de gravidez sejam orientadas pelo médico a afastar-se de seus gatos. É claro que muitas delas acabam abandonando os felinos com medo de sofrer aborto. Mas até que ponto a informação que lhes é passada está correta? Pesquisei bastante, conversei com estudiosos e especialistas sobre os riscos de o gato provocar aborto. Confirmei que, realmente, vários médicos pedem que as grávidas se livrem de seus gatos sob alegação de que eles podem transmitir doenças, inclusive toxoplasmose, que é abortiva. Imagino que o mito sobre gatos causarem aborto tenha surgido daí. Mas um gato só pode contaminar a gestante se estiver contaminado. E, para ela abortar, é preciso que pegue a doença. Não irei entrar em detalhes sobre as possibilidades de isso acontecer, mesmo porque essa não é a minha especialidade. Mas informe-se melhor sobre o assunto antes de pensar em se livrar do gato.
O fato provável é que o gato de casa não esteja contaminado com toxoplasmose. Isso é constatável por meio de teste. Feita a constatação, há diversas maneiras de evitar que ele pegue a doença. Mesmo se o gato tiver toxoplasmose, existem cuidados para evitar que transmita o mal. Muitos médicos bem conceituados e informados, em vez de recomendar à gestante que se livre do gato, a orientam a tomar alguns cuidados e, dependendo do caso, a fazer alguns testes. Os pesquisadores dizem também que as principais vias de transmissão da toxoplasmose são a carne crua, a terra e os alimentos mal lavados e não os gatos.
Mito: gato sufoca o bebê por ciúmes
Um mito bastante conhecido na Inglaterra e nos Estados Unidos, listado em alguns sites americanos e ingleses que abordam mitos, diz que os gatos se aproximam dos bebês e chupam o ar do pulmão deles pela boca. Acredita-se que a origem dessa crença venha do fato de alguns gatos, ao sentirem o cheiro de leite na boca do neném, irem lá investigar. Embora não seja aconselhável que gatos lambam o rosto do neném, não há o menor sentido nesse mito. Gatos nunca chupam o ar do pulmão de alguém!
Mito: gato não gosta de criança e a ataca
Gatos podem adorar crianças e há maneiras de estimular isso. Mas mesmo que um gato não goste de criança, seja por ciúmes, seja por medo, não irá até o berço dela na calada da noite para atacá-la! Acidentes geralmente acontecem quando o gato é agarrado à força ou quando a criança não o deixa em paz. Na tentativa de se livrar, ele acaba arranhando. São situações que tendem a acontecer depois de o bebê ter começado a engatinhar e a procurar interação com o gato.
De qualquer maneira, toda interação do gato com criança muito nova deve ser supervisionada, para evitar acidente. Procure também proporcionar diversas possibilidades de escape para o gato obter sossego sempre que desejar.
Ensine a criança a chamar o gato em vez de ir atrás dele. É uma atitude que, por respeitar a natureza desse animal, evita que ele tenha medo de ser agarrado à força e o estimula a gostar cada vez mais da criança. Permita que ela dê pedacinhos de petisco para motivar o gato a vir quando chamado e para ele ter mais um motivo para gostar dela.
Chegada do bebê
Alguns gatos sofrem com mudanças drásticas de rotina, de espaço e com a invasão de território por desconhecidos. Isso tudo pode acontecer quando uma família recebe um bebê em casa. Para evitar estressar demais o felino, procure fazer mudanças aos poucos, de modo que ele vá se adaptando e perceba que não há problemas ou perigo. Se pretende proibir o gato de entrar no quarto do bebê, comece a acostumá-lo a isso semanas antes da chegada do novo membro da família.
Interações positivas
O gato que recebe carinho, atenção e petisco, quando o bebê está por perto, passa a adorar essa proximidade. São agrados que podem ser feitos por qualquer pessoa que esteja próxima aos dois.
Entre os dias 13 e 14 de setembro, das 9h às 18h, acontecerá o Workshop de Comportamento Canino da Cão Cidadão na DogCaffè, em São Paulo.
O evento será realizado pela adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão, Patrícia Patatula, e contará com a presença do especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi. Ele participará do encerramento do encontro, no dia 14, e fará uma pequena apresentação, além de entregar os certificados aos participantes.
É possível se inscrever até sexta-feira, 12 de setembro! O investimento é de R$ 650 (sem cão) e de R$ 730 (com cão).
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