Conheça a loja da Cão Cidadão

noticias_interna-lojacao Recentemente, a Cão Cidadão lançou sua própria loja. Um espaço virtual criado especialmente para os amantes de pets. Na loja, é possível encontrar diversos produtos criados para os animais, além de acessórios para os donos.

Para conferir de perto, acesse www.lojacaocidadao.com.br: são linhas exclusivas da Estopinha para higiene e beleza, camas e colchonetes, produtos contra pulgas e carrapatos, petiscos, livros do Alexandre Rossi, utensílios para a casa e camisetas personalizadas.

Desconto!

Cadastrando-se na Newsletter oficial da loja, além de conferir as novidades em primeira mão, você receberá um desconto de 10% na sua primeira compra. Metade dos lucros das vendas pelo site é revertido para ONGs que resgatam e abrigam animais.

Aproveite e dê para seu pet o presente que ele merece!

Como lidar com cães que latem muito?

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Que o latido é a forma como os cães se comunicam, todos sabemos. Essa é a maneira que eles têm de nos informar sobre alguma vontade, algo que esteja errado e até de problemas de saúde. Mas, algumas vezes, esses latidos se tornam uma barreira entre a boa convivência do pet junto à família (e os vizinhos).

“O latido em excesso pode ser causado por vários motivos”, explica a adestradora da equipe Cão Cidadão, Sophie Kessar. “Alguns cães apresentam esse comportamento para chamar a atenção de seus tutores. Outra causa comum é a ansiedade de separação”, relata.

Os cães que latem demais podem estar passando por alguns distúrbios comportamentais ou até problemas físicos. O ideal é que o dono preste atenção nas atitudes do seu cãozinho para saber se algo está errado.

O problema

O latido em excesso, muitas vezes, pode ser motivado pelo próprio dono. “Essa conduta pode ser reforçada, já que, normalmente, as pessoas acabam valorizando os latidos, pedindo ao cão que pare com o barulho e dando a ele o que ele quer: atenção”, conta Sophie.

Isso acontece porque, independentemente de ser uma bronca, a atenção ofertada ao pet nesse momento já é, para ele, uma grande recompensa. Quando o animal é corrigido da maneira errada, ele entende que ao se comportar daquela forma, conseguirá o que quer.

“Essa falha de comunicação entre o tutor e o animal pode desenvolver problemas sérios compulsivos, como lambeduras excessivas, a ponto de o animal se machucar bastante. O ato se dá, no geral, por conta de um alto nível de estresse”, confirma.

Solução

Para resolver esse problema, é necessário que o tutor saiba primeiro o que está motivando o comportamento no pet. Pode ser por tédio, estresse, ansiedade, solidão, saúde debilitada, entre outros.

“É essencial contar com a ajuda de um profissional especialista em comportamento animal, para que ele auxilie o tutor a detectar o motivo que faz com que o cão tenha esse hábito”, aconselha a adestradora. “Após encontrar a razão, algumas alterações na rotina do cãozinho e da família ajudam a eliminar o problema.”

Atenção, amor, carinho e muitos passatempos ajudam o pet a superar essa fase. “É importante que sejam oferecidos brinquedos e passeios diários, para que toda a energia acumulada seja extravasada de forma positiva”, afirma Sophie. “É muito comum que eles venham a latir muito quando ficam ociosos, portanto, é importante que eles brinquem, passeiem e sociabilizem”, completa.

O adestramento é uma forma de oferecer todas essas atividades para o pet, pois o aprendizado é um estímulo tanto mental quanto físico para o bichinho. Com a ajuda do adestrador, será muito mais fácil eliminar esse problema e ter uma convivência harmoniosa com ele.

“É importante que o dono se envolva e se comprometa nos treinos propostos pelo profissional. Seguir exatamente os protocolos sugeridos faz toda a diferença. É preciso paciência e dedicação para condicionar e mudar o comportamento de um animal, mas, certamente, com treinos frequentes e consistentes, o problema será eliminado.”

E não se esqueça: o latido em excesso pode significar um problema de saúde, portanto, leve o pet a um médico veterinário de confiança para checar se está tudo certinho com o pet.

Gostou desta dica? Se quiser contratar um de nossos profissionais de adestramento e comportamento animal, fale com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571-8138 (São Paulo) e 11 4003-1410 (demais localidades).

Alexandre Rossi, Estopinha e Barthô no Luciana By Night

noticias_interna-luciana Hoje, dia 16 de agosto, o especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi, e a duplinha Estopinha e Barthô estarão no programa Luciana By Night, com a Luciana Gimenez.

O especialista conversou com a apresentadora sobre adestramento e comportamento animal, além de dar dicas de como tornar a convivência e a comunicação com os pets muito mais fácil e harmoniosa.

O programa será exibido daqui a pouco, às 22h45, na Rede TV.

Para conferir o teaser, clique aqui!

Não perca!

Animais podem entrar em depressão?

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A depressão em animais é assunto de muitos estudos e, até hoje, não se chegou a uma conclusão se os bichos podem ou não passar por esse problema. Eles podem ficar apáticos e até um pouco tristes quando vivem em um ambiente não muito agradável para eles.

“Muitas vezes, não ter as suas necessidades atendidas como espécie pode fazer com que alguns animais desenvolvam ansiedade ou fiquem entediados e, assim, eles apresentam alguns comportamentos que podem ser confundidos com os sintomas da depressão”, explica Fabio Antonio, adestrador e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Mudança de comportamento

O especialista explica que algumas pessoas também confundem e interpretam um animal muito quieto como deprimido, mas, na maioria das vezes, pode haver algum problema de saúde envolvido. Por isso, é importante levar o pet ao veterinário sempre que notar alguma mudança de comportamento.

A apatia pode ser provocada por diversos motivos, entre eles, a falta de um ambiente saudável e próprio para o pet. Os animais precisam ter as suas necessidades atendidas para manter a saúde física e, principalmente, a mental em dia. “O ambiente é fundamental para o bem-estar do pet, e precisa trazer atividades e desafios diários”, comenta Fabio.

O adestrador informa ainda que cada espécie demanda uma atenção diferenciada. “Não podemos esperar que um gato se sinta bem em um ambiente preparado para um cão ou que um roedor fique tranquilo em um local pensado para gatos”, adverte. “Isso pode gerar uma ansiedade excessiva, além de problemas comportamentais decorrentes do estresse crônico, como agressividade, latidos em excesso, medos e fobias”, completa.

Outro motivo que pode gerar a apatia é a solidão. Animais, como os cães, são “programados” para viverem em grupo e, quando passam muito tempo sozinhos, podem desenvolver problemas comportamentais, físicos e psicológicos simplesmente porque a solidão não é um comportamento natural da espécie.

Como agir

O melhor tratamento para a apatia é a prevenção. “Habituar o pet desde filhote às situações que ele vai passar durante a sua vida é fundamental”, indica Fabio. “Eles precisam aprender a ficarem sozinhos aos poucos, o ambiente precisa ser rico em atividades e é necessário que os cães tenham passeios diários. No caso dos gatos, o seu espaço deve ser respeitado. Eles devem ter a opção de se esconderem em tocas quando quiserem ou de interagir com algum brinquedo que estimule a caça.”

Uma boa dica também é a castração. “Do ponto de vista comportamental, a castração geralmente traz mais benefícios para os cães machos e, no caso dos gatos, para ambos os sexos”, informa o adestrador. “O procedimento ajuda a reduzir a ansiedade no caso dos machos, evitando problemas comportamentais. Para as cadelinhas, pelo que se sabe hoje, a castração traz benefícios para a saúde, ajudando a prevenir problemas, como a infecção de útero.”

O importante é manter o bem-estar do seu amigão em dia, atendendo as suas necessidades e oferecendo atividades que o estimulem.

Gostou desta dica? Se quiser saber mais sobre como adestrar o seu cão, ou contratar um de nossos profissionais, entre em contato com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571.8138 (São Paulo) e 11 4003.1410 (demais localidades).

Cães realmente sentem pena das pessoas?

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Por Alexandre Rossi, zootecnista e especialista em comportamento animal.

A revista Galileu publicou uma matéria afirmando que os cães sentem pena das pessoas, como se os cientistas tivessem conseguido provas disso. O texto da matéria nos leva a esse entendimento, pois menciona uma pesquisa em que a empatia nos cães foi um dos aspectos estudados pelos cientistas.

Mas o que é empatia?

Empatia é a capacidade de se contagiar com a emoção do outro. Esse contágio pode ocorrer de forma automática e até de maneira inconsciente, mas também pode envolver processos mentais mais complexos, como conseguir se colocar no lugar do outro e imaginar como essa pessoa pode estar se sentindo.

Opiniões foram tratadas como fatos

A pesquisa citada pela matéria não apresenta nenhuma descoberta, mas propõe uma reflexão sobre a capacidade de os cães terem empatia pelos humanos e menciona que ainda não houve um debate sobre esse tópico e que também não há propostas de pesquisas para explorar mais profundamente essa ideia. Nesse estudo, há uma discussão interessante sobre o grau de empatia que os cães talvez tenham com os humanos, com base em relatos, pesquisas e raciocínio lógico.

O artigo tem as seguintes finalidades: explicar por que os próprios autores acreditam que os cães sejam capazes de ter empatia por humanos, revisar evidências a favor e contra essa opinião e propor rotas para futuros estudos sobre o tema. Ao final, os cientistas dizem que pesquisar sobre o tema é algo especialmente importante para tomarmos decisões sobre nossas obrigações com os cães. Por exemplo, se os cachorros são capazes de sentir nossas emoções, cães terapeutas que visitam pacientes com dor podem se prejudicar com isso e necessitar, portanto, de massagens e outros cuidados para se acalmar?

Utilidade prática para nós, experts em comportamento

Mais uma vez mostramos que a mídia pode exagerar e até mesmo mudar conclusões de estudos científicos. Nós, profissionais da área, devemos sempre questionar o que está sendo divulgado, especialmente quando a informação é replicada pela grande mídia, que simplifica os textos para o público geral e muitas vezes acaba sendo apelativa.

Opinião do GEC sobre empatia nos cães

Existem várias evidências que nos levam a acreditar que os cães sejam capazes de demonstrar empatia por outros cães e por nós. Alguns estudos mostraram, por exemplo, que os cachorros tendem a bocejar mais quando veem um humano bocejando, indicando a presença de neurônios espelho que reagem aos nossos comportamentos.

Sabemos também que os cães conseguem diferenciar nossos comportamentos, expressões e tonalidade de voz e que muitos demonstram mudanças comportamentais e fisiológicas com relação a isso, mas afirmar que eles sentem pena dos humanos é forçar a barra diante das evidências que temos e principalmente porque esse estudo científico não fez tal afirmação. Pelo contrário, o artigo apresentou inclusive argumentos e evidências que vão contra esse entendimento.

Opinião do GEC sobre estresse em cães terapeutas

Não acreditamos que os cães selecionados para a Terapia Assistida por Animais sofram ao visitar pessoas doentes por terem empatia por elas. Através de anos de experiência levando cães para esse trabalho, pudemos constatar a disposição dos animais para entrar nas instituições e se relacionar com as pessoas enfermas. Se eles estivessem sofrendo, provavelmente não buscariam esse contato de maneira tão espontânea.

Revisão por Juliana Sant’Ana, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Eventos da Cão Cidadão movimentam agosto

noticias_interna-petz O segundo semestre de 2016 chegou recheado de eventos da Cão Cidadão. A parceria com a PETZ voltou com tudo e, ao longo dos próximos meses, nossos profissionais realizarão palestras, aulas e plantões de dúvidas gratuitos nas várias unidades da loja.

Aulão: “Brincando com o seu cão”

No dia 20 de agosto, sábado, a equipe Cão Cidadão estará na PETZ Anália Franco, em São Paulo, para um aulão gratuito. Os adestradores ensinarão um pouco mais sobre atividades que podem ser realizadas com o cãozinho, sempre mantendo-o em segurança e levando em consideração o bem-estar dele.

O encontro terá início às 17h, o bichinho é muito bem-vindo e não é necessário realizar inscrições.

Para saber mais, clique aqui.

Palestra: “Problemas compulsivos”

Se você quer entender um pouco mais sobre o comportamento animal, participe desse evento! No dia 27 de agosto, sábado, às 17h, a equipe Cão Cidadão estará na PETZ Marginal Tietê, também em São Paulo, para uma palestra gratuita sobre “Problemas compulsivos”.

Os integrantes da equipe Cão Cidadão falarão sobre o assunto, além de dar dicas de como identificar e eliminar esse problema tão comum entre os pets.

Para participar, não é necessário realizar a inscrição. Basta comparecer ao local na data e hora marcadas. A presença de animais é permitida.

Para mais informações, confira a agenda!

Como saber se o cão está com frio?

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https://www.flickr.com/photos/nathaninsandiego/6255819280/sizes/l

Com a frente fria que está chegando para derrubar as temperaturas em alguns estados do país, as blusas de frio começam a dar novamente o ar de sua graça e sair dos armários, a fim de esquentar os brasileiros. Mas, e os pets? Será que eles também sentem o frio que sentimos? Como descobrir?

Na verdade, os animais são protegidos por seus pelos e, por isso, sentem frio com muito menos intensidade que os humanos. De qualquer forma, é importante lembrar que ainda assim o pet sente frio e não é imune à doenças respiratórias e outras relacionadas ao inverno, por exemplo.

Dicas para cuidar com muito amor e aconchego do bichinho:

1. Como sei que meu pet está com frio?

“Uma das maneiras de descobrir se o animal está sofrendo de frio é prestar atenção se está tremendo ou se está procurando ficar bem encolhidinho”, alerta Alexandre Rossi, zootecnista e especialista em adestramento e comportamento animal.

2. Posso colocar roupinhas no meu cãozinho?

Na maioria das vezes, mesmo que os pets não estejam apresentando nenhum dos sinais citados acima, os tutores, ao sentirem frio, imediatamente colocam uma roupinha no animal, para protegê-lo da friagem. Mas isso nem sempre é necessário. “A verdade é que a maioria dos cães, quando estão em atividades de adestramento, andando ou fazendo algum outro exercício, estão passando calor, principalmente quando estão com roupas”, comenta Alexandre.

Descobrir se o pet está incomodado com o calor é fácil, assim como no frio: basta prestar atenção nas atitudes dele, como observar a respiração e checar se ele está com a boca aberta e a língua um pouco para fora. “Colocar a roupinha no pet nesse momento não é ideal. É importante antes de deduzir se o bichinho está com frio ou calor, verificar, por meio de suas atitudes, o que de fato ele está sentindo”, finaliza Alexandre.

Atenção redobrada ao comportamento do animal é a chave para fazer a escolha acertada e oferecer ao bichinho bem-estar, saúde e segurança. Se ele apresentar resistência para se adaptar não somente às roupas, mas também aos acessórios úteis, o adestramento costuma ser um excelente exercício de dessensibilização.

Gostou desta dica? Se quiser saber mais sobre como adestrar o seu cão, ou contratar um de nossos profissionais, entre em contato com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571.8138 (São Paulo) e 11 4003.1410 (demais localidades).

Sociabilização: apresente o mundo ao filhote

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A sociabilização faz parte do processo de desenvolvimento dos pets e é a maneira mais assertiva para apresentá-los aos estímulos do mundo, como outros animais, sons diferentes, pessoas, carros, objetos etc.

Os bichinhos que não passaram por essa fase de adaptação podem apresentar, com o tempo, dificuldade em lidar com situações corriqueiras, além de se tornarem adultos mais medrosos e inseguros.

Como ocorre?

No geral, recomenda-se que a sociabilização seja feita entre o 2º e o 3º mês de vida do animal. Isso porque é nessa fase que o cérebro está aberto a novas experiências e o pet pronto para interagir em situações que ainda são desconhecidas.

“Todos esses novos estímulos estão soltos na mente do pet e a sociabilização nada mais é do que organizar essas novidades e ensinar o animal a maneira correta de se portar em determinadas situações”, diz Joilva Duarte, adestradora da equipe Cão Cidadão.

Contudo, pets de qualquer idade podem ser sociabilizados, caso não tenham passado por essa fase quando filhotes. “A sociabilização pode e deve ser feita com todos os animais, independentemente da idade”, orienta a adestradora. “No caso dos mais velhos, existe uma dificuldade um pouco maior, pois eles já estão com certos comportamentos condicionados”, comenta Joilva.

Associações positivas

Procure associar os objetos e as situações que o pet têm medo a coisas boas e que ele goste, como, por exemplo, petiscos gostosos, carinho ou brinquedos.

“A ideia é que se faça um contracondicionamento, ensinando ao animal uma nova maneira de lidar com as situações”, orienta a adestradora.

Tenha em mente que a exposição a essas situações deve ser gradual e feita com calma e muita paciência, sempre respeitando o limite do animal.

Você também pode contar com um profissional de adestramento para ajudá-lo no processo de sociabilização do seu bicho de estimação.

Quer saber mais sobre o assunto? Clique aqui.

Gostou desta dica? Se quiser saber mais sobre como adestrar o seu cão, ou contratar um de nossos profissionais, entre em contato com a Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones:11 3571.8138 (São Paulo) e 11 4003.1410 (demais localidades).

Aulas em Grupo em Curitiba: último dia para se inscrever!

noticias_interna-adestramento-grupo Neste sábado, dia 6 de agosto, as aulas da nova turma de adestramento em grupo da Cão Cidadão, em Curitiba, começarão com gás total!

A adestradora e consultora comportamental Claudia Terzian, será responsável pelas aulas, com foco no adestramento básico e na melhora da comunicação entre os pets e seus tutores. Esse conceito permite que as aulas sejam mais dinâmicas e também incentiva os animais a interagirem entre si.

Para saber mais sobre os métodos e sobre a rotina de aulas, clique aqui.

Os interessados podem se inscrever entrando em contato da Central de Atendimento da Cão Cidadão, pelos telefones: 11 3571.8138 (São Paulo) / 4003-1410 (demais cidades), pelo e-mail faleconosco@caocidadao.com.br ou pelo site.

Inscreva-se e aproveite a dinâmica das aulas em grupo!

Cães de abrigo: a importância de um olhar mais profundo sobre seu comportamento

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Por Tatiana Moreno, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

Sabemos que um dos principais desafios dos abrigos é conseguir um lar para cães considerados agressivos. Muitas vezes, a falta de manejo adequado para a adaptação do cão no abrigo ou até mesmo um certo preconceito em torno desse tema acabam fazendo com que o processo de adoção seja mais difícil. Avaliando alguns estudos, percebemos que é preciso analisar caso a caso, considerando cada cão como um indivíduo, e procurar compreender melhor o comportamento de cada um.

Uma vez agressivo, sempre agressivo?

A chegada ao abrigo é um momento crucial. Algumas vezes, logo após serem resgatados, os cães apresentam um comportamento reativo e, por conta dessa primeira impressão, são isolados e rotulados como agressivos. Entretanto, isolar o animal sem antes procurar identificar o gatilho dessa agressão acaba piorando um quadro que talvez não seja tão grave, dificultando a adoção. É preciso lembrar que um cão que apresentou um único comportamento agressivo não necessariamente será sempre um agressor. A agressividade por posse, uma das mais comuns em ambientes de abrigos por conta da grande quantidade de cães, nada mais é do que o medo de perder alguma coisa – a comida, um brinquedo –, ou seja, a agressividade é a consequência e não de fato o problema comportamental.

Um estudo publicado na renomada revista Applied Animal Behavior Science (e que também foi citado no site da National Canine Research Council), analisou cães com agressividade por posse e a evolução desse comportamento após a adoção.

A pesquisa foi realizada no abrigo Center of Shelter Dogs, no ano de 2013, em Londres. A equipe entrevistou 97 tutores que haviam adotado seus cães há pelo menos 3 meses, para saber se os animais que apresentavam esse tipo de agressividade no abrigo continuavam com esse comportamento em casa. Além disso, os cientistas verificaram também se os cães que nunca haviam apresentado agressividade no abrigo tornaram-se mais hostis após a adoção.

O resultado

Constatou-se que 50% dos cães que apresentavam agressividade por posse no abrigo não continuaram com essa atitude em casa, simplesmente por terem mudado de ambiente, ou seja, por terem saído de um local com vários cães para viverem em uma casa. Imaginem, então, como seria se todos esses animais tivessem passado por treinos específicos! Dos cães que nunca haviam manifestado um comportamento agressivo no abrigo, 78% mantiveram esse padrão na casa nova, sendo que os outros 22% passaram a manifestar a agressividade por posse após a adoção.

Apesar de estarmos falando apenas de uma amostra, essa pesquisa nos ajuda a pensar na importância da conscientização das pessoas que estão adotando um cão e sobre como as formas adequadas de manejo e a simples mudança de ambiente podem contribuir para uma melhora no comportamento do animal, já que, em casa, o cão estará em um ambiente mais controlado, se sentirá mais seguro e criará laços com seus tutores.

Outro estudo – Interação desde os primeiros dias no abrigo

Considerando tudo isso, o GEC acredita ser relevante citar outro estudo que analisou se o contato com humanos pode reduzir o estresse em cães logo após chegarem ao abrigo. O experimento foi realizado em 2005, na cidade de Colorado, EUA. Os pesquisadores avaliaram 55 cães adultos recém-chegados e, no primeiro dia, mediram seus níveis de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse.

Depois, os cientistas separaram os animais em dois grupos: um com os cães que passariam a interagir com humanos diariamente, durante um período de 9 dias, e outro com os cães que não teriam a mesma interação. Durante a pesquisa, cada cachorro do primeiro grupo interagia com uma pessoa por volta de 45 minutos, as atividades consistiam em brincadeiras, carinhos e pequenos treinos e os níveis de cortisol foram medidos novamente nos dias 2, 3, 4 e 9.

A partir do terceiro dia, os resultados mostraram uma queda significativa nos níveis de cortisol dos cães que estavam interagindo com humanos. Isso quer dizer que, além de auxiliar na adaptação e socialização dos cães, a equipe percebeu que essa rotina contribuiu para traçar um perfil mais completo de cada animal, definindo suas personalidades e tornando possível uma avaliação de compatibilidade no momento da adoção.

Então, mãos à obra!

Apesar da rotina apertada e difícil dos nossos abrigos, podemos pensar juntos em formas de contribuir para a adoção de todos os animais. Não é muito comum os abrigos promoverem interações planejadas e positivas com os humanos, como as citadas no último estudo, ou terem acesso a protocolos mais completos sobre o manejo mais cuidadoso de alguns cães, mas a conscientização pode começar justamente com as pessoas que trabalham nesses locais e nós adestradores podemos ajudar, e muito! Nesse sentido, vale aquele pensamento de que difundir o conhecimento é a melhor forma de promover mudanças significativas e contribuir para a educação.

Revisão por Juliana Sant’Ana, adestradora e membro do Grupo de Estudos Científicos da Cão Cidadão.

NÃO VÁ AINDA!!

Agende agora mesmo uma primeira avaliação gratuita com orientações (on-line ou presencial) com um dos nossos adestradores!!