Adestramento para animais com deficiência visual

Photo credit: lisahumes / Foter / CC BY
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Por Malu Araújo, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Um animalzinho pode ter perda total ou parcial da visão por diversos motivos: acidente, idade, alguma doença – ou ele pode ter nascido nessa condição. No caso de pets que nasceram com algum tipo de debilidade na visão, a adaptação normalmente não requer muita interferência do dono. Já os animais que acabam perdendo a visão por outros fatores podem ser muito beneficiados com a ajuda do adestramento.

Como funciona o adestramento para animais com deficiência visual?

Os animais com essa condição precisam de uma rotina. Os donos devem evitar mudar móveis e objetos de lugar, para que eles não batam neles, por já estarem familiarizados com a disposição da casa.

Evitar também mudanças de cheiros é importante. Quando lavar a caminha ou outro item do pet, o ideal é procurar passar a mão dentro ou usar um cobertorzinho do bichinho, para que ele identifique novamente esse item com o cheiro do dono ou dele próprio.

A caminha, os potinhos de água e comida, além do banheiro, devem ser mantidos em um local conhecido e de fácil acesso. Caso precise mudar de ambiente, tente guiar o pet algumas vezes até o novo local, e depois observe se ele se desloca sozinho para o novo espaço.

Evite aparar os bigodes, tanto do gato como do cão, pois, para os animais com deficiência visual, o bigode funciona como uma “antena”: ele toca o objeto e se guia com mais facilidade.

Ensinar alguns comandos básicos também auxilia muito na adaptação da nova rotina. O uso de um apito, por exemplo, pode ajudar muito quando queremos chamá-lo. Quando ele se aproximar, recompensamos com um petisco e carinho, para que ele atenda sempre que for chamado.

Ensinar também o comando “para” pode evitar que um gato pule de algum lugar alto ou que o cão bata em algum móvel. O comando “fica” também é muito útil, por exemplo, para atender a porta de casa e receber uma visita.

Se o pet entende o comando “fica”, isso evita que ele saia na parte externa da casa, que pode ter uma escada, prevenindo um acidente.

Conte sempre com o auxílio de um profissional de comportamento para uma melhor adaptação e bem-estar do seu amigo!

Fonte: Meu Amigo Pet.

 

Como lidar com as mordidas dos filhotes?

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Photo credit: yomo_13 / Foter / CC BY

Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.

Qualquer um que já tenha convivido com um filhotinho de cão sabe o quanto eles gostam de morder! Mordem mãos e pés das pessoas, sapatos, pernas de cadeiras e mesas, e, muitas vezes, um sem número de objetos tidos como “preciosos”: celulares, óculos, sapatos, entre outros. E, como lidar com as mordidas dos filhotes? Vamos a algumas dicas, que certamente ajudarão a enfrentar esse período com muito mais tranquilidade.

Cães nascem sem dentes e o tempo de erupção dos dentes de leite ocorrente com 3 a 12 semanas de idade. São bem finos, parecem pequenas agulhas, que podem machucar as mãos dos mais desavisados!

Mas, por volta dos três meses, inicia-se a troca dos dentes de leite pelos permanentes. Sim, exatamente como as crianças pequenas: os dentinhos pequenos e fininhos caem, dando lugar a dentes maiores e mais fortes.

Essa fase se estende até por volta dos sete meses de vida e, durante esse período, poderá ocorrer vermelhidão, inchaço e irritação na gengiva, já que os dentes estarão rasgando a pele. Os filhotes precisam se aliviar de alguma forma e, como fazem isso? Mordendo tudo o que encontram pela frente!

Quanto às mordiscadas nas mãos dos donos, para o cãozinho, torna-se uma forma de interagir com as pessoas, já que, dificilmente, um filhote morderá a mão de alguém sem receber alguma atenção!

Assim, sabendo os motivos das mordidas, fica muito mais fácil tomar algumas providências para evitar objetos destruídos ou mãos arranhadas – lembrando que filhotes são “arteiros” por natureza e “acidentes” sempre acabam acontecendo.

Com relação ao desconforto que o filhote sente nas gengivas, o ideal é que ele tenha muitas opções para morder, já que esse é um comportamento natural e instintivo, visando o alívio das sensações ruins.

Assim, vale disponibilizar brinquedos específicos para cães nessa fase, de diversas formas, tamanhos e texturas. Deixe esses objetos nos ambientes que o filhote frequenta e o incentive a brincar com eles, já que a sensação de desconforto não tem hora ou lugar para surgir.

É importante também variar os brinquedos, para que o filhotão não se canse deles. Troque uma leva de brinquedos por outra, periodicamente. Outra dica que auxilia bastante: congelar os brin-quedos, já que o gelo tem efeito anestésico e alivia bastante a irritação na gengiva.

De nada adianta simplesmente deixar tantas opções aos filhotes, sem qualquer interação. O ideal é que todos os que convivem com o cãozinho o estimule a ter os brinquedos na boca, e o elogie bastante quando ele estiver roendo o ossinho, por exemplo. Quando ele morder as mãos ou móveis, fale um “Ai!” e pare imediatamente a interação.

O filhote associará muito facilmente que chama a atenção do dono quando está roendo seu brinquedo, acontecendo exatamente o contrário quando estiver mordendo algum objeto da casa ou as mãos e pés das pessoas.

Dessa forma, o filhote associará que os brinquedos geram alívio para a gengiva e interação com os humanos, mas morder as mãos ou objetos gera falta de interação e término da brincadeira.

Prestando atenção nesses detalhes, certamente essa fase de tantas mordidas será muito mais fácil, tanto para o filhote quanto para o dono.

Fonte: The Pet News.

Medo de barulho: como ajudar o pet?

Não é um problema fácil de ser resolvido, mas não desanime! Com alguns treinamentos, você pode amenizar esse medo todo.

Local seguro

Se o seu cão procura um lugar para se abrigar quando está com medo, permita que ele fique lá. Além disso, se possível, crie um espaço que ele possa ficar tranquilo, com janelas e portas vedadas para abafar o som externo.

Um ambiente associado a uma pessoa que ele adora também pode ajudá-lo a se sentir mais seguro. Habitue-o a ouvir sons altos da TV, rádio ou música mesmo. Esses sons podem ser usados para “mascarar” os barulhos de fogos e trovões.

Ajude-o a se acostumar aos poucos

Para que seu pet aprenda a lidar com barulhos que o assustam é preciso que ele faça associações positivas com esses momentos. Quando ouvir um barulho parecido com o que o assusta, comemore com ele: dê petiscos, elogie, faça carinho ou brinque com ele.

Assim, aos poucos, ele começará a associar o barulho, que antes representava perigo, a situações muito prazerosas.

Qual é a melhor idade para adestrar um filhote?

Photo credit: pkhamre / Foter / CC BY-SA
Photo credit: pkhamre / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Ao contrário do que se divulga, o filhote pode e deve ser treinado. Conheça as vantagens de adestrar o cão enquanto ainda é novinho

Ele absorve tudo
Esperar 6 meses para começar a ensinar um filhote equivale a negar educação para uma criança até ela se tornar adolescente. Com essa espera se perde o melhor e mais importante período do aprendizado. Apesar de os cães poderem aprender durante a vida toda, é nos primeiros meses de vida que o cérebro deles está mais preparado para se desenvolver e absorver informações.

O fato é que os cães estão sempre aprendendo conosco e com o ambiente, independentemente de termos ou não consciência disso. Por esse motivo, principalmente quando são filhotes, devemos prestar mais atenção no que estamos ensinando ou deixando de ensinar. Nada como uma boa educação na infância para serem evitados problemas na vida adulta. Não espere, portanto, o cão crescer para começar a lhe ensinar bom comportamento.

Mais guloso 
O filhote costuma ser mais guloso que o adulto, o que facilita o adestramento por reforço positivo, ou seja, associar a obediência com coisas boas. Podemos aproveitar a própria ração do filhote para recompensar os comportamentos desejados e a obediência a comandos.

Se o interesse pela ração for insuficiente, petiscos serão infalíveis. Mas tome cuidado para não dar petiscos em demasia e, com isso, desbalancear a ração.

Ter má coordenação motora ajuda
Por mais esquisito que possa parecer, a falta de coordenação motora do filhote facilita muito o aprendizado de comandos básicos, como o “senta” e o “deita”. O filhote tem muita dificuldade de “dar ré” olhando para cima.

Por isso, para ensinar o “senta”, deixamos que ele fique em pé e levantamos o petisco acima da cabeça dele, movimentando-o para trás. O cãozinho cai sentado e já pode ser recompensado. A falta de coordenação motora também ajuda a induzir o filhote a aprender o “deita”.

Nasce sabendo dar a pata
É facílimo ensinar o filhote a dar a pata, outro comando considerado básico. Ele já dá naturalmente a pata quando está querendo comer o petisco na nossa mão, mas não consegue. Esse é um comportamento instintivo, normalmente recompensado enquanto o cão mama. O leite sai com mais força das tetas da mãe quando são empurradas com a pata. É um desperdício perder a possibilidade de associar esse comportamento a um comando, recompensando-o!

Em geral, bastam alguns minutos para ensinar o comando a um filhote, enquanto que, com um cão adulto, esse mesmo ensinamento pode levar horas.

Liderança mais aceita
Embora o filhote possa ser mais ou menos dominante, raramente deixa de nos obedecer em troca de algum brinquedo ou comida. Muitos cães adultos recusam a recompensa para não demonstrar submissão ou para testar nossa liderança. Cães que aprendem cedo a obedecer e a respeitar limites dificilmente se tornam agressivos com seus donos quando contrariados, ao contrário de cães dominantes que não tiveram uma boa educação.

Durante a adolescência, os cães testam com mais freqüência e intensidade a nossa liderança. A melhor maneira de lidar com isso é mostrar firmeza nos limites impostos e recompensar a obediência a comandos, o que fica mais fácil quando se podem usar limites e comandos já ensinados na infância.

Agressividade não perigosa
O filhote já pode demonstrar agressividade ao se sentir contrariado ou quando quer defender a posse de algum objeto ou alimento (agressividade possessiva). Embora um filhote possa morder, raramente representa perigo real para o ser humano. Com isso, quem tem filhote sente menos medo de impor limites com firmeza do que quem tem exemplar adulto, obtendo melhores resultados na educação do cão.

É comum os filhotes testarem continuamente os limites, demonstrando agressividade. Mas também é preciso saber que quem não sabe lidar com essas situações corretamente pode incentivar e recompensar tais reações. Conforme o cão vai crescendo, suas ameaças vão ficando cada vez mais amedrontadoras e perigosas, diminuindo bastante a chance de os donos conseguirem controlá-las sem a supervisão de um profissional de comportamento canino.

Donos mais empolgados
Infelizmente, a empolgação e a dedicação dos donos em relação aos filhotes vão diminuindo com o tempo. Por isso, a criação de um bom vínculo entre as pessoas da casa e o filhote é a melhor maneira de garantir uma vida boa para ele depois de se tornar adulto.

O cão educado e que sabe obedecer a comandos participa mais intensamente da matilha humana dele e aprende a se comunicar melhor com as pessoas, o que o torna mais querido por todos.

Mitos e verdades sobre adestramento

Photo credit: Amy Loves Yah / Foter / CC BY
Photo credit: Amy Loves Yah / Foter / CC BY

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. 

Mesmo sendo bem difundido e relativamente fácil de ser encontrado, o serviço de adestramento não é usufruído por boa parcela da população que poderia se beneficiar com ele. Há também pessoas que, sem ter ideia correta sobre a função desse treino, contratam um adestrador com expectativas irreais e ficam frustradas com o resultado. Procuro esclarecer aqui alguns conceitos bastante difundidos, para melhor entendimento deste importante assunto.

Mitos

“O cão só obedece ao adestrador”
Se fosse verdade que o cão só obedece a quem o treinou, como seria possível preparar cães guias de cego, já que os portadores de deficiência visual não têm como fazê-lo? É provável que o mito nasceu da frustração de donos cujos cães depois de adestrados apenas apresentam melhora de comportamento e obediência quando estão com o adestrador. Na verdade, essa diferença de atitudes acontece não exatamente por causa da pessoa do adestrador. Mas porque o cão, por ser inteligente, associa a validade de uma regra a um determinado contexto. Para ele agir do mesmo modo com seu dono e com o adestrador é preciso que ambos usem os comandos em contextos semelhantes. Sem o envolvimento com os métodos do adestrador, o dono do cão e seus familiares jamais obterão os mesmos resultados que o adestrador consegue.

“Não vou adestrá-lo pois não quero um robô!”
Essa frase superestima o poder do adestramento e subestima a inteligência canina. Engana-se quem acha que o cão aprende um determinado comando e passa a obedecê-lo como uma máquina. Ele nos obedece por estar interessado em alguma troca. Seja para ganhar algo que goste ou para evitar algo que não goste. Além da troca, existe a questão da hierarquia. Um cão dominante pode oferecer resistência e não obedecer a comandos de uma pessoa, mesmo que esteja interessado na troca, por se considerar em nível hierárquico superior ao dela.

“Cães só devem ser adestrados após os seis meses de idade”
Muitos acham que não podem adestrar o cão antes que ele atinja meio ano de vida. Esperam impacientemente que complete essa idade para procurarem um adestrador. Mas os cães aprendem o tempo todo, independentemente do que achamos. Por meio do adestramento ensinamos o que queremos e o que julgamos ser importante. Isso deve ser feito durante toda a vida do cão, com ou sem a supervisão de um profissional de adestramento.

“Meu cão é muito burro, não aprende nada!”
Cuidado com essa frase. Provavelmente ela diz mais a respeito da sua técnica de ensino do que sobre a inteligência do seu cão! Cães aprendem com bastante facilidade, mesmo os menos inteligentes. Executar comandos básicos é algo facílimo para eles. Portanto, se o seu cão não obedece, não deve ser por burrice. Questione a sua didática e o interesse que consegue despertar no seu aluno canino com o que você oferece a ele.

“Só cães de grande porte devem ser adestrados”
Cães de qualquer tamanho podem ser beneficiados pelo adestramento. Lembre-se: adestrar é educar. Cães pequenos também podem destruir objetos, atacar pessoas e não obedecer aos proprietários!

Verdades

“O cão só obedece por interesse”
É isso mesmo. E não deveríamos achar ruim o cão gostar de recompensas. Quem trabalha de graça? Mesmo quando não buscamos dinheiro, queremos nos sentir recompensados de alguma maneira. O mesmo princípio é válido com os cães. Para obtermos maior influência sobre o comportamento deles devemos sempre procurar identificar quais estão sendo as trocas, mesmo que elas não sejam óbvias.

“Até os cães mais velhos podem aprender”
Correto. Da mesma maneira que as pessoas mais idosas também aprendem. Alguns hábitos praticados durante toda a vida podem ser um pouco mais difíceis de modificar. Mas, na maioria das vezes, a capacidade do cão para se adaptar a novas regras é surpreendente. Não existe uma idade determinada para o cérebro bloquear novos aprendizados. Portanto, acredite no seu cão velhinho!

Depende… 

“Cães não gostam de ser adestrados”
Isso está muito relacionado com a técnica que o adestrador utiliza. Algumas são embasadas em recompensas e reforços positivos; outras, em punições e reforços negativos. Cães treinados com reforços positivos e recompensas gostam muito mais das aulas dos que os treinados com punições. Mas os cães ensinados com reforços negativos também podem gostar delas. Ter contato social, sair para passear, ser estimulado é tão importante para eles que os reforços negativos e as punições ficam em segundo plano.

Adestramento: evite erros comuns!

erros-ao-adestrarEducar ou adestrar o bichinho de estimação nem sempre é uma tarefa fácil. Antes de mais nada, é preciso ter muita paciência, saber respeitar o espaço dele e, ainda assim, ser persistente na hora de ensiná-lo.

Algumas atitudes do dono podem influenciar negativamente na educação do animal, pois, algumas vezes, ele pode não entender o que queremos passar para ele.

O que não fazer?

– Broncas desnecessárias: evite-as! Se o cachorro fez algo errado, não dê bronca após o acorrido, assim ele ficará sem entender. O certo é corrigi-lo no ato.

– Uso da palavra “não”: não use a palavra “não” toda hora. Muitas vezes, ao fazer algo errado, o animal está apenas tentando chamar a sua atenção. Cair na armadilha de correr atrás dele vai reforçar esse comportamento!

– Violência: não use violência física para ensinar! Isso pode levar o animal a desenvolver distúrbios comportamentais.

O que fazer quando o gato arranha os móveis?

gato-arranha-sofaSeu gato tem a mania de sair arranhando todos os móveis da casa?

Eles geralmente precisam afiar as unhas e arranhar os ajuda a eliminar o estresse e a relaxar. Mas, não precisa ser necessariamente o sofá, não é mesmo?

O ideal é que ele tenha alguns arranhadores e, para escolher o modelo ideal, é preciso prestar atenção ao comportamento do animal. Muitos gatos gostam de arranhadores altos na vertical para poderem se espreguiçar, enquanto outros curtem arranhadores na horizontal.

Uma dica é analisar também a preferência da textura, testando brinquedos e arranhadores de papelão, de corda e revestidos com tecido.

Lembre-se: os arranhadores devem ser firmes!

Onde colocá-los?

Coloque o arranhador no local onde o gato mais gosta de estar. Ele não deve ficar, por exemplo, na área de serviço, caso o seu gatinho não frequente muito esse ambiente.

Personalidade de gato

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Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.

Para os donos, cada bichano é um indivíduo diferente. Brincalhões ou reservados, atrevidos ou recatados, audaciosos ou prudentes, melindrosos, modestos, egocêntricos, ou até temperamentais, cada gato parece ter sua própria identidade. Alguns deles, ao longo da história, alcançaram a fama e até ficaram imortalizados em nossas lembranças graças aos seus temperamentos marcantes. Quem não se lembra do criativo gato Félix, sempre cheio de truques, malabarismos e artimanhas? E do melindroso, guloso e preguiçoso Garfield? Sem disfarces e com ar de declaração (“gostem de nós do jeito que somos”), os gatos deixam cada vez mais claro que “personalidade” é algo que não lhes falta!

Até bem pouco tempo atrás estava muito longe da ciência aceitar que gatos poderiam diferir uns dos outros, quer seja no relacionamento com as pessoas ou nas interações com outros gatos. Felizmente, a realidade mudou e atualmente diversas pesquisas têm comprovado que, de fato, o que proprietários observam e relatam é verídico: cada gato tem sua própria identidade. Estudo recente realizado nos EUA filmou inúmeras sessões onde diferentes gatos eram colocados junto de pessoas não familiares. Verificou-se que os gatos exibiam comportamentos bem diferentes, de modo que foram classificados em: gatos amigáveis reservados (sem iniciativa), gatos amigáveis com iniciativa e gatos não-amigáveis. Dentre os gatos amigáveis, por exemplo, havia aqueles que preferiam contato através de brincadeiras, outros preferiam afagos e carícias, e por fim, havia aqueles que procuravam manter um contato à distância, como num verdadeiro “amor platônico”.

Mas o que será que determina esses diferentes temperamentos dos gatos domésticos? De onde vem esta tal “personalidade”? Estudiosos do assunto acreditam que o temperamento de um gato seja resultado de uma combinação de fatores, tais como genética, experiências com a mãe e irmãos de ninhada enquanto filhote, ambiente onde vive e até a própria personalidade do dono. Por exemplo, um gatinho órfão que foi privado das lambidas e esfregamentos de sua mãe e irmãos de ninhada terá grandes chances de se tornar um gato adulto medroso e intolerante às carícias. Da mesma forma, um gatinho vivendo em um ambiente com crianças lhe importunando o tempo todo (obrigando-o a ficar no colo e até usando seu rabo como brinquedo) provavelmente se tornará um adulto assustado e até agressivo.

Mas, sem dúvida, a genética tem uma notável parcela de contribuição no temperamento de um gato. É bastante comum aconselharmos as pessoas a investigarem o temperamento dos pais de um gato, principalmente quando se busca um bichinho bastante dócil. Quem nunca ouviu dizer que gatos amigáveis tendem a gerar filhotes também amigáveis? Isso é verdade, já que mãe e pai transferem para os filhotes genes que contêm toda informação referente a seu organismo, incluindo seu temperamento. É por isso que os filhos, e aí podemos incluir o ser humano, apresentam características maternas e paternas em sua personalidade. A mãe, no entanto, não transmite simplesmente informação genética para seus filhos. Desde que nascem e enquanto são ainda pequenos a mãe lhes transmite ensinamentos bastante importantes para a vida futura, daí a importância dos primeiros contatos dos filhotes com a gata. Já o pai tem pouco ou nenhuma participação nesta fase de ensinamentos, já que os machos praticamente não atuam na criação dos filhotes.

Dessa mistura de fatores herdados e ensinados é que surgem os diferentes temperamentos dos felinos. Embora apareçam e se desenvolvam enquanto o animal é ainda filhote, irão permanecer também no indivíduo adulto. Uma vez formada, a personalidade do gato permanecerá por anos e talvez até por toda a vida. Se enquanto filhote seu gatinho já demonstra, por exemplo, que é capaz de truques, artimanhas e até trapaças para conseguir comida, tenha certeza, quando adulto, será um gato bem malandrinho; daqueles que atacam sua geladeira para afanar alguns petiscos e guloseimas.

Independente do temperamento do felino, o importante é saber entender e compreender que cada gato é um indivíduo diferente. Devemos aceitá-los tal como são e lembrar que uma das grandes características admiráveis nos gatos é justamente o fato de terem “personalidade”.

Como os animais ouvem?

Photo credit: Aidras / Foter / CC BY-ND
Photo credit: Aidras / Foter / CC BY-ND

De acordo com o zootecnista Alexandre Rossi, cada animal está programado para ouvir em uma determinada freqüência. Muitos deles, inclusive, são capazes de distinguir ultra e infra-sons, imperceptíveis para os humanos. Os elefantes, por exemplo, escutam os gravíssimos infra-sons, presentes em tremores de terra, em alguns ruídos que emitem pela tromba, etc.

Os gatos e cachorros, por sua vez, ouvem ultra-sons, agudos demais para as pessoas, e, assim, são capazes de escutar até os ruídos que os ratos fazem entre si. “Para animais que vivem da caça, esta capacidade é primordial, pois o ultra-som possibilita que detectem com precisão a localização da presa”, afirma Rossi.

Ele também chama a atenção para o tubarão: “mais do que simplesmente ouvir, este animal sente estímulos elétricos, que denunciam até um coração batendo a alguns metros de distância”. Rossi lembra que algumas espécies chegam a se orientar especialmente por intermédio do som: morcegos e golfinhos utilizam um sistema de emissão e recepção de ultra-sons para “desenhar” o espaço onde estão e se deslocarem com facilidade. 

O zootecnista também cita os pássaros que, algumas vezes, são capazes de ouvir larvas dentro da madeira ou minhocas cobertas por dez centímetros de terra.

Brincar é aprender (a importância dos pets)

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Photo credit: Takashi(aes256) / Foter / CC BY-SA

Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. 

Bom, agora que acabamos de trabalhar, fazer coisas sérias e produtivas, podemos finalmente brincar! É assim que a maioria das pessoas encara a brincadeira: algo que deve ser feito apenas ao término das “coisas importantes” – quando elas terminam. Ou, então, simplesmente como uma recompensa para estimular as atividades “mais úteis”.

Nós menosprezamos a importância da brincadeira para a saúde mental e física das pessoas e dos animais. Brincar prepara a pessoa ou o animal para enfrentar o mundo real, ajuda a estabelecer vínculos, a aceitar papéis, regras sociais e morais.

E como simples brincadeiras podem nos ensinar tudo isso? A saúde física é estimulada pelos exercícios, quase sempre presentes nas atividades em espaços abertos, e também pelos movimentos que estimulam e treinam a coordenação motora. As atividades físicas durante esses momentos são feitas com prazer, o que colabora muito para um aprendizado motor mais duradouro e sem frustrações.

A saúde mental também é beneficiada. Aprender a respeitar regras, estabelecer um contato íntimo com um outro organismo, integrar-se socialmente, aprender a se colocar no lugar do outro etc., são algumas das lições que essas atividades de lazer são capazes de ensinar.

Troca de lugares

A ciência está descobrindo, cada vez mais, o quanto é importante a relação homem/animal. As atividades com animais trazem inúmeros benefícios para o ser humano e para o animal de estimação. Brincando com nossos pets, aprendemos a nos colocar no lugar dele e tentamos perceber o mundo da maneira que eles percebem.

Ao conseguirmos prever atitudes e estratégias do animal, como o escape da “perseguição”, conseguimos entender o processo de tomada de decisão do animal, ou seja, nos colocamos no lugar dele. Muitos pets são capazes de, também, interpretar nossas reações e prever comportamentos, tornando um jogo cada vez mais interessante para ambas as partes e permitindo um conhecimento sobre o outro cada vez maior. Esse processo gera um sistema de comunicação novo, estimulado por novas percepções, colaborando para a criatividade e a adaptabilidade da pessoa e do animal.

Os pets também ensinam o ser humano a entender e a lidar com as emoções. Durante as brincadeiras com eles, as emoções são vivenciadas de uma maneira mais pura, simples e direta, pois os animais não sofrem de personalidade dividida pela tentativa de se adaptar aos padrões da sociedade. Ao lidarmos com emoções puras, aprendemos suas verdadeiras características, e ganhamos com ferramentas essenciais para enfrentarmos um mundo cheio de emoções e vontades camufladas por restrições da nossa complicada civilização. Correr com seu animal, fazer carinhos, jogar com brinquedos ou mesmo criar brinquedinhos são pequenas coisas que podem trazer grandes mudanças – para você e para ele.

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