Seu cão não quer comer. E agora?

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Por Paula Nery, adestradora e franqueada da Cão Cidadão

Existem vários motivos para que seu cão não sinta vontade de comer, portanto, é preciso avaliar alguns fatores para determinar o porquê deste problema.

Para tentar descobrir, você pode fazer algumas perguntas a si mesmo. Veja:

1. Seu cão, além de não comer, está apresentando sintomas como vômito, diarreia, prostração e mucosas esbranquiçadas? Caso a resposta seja positiva para qualquer um destes sintomas, leve o amigo ao veterinário com urgência, pois ele precisa realizar alguns exames que somente o médico veterinário poderá pedir corretamente.

2. Foi vacinado há pouco tempo? Caso positivo, é normal que eles se sintam um pouco desanimados. Alguns, chegam a apresentar febre. Isso quer dizer que o organismo está reagindo à vacina, ou seja, é um efeito colateral.

3. Ele está com muito tártaro, com as gengivas vermelhas ou dentes moles? Observe a boca do seu cãozinho, ele pode estar com problemas odontológicos que causam bastante dor ao mastigar. Neste caso, é fundamental consultar um veterinário.

4. Você viajou, se mudou ou houve alguma mudança de ambiente? Ele pode estar deprimido e precisa ser readaptar à rotina. Até lá, ele pode não comer.

5. Houve perda de algum membro da família (tanto humano quanto de outro animal)? A perda de um ente querido pode afetar até mesmo o cãozinho, que precisa de tempo e reforço para a readaptação.

6. Está muito calor? É normal perder o apetite quando a temperatura está muito elevada. Tente refrescar seu cão, deixá-lo em algum lugar mais fresco e então tente oferecer a comida quando ele recuperar o fôlego.

Se você já levou seu cão ao veterinário e ele descartou qualquer problema de saúde e, além disso, o animal não se enquadra em nenhuma das possibilidades acima, você deve estar se perguntando: e agora? O que pode estar acontecendo é que ele enjoou da ração ou simplesmente é um cão com paladar mais complexo.

Se o seu jeito de oferecer a comida é deixar a ração exposta durante todo o dia, esta também pode ser a razão pela falta de apetite. A ração passa a não ser tão interessante se ele pode obtê-la a qualquer momento, principalmente porque seu gosto não será o mesmo depois de algumas horas, podendo perder nutrientes e ocorrer até contaminação por proliferação de bactérias.

Além disso, se você encher o pote de ração não saberá o quanto seu cão está comendo.

Para saber ao certo como alimentá-lo, leia o conteúdo da embalagem de ração. Lá, você encontrará a tabela indicando a quantidade por peso, atividade e idade. Utilize uma balança para fazer o cálculo e fracione os grãos em duas ou três refeições ao dia.
Peso ideal de um cão: ele deve ter uma cintura visível e costelas palpáveis, mas sem estar envolta de muita gordura.

Caso você ainda tenha dúvidas, consulte um veterinário para acompanhar a saúde do melhor amigo.

Petiscos X Ração

É muito comum os cães recusarem a ração quando recebem outros tipos de alimento no lugar. Se ele ganha frango ou salsicha quando não come sua comida, por que ele a comeria depois, se o que você oferece é muito mais gostoso? Você mesmo acaba ensinando o bichinho a não se alimentar adequadamente.

A ração possui todos os nutrientes balanceados para a nutrição completa do seu cão, portanto, é a melhor opção para ele.
Lembre-se de sempre manter a ração bem embalada para que os grãos permaneçam frescos.

Se você tem a intenção de oferecer um alimento natural, preparado em casa, consulte o médico veterinário para que ele lhe passe as recomendações necessárias.

Como fazer seu cão comer a ração?

Primeiramente, depois de descobrir qual a quantidade ideal para seu animalzinho, fracione esse total em duas ou três porções para serem ofertadas ao dia, como dito anteriormente.

Ofereça uma porção e deixe ela lá por até 10 minutos. Se ele não se interessar, retire e deixe-o sem. É importante não oferecer outro alimento no lugar. Não se sinta mal, ele não está morrendo de fome. Mais tarde, ofereça a segunda porção do dia e observe se ele valorizará o alimento. Novamente, deixe a ração à disposição por 10 minutos, se ele comer, sucesso! Se não, retire e deixe-o novamente sem a ração. Alguns cães podem testar sua fragilidade e isso pode durar até alguns dias, é importante se manter forte e continuar não oferecendo outro alimento no lugar.

Caso seu cão seja de porte pequeno e corra risco de ter hipoglicemia, não o deixe ficar muito tempo sem comer. Ou caso tenha estômago sensível e apresente vômito por ter ficado o dia todo em jejum, ofereça uma pequena quantidade de alimento do interesse dele a noite, depois de pedir alguns comandos como o “Senta”, o “Deita” ou a “Pata”, assim ele saberá que ganhou o alimento por obedecer e não por ter recusado a ração anteriormente.

Ofereça a ração normalmente pela manhã no dia seguinte e repita os passos citados anteriormente.

Se você não estiver conseguindo fazer seu cãozinho comer a ração, procure um adestrador profissional para ajudá-lo!

O que leva um cão a ser antissocial?

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Os cães podem se tornar antissociais por diversas razões e, como consequência, desenvolver comportamentos agressivos. O Hachiko, aluno do adestrador e franqueado da Cão Cidadão, Leonardo Braga, que atende na região de São Bernardo do Campo, é um exemplo.

Segundo Leonardo, são muitos motivos que podem fazer com que o cão demonstre agressividade. O medo é um deles. “Um cão medroso pode dar vários sinais corporais que, muitas vezes, não observamos. No momento em que ele rosna, nos afastamos e acabamos recompensando esse comportamento”, afirma. “Assim, o cachorro entende que ser agressivo é a melhor forma que ele tem para conseguir o que quer”, afirma.

Cães que apanham também costumam ser bem agressivos, pois é a forma que aprenderam a lidar com as situações. Outros motivos que podem levar a este comportamento são: posse em relação a uma pessoa ou objeto, territorialismo, dor, falta de liderança em casa, dominância e convivência em ambientes tensos.

Um exemplo de como o cão pode se tornar agressivo em um ambiente tenso foi mostrado no programa É de Casa, da Rede Globo, pelo zootecnista e especialista em comportamento animal Alexandre Rossi. No programa, Alexandre realizou a aproximação entre o cachorro Duque de seu “inimigo” de rua.

Já em um ambiente em que o cão se sente seguro, as chances de demonstrar agressividade diminuem. Por isso, antes de tentar qualquer tipo de aproximação com cães agressivos, é muito importante contar com a ajuda de um adestrador.

Treinamento preciso

O primeiro passo para uma convivência harmoniosa é saber como lidar com o cão nestas situações. Neste sentido, o adestramento é um recurso muito importante.

Segundo Leonardo, os primeiros comandos ensinados são os básicos, como o “senta”, “fica”, “deita”, “vem”, que servem para melhorar a comunicação com os cães, estabelecendo uma relação de confiança. Outro comando muito importante é o “não”, que é fundamental para ensinar limites ao cão.

O adestrador conta que a participação dos tutores durante o treinamento é essencial para o sucesso e para que o pet possa ser inserido na família e na sociedade, propiciando uma melhor qualidade de vida. “No caso de Hachiko, foram feitos alguns treinos de aproximação com as pessoas da família, para que fossem ganhando a confiança dele”.

A tutora de Hachiko, Eliete Garcez, comenta que esse treinamento está sendo muito útil, pois ajudou a família a lidar melhor com o cãozinho e o tornou mais sociável. “Estou conseguindo aplicar todos os comandos com a ajuda do Léo”, acrescenta.

 

Necessidades fora do lugar

dicas_interna-xixiPor Thalita Galizia, adestradora e franqueada da Cão Cidadão

É sempre uma alegria a chegada de um cãozinho em nossa casa. Um problema muito comum que vem acompanhado do novo amigo são as necessidades fora do lugar. Alguns tutores, principalmente os de primeira viagem, ficam perdidos sem saberem por onde começar.

Devemos ter muita paciência, pois nossos bichinhos não sabem qual é o local correto de fazer suas necessidades. Cabe a nós termos muita paciência e amor para ensinarmos a eles.

É importante ter como primeiro passo a ideia de nunca dar bronca, caso o seu amigo erre. Além de atrapalhar, o cão pode entender que o ato de fazer xixi e cocô é errado, então, passará a fazer em locais escondidos. A atitude correta, nessas horas, é ignorar o cão e esperar ele sair do local para só depois limpá-lo.

É importante também escolher um local com pouco trânsito de pessoas e longe de onde o pet dorme e se alimenta. No começo, se você tiver tapetes por sua casa, o ideal é retirá-los, pois os cães gostam de fazer xixi em superfícies absorventes. Até que o peludo aprenda a fazer suas necessidades no local correto, é melhor não deixar que ela tenha acesso aos tapetes da casa.

Por outro lado, no local onde você quer que ele faça as necessidades, coloque coisas que absorvam, como jornais, tapetes higiênicos ou até graminhas. Os cães normalmente fazem suas necessidades quando acordam, depois que comem e após as brincadeiras. Sabendo disso, fica mais fácil pegarmos nossos amiguinhos e levarmos até o local correto para ensinarmos.

Tenha sempre um petisco gostoso quando for realizar este treino, assim, logo que o cão acertar você pode recompensá-lo com petiscos, carinhos e elogios, fazendo uma associação positiva. Nos momentos em que não estiver em casa, limite o acesso do cão a outros cômodos para evitar que ele faça as necessidades fora do local. Deixe-o em um ambiente confortável: de um lado o banheirinho e do outro sua comida, água e caminha.

Outra dica para ter um treino eficiente é deixar tapetes higiênicos espalhados pela casa sempre que quiser permitir o acesso do amigo a outros cômodos. Dessa forma, você ajuda seu cão a acertar cada vez mais e, a medida que ele for acertando, você pode recolher estes tapetes de forma gradual.

É natural que durante os treinos ocorram alguns erros, mas devemos sempre ter muita paciência e persistir, pois, aos poucos, seu cão vai errar cada vez menos.

O que fazer com cães que têm medo de tosa e banho?

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Por Tiago Cardoso, adestrador e franqueado da Cão Cidadão.

A higiene com nossos cãezinhos é muito importante e vai além de deixar o peludo cheiroso e com os pelos bonitos. O banho e a tosa são importantes para diminuir a sensação de calor nos dias quentes, manter as unhas no tamanho adequado e ajudar a preservar o pet livre do acúmulo de sujeira, o que, consequentemente, inibe a proliferação de bactérias e parasitas que podem prejudicar a saúde do nosso fiel amigo.

Apesar da importância desses cuidados, devemos ter em mente que ser tosado e tomar banho não são atividades naturais para os cães. Sendo assim, é compreensível que alguns queiram fugir, evitar ou confrontar esses momentos. E o que leva os cachorros a ter tais comportamentos é o medo. Isso mesmo, medo!

O medo pode ser causado por vários motivos. Alguns cães são desconfiados por natureza e se assustam mais facilmente. Cães com esse temperamento, muito provavelmente ficarão desconfortáveis com a altura da mesa e da banheira do pet shop, com os barulhos dos sopradores, dos secadores e das máquinas de tosa, e com as pessoas estranhas os manipulando.

Muitos cães se assustam com o que é novo, por isso, a apresentação do ambiente e dos materiais utilizados deve ser realizada de maneira gentil e cuidadosa, a fim de deixar uma primeira impressão boa e sem traumas.

Cães que não tiveram boas experiências na hora do banho e da tosa ou que associaram o pet shop a algo ruim poderão vir a ter medo. Aquele cão que só vai ao pet shop para tomar vacina, possivelmente, não vai gostar de tomar banho e ser tosado em um local que te traga lembrança ruim.

Treino

Caso 1 – cão que nunca foi ao pet shop

Se o seu cãozinho é filhote e nunca foi ao pet shop, apresente o local e os instrumentos utilizados de maneira gradual, cuidadosa e positiva.

Comece o treino em casa, pois o pet estará em um ambiente conhecido e se manterá mais calmo e relaxado. Faça uma massagem no cão, como se ele estivesse sendo ensaboado, e ofereça uma guloseima que ele goste. Depois, tente acostumá-lo ao toque da toalha, ao movimento de secar, ao secador, à máquina de tosa e assim por diante.

Todo o processo deve ser realizado com calma e associando cada elemento do banho e da tosa a algo agradável (petiscos, brinquedos, brincadeiras etc).

Associe o pet shop a algo positivo. Não deixe para ir ao local somente quando tem que dar banho, tosar ou vacinar o cão. Leve-o para passear ao pet shop e compre um brinquedo, um ossinho, um petisco ou simplesmente leve-o até lá e solicite às pessoas que trabalham no local que façam carinho no seu peludo. Assim, seu animalzinho vai se acostumando com o pet shop e terá experiências agradáveis lá.

Caso 2 – cão que já foi ao pet shop e não gostou

Se o seu cão já não gosta do banho e/ou tosa, o primeiro passo é identificar o que deixa ele desconfortável. Por exemplo, alguns não gostam que segure suas patas e, consequentemente, não gostam de cortar as unhas. Outros, associaram algum instrumento a algo negativo, como cães que tiveram suas unhas cortadas e sangraram. Estes, às vezes, se sentem desconfortáveis só de ver a tesoura.

Em ambos os casos será necessário realizar a dessensibilização, ou seja, diminuir ou retirar a sensibilidade daquilo que causa desconforto ao animal. No caso das patas, podemos começar tocando-as levemente, enquanto recompensamos com um petisco que o cão goste. Conforme ele for sentindo-se confortável nesse estágio, passamos para os próximos, que seriam toques mais demorados ou longos, pressionar sutilmente as patas, depois com um pouco mais de força e assim ir evoluindo.

Em relação aos materiais, como tesoura, máquinas de tosa, secadores e outros, o treino segue a mesma lógica, um passo de cada vez. Por exemplo, mostre o secador desligado ao cão e associe a algo bom, como um petisco ou uma brincadeira. Depois, ligue e desligue em seguida, mas mantenha certa distância. Depois, ligue e vá aproximando gradativamente. Direcione o vento para o cão e em seguida desligue. Direcione o vento por mais tempo e desligue. Aproxime o secador ligado e com vento direcionado para o cão e assim por diante, sempre recompensando e respeitando seu tempo. Não tenha pressa e, se for necessário, retroceda o treino.

Tudo o que é previsível e faz parte da rotina do cão vai deixá-lo mais tranquilo, possibilitando mudar as reações de medo para reações positivas. Assim, melhoramos a situação para todos: você, seu bichinho e para os funcionários do pet shop.

Bons treinos!

Como treinar o cão para ele não pular nas visitas?

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Por Thalita Galizia, adestradora e franqueada da Cão Cidadão

Os cães são animais muito sociáveis com os seres humanos, e uma forma de eles conseguirem atenção e inteiração é pulando.

Sem querer, os tutores acabam encorajando os pulos, principalmente se o cão é um filhote, pois acabam dando atenção e pegando no colo, reforçando ainda mais esse comportamento. Como o cão teve a recompensa que estava procurando, passa então a repetir a atitude, aumentando a frequência sempre que desejar interagir.

O melhor a se fazer é treiná-lo para que ele não pule desde pequeno, pois se for um cão que no futuro terá um tamanho de médio a grande porte, os pulos podem causar um acidente e até derrubar uma pessoa, por exemplo.

Para treinarmos nossos amigos de quatro patas desde filhotes, podemos ensinar o comando “Senta” e, toda vez que chegarmos em casa, seguramos o petisco na mão e pedimos que ele sente, assim que o fizer, recompensamos com um pedaço do petisco e podemos fazer carinho.

Com o tempo, o cão passará a entender que para ganhar atenção ele precisa estar calmo e sentado, assim, toda vez que ele quiser interagir, sentará e aguardará.

Outra maneira de ensinarmos que nossos amigos não ganharão atenção pulando em nós é ignorando (desviando do mesmo ou virando as costas). A tendência é que ele se canse e pare de pular. Só após, poderemos interagir e dar carinho, mostrando que o comportamento de pular é errado e que ele só conseguirá interação se mantendo calmo e com as quatro patas no chão.

Lembre-se sempre de ter muita paciência e ensiná-lo com bastante carinho, assim, os treinos ficarão divertidos para você e para seu melhor amigo, e ele passará a se comunicar cada vez melhor.

Caso precise de ajuda, procure um adestrador profissional.

Hotel para animais

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Por Cibele Tolaini, adestradora e franqueada da Cão Cidadão

Na hora de viajar, muitas vezes surge a grande questão de escolher onde deixar o cãozinho. Pois bem, essa realmente não é uma tarefa fácil, mas hoje em dia existem hotéis maravilhosos que proporcionam uma experiência incrível para o cão, mas devemos tomar alguns cuidados antes de decidir qual hotel deixá-lo.

É sempre importante buscar por referências, de preferência de pessoas conhecidas que indiquem o local, depois fazer uma visita, conhecer as regras, a rotina e a segurança do local.

Após a decisão ser tomada, entra um novo passo importante, familiarizar o cão com o local. É muito importante o cão conhecer o lugar antes de ser deixado lá definitivamente. Alguns hotéis oferecem um serviço de Day Care, ou seja, o cão pode passar o dia todo brincando e conhecendo tudo, e ao final do dia voltar para casa.

Essa opção é ótima para avaliarmos a sensibilidade do cão a esses momentos longe dos donos e do ambiente familiar.

Outros pontos importantes são as regras com relação a brinquedos. Podemos deixar alguns de casa lá? É legal avaliar, pois o cão já está habituado com eles. Também é superimportante deixar uma peça de roupa usada por nós, para que ele sinta nosso cheiro na hora de dormir, isso pode deixá-lo mais tranqüilo.

Outra dica é verificar a ração que o hotel costuma fornecer, se for diferente da oferecida em casa, deve levar a dele para o local para evitar uma dor de barriga, afinal, o cãozinho já esta sofrendo o “estresse” de mudança de ambiente, mudar a alimentação assim bruscamente nunca é indicado.

Sempre leve o cão com todas as vacinas, vermífugo e antipulgas em dia, isso costuma ser uma regra dos hotéis.

Necessidades só na rua

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Por Sheila Leme, adestradora e franqueada da Cão Cidadão

Você quer que seu amigo faça as necessidades só na rua? Será que isso é bom para ele? Será que vai ser bom para você?

Bom, se seu amiguinho só faz as necessidades na rua, isso é ótimo, pois você só tem que recolher as fezes e jogar em um lixo próximo. A urina, a chuva lava e sua casa continua limpinha (ebaaa!).

Mas e quando São Pedro resolve lavar a rua que seu amigo faz xixi? Ele vai ficar segurando as necessidades até você sair com ele? E se a chuva demorar?

O primeiro ponto a ser analisado é você pensar o que é rápido e o que é demorado. Pode levar uma hora (isso é rápido) ou podem levar seis horas (isso é demorado). Veja quais devem ser os seus questionamentos nesse momento:

1. Quantas horas meu amigo esta me esperando para fazer as necessidades? E se eu chegar em casa e estiver chovendo, ainda vou ter que esperar mais uma, duas, seis horas para levar ele passear? E se a chuva não passar?

2. Não parou de chover! Será que terei que levar ele na chuva mesmo? E se ele se molhar, depois terei que secá-lo? E se eu estiver muito cansado para sair?

Você deve estar imaginando agora: “nossa, quanta pergunta”. Mas é justamente nessa hora que temos que pensar que quando ensinamos nosso amigo a só fazer as necessidades na rua, e nunca em casa, isso pode gerar um grande problema, inclusive de saúde.

Ensinar seu amigo a segurar por muitas horas as necessidades pode causar problemas de saúde para ele, como infecção de urina. O melhor é ensiná-lo a fazer xixi e cocô na rua e em casa, assim, você poderá ficar tranquilo quando algo acontecer e te impedir de sair, e a saúde do seu amigo ficará segura também.

Acredite, tem amigos que seguram as necessidades por dias e isso é péssimo para ele, causa desconforto, dor e depois aparecem as doenças.

Você já segurou muito tempo para ir no banheiro? Não é horrível?

Então, vamos pensar no bem-estar dos nossos amigos! Fazer as necessidades na rua pode ser bom, mas se nós assegurarmos o bem-estar deles, ensinando-os a se aliviarem em casa também, será melhor ainda.

Além do mais, o passeio vai ser mais agradável para o pet, pois ele deixará de sair desesperado à procura da primeira arvore, poste, cone etc.

O bem-estar dos nossos amigos é o nosso também, já que eles fazem parte da nossa família.

Necessidades no local correto

dicas_interna-xixi-no-lugar-certoPor Tiago Cardoso, adestrador franqueado da Cão Cidadão.

Um problema bem comum, quando trazemos um cãozinho para morar na nossa casa, são as necessidades no lugar errado. Para resolver esse problema é necessário tomarmos alguns cuidados e ajudar o animalzinho a acertar.

Por onde começar?

A primeira coisa que devemos ter em mente é que o bichinho não sabe onde deve fazer as suas necessidades e cabe a nós ensiná-lo, com muio amor e paciência.

Escolha um ambiente tranquilo, sem trânsito de pessoas e que seja afastado de onde ele dorme e come. Cães preferem fazer suas necessidades em superfícies absorventes, portanto, até que o peludo aprenda a fazer no local correto, é legal não deixar o cãozinho ter acesso aos tapetes da casa. Por outro lado, devemos proporcionar locais com essas características como, por exemplo, tapetes higiênicos, jornal e graminhas.

Cães costumam fazer suas necessidades quando acordam, depois que comem e após as brincadeiras. Sabendo disso, devemos aproveitar esses horários para levar o amigão ao banheirinho e treiná-lo. Nada de deixar comida à vontade, o cãozinho deve ter horários para se alimentar, pois isso vai auxiliar no treinamento.

Quando não estiver em casa, não deixe o cão com acesso a todos os cômodos. Deixe-o confinado em um espaço onde de um lado esteja a caminha, água e o pote de comida e do outro o banheirinho. Assim evitamos que o peludo faça as necessidades em locais impróprios.

Sempre que o cachorrinho acertar, recompense-o elogiando, fazendo uma festinha e oferecendo um petisco ou algo que ele goste muito. Se ele errar, ignore e não dê bronca. A bronca atrapalhará o treino, pois o cão pode entender que fazer xixi ou cocô é errado. Além de não fazer mais as necessidades na sua frente, ele pode passar a fazer escondido.

Cães tem o faro muito aguçado e se deixarmos o cheiro de urina ou fezes no local que ele fez errado, ele poderá voltar a esse mesmo lugar. Sendo assim, depois de limpar, podemos aplicar um produto enzimático, a fim de retirar totalmente o cheiro.

Mesmo com treinamento, é natural que o cachorrinho erre muitas vezes até aprender. Tenha paciência e persista. Com tempo, os erros diminuirão.

Bons treinos!

Dessensibilizando medos

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Por Thalita Galizia, adestradora franqueada da Cão Cidadão

Seu cãozinho tem medo de barulhos, como, por exemplo, fogos, trovões, secador de cabelo e aspirador de pó? Ou, então, medo de algumas situações, como ir ao pet shop tomar banho, se consultar com o veterinário ou andar de carro?

É possível ensinar a ele que não precisa ter medo. Com a dessensibilização conseguimos contornar a situação e deixarmos nossos peludos mais calmos.

Vamos começar com barulhos altos: podemos pegar na internet sons de trovões e fogos de artifícios, gravar e iniciar o treinamento.

A apresentação desses sons deve ser feita de forma gradativa para evitar sustos ao cão, portanto, comece com o som bem baixinho. Quando o mesmo começar a tocar, vá recompensando o pet na mesma hora e lembre-se que a recompensa é algo que vá deixar seu animal bem focado. Pode ser petiscos ou um brinquedo, assim ficará mais fácil associar uma coisa gostosa a um som que incomoda.

Aos poucos vá aumentando o som, porém, se você ver que o pet está incomodado, retroceda o treino, abaixe o volume e vá aumentando novamente a medida que ele se sentir confortável.

Esse treino vale também para o aspirador de pó e secador. Comece ligando os aparelhos em outro cômodo, de forma que o som fique um pouco abafado. Neste momento, recompense o cão e aproxime ele, aos poucos, ao som até que ele perca totalmente o medo.

No caso de situações como medo de carros, podemos levar o cão até o carro, se ele se sentir confortável perto do veículo, vá recompensando-o, mas se notar um desconforto, se afaste e vá gradualmente se aproximando até que seu cão fique confortável com a situação novamente. Depois, abra a porta do carro e deixe seu cão entrar e sair no tempo dele, lembrando sempre de recompensá-lo quando perceber que o animal está confortável com o veículo. Após, ligue o carro e deixe que o amigo se acostume com o barulho e movimento que o automóvel faz.

Comece a dar voltas pequenas no quarteirão e, aos poucos, vá aumentando o trajeto e mudando os percursos, sempre recompensando o animal.

Outra observação muito importante: verifique se o seu melhor amigo está seguro no carro, seja com um cinto de segurança próprio para cães ou em uma caixa de transporte bem presa ao banco.

Os medos de veterinário e pet shop também podem ser contornados com o treino de dessensibilização.

Se o cão tem apenas um desconforto em relação ao local, podemos levá-lo repetidas vezes lá e sempre associar essas visitas com uma recompensa gostosa. Com a repetição, aos poucos ele acostumará e não terá mais problemas.

Se o caso for mais grave, o treino deverá ser feito com mais cautela e com muita paciência.

Comece a fazer atividades que o cão goste perto do local onde fica o pet shop, mas, lembre-se: o treino precisa ser gradativo, fique a uma distância que o cão não fique apreensivo e nem inseguro e comece a recompensá-lo. À medida que seu cão se mostrar relaxado, comece a se aproximar do local até que você consiga ficar dentro do pet shop com seu amigo calmo e tranquilo.

Perigos da rua: como evitar atropelamentos de cães?

Photo credit: Christian Schirrmacher / Foter / CC BY
Photo credit: Christian Schirrmacher / Foter / CC BY

Infelizmente, muitos cães são vítimas de atropelamentos pelo país. Em alguns casos, basta uma frestinha no portão para eles correrem para a rua e um acidente acontecer.

Para o cão, a calçada geralmente é bastante atrativa. Afinal, lá ele encontra cheiros diferentes e há muito que se explorar. Então, é natural que ele tenha essa atração, mas ele precisa saber que não pode sair sem autorização, muito menos atravessar a rua.

O que muitos donos podem não saber é que ensinar o pet a não sair de casa quando o portão estiver aberto ou a não atravessar a rua não é tão complexo quanto parece.

Treino

Você pode começar o aprendizado usando a guia. Aproxime-se da calçada, brinque com o cão e vá para a rua. Ele naturalmente o seguirá e aí, com o auxílio da guia, impeça-o de pisar na rua e diga “Não!”, em um tom sério. É crucial que você não permita que ele pise na rua. Assim que ele tentar, impeça-o imediatamente.

Esse exercício deve ser repetido algumas vezes, até que o cão se recuse a ir para a rua. Assim que isso acontecer, elogie-o e dê um petisco como recompensa.

Mas, atenção: é importante que você não chame o cachorro para a rua, para então corrigi-lo. Você não pode repreender o cão por obedecê-lo, por isso, apenas o  induza a ir para onde você quer. Não o chame.

Assim que o seu pet entender que não deve sair, jogue um brinquedo que ele goste muito na rua e aguarde. Claro, mantenha o controle do pet na guia, para evitar acidentes.

Caso ele tente buscá-lo, frustre o cão com a guia. Com a repetição, ele perceberá que não deve ir buscar o brinquedinho, e você deve recompensá-lo e elogiá-lo por ter feito o que você pediu.

Esse mesmo treinamento pode ser feito para mostrar ao animalzinho que ele não pode sair quando o portão estiver aberto.

Dica

– Faça o exercício em locais diferentes, para que o pet compreenda perfeitamente o que você espera dele.

– É importante que todo o dono ensine isso ao seu pet, pois pode evitar muitos perigos, entre eles, atropelamentos e fugas.

– Durante as aulas, controle o pet pela guia, para evitar acidentes. Caso precise, solicite o acompanhamento de um profissional especializado.

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