Quanto vale o seu cheiro?

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Por Laraue Motta, adestradora e integrante do Grupo de Estudos da Cão Cidadão.

Quem trabalha com cães percebe que a comunicação olfativa é muito importante na vida deles. Sabemos que eles podem captar muitas informações farejando, vemos a felicidade dos peludos quando exploram os lugares com o focinho e notamos como aquelas narinas realmente podem ser potentes.

Gregory Berns, neurocientista americano que treinou cães a permanecer imóveis, sem sedação, dentro de uma máquina de ressonância magnética, publicou outro estudo em que avaliou a resposta cerebral de 12 cachorros, também via ressonância magnética, diante de 5 odores distintos: (1) de um humano conhecido; (2) de um humano desconhecido; (3) de um cão conhecido; (4) de um cão desconhecido; e (5) o próprio odor de cada cão.

O que ele descobriu com isso?

Analisando a área iluminada no exame de ressonância dos animais, Berns concluiu que, diante do cheiro de um humano conhecido, o cérebro acionava a mesma área que é ativada quando o cão recebe um petisco. Isso mesmo!! Os cães tiveram uma “sensação” de recompensa quando sentiram o odor de uma pessoa querida.

É importante falarmos que os cientistas tiveram o cuidado de usar o odor de um humano conhecido, mas que não fosse o cheiro da pessoa que fazia o manejo diário do cão. Isso talvez indique que a pessoa que fornece comida e água ao cachorro todos os dias não necessariamente seja “o humano referência” da casa, mas não podemos afirmar isso de fato!

Como isso pode nos ajudar

Considerando o quanto um odor específico pode significar ao cão, podemos planejar treinos que valorizem mais o olfato dos nossos alunos. Por exemplo, é comum pedirmos ao tutor que, ao sair, deixe uma peça de roupa usada próximo a um cão que tem ansiedade de separação, mas não seria mais eficaz se todas as pessoas da casa deixassem um pouco do seu cheirinho espalhado pelo ambiente, para que o cão se sinta “recompensado” pelo odor de todos que conhece? Além disso, por que não tentar nos aproximar de um cão medroso com algum objeto que tenha o “odor recompensador” de um humano conhecido? Ou então, que tal pedirmos ao tutor que manipule os petiscos que vamos usar no treino para valorizarmos ainda mais aquela recompensa e fazermos com que o cão tenha associações positivas com a nossa presença?

Nesse sentido, sabemos que os odores de algumas partes do nosso corpo são bem mais intensos, então poderíamos também usar cheiros específicos, como o suor das mãos e dos pés, manipulando o petisco depois de uma corrida ou guardando a meia “cheia de chulé” para os treinos. Tudo em prol do adestramento! Podemos ainda ir mais fundo e nos arriscarmos a pedir para que o cliente use a caminha do cachorro como assento por uns dias, por exemplo. Assim, o tutor vai deixar na caminha odores bem pessoais e podemos alegar que, dessa forma, vai ser mais fácil “convencer” o cão a não frequentar tanto o sofá!

Com tudo isso, concluímos que…

Saber o real valor de um determinado odor para o cachorro pode nos ajudar com a evolução de um treino e aumentar a sensação de bem-estar de um aluno inseguro ou ansioso. Aliás, é nosso papel explicar aos tutores o quanto o olfato é importante para os cães e o quanto esse sentido influencia a vida dos peludos. Assim, os clientes poderão entender melhor alguns comportamentos que talvez os incomodem e que muitas vezes são interpretados como travessuras sem sentido.

Revisão por Juliana Sant’Ana, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Gravidez psicológica: o que é preciso saber

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Muito comum entre cadelinhas que ainda não foram castradas, a gravidez psicológica ou pseudociese pode ocorrer em qualquer momento da vida do animal. “Esse problema é causado por uma alteração do hormônio progesterona, que envia para o cérebro das fêmeas a informação de que estão prenhas, mesmo sem terem cruzado”, explica o adestrador da equipe Cão Cidadão, Paulo César.

Esse problema afeta a fêmea de maneira psicológica e física, causando nela mudanças comportamentais. “Ela chega a produzir leite e adotar um filhote, que pode ser um bicho de pelúcia ou qualquer outro objeto”, detalha o adestrador.

Apesar de comum, a maioria dos tutores não sabe o que fazer quando a gravidez psicológica ocorre. Por isso, o profissional Paulo César deu dicas de como lidar com esse comportamento.

1. A castração é a melhor maneira de evitar o problema, pois retira os órgãos produtores do hormônio que causa a gravidez psicológica.

2. Após essa fase, deve-se procurar um veterinário e verificar os níveis hormonais da cadelinha. Em caso de desequilíbrio, um tratamento pode ser indicado.

3. Durante a gravidez psicológica, que dura em média duas semanas, deve-se deixar o animal bastante confortável e evitar retirar o seu “filhote” imaginário.

4. Esses sintomas podem se manifestar em intensidades diferentes em cada animal.

5. Apesar de ser um problema comum, não é recomendado que a cadelinha passe por isso muitas vezes. Isso porque ela pode desenvolver estresse, além de mastite (inflamação das glândulas mamárias).

Evitar o convívio com cadelinhas que estejam de fato prenhas pode ajudar muito a controlar esses sintomas na sua cachorra. “Apesar de não haver comprovação científica definitiva, existem relatos de cadelas que entraram nesse estado ao conviver com outras prenhas”, informa o adestrador.

É indispensável não mudar a rotina da cadelinha durante esse período e respeitar o espaço dela. Com muito carinho, paciência e cuidados especiais, sua peluda voltará ao normal rapidamente. Vale sempre consultar um veterinário, principalmente nesses casos, ok?

Gostou desta dica? Se quiser contratar um de nossos profissionais de adestramento e comportamento animal, fale com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571-8138 (São Paulo) e 11 4003-1410 (demais localidades).

Como lidar com cães que latem muito?

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Que o latido é a forma como os cães se comunicam, todos sabemos. Essa é a maneira que eles têm de nos informar sobre alguma vontade, algo que esteja errado e até de problemas de saúde. Mas, algumas vezes, esses latidos se tornam uma barreira entre a boa convivência do pet junto à família (e os vizinhos).

“O latido em excesso pode ser causado por vários motivos”, explica a adestradora da equipe Cão Cidadão, Sophie Kessar. “Alguns cães apresentam esse comportamento para chamar a atenção de seus tutores. Outra causa comum é a ansiedade de separação”, relata.

Os cães que latem demais podem estar passando por alguns distúrbios comportamentais ou até problemas físicos. O ideal é que o dono preste atenção nas atitudes do seu cãozinho para saber se algo está errado.

O problema

O latido em excesso, muitas vezes, pode ser motivado pelo próprio dono. “Essa conduta pode ser reforçada, já que, normalmente, as pessoas acabam valorizando os latidos, pedindo ao cão que pare com o barulho e dando a ele o que ele quer: atenção”, conta Sophie.

Isso acontece porque, independentemente de ser uma bronca, a atenção ofertada ao pet nesse momento já é, para ele, uma grande recompensa. Quando o animal é corrigido da maneira errada, ele entende que ao se comportar daquela forma, conseguirá o que quer.

“Essa falha de comunicação entre o tutor e o animal pode desenvolver problemas sérios compulsivos, como lambeduras excessivas, a ponto de o animal se machucar bastante. O ato se dá, no geral, por conta de um alto nível de estresse”, confirma.

Solução

Para resolver esse problema, é necessário que o tutor saiba primeiro o que está motivando o comportamento no pet. Pode ser por tédio, estresse, ansiedade, solidão, saúde debilitada, entre outros.

“É essencial contar com a ajuda de um profissional especialista em comportamento animal, para que ele auxilie o tutor a detectar o motivo que faz com que o cão tenha esse hábito”, aconselha a adestradora. “Após encontrar a razão, algumas alterações na rotina do cãozinho e da família ajudam a eliminar o problema.”

Atenção, amor, carinho e muitos passatempos ajudam o pet a superar essa fase. “É importante que sejam oferecidos brinquedos e passeios diários, para que toda a energia acumulada seja extravasada de forma positiva”, afirma Sophie. “É muito comum que eles venham a latir muito quando ficam ociosos, portanto, é importante que eles brinquem, passeiem e sociabilizem”, completa.

O adestramento é uma forma de oferecer todas essas atividades para o pet, pois o aprendizado é um estímulo tanto mental quanto físico para o bichinho. Com a ajuda do adestrador, será muito mais fácil eliminar esse problema e ter uma convivência harmoniosa com ele.

“É importante que o dono se envolva e se comprometa nos treinos propostos pelo profissional. Seguir exatamente os protocolos sugeridos faz toda a diferença. É preciso paciência e dedicação para condicionar e mudar o comportamento de um animal, mas, certamente, com treinos frequentes e consistentes, o problema será eliminado.”

E não se esqueça: o latido em excesso pode significar um problema de saúde, portanto, leve o pet a um médico veterinário de confiança para checar se está tudo certinho com o pet.

Gostou desta dica? Se quiser contratar um de nossos profissionais de adestramento e comportamento animal, fale com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571-8138 (São Paulo) e 11 4003-1410 (demais localidades).

Animais podem entrar em depressão?

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A depressão em animais é assunto de muitos estudos e, até hoje, não se chegou a uma conclusão se os bichos podem ou não passar por esse problema. Eles podem ficar apáticos e até um pouco tristes quando vivem em um ambiente não muito agradável para eles.

“Muitas vezes, não ter as suas necessidades atendidas como espécie pode fazer com que alguns animais desenvolvam ansiedade ou fiquem entediados e, assim, eles apresentam alguns comportamentos que podem ser confundidos com os sintomas da depressão”, explica Fabio Antonio, adestrador e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Mudança de comportamento

O especialista explica que algumas pessoas também confundem e interpretam um animal muito quieto como deprimido, mas, na maioria das vezes, pode haver algum problema de saúde envolvido. Por isso, é importante levar o pet ao veterinário sempre que notar alguma mudança de comportamento.

A apatia pode ser provocada por diversos motivos, entre eles, a falta de um ambiente saudável e próprio para o pet. Os animais precisam ter as suas necessidades atendidas para manter a saúde física e, principalmente, a mental em dia. “O ambiente é fundamental para o bem-estar do pet, e precisa trazer atividades e desafios diários”, comenta Fabio.

O adestrador informa ainda que cada espécie demanda uma atenção diferenciada. “Não podemos esperar que um gato se sinta bem em um ambiente preparado para um cão ou que um roedor fique tranquilo em um local pensado para gatos”, adverte. “Isso pode gerar uma ansiedade excessiva, além de problemas comportamentais decorrentes do estresse crônico, como agressividade, latidos em excesso, medos e fobias”, completa.

Outro motivo que pode gerar a apatia é a solidão. Animais, como os cães, são “programados” para viverem em grupo e, quando passam muito tempo sozinhos, podem desenvolver problemas comportamentais, físicos e psicológicos simplesmente porque a solidão não é um comportamento natural da espécie.

Como agir

O melhor tratamento para a apatia é a prevenção. “Habituar o pet desde filhote às situações que ele vai passar durante a sua vida é fundamental”, indica Fabio. “Eles precisam aprender a ficarem sozinhos aos poucos, o ambiente precisa ser rico em atividades e é necessário que os cães tenham passeios diários. No caso dos gatos, o seu espaço deve ser respeitado. Eles devem ter a opção de se esconderem em tocas quando quiserem ou de interagir com algum brinquedo que estimule a caça.”

Uma boa dica também é a castração. “Do ponto de vista comportamental, a castração geralmente traz mais benefícios para os cães machos e, no caso dos gatos, para ambos os sexos”, informa o adestrador. “O procedimento ajuda a reduzir a ansiedade no caso dos machos, evitando problemas comportamentais. Para as cadelinhas, pelo que se sabe hoje, a castração traz benefícios para a saúde, ajudando a prevenir problemas, como a infecção de útero.”

O importante é manter o bem-estar do seu amigão em dia, atendendo as suas necessidades e oferecendo atividades que o estimulem.

Gostou desta dica? Se quiser saber mais sobre como adestrar o seu cão, ou contratar um de nossos profissionais, entre em contato com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571.8138 (São Paulo) e 11 4003.1410 (demais localidades).

Como saber se o cão está com frio?

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Com a frente fria que está chegando para derrubar as temperaturas em alguns estados do país, as blusas de frio começam a dar novamente o ar de sua graça e sair dos armários, a fim de esquentar os brasileiros. Mas, e os pets? Será que eles também sentem o frio que sentimos? Como descobrir?

Na verdade, os animais são protegidos por seus pelos e, por isso, sentem frio com muito menos intensidade que os humanos. De qualquer forma, é importante lembrar que ainda assim o pet sente frio e não é imune à doenças respiratórias e outras relacionadas ao inverno, por exemplo.

Dicas para cuidar com muito amor e aconchego do bichinho:

1. Como sei que meu pet está com frio?

“Uma das maneiras de descobrir se o animal está sofrendo de frio é prestar atenção se está tremendo ou se está procurando ficar bem encolhidinho”, alerta Alexandre Rossi, zootecnista e especialista em adestramento e comportamento animal.

2. Posso colocar roupinhas no meu cãozinho?

Na maioria das vezes, mesmo que os pets não estejam apresentando nenhum dos sinais citados acima, os tutores, ao sentirem frio, imediatamente colocam uma roupinha no animal, para protegê-lo da friagem. Mas isso nem sempre é necessário. “A verdade é que a maioria dos cães, quando estão em atividades de adestramento, andando ou fazendo algum outro exercício, estão passando calor, principalmente quando estão com roupas”, comenta Alexandre.

Descobrir se o pet está incomodado com o calor é fácil, assim como no frio: basta prestar atenção nas atitudes dele, como observar a respiração e checar se ele está com a boca aberta e a língua um pouco para fora. “Colocar a roupinha no pet nesse momento não é ideal. É importante antes de deduzir se o bichinho está com frio ou calor, verificar, por meio de suas atitudes, o que de fato ele está sentindo”, finaliza Alexandre.

Atenção redobrada ao comportamento do animal é a chave para fazer a escolha acertada e oferecer ao bichinho bem-estar, saúde e segurança. Se ele apresentar resistência para se adaptar não somente às roupas, mas também aos acessórios úteis, o adestramento costuma ser um excelente exercício de dessensibilização.

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Sociabilização: apresente o mundo ao filhote

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A sociabilização faz parte do processo de desenvolvimento dos pets e é a maneira mais assertiva para apresentá-los aos estímulos do mundo, como outros animais, sons diferentes, pessoas, carros, objetos etc.

Os bichinhos que não passaram por essa fase de adaptação podem apresentar, com o tempo, dificuldade em lidar com situações corriqueiras, além de se tornarem adultos mais medrosos e inseguros.

Como ocorre?

No geral, recomenda-se que a sociabilização seja feita entre o 2º e o 3º mês de vida do animal. Isso porque é nessa fase que o cérebro está aberto a novas experiências e o pet pronto para interagir em situações que ainda são desconhecidas.

“Todos esses novos estímulos estão soltos na mente do pet e a sociabilização nada mais é do que organizar essas novidades e ensinar o animal a maneira correta de se portar em determinadas situações”, diz Joilva Duarte, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Contudo, pets de qualquer idade podem ser sociabilizados, caso não tenham passado por essa fase quando filhotes. “A sociabilização pode e deve ser feita com todos os animais, independentemente da idade”, orienta a adestradora. “No caso dos mais velhos, existe uma dificuldade um pouco maior, pois eles já estão com certos comportamentos condicionados”, comenta Joilva.

Associações positivas

Procure associar os objetos e as situações que o pet têm medo a coisas boas e que ele goste, como, por exemplo, petiscos gostosos, carinho ou brinquedos.

“A ideia é que se faça um contracondicionamento, ensinando ao animal uma nova maneira de lidar com as situações”, orienta a adestradora.

Tenha em mente que a exposição a essas situações deve ser gradual e feita com calma e muita paciência, sempre respeitando o limite do animal.

Você também pode contar com um profissional de adestramento para ajudá-lo no processo de sociabilização do seu bicho de estimação.

Quer saber mais sobre o assunto? Clique aqui.

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Cães de abrigo: a importância de um olhar mais profundo sobre seu comportamento

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Por Tatiana Moreno, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Sabemos que um dos principais desafios dos abrigos é conseguir um lar para cães considerados agressivos. Muitas vezes, a falta de manejo adequado para a adaptação do cão no abrigo ou até mesmo um certo preconceito em torno desse tema acabam fazendo com que o processo de adoção seja mais difícil. Avaliando alguns estudos, percebemos que é preciso analisar caso a caso, considerando cada cão como um indivíduo, e procurar compreender melhor o comportamento de cada um.

Uma vez agressivo, sempre agressivo?

A chegada ao abrigo é um momento crucial. Algumas vezes, logo após serem resgatados, os cães apresentam um comportamento reativo e, por conta dessa primeira impressão, são isolados e rotulados como agressivos. Entretanto, isolar o animal sem antes procurar identificar o gatilho dessa agressão acaba piorando um quadro que talvez não seja tão grave, dificultando a adoção. É preciso lembrar que um cão que apresentou um único comportamento agressivo não necessariamente será sempre um agressor. A agressividade por posse, uma das mais comuns em ambientes de abrigos por conta da grande quantidade de cães, nada mais é do que o medo de perder alguma coisa – a comida, um brinquedo –, ou seja, a agressividade é a consequência e não de fato o problema comportamental.

Um estudo publicado na renomada revista Applied Animal Behavior Science (e que também foi citado no site da National Canine Research Council), analisou cães com agressividade por posse e a evolução desse comportamento após a adoção.

A pesquisa foi realizada no abrigo Center of Shelter Dogs, no ano de 2013, em Londres. A equipe entrevistou 97 tutores que haviam adotado seus cães há pelo menos 3 meses, para saber se os animais que apresentavam esse tipo de agressividade no abrigo continuavam com esse comportamento em casa. Além disso, os cientistas verificaram também se os cães que nunca haviam apresentado agressividade no abrigo tornaram-se mais hostis após a adoção.

O resultado

Constatou-se que 50% dos cães que apresentavam agressividade por posse no abrigo não continuaram com essa atitude em casa, simplesmente por terem mudado de ambiente, ou seja, por terem saído de um local com vários cães para viverem em uma casa. Imaginem, então, como seria se todos esses animais tivessem passado por treinos específicos! Dos cães que nunca haviam manifestado um comportamento agressivo no abrigo, 78% mantiveram esse padrão na casa nova, sendo que os outros 22% passaram a manifestar a agressividade por posse após a adoção.

Apesar de estarmos falando apenas de uma amostra, essa pesquisa nos ajuda a pensar na importância da conscientização das pessoas que estão adotando um cão e sobre como as formas adequadas de manejo e a simples mudança de ambiente podem contribuir para uma melhora no comportamento do animal, já que, em casa, o cão estará em um ambiente mais controlado, se sentirá mais seguro e criará laços com seus tutores.

Outro estudo – Interação desde os primeiros dias no abrigo

Considerando tudo isso, o GEC acredita ser relevante citar outro estudo que analisou se o contato com humanos pode reduzir o estresse em cães logo após chegarem ao abrigo. O experimento foi realizado em 2005, na cidade de Colorado, EUA. Os pesquisadores avaliaram 55 cães adultos recém-chegados e, no primeiro dia, mediram seus níveis de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse.

Depois, os cientistas separaram os animais em dois grupos: um com os cães que passariam a interagir com humanos diariamente, durante um período de 9 dias, e outro com os cães que não teriam a mesma interação. Durante a pesquisa, cada cachorro do primeiro grupo interagia com uma pessoa por volta de 45 minutos, as atividades consistiam em brincadeiras, carinhos e pequenos treinos e os níveis de cortisol foram medidos novamente nos dias 2, 3, 4 e 9.

A partir do terceiro dia, os resultados mostraram uma queda significativa nos níveis de cortisol dos cães que estavam interagindo com humanos. Isso quer dizer que, além de auxiliar na adaptação e socialização dos cães, a equipe percebeu que essa rotina contribuiu para traçar um perfil mais completo de cada animal, definindo suas personalidades e tornando possível uma avaliação de compatibilidade no momento da adoção.

Então, mãos à obra!

Apesar da rotina apertada e difícil dos nossos abrigos, podemos pensar juntos em formas de contribuir para a adoção de todos os animais. Não é muito comum os abrigos promoverem interações planejadas e positivas com os humanos, como as citadas no último estudo, ou terem acesso a protocolos mais completos sobre o manejo mais cuidadoso de alguns cães, mas a conscientização pode começar justamente com as pessoas que trabalham nesses locais e nós adestradores podemos ajudar, e muito! Nesse sentido, vale aquele pensamento de que difundir o conhecimento é a melhor forma de promover mudanças significativas e contribuir para a educação.

Revisão por Juliana Sant’Ana, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Brinquedos adequados para pets

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Os cães são animais que podem apresentar diversas personalidades e perfis: mais quietos, mais brincalhões, sérios, divertidos. Além do temperamento, as diferenças também valem para as escolhas do dia a dia, como o tipo de ração que comem, tipos de petiscos, de passatempos e formas de interagir com os donos.

Quando se trata de brinquedos, todas as diferenças de personalidade e gostos devem ser levadas em conta. Utensílios para agradar o animal não faltam no mercado pet. “São diversos barulhinhos de apito, cordas que possibilitam a brincadeira de cabo de guerra, partes próprias para roer com diferentes superfícies e durezas, e brinquedos capazes de dispensar comida ou petiscos”, explica a adestradora da Cão Cidadão, Laraue Motta.

Na hora de procurar agradinhos para o pet, é preciso prestar atenção às preferências dele e se o atrativo é seguro. “Muitos animais têm o hábito de destruir o brinquedo – o que não é ruim, afinal, significa que está interagindo -, porém é preciso atentar-se para o fato de que eles podem ingerir pedaços de plástico, borracha ou enchimento de pelúcias”, alerta a adestradora. “Se o pet for do tipo destruidor, vale investir em brinquedos mais duráveis e próprios para cães que têm esse perfil.”

Esteja atento, também, ao porte do animal. Para evitar sufocamento com brinquedos pequenos demais, ofereça os objetos sempre de acordo com o tamanho e idade do pet. Muitos entretenimentos conseguem unir a brincadeira à alimentação balanceada.

O enriquecimento ambiental nada mais é do que promover para o pet atividades durante o dia, como: passeios, brinquedos de formas e texturas diferentes, cordas, panos, esconder petiscos pela casa, providenciar passatempos com garrafas pet, entre outros. Oferecer atividades lúdicas e explorar os sentidos dos animais é uma excelente maneira de deixar o bichinho feliz e equilibrado.

Oferecer alternativas para um dia agitado, é uma das soluções para minimizar ou evitar problemas comportamentais. Mas não basta apenas oferecer os brinquedos, é preciso incentivá-lo a interagir com esses objetos. “Isso fará com que a energia do cão seja canalizada para os brinquedos e resultará em um animal mais alegre e mais tranquilo”, finaliza.

Verifique os brinquedos adequados para o pet aqui.

Gostou desta dica? Se quiser saber mais sobre como adestrar o seu cão, ou contratar um de nossos profissionais, entre em contato com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones:11 3571.8138 (São Paulo) e 11 4003.1410 (demais localidades).

Comportamentos compulsivos: o que são e como lidar com o problema

http://www.chelseadogs.com/blog/what-to-do-if-your-pet-has-fleas/
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Você sabe o que são comportamentos compulsivos? Será que o seu pet sofre com isso?

Os comportamentos compulsivos são atitudes repetitivas, obsessivas e prejudiciais para o bem-estar físico e psicológico do animal. Assim como os seres humanos, os pets podem apresentar esses sintomas e, muitas vezes, acabar se machucando.

A compulsão pode ser causada por algum problema de saúde, ou então, por questões relacionadas ao comportamento, como tédio, estresse, falta de exercícios, tempo que o pet passa sozinho etc.

Mas, como devemos agir? O que devemos fazer para identificar os motivos da atitude do peludo e ajudá-lo a se livrar desse mal? Reunimos algumas dicas para te ajudar.

Sintomas

As famosas compulsões são hábitos repetitivos e incessantes. Algo incontrolável, que o seu bichinho acaba fazendo involuntariamente.

Normalmente, essas atitudes são causadas por estresse e ansiedade, principalmente em cães que passam muito tempo sozinhos, por conta das longas horas de trabalho de seus tutores.

Essas “manias” podem ser a lambedura das patas, correr atrás do rabo, andar de um lado para o outro sem direção e muito mais. Alguns pets acabam até se machucando, mas continuam a automutilação mesmo assim.

Caso o seu companheiro apresente esses sintomas, leve-o a um veterinário de confiança. Assim, ele poderá examinar o bichinho e avaliar se a situação não está sendo desencadeada por algum problema de saúde.

Lidando com o problema

A melhor solução é a prevenção, porém, caso o seu pet já esteja sofrendo de compulsão, a dica é oferecer atividades que possam servir como válvula de escape para a ansiedade e o estresse do seu animal.

É aí que entra o enriquecimento ambiental, ou seja, oferecer atividades para o animal que o estimulem física e mentalmente.

As opções são diversas. Você pode usar brinquedos que dispensam comida, como garrafas pet cheias de furos e recheadas com petiscos, realizar passeios um pouco mais longos, de forma que o cão possa interagir com outros animais e receber diversos estímulos.

É importante procurar a ajuda de um profissional de comportamento, para que ele te ensine a realizar essas atividades com o peludo. Criando uma rotina diária de atividades estimulantes, seu grande amigo será mais feliz e muito mais saudável. Agora, basta colocar a mão na massa!

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Cães que passam muito tempo sozinhos

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Por Katia De Martino, adestradora da Cão Cidadão.

Se você é dessas pessoas atarefadas, sem muito tempo para se dedicar ao seu cão, eis aqui algumas dicas de como entretê-lo enquanto você não estiver por perto:

1. Uma boa opção é deixá-lo em um “day care” ou creche para passar o dia. Lá, ele terá como gastar a energia e interagir com outros cães.

2. Outra opção é procurar um passeador de confiança que possa levá-lo para uma caminhada enquanto você não estiver em casa.

Obs.: Procure sair com o pet antes de trabalhar e depois que chegar em casa, para que ele faça exercício e mude a rotina.

3. Abuse do enriquecimento ambiental – sabe aqueles brinquedos que soltam petiscos? Compre e ensine seu cão a brincar quando estiver por perto ou quando ele estiver sozinho.

4. Lembre-se de que o cão precisa de distração para manter em dia a saúde mental e física. Caso contrário, ele sofrerá de problemas comportamentais como ansiedade ou compulsão.

Avalie sua vida e possibilidades antes de adquirir um cão. Cachorros exigem dedicação e companhia do dono. Ao contrário de outras espécies, para o cão, o contato com humanos é essencial. Procure dedicar sempre seu tempo livre a ele e você certamente receberá muito amor em troca!

Fonte: PETZ

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