Dicas para viajar com o gato

Photo credit: Team Erin Sucks / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Team Erin Sucks / Foter / CC BY-SA

Por Malu Araújo, adestradora da Cão Cidadão. 

Vai viajar nessas férias e o seu gatinho vai te acompanhar? Primeiro, faça uma consulta com o veterinário, para verificar o estado de saúde do animal e deixar as vacinas em dia.

Vai viajar de carro?

O seu gato deve se acostumar a sair de carro, então, sempre que possível, leve-o com você em trajetos curtos. Assim, quando for para ele passar mais tempo no veículo, já estará adaptado.

O animal também deve viajar com segurança. Nunca o deixe solto no carro. Leve-o na caixinha de transporte, evitando, assim, um acidente, caso ele pule em você ou tente sair pela janela. Dessa forma, você garante a sua segurança e a dele também.

A caixa deve deixar o gato confortável. Ela precisa ser arejada, para que ele fique tranquilo durante o trajeto. O animal deve estar acostumado a usá-la antes de viajar também – mesmo gatos muito tranquilos podem ficar estressados em ambientes diferentes.

Faça algumas pausas durante o caminho. Deixe o animal relaxar um pouco e sair do carro, mas sempre use uma coleira para que ele não tente fugir. Não se esqueça também de deixá-lo devidamente identificado com uma plaquinha na coleira, na qual conste o seu telefone. Procure sempre as paradas onde animais sejam bem-vindos. Ofereçam água durante esses intervalos.

Vai viajar de avião?

Verifique com antecedência com a companhia aérea as regras de como transportar seu gatinho, se ele pode ir com você na cabine ou se ele terá viajar no bagageiro. Veja também a documentação necessária para a viagem, como carteira de vacinação, atestado de saúde, etc. Algumas empresas também têm regras com relação ao tamanho da caixa de transporte. Preparando-se antes, o passeio será agradável a todos.

Lembre-se de que, além de deixar o seu gato identificado, você também deverá identificar a caixa de transporte dele. Coloque seu nome, endereço, telefones para contato, cidade, estado, além de algum telefone de emergência ou de algum amigo ou familiar.

Bagagem

Viajando de carro ou de avião, não importa: faça as malas do gatinho também. Não se esqueça de levar os potes para água e comida, os brinquedos que ele gosta, a ração e petiscos. Leve também o atestado de saúde e a carteirinha de vacinação.

Tente não dar comida para o gato seis horas antes da viagem, para evitar enjoos. Caso seja necessário, somente o médico veterinário deverá fazer a aplicação de algum tranquilizante. Nunca o medique sozinho.

Se a viagem for para o exterior, é necessário ir ao Ministério da Agricultura retirar um Certificado Zoo Sanitário Internacional e consultar, no consulado do país de destino, quais são as exigências necessárias para a entrada do pet.

Fonte:PetShop Magazine.

Hora do banho

Photo credit: Raelene G / Foter / CC BY
Photo credit: Raelene G / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora da Cão Cidadão.

O processo pode ser menos complicado se os treinos forem iniciados desde cedo, quando o gato ainda é um filhotinho.

O banho deve ser algo agradável e gostoso, então, cuidado com a temperatura da água. Prepare uma bacia com uma borracha de EVA no fundo, para evitar que ele escorregue. Não deixe a bacia muito cheia de água e não dê o banho se você estiver com pressa, pois, o ideal é ter tempo para acostumá-lo aos poucos. Não tente secá-lo com o secador, pois essas coisas podem assustá-lo muito. Faça tudo com calma, já que você quer que ele goste de tomar banho.

Apresente-o primeiro a tudo que possa envolver o momento do banho. Comece por pequenas etapas: faça com que ele se habitue ao som do secador, com ele ligado em outro ambiente, depois, com calma, aproxime-o do seu gato, nunca direcionando o jato para a cara dele, para não assustá-lo. Faça carinho nele com a toalha, deixe que ele sinta o cheiro dos produtos que você vai usar, como o xampu; use a escova para fazer carinho bem devagar. Procure sempre associar esses momentos com algo agradável, oferecendo um petisco, brincando, fazendo carinho e falando com ele com um tom de voz suave.

Outra opção é dar preferência aos dias mais quentes e secar bem o gatinho com a toalha. Depois, deixe que ele termine de se secar com o calor do sol, principalmente se o gato apresentar muita resistência ao secador. Depois que o seu gato já estiver mais habituado com os objetos, sons e tudo o que envolve esse momento, você pode dar um banho completo nele.

Organize-se! Um dia antes você pode cortar as unhas do gato. Você também pode escová-lo antes de dar banho, o que evita que ele solte muito pelo.

Proteja o ouvido dele com um chumaço de algodão. Tome cuidado também com os olhos e nariz: não jogue água diretamente nesses locais.

Use sempre produtos recomendados pelo médico veterinário.

Fonte: PetShop Magazine.

Compulsão em gatos

Photo credit: Josh Antonio / Foter / CC BY
Photo credit: Josh Antonio / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora da Cão Cidadão.

Classificamos como compulsão, comportamentos repetitivos, que não possuem motivo aparente ou objetivo. Se lamber muito, miar em excesso, arrancar pelos, andar em círculos e comer tecidos podem ser alguns exemplos de comportamentos compulsivos. Se lamber, miar, entre outras ações são comportamentos normais dos gatos, porém, o que chamamos de compulsão é o excesso.

A compulsão pode aparecer por diversos motivos: uma reforma barulhenta e fluxo de pessoas no ambiente, aos quais o gato não está acostumado; pela presença de outro animal; por situações que acontecem e que deixam o gato muito ansioso ou estressado. Existe também o fator genético e, nesse caso, o ideal é não permitir que um gato compulsivo se reproduza, pois a chance dos filhotes apresentarem os mesmos comportamentos é alta.

A sociabilização do gato é a melhor forma de evitar que comportamentos compulsivos apareçam. Apresentá-lo para pessoas, sons, cheiros, e sempre de uma forma agradável, associando essas situações a um petisco ou um carinho, pode fazer com ele se habitue às possíveis mudanças que ocorrerão durante a vida. Tratar é mais complicado do que prevenir, portanto, faça uma sociabilização com seu bichano.

Parar ou interromper uma compulsão nem sempre é o melhor a se fazer, pois pode fazer com que o gato deixe de apresentar determinado comportamento e parta para outro, que pode ser pior. A interrupção da compulsão só deve ser feita se o que o animal faz for muito perigoso para ele – se está causando algum tipo de machucado ou no caso de ele estar comendo algum objeto, por exemplo.
Conversar sobre o que está acontecendo com o veterinário é sempre válido. Em alguns casos, é necessária a introdução de medicamentos e feromônio.

Evite expor o gato a situações de estresse. Se ele tem medo de pessoas e você vai oferecer um jantar, deixe um cômodo da casa para ele e não permita que as pessoas entrem lá sem motivo. Você adotou um novo amigo, então, conte com a ajuda de um profissional de comportamento para auxiliar na interação entre eles.

Ofereça também alternativas para o gato gastar energia. Brinquedos interativos e jogos são um excelente estímulo mental e uma forma de atividade para ele. Brincadeiras em que ele possa “caçar” a comida são ótimas.

Proporcionar uma rotina previsível para o gato influenciará na mudança comportamental dele.

Fonte: PetShop Magazine.

Cuidados com a caixa higiênica

Photo credit: René (and then some) / Foter / CC BY
Photo credit: René (and then some) / Foter / CC BY

Por Malu Araújo, adestradora da Cão Cidadão. 

O bichano deve se sentir confortável para usá-la, pois, caso não esteja, poderá urinar e defecar em locais inapropriados. Ou ainda, utilizar o banheiro menos vezes do que é recomendado, o que pode ocasionar problemas de saúde!

O ideal é oferecer uma caixa a mais do que a quantidade de gatos que há na casa, ou seja, se você tem um gato, deve ter duas caixas. Se tem dois gatos, deve proporcionar a eles pelo menos três caixas higiênicas. Outra dica é não colocar a caixa em locais que possam deixá-lo desconfortável, por exemplo, um lugar muito barulhento, que pode ser próximo à máquina de lavar ou da janela da casa, se sua rua for muito movimentada.

Também não a deixe perto da água, comida ou do local onde o gato dorme. A caixa pode ficar no chão ou em um local mais alto, e a frequência de uso do bichano é o que vai indicar para você a preferência dele.

Faça, ainda, testes com relação ao tipo de areia que será usado. Muitas delas têm um preço mais econômico ou certa facilidade de limpeza, mas, a “opinião” do gato é muito importante e deve ser levada em consideração. Assim, você vai evitar que ele, por não gostar do material usado, deixe de usar a caixa e faça as necessidades em local errado.

As caixas também não devem ficar muito sujas. Os gatos são higiênicos e evitam usar o banheiro, caso ele esteja muito sujo.

Cuidado com o produto que será usado para a limpeza da caixa: os que possuem o cheiro muito forte podem afastar o bichano.

Não se esqueça, também, de trocar periodicamente a areia. Com o tempo, ela pode ficar com odor e afastar o pet.

Fonte: PetShop Magazine.

Gatos: criação indoor

Photo credit: Takashi(aes256) / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Takashi(aes256) / Foter / CC BY-SA

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Vou me valer da sessão Adestrando Gatos – até porque este é um tema recorrente com clientes que são donos de gatos – para trazer à tona um assunto cada vez mais comentado entre aqueles que adoram a convivência com bichanos: sua criação indoor.

Essa denominação – criação indoor – significa manter os gatos dentro de casa, sem acesso livre à rua para os tão conhecidos “passeios”.

A polêmica toda surge quando se analisa a situação sob o ponto de vista do comportamento dos gatos, caçadores natos, que têm em sua carga genética um forte instinto exploratório e predatório.

Por este motivo, muitos entendem que, para garantir seu bem estar, deve ser-lhes dado a oportunidade de saírem para caçar, caminhar, estar com outros gatos e voltarem quando quiserem.

Aliás, essa era a mentalidade de “criação” de gatos há uma ou duas gerações atrás e que ainda prevalece em cidades de menor porte. A questão é que há fatores muito importantes a serem considerados quando se analisa a forma de criação dos gatos domésticos.

Não restam dúvidas, atualmente, de que permitir acesso livre dos gatos à rua é prejudicial e muito perigoso.

Na rua, os gatos estão sujeitos a atropelamentos, brigas com outros gatos, ataques de cães. Sem contar que a figura do gato ainda é vista por muitos como algo ruim, não sendo, infelizmente, animais que despertam tanta compaixão como os cães. Assim, os relatos de maus-tratos são rotineiros, com situações bastante revoltantes.

Sem contar o risco de serem contaminados com FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) e FELV (Vírus da Leucemia Felina), doenças graves e que podem ser contraídas através de contato com gatos desconhecidos e que estejam doentes.

Finalmente, mas não menos importante, temos a questão de cruza sem controle, no que diz respeito a gatos não castrados com acesso à rua. Neste sentido, filhotes indesejados geram mais abandono.

Por outro lado, estando claros os motivos pelos quais a criação indoor é a melhor alternativa para aqueles que querem uma convivência feliz com seu gato, resta tratar de todas as alternativas necessárias para garantir total bem estar ao pet quando criado sem acesso à rua.

Neste sentido, o que se denomina enriquecimento ambiental é primordial para garantir o total bem estar dos bichanos e consiste em deixar a casa repleta de atividades voltadas para as características comportamentais dos gatos. Veja algumas dicas simples, mas que fazem toda a diferença:

– gatos adoram escalar e “controlar” o ambiente do alto.
Assim, vale investir em prateleiras, fixadas de modo a permitir que os gatos subam e possam “andar nas alturas”. Esta providência simples também garante que façam exercício físico.

– a forma de oferecer a alimentação pode sugerir caça.
Deixar comida à disposição o dia todo num potinho não é a melhor opção no quesito alimentação.

Já se sabe que os gatos devem, para manter sua saúde física, fazer várias pequenas refeições durante o dia.
Assim, o ideal é permitir que estes momentos se assemelhem ao máximo com situações de caça. Aqui, vale esconder ração em cantinhos, usar brinquedos que liberam comida e colocar pequenas porções em prateleiras, no alto.

– proporcionar plataformas para incentivar os instintos de alongar e afar.
Garantir que tenham à disposição arranhadores, para que possam se alongar e afiar as unhas.

– oferecer brinquedos interativos e muita ação.
Utilizar bolinhas que pulam, lazer, bolinhas de ping-pong e ratinhos de brinquedo com catnip, para estimular o instinto de caça dos gatos.

Garantir que tenham “sucesso” na caça também é recomendável, ou seja, o final de cada sessão de brincadeira deve terminar com a degustação de um petisco bem gostoso!

Além do enriquecimento ambiental, no momento em que é feita a opção por ter um gato como companhia, vale muito considerar a hipótese de ter dois e trazê-los juntos para casa. Se forem filhotes da mesma idade, melhor ainda, já que se acostumarão um ao outro desde cedo. Com a companhia de outro felino, a rotina será muito mais ativa, já que as brincadeiras felinas estarão garantidas!

As janelas da casa ou apartamento devem ser teladas, para evitar fugas e/ou quedas, garantindo total segurança aos gatos, mas também para permitir que eles tenham acesso visual aos estímulos externos, assim como a banhos de sol, muito valorizados pelos bichanos durante o dia.

Todas essas dicas, se seguidas pelos donos de gatos, garantem a estes uma vida saudável do ponto de vista mental, já que são respeitadas suas características comportamentais e também os mantêm seguros de situações perigosas, que podem levar a muito sofrimento.

Como lidar com a compulsão em gatos

Photo credit: Wolfgang Lonien / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Wolfgang Lonien / Foter / CC BY-SA

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Gatos e outros pets podem apresentar determinados comportamentos, sem razão efetiva de ser, denominados compulsivos. Nos seres humanos, esse tipo de distúrbio é mais conhecido como obsessivo-compulsivo, bastante estudado e debatido no âmbito da Psicologia.

Nos animais de estimação, inclusive gatos – foco deste texto – a chamada compulsão pode ser definida como a adoção de comportamentos repetitivos, sem motivo aparente e não vantajosos, que podem, inclusive, levar o bichano a se ferir. São exemplos que costumam ser relatados pelos proprietários: marcha em círculo, ficar paralisado, olhar fixamente para sombras/paredes, ataque à cauda, auto-higiene exagerada, sucção de pelos, ingestão de itens não alimentares, lambedura de objetos ou dos proprietários, e autolambedura excessiva.

Importante destacar que os comportamentos acima descritos, para serem considerados como compulsivos, devem ser apresentados de forma crônica e bastante evidente. Assim, como saber se determinado comportamento do gato pode ser considerado, efetivamente, como compulsão?

Antes de mais nada, é preciso buscar ajuda de um médico veterinário de confiança. Esse profissional fará toda a avaliação necessária para descartar alguma condição clínica, como possível deflagrador do comportamento. Por exemplo: um gato que esteja se lambendo excessivamente, muito além do que seria o normal para a higiene diária, pode estar com algum problema dermatológico que gera desconforto.

Assim, caso seja diagnosticado algum quadro clínico, é necessário que a condição seja devidamente tratada. Mas, na hipótese dos exames clínicos descartarem qualquer sinal de doença ou problema de saúde, é necessário tomar as medidas para a modificação comportamental.

Agora, por quais motivos um gato pode se tornar compulsivo? Inicialmente, sabe-se que há um forte componente genético herdado, que interfere na parte neuroquímica cerebral. Aliado a esse fato, comportamentos compulsivos podem surgir em razão de estresse excessivo, tais como conflitos, frustração constante e falta de escapes para a apresentação dos comportamentos normais de felinos.

Situações como estimulação mental e física insuficiente, alterações drásticas na rotina, exposição a situações que, rotineiramente, geram medo, ansiedade, conflito ou frustração, podem deflagrar compulsões que, ao longo do tempo, podem se tornar mais duradouros e frequentes.

Dessa forma, quando diagnosticado o comportamento compulsivo, uma das medidas é promover enriquecimento ambiental para o gato, ou seja, proporcionar atividades com as quais ele possa se entreter bastante e que sejam adequadas às necessidades da espécie felina. Exemplo: gatos, que são caçadores por natureza e precisam dar vazão a esse comportamento, podem ser estimulados através de brinquedos que liberam comida; área segura e confortável (de preferência em local alto, a ser escalado), onde ele possa observar o ambiente; adestramento; brinquedos que podem ser perseguidos e golpeados.

É também importante proporcionar ao bichano oportunidade para extravasar sua energia com atividades físicas, especialmente em situações que eles possam escalar e “caçar” sua comida.

É fundamental verificar se o ambiente e o relacionamento do gato com o dono estão adequados para o comportamento da espécie.

Gatos submetidos a mudanças drásticas no ambiente e/ou rotina em que vivem podem ficar bastante ansiosos e, consequentemente, estressados. Assim, proporcionar uma rotina previsível ajudará na modificação comportamental.

Em muitos casos em que o comportamento compulsivo compromete o bem-estar físico do gato, pode ser necessária a utilização de medicação específica, a ser prescrita por médico veterinário de confiança, visando auxiliar na terapia comportamental.

De toda forma, com paciência e compreensão do problema, é possível controlar um comportamento compulsivo apresentado pelo gato e garantir ao pet uma vida saudável e livre de desconforto!

Cães e gatos podem ser amigos?

Photo credit: gchampeau / Foter / CC BY
Photo credit: gchampeau / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da Cão Cidadão.

Quem nunca ouviu o velho ditado “brigam como cão e gato…”? Pois é, apesar do ainda tão corrente mito de que o cão e o gato não podem se dar bem, uma convivência harmoniosa é possível, sim! As duas espécies podem se tornar bons amigos!

Uma boa dica para que essa se torne uma realidade fácil de ser alcançada, em qualquer época da vida do cão ou do gato, é permitir que eles tenham contato com a outra espécie na fase de sociabilização primária, ou seja, quando filhotes – nos gatos, essa fase vai da 3ª a 8ª semana de vida, e nos cães, até o 85º dia de vida. Nesse período, em que todas as experiências vividas ficarão marcadas, é importante que os filhotes sejam apresentados a outras espécies, de forma positiva e sempre zelando pela segurança, para que, na fase adulta, essa eventual convivência possa se tornar algo que o cão ou gato já tenham vivenciado.

Essa é, portanto, a melhor forma de ter sucesso na aproximação entre o cão e o gato, mesmo na fase adulta: permitindo que o filhote possa ter essa experiência ainda na tenra idade! Mas, e se por acaso, quando filhote, o cão ou gato não tenha sido apresentado a algum indivíduo da outra espécie? É impossível que vivam juntos? Não, mas pode ser necessário mais tempo e paciência para que a aproximação seja feita com sucesso.

Nesse caso, o ponto mais importante a ser levado em consideração quando se quer aproximar um cão e um gato que antes não se conheciam, é tornar a experiência positiva para ambos. Um cão que nunca teve contato com felinos pode ter despertado seu instituto predatório ao se deparar com um bichano correndo à sua frente. Tal situação, certamente,
seria muito estressante para o gato.

Assim, se for o caso de introduzir um cão em uma casa que já tinha um gato, ou vice-versa, o ideal é fazer a aproximação de forma gradual, sem estresse excessivo para nenhum dos dois. Para tanto, o ideal é que o bichano seja mantido dentro de uma caixa de transporte, a qual já esteja acostumado, e o cão, contido na guia.

Utilizar petiscos que o cão e o gato gostem bastante vai ajudar nessa fase, para associação positiva da presença do outro e, também, para que seja possível perceber se algum deles está ansioso demais – a falta de interesse em algo que, normalmente, despertaria o apetite, pode indicar que o estímulo está muito alto, ou seja, a distância entre os dois deve ser aumentada.

A caixa de transporte só deve começar a ficar aberta quando ambos, cão e gato, demonstrarem já estarem habituados à presença um do outro.

Nessa fase, ainda é importante manter o cão na guia, para que seja preservada a segurança. Ambos devem ser bastante recompensados quando estiverem calmos e demonstrando tranquilidade na presença do outro.

O importante é sempre prezar pelo bem-estar de ambos e se certificar de que a situação não está estressante demais. Os dois só devem ser deixados livres para circular quando não houver sinais de estresse ou tentativas de ataques mútuos.

Esse treinamento pode demorar ou não, tudo depende das reações do gato e do cão. Não se deve hesitar em contatar um profissional especializado em comportamento animal, caso o treinamento não evolua ou algum dos dois esteja demonstrando excitação ou ansiedade excessiva.

Introduzindo um novo gato ao grupo

Photo credit: hyakushiki_thebest / Foter / CC BY
Photo credit: hyakushiki_thebest / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da Cão Cidadão.

Gatos domésticos são animais sociais, apesar do entendimento amplamente difundido em contrário. São capazes de uma ótima convivência com animais de outras espécies, inclusive o ser humano e também com outros gatos. Mas, a introdução de um novo membro ao grupo de gatos pode ser estressante, caso os felinos se sintam desconfortáveis, podendo até ocorrer ataques. Assim, é preciso muita paciência no processo de habituação, que pode realmente demorar.

Antes de apresentá-los, o ideal é deixar o novo gatinho em um cômodo da casa, sem acesso aos demais (gatos e cômodos), para que ele se habitue com os sons e objetos do novo ambiente. É importante disponibilizar água, comida e caixa de areia para todos. Acostumar-se ao odor dos outros membros da colônia é um passo importante na habituação dos gatos, já que a linguagem odorífera é muito importante para eles. Daí a necessidade de habituação com os odores dos felinos, que deverão conviver juntos. Assim, durante esse estágio, deve-se esfregar regularmente cada um dos gatos com uma flanela e deixar esses paninhos embaixo do pratinho de comida do outro gato, para que eles já associem o cheiro dos demais com algo prazeroso (a hora de comer).

A utilização de feromônios sintetizados artificialmente pode ser muito eficaz no processo de habituação de um novo gato ao ambiente. O Felifriend® presta-se exatamente a esse propósito, mas, infelizmente, esse produto ainda não é fabricado no Brasil.

Quando perceber que o gato (ou gatos), que já morava na casa, está apresentando seu comportamento normal e se mostrando curioso e confortável em relação aos sons do novo hóspede no cômodo dele, é hora de aproximá-los. Antes disso, seria interessante trocá-los de cômodo: ainda sem se verem, deixar o gato mais antigo no quarto do novo habitante, para que ele explore todos os cheiros deixados, e fazer o mesmo com o novo gato, deixando-o livre para explorar os demais cômodos da casa (ainda sem se verem!).

A aproximação efetiva pode ser feita por uma fresta da porta ou mesmo através de um portão telado, para que eles se vejam, mas ainda sem conseguirem se tocar. Uma barraca como a da foto abaixo também pode ser uma boa solução para ambientação do novo gato com os demais, garantindo-se a segurança de todos.

Outra opção é usar caixas de transporte, colocadas perto uma da outra, para que os gatos possam se ver. É importante sempre avaliar o nível de estresse e insegurança de todos os envolvidos: se constatado que o estímulo está alto demais e algum deles não está se sentindo confortável, deve-se recuar. Utilizar ração úmida para gatos neste momento é uma boa opção para uma associação positiva entre eles. Ou seja, enquanto estão no mesmo ambiente, pode-se oferecer a guloseima. Lembrando que, caso um dos gatos não aceite nem a comidinha deliciosa, significa que não está ainda confortável com a situação.

Só é conveniente soltá-los no mesmo ambiente quando todas as etapas acima forem seguidas e tiver sido constatado que todos estão confortáveis. A utilização de coleiras peitorais, próprias para gatos (desde que já estejam habituados ao uso deste acessório), ajuda, e muito, no controle em caso de ataques.

Finalmente, para que a convivência seja harmoniosa, é importante para os gatos que, no ambiente onde vivem, se sintam seguros e no controle das fontes de sobrevivência (caixas de areia, água e comida). Isso fará com que não tenham necessidade de manter o controle forçado sobre essas fontes, muitas vezes usando de agressividade. Nesse sentido, é relativamente comum que um gato se sinta intimidado ao usar a caixa de areia ou tomar água e comer quando outro mais dominante fica à espreita, observando-o.

Por isso, no que diz respeito às caixas de areia, o ideal é oferecer, no mínimo, uma caixa a mais que o número de gatos da casa, e deixá-las à disposição em locais estratégicos, preferencialmente em lugares onde se perceba que cada um dos gatos prefere se aliviar. Além disso, vários potes de água fresca e/ou fontes de água, locais tranquilos para cada um se alimentar, prateleiras para que possam escalar e esconderijos onde possam ficar quando assim desejarem.

Tomando esses cuidados, a tendência é que a habituação seja um sucesso e todos possam viver em harmonia daí para frente!

Dicas de comportamento: Convivência entre gatos e crianças

Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND
Photo credit: mamaloco / Foter / CC BY-ND

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão.

Apesar de um grande (e infundado) preconceito que muitas pessoas ainda têm com relação à convivência entre crianças e pets, especialmente gatos, a experiência do dia a dia tem demonstrado que muitos pontos positivos podem ser extraídos dessa coexistência. Logicamente que alguns cuidados devem ser tomados, visando o bem-estar de ambos – crianças e gatos – sempre com uma boa dose de paciência e sensibilidade.

Os gatos são animais sociais, plenamente capazes de estreitarem laços com outras espécies, inclusive com os mini-humanos, ou melhor, com as crianças. Mas, nunca é demais lembrar que os felinos que nos fazem companhia tendem a sentir medo e insegurança diante de situações perigosas ou estranhas do ponto de vista deles. Nesse sentido, é importante ter em mente uma característica intrínseca dos gatos: só costumam atacar quando se sentem acuados e não possuem uma rota de fuga. Se sentem medo ou insegurança, a primeira reação é fugir e buscar abrigo, mas raramente atacar.

Essa é, portanto, a primeira regra de ouro para uma convivência saudável entre gatos e crianças: a essas últimas deve ser ensinado que os gatos não são como brinquedos, não gostam de ser agarrados à força, nem tampouco de serem perseguidos o tempo todo. Mas, certamente, as crianças vão sempre procurar a companhia daquele bicho fofo e elegante, mais ainda se puderem tocá-lo. Para que a experiência seja agradável ao gato, o ideal é ensinar às crianças como chamar o gato, ao invés de agarrá-lo. O ideal é permitir à criança dar ao bichano um petisco gostoso ou uma guloseima apetitosa sempre que o gatinho atender a um chamado. Ração úmida para gatos, dada com uma colher, costuma cumprir muito bem esse papel!

Além disso, é importante ensinar a criança a brincar com o gatinho. Os felinos adoram deixar aflorar seu instinto caçador e, muitas vezes, mãos e pés dos humanos se tornam a “caça” preferida! Para evitar arranhados e machucados, deve-se ensinar à criança a sempre brincar com o gato com um brinquedo, oferecendo, por exemplo, um bicho de pelúcia para que seja a “vítima” dos abraços do vigoroso caçador!

Ainda tratando da questão das mordidas e arranhaduras, vale mencionar que gatos filhotes podem apresentar o que se denomina agressividade lúdica, que consiste, justamente, em utilizar as garras e os dentes para brincar com tudo e todos que enxergam pela frente. A melhor forma de evitar que as pernas das crianças se tornem um alvo de brincadeiras é proporcionar atividades interessantes ao gato que podem, inclusive, ter as crianças por perto para ocorrerem. Um exemplo são jogos com bolinhas de pingue-pongue ou de papel, que os gatos adoram perseguir, ou luz de laser nas paredes (tomando muito cuidado para não apontar para os olhos do bichano e causar algum dano; deve ser sempre uma brincadeira executada por adultos), que proporcionarão muitas risadas nos pequenos diante dos saltos dos gatos! Quanto mais atividade o gato tiver, com locais altos para escalar e explorar, menos necessidade terá de exercitar seus dotes de caçador nas mãos e pés das pessoas.

Vale lembrar, também, que a chegada de um bebê a uma família com um gatinho pode causar estresse ao felino. Para evitar que aquele antes querido e companheiro pet se torne desconfiado e passe boa parte do tempo escondido, é importante fazê-lo associar, sempre, o nenê a coisas positivas. Assim, quando o baby estiver por perto, somente consequências agradáveis devem surgir para o gato, como comidas gostosas, atenção e brinquedos de que ele goste muito.

Em qualquer situação, é sempre importante respeitar o tempo e espaço do gato. Caso ele esteja demorando a se enturmar com bebês ou crianças, deve-se ter paciência e persistência nas associações positivas, para que estas possam realmente surtir o efeito desejado.Finalmente, um cuidado rotineiro que pode fazer toda a diferença é manter as unhas dos gatos sempre aparadas, para que eventuais brincadeiras não gerem arranhões nas crianças.

Seguindo essas dicas, a convivência entre gatos e crianças da família tende a ser uma experiência muito rica e prazerosa para todos!

A importância da socialização para o gato

Photo credit: Cats 99 / Foter / CC BY
Photo credit: Cats 99 / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora da Cão Cidadão.

Atualmente, os gatos vêm se tornando companhia cada vez mais presente nos lares brasileiros. Ainda perdem em número para os caninos, mas é crescente o número de pessoas desse imenso país que vêm se apaixonando pela companhia cativante desse ronronante animal de estimação.

Esse aumento acaba gerando, também, mudança na mentalidade das pessoas quanto à forma com que abrigam os felinos de estimação. Especialmente nos grandes centros urbanos, vem sendo afastada a ideia de que os gatos domésticos devem ter vida livre, ou seja, podem ir e voltar para casa, a seu bel prazer. É indiscutível que criar um gato dessa forma aumenta as chances de acidentes e morte prematura, razão pela qual vem sendo difundindo que aos gatos não se deve permitir sair livremente, mas sim serem mantidos em nossos lares, protegidos dos perigosos agentes externos. Mas, por outro lado, gatos criados nessas condições podem acabar sendo privados, durante toda a vida, do convívio saudável com outros de sua espécie, cães e seres humanos em geral.

Gatos, por natureza, são animais retraídos, que costumam se sentir mais confiantes com pessoas e ambientes conhecidos, ou seja, onde detenham o controle do ambiente. Ora, privar um gatinho do convívio com companheiros de sua espécie, bem como outros animais e seres humanos pode prejudicar, no futuro, sua adaptação a situações, locais e pessoas diferentes, gerando alto grau de estresse toda vez que for obrigado a se deparar com circunstâncias diferentes daquelas a que esteja habituado.

Assim, uma medida essencial para garantir ao gato uma vida adulta sem grandes sobressaltos quando deparado com novas realidades, é providenciar uma boa socialização na fase de filhote. Isso significa permitir a esse filhote que seja apresentado ao maior número possível de pessoas e animais diferentes, sempre de forma positiva, objetivando fazê-lo se acostumar mais facilmente a essas novidades. No período de socialização, todos os laços afetivos (com animais da mesma ou de diferentes espécies) são formados e, por esse motivo, constitui-se no período mais importante na vida do gato.

A chamada fase de socialização primária é bastante curta nos filhotes de felinos domésticos, ocorrendo, em média, da 2ª a 9ª semana de vida do bichano. Nem sempre é possível que o gatinho que iremos adotar esteja em casa dentro desse período. Mas, caso seja possível conhecê-lo durante essa fase (mesmo que esteja ainda com a mãe), é importante prezar por um bom trabalho de socialização.

E o que significa fazer um bom trabalho de socialização? Essa tarefa consiste em permitir ao filhote vivenciar o maior número de experiência envolvendo várias pessoas diferentes, outros gatos e animais (como cães e pássaros). E isso deve envolver, sempre, manuseio gentil e bastante frequente dos filhotes, que deve ser recompensado por todos os comportamentos amigáveis que demonstrar. Essa recompensa pode consistir em ração úmida para filhotes, que eles costumam adorar! Gatos manuseados por vários seres humanos na fase de socialização primária costumam ser muito menos arredios a pessoas, se comparados àqueles que tiveram pouco contato com humanos na fase de socialização.

Um bom exemplo de trabalho de socialização entre filhotes de gatos e crianças é colocar um pouco de ração úmida numa colher e deixar que a criança vá oferecendo ao gatinho, enquanto brincam. Da mesma forma com pessoas que tenham contato com o gatinho, que deve ser pego no colo e acariciado gentilmente.

Prezar por uma boa socialização permitirá que o gatinho se torne facilmente adaptável a presença de seres humanos, sendo receptível às visitas que chegam ao seu “território”. Assim, tenderá a se mostrar tranquilo e receptivo sempre que pessoas novas visitem a casa da família, sem que esta experiência se torne algo amedrontador e o faça se esconder em um cômodo até que os “invasores” deixem o ambiente…

Dessa forma, conclui-se que fazer um bom trabalho de socialização com um filhote de gato que acaba de chegar ao novo lar é essencial para que se torne um adulto equilibrado e facilmente adaptável a novas pessoas e animais, sem que tal fato seja sinônimo de alto nível de estresse, tornando a convivência mais harmônica para todos!

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