Por Cássia dos Santos, adestradora da equipe Cão Cidadão.
Histórias sobre brigas entre cães, residentes na mesma casa ou não, são relativamente comuns. Apesar de muitas situações não gerarem consequências mais graves, o resultado pode ser desastroso.
Assim, quando se trata deste assunto, vale a máxima “a prevenção é o melhor remédio”. Sempre será muito mais difícil apartar uma briga entre cães do que evitar que ela ocorra.
Portanto, antes de mais nada, tratemos da questão sob o prisma de dois cães que não se conhecem. Muitos ignoram a importância de uma boa apresentação de um cão a outro, especialmente se a situação importar na introdução de um novo peludo numa casa que já tinha outro cão como morador “mais antigo”.
Se o primeiro contato de ambos gerar reações agressivas ou mesmo uma briga, a relação destes cães pode ficar muito comprometida, gerando até situações de perigo constante.
Assim, mesmo que o novo morador seja um filhote, é preciso cuidado no primeiro contato, para que o mais velho não estranhe a chegada do pequeno. Além disso, há maior probabilidade de problemas caso o encontro ocorra no ambiente onde o cão mais antigo morava. Finalmente, cães do mesmo sexo tendem a se “estranhar” mais do que um macho e uma fêmea quando se conhecem.
Portanto, a primeira dica é providenciar para que o primeiro contato se dê em um local neutro. Pode ser na rua, num parque ou praça, de preferência sem muito barulho ao redor. Outro ponto importante é providenciar para que os dois cães estejam contidos em suas respectivas guias, cada um sendo conduzido por uma pessoa.
A aproximação deve ocorrer aos poucos, iniciando-se com uma boa distância ente os cães. Cada condutor deve estar bem atento às reações do peludo que está ao seu lado. Sinais como: encarar o outro cão fixamente, pelos do pescoço eriçados, cauda ereta e imóvel, significam perigo de ataque e devem ser imediatamente coibidas!
Deve-se, por outro lado, valorizar e recompensar os comportamentos desejados e esperados para esta situação: se o cão, mesmo já tendo visto o outro, mantiver-se numa posição relaxada, deve ser elogiado e bastante recompensado com petiscos gostosos.
Quando se tiver certeza que ambos estão tranquilos, pode-se permitir que se cheirem, pois é neste momento que a relação entre os cães realmente se iniciará.
Voltando a tratar das expressões corporais caninas, conforme mencionado acima, algumas delas são claramente um sinal de alerta. Cães que viram o rosto, afastam-se do outro cachorro, lambem os lábios, estão dando claros sinais de que não querem uma aproximação maior. Se o outro cão não souber interpretar esses sinais, uma briga pode se iniciar. Daí a importância dos humanos também terem a sensibilidade de perceber quando um cachorro não deseja a aproximação do outro.
Por outro lado, vale destacar que brinquedos, ossos e objetos podem ser deflagradores de uma disputa dentro de um grupo de cães. Assim, é preciso cuidado e supervisão quando se está diante de uma situação onde vários cães, por exemplo, estão brincando com bolinhas. É preciso ter certeza de que, dentro do grupo, não há cão(es) possessivo(s), pois daí pode se iniciar uma disputa.
Finalmente, é sempre importante ressaltar que em casos graves, com histórico de brigas anteriores, é indicado buscar a ajuda de um profissional especializado em comportamento canino para auxiliar os proprietários na melhor conduta a ser adotada.
Fonte: The Pet News.