Gatos são inteligentes?

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O ser humano é considerado – por nós, é claro – o animal mais inteligente do planeta. Talvez por isso muita gente quer saber se este ou aquele bicho é inteligente e se é mais ou menos inteligente do que outros. Por exemplo, se perguntam se gatos são mais inteligentes do que cachorros ou vice-versa. Por mais simples que a pergunta possa parecer, a resposta é complexa e quase impossível de ser dada.

A maioria das pessoas sabe o que é inteligência, mas pouquíssimas conseguem defini-la. A tarefa não é fácil até mesmo para quem estuda psicologia. Mas, de maneira geral, a inteligência está relacionada a algumas capacidades cerebrais (cognitivas) como memória, capacidade e velocidade de processamento (respostas), insight, capacidade de observar e relacionar, de aprender e de reter o aprendizado.

Gatos demonstram todas essas capacidades. São, portanto, inteligentes. Mas, como ocorre com outros animais, alguns gatos são muito mais inteligentes que outros. A inteligência do seu gato vai depender da genética e da criação dele. Gatos filhos de pais inteligentes tendem a ser mais inteligentes, assim como acontece com gatos que foram corretamente alimentados e bastante estimulados, principalmente quando filhotes e na juventude. Vamos agora para as perguntas e argumentos dos proprietários de gatos.

O gato não se submete a ordens, por isso é mais inteligente

É verdade que obedecer não é necessariamente um sinal de inteligência. Mas não obedecer também não é. Cães possuem uma predisposição natural para mandar ou ser mandados, já que evoluíram por muito tempo como membros de um grupo em que a hierarquia era fundamental. Se não se submetessem ao líder, poderiam ser expulsos do grupo e até morrer de fome. Com os gatos a situação é bem diferente. São caçadores solitários natos. Nunca dependeram de outros gatos para caçar suas presas. Não precisavam, portanto, se submeter para sobreviver.

Não devemos esperar que os gatos acatem ordens da mesma maneira que os cães. Não por um ser mais inteligente que o outro, mas, sim, porque um precisa constantemente da nossa aprovação, enquanto o outro, não.

Meu gato sabe até onde o cão do vizinho alcança e se aproveita

Alguns gatos ficam deitados ou se limpam, relaxados, próximo a cães loucos para atacá-los, mas que não conseguem fazê-lo por causa de uma grade ou muro que impede a aproximação. Como o gato consegue saber exatamente até onde um cão consegue chegar e aproveitar-se disso? Ele tem excelente noção espacial além de ótima memória e é capaz de aprender diversas coisas por observação. Quando está relaxado sobre um muro e olha para o cão, descobre o comportamento do inimigo e até aonde este consegue chegar.

De tão esperto, tem um miado para cada situação

O gato também aprende a manipular seus donos! Proprietários que convivem intensamente com gatos percebem necessidades de seus felinos com bastante facilidade, a ponto de conseguir interpretar miados diferentes e associá-los a diferentes pedidos. O interessante é que essa comunicação se desenvolve à medida que o gato e o ser humano se conhecem melhor e aperfeiçoam a “linguagem”.

Deslocamento oculto e permanência de objetos

Existem diversos testes de inteligência que podem ser aplicados em animais. Dois deles, muito famosos, dizem respeito à capacidade de o animal e o ser humano (bebês e crianças) entenderem que um objeto, ao passar por trás de uma barreira, não desaparece – está simplesmente atrás de alguma coisa. Os gatos possuem essa capacidade, pois demonstram interesse em ir procurar o objeto atrás da barreira, assim que ele deixa de ser visível. Os cães também passam nesse teste.

Mas o gato se sai bem melhor que o cão no teste de deslocamento oculto, no qual é avaliada a capacidade de prever onde um objeto em movimento uniforme aparecerá após passar por trás de uma barreira. Isso é feito pela observação da direção do olhar do animal enquanto uma bolinha passa por trás de uma caixa de papelão, por exemplo. A maioria dos gatos é aprovada no teste: consegue prever o contínuo deslocamento do objeto, pois olha exatamente para o ponto onde a bolinha irá aparecer. Já a maioria dos cães fica olhando para o local onde a bolinha desapareceu.

Gatos são mais inteligentes do que cachorros?

Esse é um debate de longa data, mas as conclusões não são categóricas. Um estudo recente sobre neurociência aponta que os cães têm o dobro de neurônios em relação aos gatos – o que poderia indicar que são mais inteligentes do que os felinos, mas essa medição é subjetiva. Uma das pesquisadoras envolvidas no estudo reconhece que a contagem de neurônios é uma forma de medir inteligência, mas não é a única. Outro estudo da Universidade de Kyoto sugere que gatos e cachorros são igualmente espertos.

É importante entender que os dois animais possuem inteligências diferentes. Como ressaltamos acima, gatos não são animais geneticamente moldados para a subserviência. Ainda que sejam animais domésticos, eles seguem sendo caçadores natos. Se o seu gato, por exemplo, prefere não te receber em casa fazendo uma festa e te mostrando um truque novo com uma bolinha, não significa que ele seja menos inteligente que seu cão.

A tomada de decisão do gato, por exemplo, normalmente é feita com base no quanto ele pode se beneficiar com algo – o que demonstra que são bem espertos. Quando você chama seu gatinho para brincar e lhe oferece um petisco, por exemplo, pode imaginar que ele atende o seu chamado por obediência, mas na verdade ele está interessado é na recompensa. Ele também observa o quanto você é responsivo aos miados, para se assegurar que você o alimente na frequência que ele deseja.

Quais são as raças de gatos consideradas mais inteligentes?

Existem algumas pesquisas com o objetivo de identificar o grau de inteligência entre as raças de gatos, mas assim como o caso da comparação da inteligência com cachorros, os estudos não são conclusivos. Em todo caso, é possível medir alguns pontos fortes entre raças de felinos. Em geral, os critérios levam em consideração o nível de interação entre outras espécies, capacidade de adaptação a ambientes diferentes e o quanto se envolve em treinos e atividades.

Nestes quesitos, algumas raças de gatos que se destacam são abissínio, siamês, bengala, rex cornish, savannah, angorá e scottish fold. Vale destacar que esse tipo de determinação serve apenas como uma curiosidade, não como um fato concreto e definitivo de que essas raças são mais inteligentes do que outras. Como ressaltamos ao longo do texto, a medição de inteligência é algo extremamente subjetivo. Diferenças comportamentais não necessariamente implicam em falta de inteligência. Alguns gatos podem ser extremamente quietos, reservados, o que dificulta a compreensão da inteligência que eles possuem.

Ama gatos e quer saber mais sobre o comportamento deles? Clique aqui para saber quais são os fatos mais curiosos sobre os felinos.

Filhote de gato: como torná-lo um adulto dócil e sociável

Photo credit: mathias-erhart / Foter / CC BY-SA
Photo credit: mathias-erhart / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

As primeiras semanas de vida são as que mais influenciam na definição do comportamento do gato. Desde como ele reagirá quando for acariciado até como se adaptará ao convívio com outros animais. Por isso, devemos aproveitar essa fase crítica do desenvolvimento para preparar bem o filhote para a vida adulta.

Sem controle total
Embora a fase da sociabilização tenha uma enorme influência no comportamento do filhote, não quer dizer que podemos controlar ou determinar o comportamento futuro do animal. Já vi proprietários de gatos anti-sociais se culparem por isso ou serem culpadas por amigos. Mesmo depois de uma boa sociabilização, alguns gatos tornam-se agressivos, medrosos ou desenvolvem ambos os comportamentos com outros animais e com pessoas.

Temperamento e personalidade
Numa mesma ninhada, alguns gatinhos são mais corajosos e extrovertidos que outros. As diferenças de temperamento são influenciados pela genética de cada exemplar. Por isso, quanto mais anti-social e medroso for o gatinho, mais importantes serão os procedimentos descritos a seguir. Esse raciocínio é válido também quando o filhote tem pais medrosos, agressivos ou anti-sociais.

Brincalhão quando filhote, medroso quando adulto
Muitos proprietários de um filhote sociável e desinibido deixam de sociabilizá-lo e de acostumá-lo a procedimentos e situações que enfrentará futuramente por causa do bom temperamento do gatinho. Mas muitos filhotes, principalmente quando não foram corretamente expostos a diversas situações, animais e pessoas, começam a ficar medrosos e cautelosos depois de saírem da infância.

Como sociabilizar
Apresente o seu gatinho de maneira agradável a diversas pessoas e animais. Evite qualquer desconforto ou susto durante essas interações. Por exemplo, procure brincar com o gato e alimentá-lo enquanto recebe visitas. Lembre-se que o filhote pode se assustar com pessoas, especialmente as crianças, e com animais que agem de maneira inesperada, o que pode resultar em trauma difícil de ser recuperado.

Importância das brincadeiras
Estudos demonstraram que brincadeiras aproximam o gato das pessoas. Brincar é, portanto, uma ferramenta importante para facilitar a interação. Mas brincadeiras feitas com o uso do próprio corpo podem estimular a agressividade do gato para com as pessoas. Por isso, ao brincar prefira fazê-lo com algum objeto. Em vez de estimular o felino a morder ou a caçar a sua mão ou pé, use um cordãozinho ou uma bolinha, por exemplo.

Procura por carinhos
Gatos acostumados a receber carinho nas primeiras semanas de vida tendem a procurar mais carinho quando adultos e a gostar de recebê-lo. É relativamente comum o gato ficar ansioso e atacar o proprietário depois de receber carinho por algum tempo. Uma maneira de evitar esse comportamento é acostumar o filhote a longas sessões de carinho. Se ele não for muito fã de afagos, procure acariciá-lo durante as refeições ou enquanto a estiver preparando. Outro momento propício é quando ele estiver acordando ou quase dormindo, pois a ansiedade estará bem baixa.

Pequenas restrições de movimento
Habituar o gato a ter uma parte do corpo imobilizada é importante para que ele venha a se comportar com naturalidade quando lhe dermos banho, cortarmos suas unhas e o escovarmos, por exemplo. Segure o gato firmemente, mas com muito cuidado para não provocar um trauma. Procure imobilizar gradativamente uma parte do corpo dele. Treine isso com freqüência, mas sem provocar grande desconforto. É importante fazer a restrição com firmeza e, se o gato tentar escapar, não soltá-lo enquanto esperneia, para evitar que aprenda a acabar com o desconforto dessa maneira.

Acostumar ao banho
Ensina-se o gato a tomar banho nas primeiras semanas de vida. Mas com muito cuidado para não transformar a experiência em trauma. Um erro clássico é tentar dar banho completo ao gato que nunca passou pelo processo antes. Se ele for contido por vários minutos contra a vontade, esfregado, enxaguado e secado, isso, além do pavor que a água é capaz de causar, pode fazê-lo associar o banho a algo odiável. O truque é acostumar o gato às fases do banho antes de dá-lo por completo, associando-as a coisas agradáveis, como brincadeiras e petiscos. Antes de molhar o felino, procure habituá-lo também com a toalha e o secador. Você não gostará de descobrir, no momento em que ele estiver encharcado, que entra em pânico quando o secador é ligado!

Gatos: como conseguem voltar para casa depois de desaparecer?

Photo credit: Henrique Vicente / Foter / CC BY
Photo credit: Henrique Vicente / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Alguns comportamentos dos gatos intrigam muita gente. Um deles é a capacidade de voltar para casa depois de desaparecer por algum tempo, mesmo quando o felino nunca tinha percorrido antes os caminhos que podem conduzi-lo até a habitação. Esses retornos ocorrem, por exemplo, com gatos que saem para dar uma volta e desaparecem por meses ou anos. Ou quando os donos, infelizmente, cometem o crime de abandonar o felino em algum lugar distante. Ou, ainda, quando os donos mudam de casa, o gato desaparece e é encontrado nas proximidades do antigo endereço.

Embora muitos acreditem que os gatos possuam capacidades extrassensoriais, existem pesquisas, observações e estudos que apresentam justificativas muito mais normais para esse fenômeno, as quais explicarei neste artigo.

Memória visual
A capacidade de observar o ambiente e de memorizá-lo é enorme nos gatos. São animais bastante visuais, capazes de reconhecer árvores, prédios, praças. Basta encontrarem algo que reconheçam para, a partir daí, conseguirem se orientar e voltar para casa.

Memória olfativa
Mesmo quando estão em um lugar onde não enxergam nada conhecido, muitos gatos conseguem voltar para casa, ajudados pela memória olfativa. Essa é a capacidade dos animais que mais nos impressiona, pois o olfato humano chega a ser ridículo quando comparado com o deles, inclusive do gato.

Casas, ruas, regiões, cidades, etc., possuem alguns cheiros específicos. Muitos desses odores podem ser reconhecidos pelos gatos e servir para orientá-los quando perdidos. São capazes de se guiar por cheiros conhecidos até chegarem a algum lugar que reconheçam visualmente, e, a partir daí, usarem a memória visual para completar o percurso.

Gatos que percorrem grandes distâncias durante o dia acabam conhecendo diversos cheiros da região e se familiarizando com eles. Mas mesmo os gatos que praticamente não saem de casa recebem uma enorme amostra dos odores existentes à volta deles, alguns trazidos de longe pela brisa e pelo vento. E, cada vez que o vento muda de direção, outros cheiros podem ser sentidos, dando a possibilidade de formar uma ampla memória olfativa.

Não basta reconhecer um cheiro para chegar ao lugar desejado. Depois de identificado o odor, é preciso saber para qual direção caminhar. Os gatos se deslocam de um lugar para outro e, assim, podem testar se a concentração do cheiro conhecido aumenta ou diminui, decifrando rapidamente de onde ele vem. Moléculas de determinados odores podem viajar por centenas de quilômetros e, se tiverem concentração suficiente para serem percebidas, poderão ser utilizadas para localizar o caminho procurado.

Influência do vento
Às vezes, o cheiro que o gato reconhece só chega até ele quando o vento sopra em um determinado sentido. Nesse caso, ele só conseguirá ir na direção de casa quando o vento colaborar – bastará uma pequena mudança na direção da brisa para ele se perder novamente.

Gato com múltiplos donos!
Muitos gatos demoram a voltar para casa por outros motivos, bem menos angustiantes para nós e para eles. Quando o felino não fica restrito ao ambiente interno da casa, costuma frequentar outros lares. Em vários casos, ele é alimentado e adotado também por diversas pessoas. Alguns gatos tomam café da manhã em uma casa, tiram uma soneca em outra e jantam em mais outra.

Imagine que o seu gato não esteja com coleira de identificação e que um dos outros donos resolva prendê-lo dentro de casa para, por exemplo, evitar que continue se machucando em brigas na rua. Você achará que ele foi embora, morreu, etc.. Normalmente nem imagina que ele possa estar na casa do vizinho da rua de cima! Depois de alguns meses, o gato escapa ou resolvem deixá-lo passear. Aí, para sua surpresa, ele surge novamente.

Um gato mais poderoso no bairro pode restringir o acesso do seu, inclusive à sua casa. Se isso acontecer, o seu gato poderá ficar frequentando outros locais até o mandachuva morrer, perder o poder ou mudar de área.

Como introduzir corretamente um novo gato na família

Photo credit: Moyan_Brenn / Foter / CC BY
Photo credit: Moyan_Brenn / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

O sucesso de uma convivência tranquila e equilibrada com um gato que será trazido para casa depende bastante de como será feita essa introdução. Isso porque os gatos são animais reservados, para os quais o controle do território importa bastante no seu bem-estar geral.

Dessa forma, é importante introduzi-lo adequadamente na casa nova, levando em conta todas as situações: se já há gatos ou cães no ambiente.

Apresentando o gato a um cão

A dica mais importante sobre a introdução de um gato em uma casa onde já resida um cão é tornar a experiência positiva para ambos. Um cão que nunca teve contato com felinos pode ter despertado seu instituto predatório ao se deparar com um bichano correndo a sua frente. E isso seria muito estressante para o gato!

Se for o caso de introduzir um cão em uma casa onde já tenha um gato, ou vice-versa, o ideal é fazer a aproximação de forma gradual, sem estresse excessivo para nenhum dos dois. É conveniente que o bichano seja mantido dentro de uma caixa de transporte (a qual já esteja acostumado), e o cão, contido na guia.

Utilizar petiscos que o cão e o gato gostem bastante vai ajudar nessa fase, para que sejam feitas associações positivas da presença do outro e, também, para que seja possível perceber se algum deles está ansioso demais – a falta de apetite pode indicar que o estímulo está muito alto e gerando desconforto, ou seja, a distância entre os dois deve ser aumentada.

A caixa de transporte só deve começar a ficar aberta quando ambos, cão e gato, demonstrarem já estarem habituados à presença do outro. Nessa fase, ainda é importante manter o cão na guia, para que seja mantida a segurança, ou seja, evitar perseguições ao gato. Ambos devem ser bastante recompensados quando estiverem calmos e demonstrando tranquilidade na presença do outro.

Esse treinamento pode demorar, ou não. Tudo depende das reações tanto do gato quanto do cão. O importante é sempre prezar pelo bem-estar de ambos e se certificar de que a situação não está estressante demais. Os dois só devem ser deixados livres para circular quando não houver sinais de estresse ou tentativas de ataques mútuos.

Trazendo um gato para uma casa que já tem gatos

Os gatos são capazes de uma ótima convivência com outros gatos, mas a introdução de um novo membro ao grupo pode ser estressante, caso os felinos se sintam desconfortáveis, podendo até ocorrer ataques.

Antes de apresentá-los, o ideal é deixar o novo gatinho em um cômodo da casa sem acesso aos demais, para que ele se habitue com os sons e objetos do novo ambiente. É importante disponibilizar água, comida e caixa de areia para todos.

Acostumar-se ao odor dos outros animais é um passo importante na habituação, já que os odores são muito importantes para eles. Assim, durante esse estágio, deve-se esfregar regularmente cada um dos gatos com uma flanela e deixar esses paninhos embaixo do pratinho de comida do outro gato, para que eles já associem o cheiro dos demais com algo prazeroso (a hora de comer). A utilização de feromônios sintetizados artificialmente pode ser muito eficaz no processo de habituação de um novo gato ao ambiente.

Quando perceber que o gato (ou gatos) que já morava na casa está apresentando seu comportamento normal e se mostrando curioso e confortável em relação aos sons do novo gato, é hora de aproximá-los. Antes disso, seria interessante trocá-los algumas vezes de cômodo: ainda sem se verem, deixar o gato mais antigo no quarto do novo habitante, para que ele explore todos os cheiros deixados, e fazer o mesmo com o novo gato, deixando-o livre para explorar os demais cômodos da casa.

A aproximação efetiva pode ser feita por uma fresta da porta ou mesmo através de um portão telado, para que eles se vejam, mas ainda sem conseguirem se tocar.

Outra opção é usar caixas de transporte, colocadas perto uma da outra, para que os gatos possam se ver. Deve-se sempre avaliar o nível de estresse e insegurança dos gatos: se constatado que o estímulo está alto demais e algum deles não está se sentindo confortável, deve-se recuar. Utilizar ração úmida para gatos é uma boa opção para uma associação positiva entre eles. Lembrando que, caso um dos gatos não aceite o petisco apetitoso, significa que ele não está ainda confortável com a situação.

Só se deve soltá-los no mesmo ambiente quando todas as etapas acima foram seguidas e tiver sido constatado que todos estão confortáveis. A utilização de coleiras peitorais, próprias para gatos (desde que já estejam habituados ao uso desse acessório), ajuda, e muito, no controle em caso de ataques.

Para que a convivência seja harmoniosa, é importante para os gatos que eles se sintam seguros e no controle das fontes de sobrevivência (caixas de areia, água e comida). Isso fará com que eles não tenham necessidade de manter o controle forçado sobre essas fontes, muitas vezes usando de agressividade.

Por isso, no que diz respeito às caixas de areia, o ideal é oferecer, no mínimo, uma caixa a mais do que o número de gatos da casa, e deixá-las à disposição em locais estratégicos e longe uma das outras, preferencialmente em lugares onde se perceba que cada um dos gatos prefere se aliviar. Além disso, vários potes de água fresca e/ou fontes de água, locais tranquilos para cada um se alimentar, prateleiras para que possam escalar e fugir, e esconderijos onde possam ficar quando assim desejarem.

Com todos esses cuidados, a tendência é que a introdução de um novo gatinho seja um sucesso, e animais e seres humanos possam viver em harmonia daí para frente!

Fonte: BitCão.

O uso da palavra “não”

Photo credit: Dawn Huczek / Foter / CC BY
Photo credit: Dawn Huczek / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Todo mundo fala “não” para o seu pet e geralmente não funciona. Aliás, é uma das palavras mais usadas que até filme e livro fazem brincadeiras com a situação, dando a entender que o cachorro pensa que o nome dele é “não” de tanto ouvir essa palavra.

A primeira coisa que devemos fazer é ensinar o cachorro o significado do não, a maioria das pessoas fala desta forma, “não pegue o meu tênis, não suba aí, isso não pode”, e se prestarmos bem atenção, todas essas frases estão sendo usadas da forma e no momento errado, o “não” deve ser para evitar que o comportamento aconteça depois que o cachorro pegou o seu sapato e saiu correndo, correr atrás dele falando que ele não pode fazer isso pode até reforçar o comportamento de pegar alguma coisa errada para chamar a atenção, e neste caso, por exemplo, o correto seria falar “não” antes de o cachorro pegar o sapato. Mas se ele não sabe o que significa essa palavra, falar não antes dele pegar também não vai funcionar, então, tem um exercício bem simples de ser feito e assim ele irá aprender que obedecer vale a pena.

Sente-se na frente dele, coloque um petisco no chão, fale não, você pode usar um borrifador de água, ou um barulho como o de uma lata com moedas e quando o cachorro tentar pegar, você faz o barulho, ou joga o jatinho, interrompendo o ato antes que ele aconteça, repita isso até que ele desista de pegar, quando você colocar o petisco no chão novamente e ele não tentar pegar, dê a recompensa, com isso ele irá aprender o significado da palavra não. Depois você pode fazer esse mesmo exercício usando o tênis que ele tanto gosta, coloque no chão, avise pra ele que não pode pegar e recompense se ele não tentar! Outra coisa importante é que cada animal tem uma sensibilidade diferente do outro, então, a bronca não deve ser de forma nenhum agressiva ou assustar demais seu pet.

Mais algumas dicas para usar corretamente o não: Procure não usar o nome do animal junto com o não, só a palavra “não” é mais fácil para eles entenderem do que uma frase mais longa como “não pode pegar o meu sapato”, evite falar o não várias vezes seguidas, principalmente se ele já pegou o que não devia ou entrou em algum lugar que você não quer que ele entre, lembre-se o não deve ser para o animal fracassar na atitude errada, ele precisa entender que aquilo que ele ia fazer é errado e o momento correto da repreensão é antes do ato não durante.

Algumas pessoas se sentem incomodadas de falar não para o seu animalzinho, mas é importante ter limites até para a própria segurança dele, por exemplo, se cair no chão algum objeto perigoso, ou um alimento tóxico, e ele já souber o não e respeitar antes de pegar o que caiu você pode evitar com uma simples palavra um acidente.

Lembrando sempre de recompensá-lo por ter obedecido dando muitos beijos e fazendo carinho nele!

Fonte: Meu Amigo Pet.

Cães e gatos podem ser amigos?

Photo credit: gchampeau / Foter / CC BY
Photo credit: gchampeau / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da Cão Cidadão.

Quem nunca ouviu o velho ditado “brigam como cão e gato…”? Pois é, apesar do ainda tão corrente mito de que o cão e o gato não podem se dar bem, uma convivência harmoniosa é possível, sim! As duas espécies podem se tornar bons amigos!

Uma boa dica para que essa se torne uma realidade fácil de ser alcançada, em qualquer época da vida do cão ou do gato, é permitir que eles tenham contato com a outra espécie na fase de sociabilização primária, ou seja, quando filhotes – nos gatos, essa fase vai da 3ª a 8ª semana de vida, e nos cães, até o 85º dia de vida. Nesse período, em que todas as experiências vividas ficarão marcadas, é importante que os filhotes sejam apresentados a outras espécies, de forma positiva e sempre zelando pela segurança, para que, na fase adulta, essa eventual convivência possa se tornar algo que o cão ou gato já tenham vivenciado.

Essa é, portanto, a melhor forma de ter sucesso na aproximação entre o cão e o gato, mesmo na fase adulta: permitindo que o filhote possa ter essa experiência ainda na tenra idade! Mas, e se por acaso, quando filhote, o cão ou gato não tenha sido apresentado a algum indivíduo da outra espécie? É impossível que vivam juntos? Não, mas pode ser necessário mais tempo e paciência para que a aproximação seja feita com sucesso.

Nesse caso, o ponto mais importante a ser levado em consideração quando se quer aproximar um cão e um gato que antes não se conheciam, é tornar a experiência positiva para ambos. Um cão que nunca teve contato com felinos pode ter despertado seu instituto predatório ao se deparar com um bichano correndo à sua frente. Tal situação, certamente,
seria muito estressante para o gato.

Assim, se for o caso de introduzir um cão em uma casa que já tinha um gato, ou vice-versa, o ideal é fazer a aproximação de forma gradual, sem estresse excessivo para nenhum dos dois. Para tanto, o ideal é que o bichano seja mantido dentro de uma caixa de transporte, a qual já esteja acostumado, e o cão, contido na guia.

Utilizar petiscos que o cão e o gato gostem bastante vai ajudar nessa fase, para associação positiva da presença do outro e, também, para que seja possível perceber se algum deles está ansioso demais – a falta de interesse em algo que, normalmente, despertaria o apetite, pode indicar que o estímulo está muito alto, ou seja, a distância entre os dois deve ser aumentada.

A caixa de transporte só deve começar a ficar aberta quando ambos, cão e gato, demonstrarem já estarem habituados à presença um do outro.

Nessa fase, ainda é importante manter o cão na guia, para que seja preservada a segurança. Ambos devem ser bastante recompensados quando estiverem calmos e demonstrando tranquilidade na presença do outro.

O importante é sempre prezar pelo bem-estar de ambos e se certificar de que a situação não está estressante demais. Os dois só devem ser deixados livres para circular quando não houver sinais de estresse ou tentativas de ataques mútuos.

Esse treinamento pode demorar ou não, tudo depende das reações do gato e do cão. Não se deve hesitar em contatar um profissional especializado em comportamento animal, caso o treinamento não evolua ou algum dos dois esteja demonstrando excitação ou ansiedade excessiva.

Introduzindo um novo gato ao grupo

Photo credit: hyakushiki_thebest / Foter / CC BY
Photo credit: hyakushiki_thebest / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da Cão Cidadão.

Gatos domésticos são animais sociais, apesar do entendimento amplamente difundido em contrário. São capazes de uma ótima convivência com animais de outras espécies, inclusive o ser humano e também com outros gatos. Mas, a introdução de um novo membro ao grupo de gatos pode ser estressante, caso os felinos se sintam desconfortáveis, podendo até ocorrer ataques. Assim, é preciso muita paciência no processo de habituação, que pode realmente demorar.

Antes de apresentá-los, o ideal é deixar o novo gatinho em um cômodo da casa, sem acesso aos demais (gatos e cômodos), para que ele se habitue com os sons e objetos do novo ambiente. É importante disponibilizar água, comida e caixa de areia para todos. Acostumar-se ao odor dos outros membros da colônia é um passo importante na habituação dos gatos, já que a linguagem odorífera é muito importante para eles. Daí a necessidade de habituação com os odores dos felinos, que deverão conviver juntos. Assim, durante esse estágio, deve-se esfregar regularmente cada um dos gatos com uma flanela e deixar esses paninhos embaixo do pratinho de comida do outro gato, para que eles já associem o cheiro dos demais com algo prazeroso (a hora de comer).

A utilização de feromônios sintetizados artificialmente pode ser muito eficaz no processo de habituação de um novo gato ao ambiente. O Felifriend® presta-se exatamente a esse propósito, mas, infelizmente, esse produto ainda não é fabricado no Brasil.

Quando perceber que o gato (ou gatos), que já morava na casa, está apresentando seu comportamento normal e se mostrando curioso e confortável em relação aos sons do novo hóspede no cômodo dele, é hora de aproximá-los. Antes disso, seria interessante trocá-los de cômodo: ainda sem se verem, deixar o gato mais antigo no quarto do novo habitante, para que ele explore todos os cheiros deixados, e fazer o mesmo com o novo gato, deixando-o livre para explorar os demais cômodos da casa (ainda sem se verem!).

A aproximação efetiva pode ser feita por uma fresta da porta ou mesmo através de um portão telado, para que eles se vejam, mas ainda sem conseguirem se tocar. Uma barraca como a da foto abaixo também pode ser uma boa solução para ambientação do novo gato com os demais, garantindo-se a segurança de todos.

Outra opção é usar caixas de transporte, colocadas perto uma da outra, para que os gatos possam se ver. É importante sempre avaliar o nível de estresse e insegurança de todos os envolvidos: se constatado que o estímulo está alto demais e algum deles não está se sentindo confortável, deve-se recuar. Utilizar ração úmida para gatos neste momento é uma boa opção para uma associação positiva entre eles. Ou seja, enquanto estão no mesmo ambiente, pode-se oferecer a guloseima. Lembrando que, caso um dos gatos não aceite nem a comidinha deliciosa, significa que não está ainda confortável com a situação.

Só é conveniente soltá-los no mesmo ambiente quando todas as etapas acima forem seguidas e tiver sido constatado que todos estão confortáveis. A utilização de coleiras peitorais, próprias para gatos (desde que já estejam habituados ao uso deste acessório), ajuda, e muito, no controle em caso de ataques.

Finalmente, para que a convivência seja harmoniosa, é importante para os gatos que, no ambiente onde vivem, se sintam seguros e no controle das fontes de sobrevivência (caixas de areia, água e comida). Isso fará com que não tenham necessidade de manter o controle forçado sobre essas fontes, muitas vezes usando de agressividade. Nesse sentido, é relativamente comum que um gato se sinta intimidado ao usar a caixa de areia ou tomar água e comer quando outro mais dominante fica à espreita, observando-o.

Por isso, no que diz respeito às caixas de areia, o ideal é oferecer, no mínimo, uma caixa a mais que o número de gatos da casa, e deixá-las à disposição em locais estratégicos, preferencialmente em lugares onde se perceba que cada um dos gatos prefere se aliviar. Além disso, vários potes de água fresca e/ou fontes de água, locais tranquilos para cada um se alimentar, prateleiras para que possam escalar e esconderijos onde possam ficar quando assim desejarem.

Tomando esses cuidados, a tendência é que a habituação seja um sucesso e todos possam viver em harmonia daí para frente!

Dicas de comportamento: Convivência entre gatos e crianças

Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND
Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão.

Apesar de um grande (e infundado) preconceito que muitas pessoas ainda têm com relação à convivência entre crianças e pets, especialmente gatos, a experiência do dia a dia tem demonstrado que muitos pontos positivos podem ser extraídos dessa coexistência. Logicamente que alguns cuidados devem ser tomados, visando o bem-estar de ambos – crianças e gatos – sempre com uma boa dose de paciência e sensibilidade.

Os gatos são animais sociais, plenamente capazes de estreitarem laços com outras espécies, inclusive com os mini-humanos, ou melhor, com as crianças. Mas, nunca é demais lembrar que os felinos que nos fazem companhia tendem a sentir medo e insegurança diante de situações perigosas ou estranhas do ponto de vista deles. Nesse sentido, é importante ter em mente uma característica intrínseca dos gatos: só costumam atacar quando se sentem acuados e não possuem uma rota de fuga. Se sentem medo ou insegurança, a primeira reação é fugir e buscar abrigo, mas raramente atacar.

Essa é, portanto, a primeira regra de ouro para uma convivência saudável entre gatos e crianças: a essas últimas deve ser ensinado que os gatos não são como brinquedos, não gostam de ser agarrados à força, nem tampouco de serem perseguidos o tempo todo. Mas, certamente, as crianças vão sempre procurar a companhia daquele bicho fofo e elegante, mais ainda se puderem tocá-lo. Para que a experiência seja agradável ao gato, o ideal é ensinar às crianças como chamar o gato, ao invés de agarrá-lo. O ideal é permitir à criança dar ao bichano um petisco gostoso ou uma guloseima apetitosa sempre que o gatinho atender a um chamado. Ração úmida para gatos, dada com uma colher, costuma cumprir muito bem esse papel!

Além disso, é importante ensinar a criança a brincar com o gatinho. Os felinos adoram deixar aflorar seu instinto caçador e, muitas vezes, mãos e pés dos humanos se tornam a “caça” preferida! Para evitar arranhados e machucados, deve-se ensinar à criança a sempre brincar com o gato com um brinquedo, oferecendo, por exemplo, um bicho de pelúcia para que seja a “vítima” dos abraços do vigoroso caçador!

Ainda tratando da questão das mordidas e arranhaduras, vale mencionar que gatos filhotes podem apresentar o que se denomina agressividade lúdica, que consiste, justamente, em utilizar as garras e os dentes para brincar com tudo e todos que enxergam pela frente. A melhor forma de evitar que as pernas das crianças se tornem um alvo de brincadeiras é proporcionar atividades interessantes ao gato que podem, inclusive, ter as crianças por perto para ocorrerem. Um exemplo são jogos com bolinhas de pingue-pongue ou de papel, que os gatos adoram perseguir, ou luz de laser nas paredes (tomando muito cuidado para não apontar para os olhos do bichano e causar algum dano; deve ser sempre uma brincadeira executada por adultos), que proporcionarão muitas risadas nos pequenos diante dos saltos dos gatos! Quanto mais atividade o gato tiver, com locais altos para escalar e explorar, menos necessidade terá de exercitar seus dotes de caçador nas mãos e pés das pessoas.

Vale lembrar, também, que a chegada de um bebê a uma família com um gatinho pode causar estresse ao felino. Para evitar que aquele antes querido e companheiro pet se torne desconfiado e passe boa parte do tempo escondido, é importante fazê-lo associar, sempre, o nenê a coisas positivas. Assim, quando o baby estiver por perto, somente consequências agradáveis devem surgir para o gato, como comidas gostosas, atenção e brinquedos de que ele goste muito.

Em qualquer situação, é sempre importante respeitar o tempo e espaço do gato. Caso ele esteja demorando a se enturmar com bebês ou crianças, deve-se ter paciência e persistência nas associações positivas, para que estas possam realmente surtir o efeito desejado.Finalmente, um cuidado rotineiro que pode fazer toda a diferença é manter as unhas dos gatos sempre aparadas, para que eventuais brincadeiras não gerem arranhões nas crianças.

Seguindo essas dicas, a convivência entre gatos e crianças da família tende a ser uma experiência muito rica e prazerosa para todos!

A importância da socialização para o gato

Photo credit: Cats 99 / Foter / CC BY
Photo credit: Cats 99 / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da Cão Cidadão.

Atualmente, os gatos vêm se tornando companhia cada vez mais presente nos lares brasileiros. Ainda perdem em número para os caninos, mas é crescente o número de pessoas desse imenso país que vêm se apaixonando pela companhia cativante desse ronronante animal de estimação.

Esse aumento acaba gerando, também, mudança na mentalidade das pessoas quanto à forma com que abrigam os felinos de estimação. Especialmente nos grandes centros urbanos, vem sendo afastada a ideia de que os gatos domésticos devem ter vida livre, ou seja, podem ir e voltar para casa, a seu bel prazer. É indiscutível que criar um gato dessa forma aumenta as chances de acidentes e morte prematura, razão pela qual vem sendo difundindo que aos gatos não se deve permitir sair livremente, mas sim serem mantidos em nossos lares, protegidos dos perigosos agentes externos. Mas, por outro lado, gatos criados nessas condições podem acabar sendo privados, durante toda a vida, do convívio saudável com outros de sua espécie, cães e seres humanos em geral.

Gatos, por natureza, são animais retraídos, que costumam se sentir mais confiantes com pessoas e ambientes conhecidos, ou seja, onde detenham o controle do ambiente. Ora, privar um gatinho do convívio com companheiros de sua espécie, bem como outros animais e seres humanos pode prejudicar, no futuro, sua adaptação a situações, locais e pessoas diferentes, gerando alto grau de estresse toda vez que for obrigado a se deparar com circunstâncias diferentes daquelas a que esteja habituado.

Assim, uma medida essencial para garantir ao gato uma vida adulta sem grandes sobressaltos quando deparado com novas realidades, é providenciar uma boa socialização na fase de filhote. Isso significa permitir a esse filhote que seja apresentado ao maior número possível de pessoas e animais diferentes, sempre de forma positiva, objetivando fazê-lo se acostumar mais facilmente a essas novidades. No período de socialização, todos os laços afetivos (com animais da mesma ou de diferentes espécies) são formados e, por esse motivo, constitui-se no período mais importante na vida do gato.

A chamada fase de socialização primária é bastante curta nos filhotes de felinos domésticos, ocorrendo, em média, da 2ª a 9ª semana de vida do bichano. Nem sempre é possível que o gatinho que iremos adotar esteja em casa dentro desse período. Mas, caso seja possível conhecê-lo durante essa fase (mesmo que esteja ainda com a mãe), é importante prezar por um bom trabalho de socialização.

E o que significa fazer um bom trabalho de socialização? Essa tarefa consiste em permitir ao filhote vivenciar o maior número de experiência envolvendo várias pessoas diferentes, outros gatos e animais (como cães e pássaros). E isso deve envolver, sempre, manuseio gentil e bastante frequente dos filhotes, que deve ser recompensado por todos os comportamentos amigáveis que demonstrar. Essa recompensa pode consistir em ração úmida para filhotes, que eles costumam adorar! Gatos manuseados por vários seres humanos na fase de socialização primária costumam ser muito menos arredios a pessoas, se comparados àqueles que tiveram pouco contato com humanos na fase de socialização.

Um bom exemplo de trabalho de socialização entre filhotes de gatos e crianças é colocar um pouco de ração úmida numa colher e deixar que a criança vá oferecendo ao gatinho, enquanto brincam. Da mesma forma com pessoas que tenham contato com o gatinho, que deve ser pego no colo e acariciado gentilmente.

Prezar por uma boa socialização permitirá que o gatinho se torne facilmente adaptável a presença de seres humanos, sendo receptível às visitas que chegam ao seu “território”. Assim, tenderá a se mostrar tranquilo e receptivo sempre que pessoas novas visitem a casa da família, sem que esta experiência se torne algo amedrontador e o faça se esconder em um cômodo até que os “invasores” deixem o ambiente…

Dessa forma, conclui-se que fazer um bom trabalho de socialização com um filhote de gato que acaba de chegar ao novo lar é essencial para que se torne um adulto equilibrado e facilmente adaptável a novas pessoas e animais, sem que tal fato seja sinônimo de alto nível de estresse, tornando a convivência mais harmônica para todos!

Mitos e verdades sobre o convívio com gatos durante a gravidez

Photo credit: fragment.fi / Foter / CC BY
Photo credit: fragment.fi / Foter / CC BY

Por Katia de Martino, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Trata-se de um assunto muito polêmico e é de extrema importância desmitificá-lo. Muitos médicos pedem para as grávidas não conviverem com felinos durante a gravidez, pois o gato é o principal transmissor da toxoplasmose. Essa “recomendação médica” acaba sendo responsável por muitos casos de abandono desses animais.

Mas, será que essa atitude extrema é mesmo necessária? Os gatos podem, sim, transmitir a toxoplasmose, mas a doença só é transmitida através das fezes desses animais. Ou seja, a pessoa teria que ingeri-las para contrair a doença. Além disso, as fezes precisam estar em uma condição ideal de temperatura e por, no mínimo, dois dias no ambiente para que o oocisto (ovo da toxoplasmose) fique esporulado (só nesse estágio é que a pessoa contrai a doença). Portanto, um simples contato com o animal, com seu pelo ou até mesmo com as fezes ‘’frescas’’ são insuficientes para que qualquer pessoa contraia a doença.

Nossos amigos podem ser hospedeiros da doença caso comam carnes cruas de peixes, aves e outros. Portanto, cuide da alimentação de seu bichano. Dê apenas alimentos industrializados, como ração. Com isso, você evita que ele seja um hospedeiro.

A via mais frequente de transmissão da toxoplasmose para os seres humanos ocorre por meio da ingestão de carne crua ou mal cozida, além de verduras mal lavadas. Portanto, a melhor maneira de evitarmos a infecção é termos muita higiene, seja com o gato ou com a alimentação.

Espero contribuir para a diminuição dos casos de abandono causados pela falta de esclarecimento. Com alguns cuidados simples é perfeitamente possível que grávidas continuem convivendo com seus “bichanos”.

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