O mundo pelos olhos do gato

Photo credit: Nick-K (Nikos Koutoulas) / Foter / CC BY
Photo credit: Nick-K (Nikos Koutoulas) / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Gato é sinônimo de liberdade, inteligência e curiosidade. Principalmente curiosidade. Mas ao contrário de nós, os gatos precisam fazer muito menos esforço para perceber o que está acontecendo a seu redor. Eles não che gam ao extremo de “enxergar pelas costas”, mas visualizam elementos que estão ao seu redor com menos esforço. Assim, se alguém passar ao lado ou mesmo por trás de um gato, ele não precisará deslocar muito a cabeça para ver quem é. Isso se deve ao seu sofisticado aparelho visual, típico nos predadores, cujos olhos mostram-se mais projetados da superfície e apresentam um campo visual bastante grande, de 220° a 290° (a humana é de 180°).

Embora enxergue bem durante o dia, a visão do gato é bastante adaptada à visão noturna. Seus olhos apresentam estruturas e mecanismos totalmente direcionados para a visualização na presença de pouca luz, fazendo com que aproveitem melhor a luz do ambiente (estima-se que eles necessitam de cerca de 1/6 da quantidade de luz que para nós é o limite mínimo para a visão).

Um desses mecanismos é dilatação pupilar, a extrema adaptabilidade das pupilas que se dilatam ou contraem conforme a quantidade de luz, permitindo uma melhor visualização do ambiente. Quem nunca reparou na diferença entre os olhos de um gato durante o dia e à noite? Aquele filetinho escuro central se transforma numa esfera negra que toma grande parte do olho. Agora, seus olhos estão ainda mais abertos para a escuridão.

Mas nem tudo é glória. Se por um lado os gatos nos superam na capacidade de enxergar durante a noite, por outro, perdem na acuidade visual, pois eles têm apenas 10% da nossa capacidade de visualizar imagens detalhadas. Isso se deve às mesmas estruturas oculares que maximizam a visão noturna, que diminuem a resolução das imagens, tornando-as, na maioria das vezes, obscura. Além disso, eles apresentam pouca acomodação visual e uma leve miopia, que também resultam na visualização de uma imagem imperfeita.

Dessa forma, elementos como o movimento dos objetos, assim como variações de tamanho e algumas formas básicas são primeiramente visualizadas em detrimento aos detalhes. Portanto, se o seu gato não vem mais ao seu encontro quando você oferece aquela apetitosa ração de carne, não pense que agora ele prefere atum, talvez ele não esteja reconhecendo seu prato predileto. Chegue mais perto e então ofereça a ração. Agora sim, ele pode avaliar a oferta.

Seguindo o mesmo raciocínio, podemos imaginar que o gato não dará muita importância e poderá nem mesmo notar se seu brinquedo ambulante é um ratinho ou um ursinho, desde que do mesmo tamanho. Mas com certeza, você chamará sua atenção quando colocá-los em movimento. Ainda que ele não entenda o que aquele formato representa, será extremamente preciso ao agarrá-lo e lançá-lo pelos corredores.

Há divergências entre a possibilidade de visualização das cores. Estudos anatômicos já conseguiram comprovar a existência de componentes oculares e cerebrais necessários para a visualização e discriminação das cores, embora com algumas limitações e sem a certeza do quanto são funcionais. Cientistas americanos já provaram que os gatos são capazes de diferenciar o azul do cinza e o azul do verde, desde que o objeto colorido não esteja muito distante de seus olhos e seja de bom tamanho.

Não se sabe ainda como eles enxergam essas cores, talvez o azul para eles seja visto como uma outra cor; certamente diferente do verde e do cinza. Talvez a compra de camas e brinquedos coloridos para seu gato seja uma tarefa inútil: para ele, talvez grande parte destas cores sejam, na verdade, tons de cinza.

Como lidar com aves que arrancam as penas?

aves-arrancam-penas_internaAs aves são animais sociáveis, ativos e inteligentes. No entanto, donos costumam se queixar que, em algum momento, elas já tiveram o hábito de arrancar as próprias penas.

Esse problema pode acontecer por diversos motivos, sendo eles comportamentais e médicos. Entre as causas médicas, podemos citar a infestação por parasitas, fungos, alergias, disfunções hormonais e nutricionais. Por isso, é importante o acompanhamento de um veterinário, para determinar corretamente a causa e o tratamento.

Mas, em muitos casos, esse distúrbio também tem um fundo comportamental, tornado-se um transtorno compulsivo. Isso ocorre  geralmente em aves que são pouco estimuladas ou passam por estresse.

O que fazer? 

Enriqueça o ambiente onde a ave vive, proporcionando estímulos diversos:

– use a alimentação como enriquecimento, oferecendo castanhas com casca para que o animal possa bicar e quebrar a casca para se alimentar;

– espalhe a ração em vários potes, em níveis diferentes da gaiola, para que a ave procure a comida;

– coloque galhos e poleiros em alturas diversas para o pet poder se movimentar bastante. Deixe também alguns brinquedinhos na gaiola, para que ela possa morder.

Com essas técnicas, certamente, seu bichinho será mais feliz!

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