Pets ciumentos

https://www.flickr.com/photos/nathanmac87/14021190075/
https://www.flickr.com/photos/nathanmac87/14021190075/

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão. 

Assim como ocorre com o ser humano, os pets podem apresentar determinados comportamentos deflagrados por ciúmes. Em geral, o ciúme surge quando o cão ou gato sente que perde recursos que considera valiosos – como atenção, comida e brincadeiras – na presença de outro pet ou mesmo de membros da família. As reações deflagradas por ciúmes podem, inclusive, ser agressivas, já que o pet pretende proteger para si esses recursos, aos quais dá muito valor.

O problema é mais observado em cães, especialmente quando há outro cachorro na casa, ou ainda, quando a ligação com o dono é muito forte e até a presença do cônjuge, por exemplo, deflagra reações ciumentas.

Para lidar com pets ciumentos, é necessário pensar como o cão, e não interpretar o comportamento com visão puramente humana. Um erro comum é punir o cão que apresenta reações ciumentas, quando o outro cão ou pessoa da casa se aproxima. Na verdade, quando se age dessa forma, o que o cão ciumento aprende é que, realmente, a aproximação daquele “concorrente” é prejudicial, pois ele acaba perdendo a atenção do dono e, ainda, leva uma bronca!

O ideal, nessa situação, é agir justamente de forma contrária: quando o cão ou ser humano se aproximar, elogiar e recompensar bastante o cão ciumento (desde que ele não tenha, nesse momento, apresentado reações agressivas, pois se corre o risco de recompensar esse comportamento indesejado). Assim, ele passará a associar a presença do outro, com total atenção do dono e recompensas! Ou seja, não perderá nada que é valioso, muito pelo contrário, ganhará ainda mais!

Outro erro comum, especialmente em casas com mais de um cão, é brincar bastante com um e, de repente, passar para o outro pensando “agora é a vez deste aqui”. Na verdade, o ideal é que ambos recebam atenção e interação de forma igualitária e, se possível, ao mesmo tempo. Assim, evita-se a sensação, justamente, da perda dos itens importantes na presença do outro cão.

Essas medidas podem auxiliar bastante no caso de cães que já apresentam reações ciumentas, mas também devem ser adotadas para prevenir que se iniciem. São atitudes fáceis e que proporcionam uma convivência mais harmoniosa entre pets e a família!

Fonte: The Pet News.

Ansiedade de separação

Photo credit: It'sGreg / Foter / CC BY-ND
Photo credit: It’sGreg / Foter / CC BY-ND

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão. 

A ansiedade de separação é um problema muito comum atualmente, especialmente para os companheiros caninos que vivem com seus donos nas cidades grandes e passam grande parte dos dias sozinhos.

O instinto do cão diz que deve viver em grupo, e isso garantirá sua sobrevivência, já que se trata de um animal social por natureza – assim como o ser humano. Quando seu grupo de “humanos” sai e o deixa sozinho, a sensação que o bichinho tem, instintivamente, é que sua sobrevivência está ameaçada. A situação se agrava ainda mais quando o cachorro é muito agarrado ao dono, daqueles que parecem uma verdadeira “sombra”.

Sem querer, muitas vezes as pessoas acabam piorando o problema, ao demonstrar o tempo todo que sentem dó do companheiro e se despedem dele efusivamente ao sair de casa. Evidentemente que o cão passará a perceber os mínimos sinais toda vez que o dono for sair e os sintomas de ansiedade serão notados a partir deste momento.

Esses sintomas incluem uivar/latir muito e sem parar quando deixados sozinhos, arranhar portas e batentes, destruir móveis e objetos dos donos, babar (hipersalivação), ficar apático, sem brincar ou comer, fazer necessidades em locais inadequados, e às vezes pela casa toda. Alguns chegam a se mutilar, lambendo as patas até que acabam se machucando, ou se batendo contra as portas de casa.

E o que se deve fazer para evitar este sofrimento ao amigo peludo? Bom, em primeiro lugar, o ideal é que o cão não fique sozinho por períodos muito longos, superiores a três/quatro horas, pois, lembrando novamente, cachorros são animais sociais e precisam de contato constante com sua “matilha”.

Também deve-se ignorar o cão pouco antes de sair de casa, sem tristes despedidas. A “festa” ao chegar em casa também deve ser evitada, especialmente cumprimentos muito efusivos, pois a memória destes momentos também leva o cão a começar a ficar ansioso e a agir de forma diferente horas antes do dono retornar ao lar. Cumprimentá-lo apenas alguns minutos depois de chegar e somente quando ele estiver calmo certamente ajudarão o cão a entender este momento como algo natural.

O chamado enriquecimento ambiental (deixar o local onde o cão fica repleto de atividades para que ele possa se distrair sozinho) também ajuda o pet a se entreter durante a ausência das pessoas queridas. Deixar roupas ou panos com o cheiro do dono, brinquedos que distrairão o cachorro por horas (como ossinhos digeríveis, brinquedos para roer – desde que ele não tenha o hábito de destruir e engolir pedaços), esconder ração ou petiscos que o cão goste pelos cantos da casa, para que ele possa farejá-los, também ajudam a manter o peludo ocupado durante a ausência dos donos.

Outra medida que auxilia muito é praticar atividades físicas com o cão antes do período em que se sabe que terá que ser deixado sozinho. Um cachorro cansado tende a dormir após as atividades. Longos passeios, idas ao parque e jogar bolinha ajudam neste quesito.

Se este problema comportamental já foi diagnosticado, o ideal é procurar fazer com que o cão fique mais habituado a estar sozinho sem que se sinta tão mal com isso. Para tanto, além das dicas já mencionadas acima, ensinar o comando FICA e começar a treiná-lo em vários cômodos da casa permitirá que ele perceba que não é tão ruim assim ficar longe do dono, já que, em pouco tempo, será recompensado por ter esperado.

Outra dica é dar os sinais de que uma saída está próxima sem que ela ocorra! Como fazer isso? Pegar bolsa, chaves do carro, colocar o sapato e… não sair! Voltar e guardar tudo, agindo naturalmente, como se nada tivesse acontecido! A repetição deste treino tende a fazer com que o cão não associe mais tão claramente os sinais de saída com o dono indo embora.

Se o grau de ansiedade de separação for muito alto, recomenda-se consultar um especialista em comportamento canino, pois trata-se de uma condição grave, onde o nível de estresse do cãozinho alcança picos muito altos, devendo, portanto, ser devidamente tratada.

Fonte: The Pet News.

Melhores guias e coleiras para passeio

Photo credit: mrhayata / Foter / CC BY-SA
Photo credit: mrhayata / Foter / CC BY-SA

Por Cássia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Antes de mais nada é fundamental que seu cão aprenda a passear – e a se comportar durante o passeio – desde pequenininho.

Mas, qual a coleira mais adequada?

A resposta correta vai depender do tamanho e comportamento do cão.

Comece pensando na segurança, evite produtos frágeis, feitos de plástico ou tecidos finos. Produtos que tenham argolas soldadas nas junções também podem se romper caso seu cão puxe com muita força, portanto, é melhor evitá-los.

Para cães de pequeno porte e para os que não puxam durante o passeio, pode ser usada a guia peitoral. Ela também deve ser usada em cães que praticam atividades físicas com seus donos, como correr ao lado da bicicleta ou do patins.

As coleiras de nylon ou de couro ajustáveis também são indicadas para cães que se comportam bem fora de casa.

Mas, se seu cão é do tipo que leva o dono para passear, opte por uma coleira com algum tipo de contenção como enforcadores, meio enforcador, coleira tipo cabresto ou até peitoral com contenção.

Muitas pessoas não usam enforcador por receio de estar maltratando o animal. Na verdade, se utilizado da maneira correta, o enforcador apenas ajuda o cão a entender que não deve puxar. Se seu cão estiver andando enforcado, você não está usando adequadamente a coleira. A guia deve estar frouxa durante todo o passeio, apenas quando precisar chamar a atenção é que devemos usar o enforcador dando uma leve tracionada.

Quanto às guias, prefira as achatadas, sem nenhum tipo de elasticidade ou mola para que não amorteça o impacto da “chamada” que você der em seu cão.

Cuidado com as guias retráteis pois elas são frágeis e podem arrebentar com facilidade, além de dificultarem o controle do animal por permitirem que ele se afaste muito de nós. Jamais use guia retrátil com contensores pois ela obriga seu cão a puxar, e, consequentemente, ele andará sempre enforcado.

Caso ainda esteja com dúvida sobre quais são as melhores guias e coleiras para o passeio com o seu pet, procure ajuda de um profissional que possa orientá-lo.

Fonte: The Pet News.

Cachorro agressivo: entenda o comportamento

Photo credit: smerikal / Foter / CC BY-SA
Photo credit: smerikal / Foter / CC BY-SA

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

O cachorro agressivo pode desenvolver esse comportamento por algumas razões e, para melhorar essa atitude é necessário, em primeiro lugar, saber como lidar com o animal. A ajuda de um especialista em comportamento animal é uma recomendação que deve ser considerada como prioridade, pois o profissional vai ajudar a identificar que tipo de agressividade o cão está manifestando, além de orientar as pessoas que convivem com o cão a como lidar com a situação e melhorar esse comportamento.

A agressividade por dominância pode se iniciar pelo fato do cão ter muita liberdade e não ter limites. Pode começar também devido ao fato do animal não ver ninguém da casa como líder: ele não aceita ser contrariado e, nas situações em que ele se sente ameaçado, responde com rosnados e mordidas.

O primeiro passo para quem tem um cachorro agressivo é ter atitudes de liderança e postura. Isso não significa bater no cachorro, para ele “aprender” qual é o lugar dele, mas sim colocar em prática alguns exercícios. Por exemplo, quando você for sair com ele para passear, ensine-o a sentar e a esperar que você abra a porta e passe primeiro, para depois ele sair.

Agressividade por posse é quando o cão “defende” brinquedos, comida, caminha ou algum ambiente da aproximação de pessoas. O animal que age dessa forma associou a chegada de pessoas com perda: se ele está comendo e rosna, e o dono retira a comida para ele não ficar mais agressivo, bingo, o dono confirmou a suspeita do cão de que ele iria perder o que tanto gosta.

A maneira correta de lidar com essa situação é mostrar que você não está competindo com ele. Ao se aproximar da comida, caso ele não tenha tido nenhuma atitude agressiva, jogue um petisco. Ele vai aprender que o dono acrescenta, que a aproximação das pessoas deixa a comida dele até mais gostosa.

Agressividade por medo é uma das mais perigosas, pois o cachorro ataca para se defender. A maneira ideal para lidar com esse tipo de cão é não praticar nenhuma forma de punição, principalmente agressão. Mostre para ele que você é fonte de coisas boas, como passeios, carinhos e recompensas. Tenha paciência, pois o processo pode ser um pouco demorado, já que é preciso resgatar a confiança do animal.

A melhor maneira de evitar a agressividade é a prevenção, por isso, socialize seu cão ainda filhote. Não bata no animal! Ensine-o de forma agradável a obedecer, evitando que comportamentos indesejados apareçam.

Fonte: PetShop Magazine.

O que é preciso saber sobre a coprofagia

Photo credit: Gatorgoon / Foter / CC BY-ND
Photo credit: Gatorgoon / Foter / CC BY-ND

Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão

Muitas pessoas não sabem o que significa esse nome ou mesmo que haja tratamento para esse hábito, o que as levam a não buscar ajuda. Alguns donos também têm vergonha do que o cachorro faz e não comentam com ninguém. A coprofagia é o hábito que alguns cachorros desenvolvem de comer as próprias fezes ou a de outros cães. Isso pode começar por diversas razões. Pode ser, por exemplo, por imitação: a fêmea, quando tem os filhotes, come as fezes deles para manter o ambiente limpo e, os filhotes, ao presenciar esse comportamento, podem imitar.

Em alguns casos, porém, pode ser por algum problema na absorção dos nutrientes do alimento. Outra possibilidade pode ser verminose ou algum problema no aparelho digestivo.

Também há a possibilidade de ser um problema de comunicação entre o dono e o cão. Isso mesmo! A coprofagia pode ser causada pela família do cãozinho. Dar uma bronca, quando o cachorrinho faz as necessidades, pode ser uma forma de incentivá-lo a coprofagia, sim.

O cachorro começa a comer as fezes para “escondê-las”, pois ele associa a bronca recebida quando ele faz as necessidades no lugar errado com o fato de ele se “aliviar”, e não porque o lugar das necessidades está errado. Para não tomar mais broncas, ele tenta “eliminar as provas”.

Mas, esse comportamento tem solução, sim! O primeiro passo é fazer uma consulta com o veterinário, para eliminar e tratar a coprofagia, caso a origem seja algum problema digestivo. Já se a causa for comportamental, a mudança de hábito tem que começar com o dono.

Não dê mais broncas no seu cão, caso ele faça as necessidades no lugar errado, ou se você chegou em casa e viu que ele comeu as fezes. O animal não vai entender o que você quer dizer e isso só piorará o comportamento!

O segundo passo é controlar melhor o horário que seu pet se alimenta, pois, normalmente, o cachorro faz xixi e coco por volta de 30 minutos depois que ele se alimentou. Aí, conseguimos fazer o treinamento: quando ele fizer o coco, você o chama, desviando a atenção dele, e oferece um petisco. Depois, mude o cão de ambiente e recolha as fezes.

Procure não limpá-las mais na frente dele. Alguns cães também acham que o dono está competindo com eles, para pegar primeiro esse coco – o dono quer recolher o mais rápido possível, para evitar que o cão o coma e essa “competição” pode ser estimulante para o cachorro. Dessa forma, evite recolher quando ele estiver no mesmo ambiente. Desvie a atenção e depois limpe o local.

Fonte: Meu Amigo Pet.

Cuidados no passeio de carro com o cachorro ou gato

Photo credit: Takashi(aes256) / Foter / CC BY-SA
Photo credit: Takashi(aes256) / Foter / CC BY-SA

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe da Cão Cidadão.

Dificilmente uma pessoa que tenha a companhia de um cão ou gato conseguirá mantê-lo longe de um carro. Ou seja, em algum momento, o pet terá que ser transportado em um automóvel e, considerando a vida nos grandes centros urbanos, essa necessidade será ainda maior. Assim, é preciso tomar alguns cuidados simples, mas que podem fazer toda a diferença para que uma simples ida à casa de um parente, não se torne um verdadeiro sufoco para o animal.

Cuidados no transporte de pets

Cães

As dicas abaixo podem fazer toda a diferença para que o passeio de carro seja algo tranquilo e até prazeroso para ele:

– É aconselhável mantê-lo seguro por um cinto de segurança próprio para cães, ou confortavelmente instalado na caixa de transporte – a qual ele deve ser acostumado, previamente, de forma positiva.

– Se o cachorro enjoa no carro, situação especialmente comum em filhotes, vale uma conversa com o veterinário, para a indicação de medicamentos que evitam esse desconforto, até que ele se habitue.

– Se o amigo peludo não está acostumado com carro, não é interessante percorrer longas distâncias com ele desde o início. Ele deve ser habituado antes a essa “casa que anda”, primeiramente em trajetos bem curtos, que vão aumentando em tempo e distância, à medida que o peludo se sentir confortável e relaxado.

– Cães, em nenhuma hipótese, devem ser deixados em carros quando está muito quente, nem mesmo com a janela parcialmente aberta: os efeitos da hipertermia ocorrem rapidamente e podem levar à morte! Algumas raças, chamadas braquicéfalas (com nariz achatado), como Pugs e Buldogues, não devem sequer viajar em carros que não disponham de ar condicionado, especialmente no verão, pois o risco de hipertermia é maior ainda.

– Em casos de viagens, é importante fazer paradas a cada duas horas, para que o cão fique confortável, pois poderá se aliviar, esticar as pernas e beber água. Se estiver muito quente, em cada parada, vale molhar uma toalha em água fria, para ir refrescando o cão dentro do carro.

Gatos

As dicas acima valem também para os felinos, mas com a ressalva de que gatos se estressam bastante com mudanças de ambientes.

– Assim, o bichano deve ser previamente acostumado à sua caixa de transporte, que deve ser transformada em seu local de descanso, uma ambiente onde ele se sinta seguro. Gatos só devem ser transportados em caixas de transporte, pois sua extrema agilidade e a facilidade com que se assustam podem gerar fugas. Dentro da caixa, a tendência é que ele se sinta mais tranquilo e protegido.

– Antes de percorrer qualquer distância com um gato no carro, vale acostumá-lo, primeiramente, ao automóvel parado, depois ligado, e somente depois em movimento. Assim, ele poderá se familiarizar aos poucos com esse local diferente.

– As dicas acima visam priorizar o bem-estar do amigo de quatro patas durante o transporte em carros, o que garantirá também tranquilidade para toda a família!

Fonte: The Pet News.

Como lidar com as mordidas dos filhotes?

mordida-filhote
Photo credit: yomo_13 / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Qualquer um que já tenha convivido com um filhotinho de cão sabe o quanto eles gostam de morder! Mordem mãos e pés das pessoas, sapatos, pernas de cadeiras e mesas, e, muitas vezes, um sem número de objetos tidos como “preciosos”: celulares, óculos, sapatos, entre outros. E, como lidar com as mordidas dos filhotes? Vamos a algumas dicas, que certamente ajudarão a enfrentar esse período com muito mais tranquilidade.

Cães nascem sem dentes e o tempo de erupção dos dentes de leite ocorrente com 3 a 12 semanas de idade. São bem finos, parecem pequenas agulhas, que podem machucar as mãos dos mais desavisados!

Mas, por volta dos três meses, inicia-se a troca dos dentes de leite pelos permanentes. Sim, exatamente como as crianças pequenas: os dentinhos pequenos e fininhos caem, dando lugar a dentes maiores e mais fortes.

Essa fase se estende até por volta dos sete meses de vida e, durante esse período, poderá ocorrer vermelhidão, inchaço e irritação na gengiva, já que os dentes estarão rasgando a pele. Os filhotes precisam se aliviar de alguma forma e, como fazem isso? Mordendo tudo o que encontram pela frente!

Quanto às mordiscadas nas mãos dos donos, para o cãozinho, torna-se uma forma de interagir com as pessoas, já que, dificilmente, um filhote morderá a mão de alguém sem receber alguma atenção!

Assim, sabendo os motivos das mordidas, fica muito mais fácil tomar algumas providências para evitar objetos destruídos ou mãos arranhadas – lembrando que filhotes são “arteiros” por natureza e “acidentes” sempre acabam acontecendo.

Com relação ao desconforto que o filhote sente nas gengivas, o ideal é que ele tenha muitas opções para morder, já que esse é um comportamento natural e instintivo, visando o alívio das sensações ruins.

Assim, vale disponibilizar brinquedos específicos para cães nessa fase, de diversas formas, tamanhos e texturas. Deixe esses objetos nos ambientes que o filhote frequenta e o incentive a brincar com eles, já que a sensação de desconforto não tem hora ou lugar para surgir.

É importante também variar os brinquedos, para que o filhotão não se canse deles. Troque uma leva de brinquedos por outra, periodicamente. Outra dica que auxilia bastante: congelar os brin-quedos, já que o gelo tem efeito anestésico e alivia bastante a irritação na gengiva.

De nada adianta simplesmente deixar tantas opções aos filhotes, sem qualquer interação. O ideal é que todos os que convivem com o cãozinho o estimule a ter os brinquedos na boca, e o elogie bastante quando ele estiver roendo o ossinho, por exemplo. Quando ele morder as mãos ou móveis, fale um “Ai!” e pare imediatamente a interação.

O filhote associará muito facilmente que chama a atenção do dono quando está roendo seu brinquedo, acontecendo exatamente o contrário quando estiver mordendo algum objeto da casa ou as mãos e pés das pessoas.

Dessa forma, o filhote associará que os brinquedos geram alívio para a gengiva e interação com os humanos, mas morder as mãos ou objetos gera falta de interação e término da brincadeira.

Prestando atenção nesses detalhes, certamente essa fase de tantas mordidas será muito mais fácil, tanto para o filhote quanto para o dono.

Fonte: The Pet News.

Medo de barulho: como ajudar o pet?

Não é um problema fácil de ser resolvido, mas não desanime! Com alguns treinamentos, você pode amenizar esse medo todo.

Local seguro

Se o seu cão procura um lugar para se abrigar quando está com medo, permita que ele fique lá. Além disso, se possível, crie um espaço que ele possa ficar tranquilo, com janelas e portas vedadas para abafar o som externo.

Um ambiente associado a uma pessoa que ele adora também pode ajudá-lo a se sentir mais seguro. Habitue-o a ouvir sons altos da TV, rádio ou música mesmo. Esses sons podem ser usados para “mascarar” os barulhos de fogos e trovões.

Ajude-o a se acostumar aos poucos

Para que seu pet aprenda a lidar com barulhos que o assustam é preciso que ele faça associações positivas com esses momentos. Quando ouvir um barulho parecido com o que o assusta, comemore com ele: dê petiscos, elogie, faça carinho ou brinque com ele.

Assim, aos poucos, ele começará a associar o barulho, que antes representava perigo, a situações muito prazerosas.

Um tapinha não dói?

Photo credit: dolapo / Foter / CC BY-SA" width="800" height="400" /> Photo credit: dolapo / Foter / CC BY-SA
Photo credit: dolapo / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Nunca devemos bater no cão? Nem se ele fizer algo muito grave, como atacar os próprios donos? E se dermos só um tapinha de leve, apenas para indicar que não gostamos do que fez? Bater no cão não é uma maneira de educá-lo? Ou de nada adianta bater?

A minha resposta continua a ser a mesma de 10 anos atrás: nunca devemos bater no cão para educá-lo. Neste artigo procuro justificar e explicar a minha posição, sem preconceitos nem radicalismo. Gostaria de deixar explicito que a minha posição não é compartilhada por todos os especialistas em comportamento, já que o tema é bastante polêmico no nosso meio.

Cuidado com preconceito e radicalismo
É comum que gente bem-intencionada acabe por prejudicar a vida de seus animais por acreditar em conceitos radicais e sem flexibilidade. Conheço diversas pessoas que morrem de pena de punir seus cães por mau comportamento. Por isso, seus animais tornam-se mal-educados e acabam tendo de ficar trancados em canis ou do lado de fora de casa, longe de onde mais gostariam de estar: junto do seu grupo! Portanto, não sou contra a punição (atenção: punir não é sinônimo de bater), principalmente quando ela contribui para melhorar o bem-estar e a relação entre as pessoas e o cão da casa.

Punição psicológica tudo bem?
Outra idéia radical é acreditar que é errado punir fisicamente, mas tudo bem se a punição for psicológica. Por exemplo, quando o bicho faz algo errado, em vez de bater nele, ignorá-lo ou mostrar desdém por horas ou dias! Para o cão que depende da aceitação do grupo para sentir-se bem, a atitude poderia ser considerada até cruel. Portanto, não bater no cão não significa necessariamente fazer a coisa certa. Se ele pudesse escolher, acredito que preferiria um tapinha a ser ignorado por longo período!

Mas por que não bater?
Se bater fosse a melhor ou a única maneira de estabelecer limites e educar o cão, eu seria a favor. Educação é essencial para garantir o bem-estar e o bom convívio. Mas há diversas técnicas para punir um cão, mais vantajosas que um tapa, por exemplo. Podemos, ainda, na maioria das vezes recompensar os comportamentos corretos em vez de punir os errados, motivando o cão a acertar e, de quebra, exercitando nossa capacidade de perceber e recompensar as coisas certas, em lugar de focar sempre no que está errado.

Punição ideal
É a punição que faz o cão evitar determinado comportamento ao associá-lo com algo desagradável. Acredito também que a punição deva ser segura, no sentido de não haver possibilidade de machucar o animal nem a pessoa. Deve ser também clara, no intuito de educar, de inibir um comportamento, e não de vingar-se nem de extravasar raiva.

Bater não é seguro para o cão
É relativamente fácil machucar um cão quando se bate nele. Raramente conseguimos controlar nossos movimentos com precisão tal que provoquem apenas desconforto. Imagine uma pessoa dando uma joelhada no tórax do cão para ele parar de pular em cima dela (técnica descrita por diversos livros de comportamento!). Dependendo da velocidade com a qual o cão veio para cima de você, a força do seu joelho no tórax dele pode se multiplicar e até provocar uma fratura de costela! Tapas no focinho também podem machucar, se forem fortes demais ou em região mais sensível. Muita gente bate mais forte quando está com raiva, o que aumenta ainda mais a possibilidade de exageros.

Não é seguro para as pessoas
Algumas punições podem deixar o cão mais perigoso. Bater costuma ser uma delas. Diversos cães reagem agressivamente ao perceber que alguém irá atacá-los com o corpo ou com um objeto. Principalmente se antes disso a pessoa ameaçou ou olhou fixamente nos olhos, atitudes típicas de quem está revoltado ou nervoso. Ao apanhar, nem sempre o cão reage agressivamente se a agressão veio de um superior hierárquico. Mas pode atacar mais facilmente outra pessoa que o ameace, como uma mulher ou criança. Ou seja, bater num cão pode torná-lo mais perigoso até para outras pessoas. Cães que passam a temer movimentos bruscos podem atacar uma criança que esteja indo abraçá-los, por exemplo.

Que fazer, então?
A conclusão é que devemos aprender a educar. Fazer, às vezes, algo de que o cachorro não gosta para inibir alguns comportamentos ou estabelecer limites. Mas não devemos correr o risco de machucá-lo nem de nos machucar. Por isso, recomendo que as punições causem apenas susto (desconforto psicológico) ou desconforto físico no animal, sempre na intensidade adequada. No próximo artigo, darei diversas dicas de como conseguir educar o cão sem nunca mais ter de bater nele.

Lidando com a gravidez psicológica

Photo credit: jespahjoy / Foter / CC BY
Photo credit: jespahjoy / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. 

A gravidez psicológica, ou pdeudociese, ocorre em mais de 50% das cadelas não castradas. Além das mudanças comportamentais, ela causa alterações físicas, como o desenvolvimento das glândulas mamárias e a produção de leite, chegando a surpreender muitos proprietários. Como isso foi acontecer se a fêmea nem esteve com um macho?

Como surge?
Do ponto de vista fisiológico, a gravidez psicológica é um engano do organismo. É gerada por alterações hormonais, capazes por si só de influenciar o comportamento e o desenvolvimento de tecidos mamários. Portanto, para que a “gravidez” ocorra, não é preciso haver filhotes no útero.

A confusão parece acontecer quando diminui bruscamente o hormônio progesterona, presente durante o cio e por mais dois meses. Quando a cadela está para dar a luz, cai o nível de progesterona, o que estimula a produção do hormônio prolactina. A prolactina, por sua vez, age no tecido mamário, podendo ativar a produção de leite e também causar o comportamento maternal. É comum as cadelas desenvolverem gravidez psicológica após a castração, se realizada até três meses depois do início do cio. Com a retirada dos ovários, que produzem a progesterona, há a interrupção da produção desse hormônio e a liberação da prolactina pela hipófise, localizada no cérebro.

Por que é comum?
À primeira vista, fica difícil imaginar como a gravidez psicológica se tornou comum na espécie canina. Mas, se pensarmos numa alcateia (grupo de lobos), a coisa fica mais fácil. Nela, só os indivíduos dominantes costumam se reproduzir. E eles, tanto os machos como as fêmeas, são também os melhores e mais corajosos caçadores.

As lobas não dominantes que desenvolviam gravidez psicológica podiam cuidar, com perfeição, dos filhotes das fêmeas dominantes, já que apresentavam os comportamentos necessários para tal, e até amamentavam. Graças a essa ajuda, as fêmeas dominantes podiam caçar e conseguir alimento para o grupo. Com isso, as fêmeas que cuidavam dos filhotes se aproximavam afetivamente da líder e desenvolviam um bom relacionamento com a próxima geração. E ser influente numa alcateia é importante para a sobrevivência e para a escalada hierárquica.

O que fazer?
Quando ocorre a gravidez psicológica, há quem deseje interrompê-la para a cadela voltar logo ao normal. Medicamentos que inibem a prolactina fazem cessar rapidamente a produção do leite e o comportamento maternal.

Sem medicação, a gravidez psicológica costuma terminar em duas semanas. Alguns proprietários preferem aproveitar essa fase para admirar o comportamento materno das suas cadelas. Apreciam vê-las adotar e proteger os filhotes imaginários, na forma de bichos de pelúcia, de bolinhas e até de controle remoto de TV! Uma das atitudes destinadas à proteção dos filhotes é cavar – serve para lhes preparar uma toca.

Devemos retirar os filhotes imaginários?
Algumas pessoas, para impedir que a cadela adote objetos, têm atitudes como tirá-la do cantinho que escolheu e esconder seus brinquedos. Tais procedimentos podem aumentar a ansiedade da cadela e estimular comportamentos compulsivos. Deixá-la a vontade é a maneira mais respeitosa de lidar com a situação.

Evitar agressividade
A cadela pode ficar com ciúme dos filhotes imaginários e se tornar agressiva para protegê-los. Mostre que você não irá roubá-los. Para isso, ao se aproximar dela, ofereça um petisco ou brinquedo. A maioria das fêmeas deseja a aproximação de alguém que, além de não ser ameaça, traga coisas gostosa.

Complicações com as mamas
O aumento das mamas é normal durantes a gravidez psicológica e o leite produzido acaba sendo reabsorvido pelo corpo da fêmea. Mas às vezes ocorre a mastife – inflamação nas glândulas mamárias. Por isso, se surgirem caroços, dores ou pele avermelhada, não deixe de consultar um médico-veterinário. A produção de leite pode aumentar ou durar mais tempo se as mamas forem estimuladas. É melhor, portanto, evitar manuseá-las. E se a cadela praticar auto-sucção das mamas, pode ser recomendado impedi-la com um colar elisabetano (posto em volta do pescoço torna impossível o contato da boca com o próprio corpo).